Nessa obra fascinante, finalista do Prêmio Pulitzer de Não Ficção, o historiador Arthur Herman constrói, com detalhes, uma biografia dupla de dois dos maiores líderes do século XX: Mahatma Gandhi e Winston Churchill. Gandhi e Churchill conta a história de duas importantes figuras políticas do século XX que até hoje impactam nossa era. Nascidos em mundos distintos - o primeiro em um lar religioso no interior da Índia, o segundo em uma família aristocrática britânica -, tiveram suas vidas e carreiras entrelaçadas ao protagonizar quarenta anos de rivalidade que selaram o destino da Índia e do Império Britânico.Durante sua longa carreira, Winston Churchill fez o necessário para assegurar que a Índia permanecesse sob o domínio britânico. Chegou a redesenhar todo o mapa do Oriente Médio e até pôr em risco a aliança com os Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. Mahatma Gandhi, ao contrário, dedicou a vida à libertação de seu país, desafiou a morte e a prisão e criou um movimento político totalmente novo: satyagraha, ou desobediência civil. Suas campanhas por não violência - em especial sua famosa Marcha do Sal - seriam um ensaio e um exemplo não apenas para a independência da Índia, mas para os movimentos por direitos civis nos Estados Unidos e as lutas por liberdade ao redor do mundo.A partir de uma meticulosa pesquisa, Arthur Herman traz uma narrativa histórica ampla e vigorosa sobre império e insurreição, guerra e intrigas políticas, e conta com um fascinante elenco de apoio, como o general Kitchener, Rabindranath Tagore, Franklin Roosevelt, lorde Mountbatten e Muhammad Ali Jinnah, o fundador do Paquistão.Essa impressionante biografia desconstrói as lendas e os mitos criados sobre esses grandes personagens, expondo seus pontos fortes e suas fraquezas. Além disso, é uma brilhante parábola sobre dois homens poderosos e carismáticos que sempre foram assombrados pelo fracasso pessoal, e que, ao fim da vida, tiveram seus maiores triunfos ofuscados pela perda daquilo que mais estimavam.
Os protagonistas são Anabela, Theo e Asil, que vivem em diferentes partes do mundo e têm suas vidas transformadas por eventos que os colocam em perigo e em contato com forças misteriosas. Anabela é a filha do duque de Sobrecéu, a mais poderosa das cidades marítimas, que precisa lidar com a morte do pai, as conspirações na corte e a ameaça de uma invasão. Theo é um ladrão que vive nas ruas de Valporto, uma cidade portuária, e que parte em busca de sua amiga Raíssa, sequestrada por um grupo estranho. Asil é um comandante reformado que carrega a culpa pela derrota na Guerra Santa, vinte anos atrás, e que começa a ter visões de uma menina em chamas, que parece pedir sua ajuda.
O estilo do autor é fluente, envolvente e criativo, misturando ação, suspense, drama e humor na medida certa. Os personagens são bem construídos, com personalidades, motivações e conflitos que os tornam humanos e cativantes. O autor também explora temas como política, religião, amizade, amor, lealdade, traição, sacrifício e redenção, que dão profundidade e relevância à obra. Além disso, o autor cria um universo fantástico, com uma geografia, uma história, uma cultura e uma mitologia próprias, que fascinam e surpreendem o leitor.
O livro é o primeiro volume da série Mar Interno, que promete ser uma saga épica e emocionante, com reviravoltas, revelações e desafios para os personagens e para o mundo que eles habitam. O livro termina com um gancho que deixa o leitor ansioso pela continuação, que deve ser lançada em breve.
A simbologia do livro está presente em vários aspectos, como nas cores, nos nomes, nos animais e nos objetos. Por exemplo, o azul é a cor de Sobrecéu, que representa o céu, o mar e a nobreza. O vermelho é a cor de Tássia, que representa o fogo, o sangue e a guerra. Os nomes dos personagens também têm significados relacionados à sua personalidade ou ao seu destino. Anabela significa “cheia de graça”, Theo significa “deus” e Asil significa “protetor”. Os animais que aparecem no livro também têm um papel simbólico, como o dragão, que representa o poder, o mistério e o perigo, e o cavalo, que representa a liberdade, a força e a lealdade. Os objetos que os personagens usam ou encontram também têm um valor simbólico, como o colar de pérolas de Anabela, que representa sua herança e sua identidade, o anel de Theo, que representa seu passado e seu segredo, e a espada de Asil, que representa sua honra e sua culpa.
A importância e a relevância cultural do livro estão em sua capacidade de entreter, educar e inspirar o leitor, que pode se identificar com os personagens, aprender com suas lições e se maravilhar com suas aventuras. O livro também contribui para a valorização da literatura fantástica nacional, que tem crescido e se diversificado nos últimos anos, mostrando que o Brasil tem autores talentosos e originais, capazes de criar obras de qualidade e de alcance internacional.
Maré de Mentiras é, portanto, um livro imperdível para os fãs de fantasia, que buscam uma leitura envolvente, criativa e emocionante. O autor demonstra sua habilidade narrativa, sua imaginação fértil e sua sensibilidade artística, criando uma obra que merece ser lida, relida e recomendada. Maré de Mentiras é um livro que não decepciona, que surpreende e que encanta. É um livro que faz o leitor mergulhar em um mar de emoções e de mentiras, mas também de verdades e de esperanças.