Mostrando postagens com marcador entrevistas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador entrevistas. Mostrar todas as postagens

Entrevista Exclusiva: Vitor Zindacta e as Rupturas do Universo Literário

REDAÇÃO: É um prazer recebê-lo, Vitor. Seu trabalho transita com notável fluidez entre o romance psicológico, a não-ficção e até mesmo o dark romance, o que já denota uma complexidade. Para começar, o que move essa sua incessante busca por espectros temáticos e estilísticos tão distintos?

VITOR ZINDACTA: O prazer é meu. Acredito que essa "incessante busca", como você coloca, é menos uma estratégia de mercado e mais uma necessidade intrínseca do meu processo criativo. Cada tema exige uma voz, uma arquitetura narrativa única. O luto, por exemplo, em "Viver com a Perda", demandou uma prosa cirúrgica e empática, enquanto o submundo emocional de um dark romance exige uma entrega visceral, quase perversa, à ficção. A transição é o meu modo de evitar a fossilização do estilo. A escrita é, para mim, um campo de testes perene.


I. A Natureza da Criação e o Espectro Literário

REDAÇÃO: Se a escrita é um campo de testes, em que medida a autoficção — ou a inevitável projeção do "eu" na obra — se manifesta, mesmo em narrativas de caráter puramente ficcional, como seus romances? Onde traçamos a linha, ou ela é, no fundo, uma ilusão?

VITOR ZINDACTA: A linha é uma pretensão acadêmica. Ela se esmaece no ato da escrita. Mesmo quando crio um assassino de aluguel em Nova York, as motivações dele são filtradas pela minha compreensão da psique humana, pelos meus medos e minhas observações do mal. O escritor não inventa a emoção; ele a recicla. A ficção é o meu melhor disfarce.

REDAÇÃO: Se a emoção é reciclada, qual o papel da pesquisa empírica e da imersão social na construção de universos ficcionais tão densos? É suficiente apenas a introspecção?

VITOR ZINDACTA: De forma alguma. A introspecção fornece a chama, mas a pesquisa fornece o combustível e a estrutura metálica. Não se escreve sobre o luto sem ter encarado a perda, nem sobre a violência sem ter estudado suas nuances sociológicas e psicológicas. A verossimilhança exige mais do que imaginação; exige diligência.

REDAÇÃO: Na sua visão, qual é o maior dilema ético que um escritor contemporâneo enfrenta ao abordar temas tabus ou moralmente ambíguos, como a violência ou o desejo predatório, sem cair na romantização ou na simplificação?

VITOR ZINDACTA: O dilema reside em não oferecer conforto. O escritor não é um pregador ou um terapeuta; ele é um observador. O desafio é explorar a sombra sem julgamento explícito, permitindo que o leitor confronte suas próprias zonas de desconforto. Romantizar é trair a complexidade. A seriedade jornalística exige a nuance, e a ficção não deveria exigir menos.

REDAÇÃO: Com a ascensão da Inteligência Artificial, há um temor crescente sobre a desumanização da escrita. O que a IA representa para o ofício do escritor? Um co-piloto ou uma ameaça existencial à originalidade?

VITOR ZINDACTA: A IA é um espelho pragmático. Ela pode mimetizar a estrutura, a sintaxe, até mesmo o estilo, mas não a experiência intrínseca e o trauma que dão alma à narrativa. Ela é uma ferramenta eficiente para a carpintaria, mas jamais para a arquitetura emocional. A ameaça não está na escrita em si, mas na nossa preguiça de valorizar o que é genuinamente humano.


II. O Processo Criativo e a Arquitetura da Obra

REDAÇÃO: Seus livros, mesmo os de não-ficção, demonstram uma preocupação notável com a musicalidade da prosa. Qual é o peso da sonoridade e do ritmo na sua revisão, e como isso se conecta com a carga semântica?

VITOR ZINDACTA: O ritmo é a batida cardíaca da frase. Uma frase mal ritmada, mesmo com semântica impecável, tropeça na leitura. Na revisão, eu leio em voz alta, procurando o eco, a cadência, a pausa dramática. A musicalidade não é um ornamento; é um veículo para a emoção. A dor, o desejo, o suspense, cada um tem seu próprio tempo na página.

REDAÇÃO: O que, em sua opinião, distingue o "bom" diálogo do mero preenchimento narrativo, especialmente em gêneros que dependem da tensão interpessoal, como o romance e o thriller?

VITOR ZINDACTA: O bom diálogo tem pelo menos três camadas: o que é dito, o que é pensado (a intenção oculta) e o que é revelado sobre o personagem. Diálogos eficientes movem a trama, mas diálogos excelentes movem o subtexto. Se um personagem está apenas servindo para dar informação, ele está falhando.

REDAÇÃO: Qual é o papel da estrutura formal — a escolha entre primeira, terceira pessoa, narrativas não lineares — na definição do tom moral de uma obra? Você percebe essa escolha como um imperativo ético da história?

VITOR ZINDACTA: A estrutura é o prisma através do qual a moralidade da história é refratada. A primeira pessoa, por exemplo, em um romance com um protagonista moralmente comprometido, força o leitor a uma cumplicidade incômoda. É um imperativo de imersão, mais do que ético. A voz que escolhemos define o nível de confiança que o leitor pode depositar na narrativa.

REDAÇÃO: O que significa, para um escritor, "matar seus queridos" — não apenas personagens, mas também parágrafos e ideias intelectuais que, embora brilhantes isoladamente, não servem à totalidade da obra?

VITOR ZINDACTA: É o exercício mais doloroso da humildade. Significa reconhecer que o livro é maior que o seu ego. Uma frase pode ser linda, um conceito pode ser fascinante, mas se desvia o fluxo ou sobrecarrega o leitor, é preciso eliminá-lo. A arte da escrita é, em grande parte, a arte da ablação cirúrgica.

REDAÇÃO: Em um mundo de atenção fragmentada e fast-consumption, qual a responsabilidade do livro em manter a complexidade, a nuance e a demanda por uma leitura lenta e reflexiva? O mercado impõe uma simplificação?

VITOR ZINDACTA: O mercado tenta impor a simplificação. Mas a responsabilidade do livro é a de resistir. Se um livro cede à lógica do scroll, ele perde sua essência. O livro, em sua forma física e conceitual, é um convite à desaceleração. É um contraponto à era do ruído. Se não for para exigir reflexão, que se escreva um tweet.


III. A Recepção, o Legado e a Crítica

REDAÇÃO: Como você percebe a relação entre a intenção autoral e a interpretação do leitor? O leitor tem a palavra final sobre o significado de uma obra, ou o autor detém a chave mestra?

VITOR ZINDACTA: O autor constrói a casa e planta o jardim. Mas, uma vez publicado, o leitor é quem decide como viver nela. A intenção é importante para mim, mas é a experiência do leitor que dá longevidade ao livro. Meu trabalho é garantir que as portas estejam abertas e os cômodos sejam ricos em possibilidades, mas a chave mestra, francamente, fica na mão de quem lê.

REDAÇÃO: No que tange à crítica literária, qual o seu maior temor: a indiferença total ou a crítica que, por má leitura, distorce a essência da sua proposta?

VITOR ZINDACTA: A indiferença é a morte da obra. A crítica distorcida, por mais irritante que seja, pelo menos prova que o livro ecoou, mesmo que dissonantemente. O que me incomoda é a crítica que avalia o livro não pelo que ele é, mas pelo que o crítico gostaria que ele fosse, aplicando métricas ideológicas externas em vez de estéticas internas.

REDAÇÃO: A publicação de obras em gêneros polarizados, como o dark romance, pode gerar uma estigmatização do autor perante a crítica mais tradicional. Como você navega essa dicotomia entre o popular e o erudito?

VITOR ZINDACTA: Eu a navego com um ceticismo saudável. A distinção entre "popular" e "erudito" é, muitas vezes, uma barreira de classe e esnobismo, e não de qualidade intrínseca. A boa escrita reside na execução, na profundidade dos personagens, na construção da linguagem. Se o dark romance permite uma exploração brutal da psique humana com alto nível de escrita, ele merece ser levado a sério. Gosto não é sinônimo de qualidade.

REDAÇÃO: Qual o papel da dor e do sofrimento — não apenas como tema, mas como motor criativo — no seu processo de escrita? É um requisito para a profundidade?

VITOR ZINDACTA: A dor e o sofrimento são os catalisadores mais potentes da empatia. Não são um requisito, mas são inevitáveis. A escrita é, em muitos aspectos, um processo de transmutação: transformar o material bruto da angústia pessoal ou observada em algo estruturado e comunicável. Quem escreve sobre a vida sem tocar na dor está escrevendo uma vida incompleta.

REDAÇÃO: Se pudesse dar apenas uma advertência ao jovem autor que busca a publicação no mercado saturado de hoje, qual seria?

VITOR ZINDACTA: Não romantize a profissão. Escrever é 5% inspiração e 95% trabalho duro, marketing e a capacidade de suportar rejeição. Escreva porque você precisa, não porque você quer ser famoso. O resto é ruído.


IV. Perspectivas e o Futuro da Leitura

REDAÇÃO: O que a sua incursão pela não-ficção, especificamente em temas como o luto ("Viver com a Perda"), ensinou-lhe sobre a limitação e o poder da linguagem que não estava aparente em suas obras de ficção?

VITOR ZINDACTA: A não-ficção me ensinou a deferência pela realidade. Na ficção, eu crio a catástrofe. Na não-ficção, eu a descrevo e processo. Descobri que, ao lidar com a dor real, a linguagem precisa ser ainda mais humilde e precisa, evitando metáforas vazias. O poder da linguagem, então, reside em sua capacidade de ser um guia, não um mero adorno.

REDAÇÃO: O que o sucesso de obras de não-ficção sobre saúde mental e autoconhecimento reflete sobre o estado atual da sociedade e a relação do indivíduo com a leitura como ferramenta de cura ou compreensão?

VITOR ZINDACTA: Reflete uma sociedade que está finalmente pedindo o manual de instruções que nunca recebeu. Estamos exaustos do espetáculo e buscando o significado tangível. A leitura se torna um ato de auto-resgate, uma busca por validação ou por ferramentas para processar o caos interno e externo. É um sinal de que estamos, talvez, mais dispostos a encarar a complexidade da nossa própria mente.

REDAÇÃO: Qual é o risco de se confundir a leitura terapêutica com a leitura crítica e estética, diluindo o papel da arte em prol da autoajuda?

VITOR ZINDACTA: O risco é o de esvaziar o canhão de sua munição artística. A arte, para ser arte, deve ser subversiva, desconfortável e esteticamente rigorosa. Se ela for reduzida apenas a um conselho útil, perde seu poder de transformação radical. A leitura terapêutica é válida, mas não pode ser o único critério de valor para a literatura.

REDAÇÃO: O que, em sua opinião, é o "Best-Seller" da próxima década? Uma revolução de formato, de gênero, ou um retorno a temas clássicos sob uma nova ótica?

VITOR ZINDACTA: Será o livro que conseguir integrar, de forma orgânica e não forçada, a experiência digital com a profundidade analógica. Não um livro interativo fútil, mas uma narrativa que entende a ansiedade de conexão e a solidão hiperconectada do nosso tempo. Um retorno aos clássicos, sim, mas reescrito com a linguagem da ambivalência moderna.

REDAÇÃO: Você já afirmou que a literatura é um "mapa da falência humana". Poderia expandir essa ideia e explicar como a literatura, ao expor essa falência, paradoxalmente nos redime?

VITOR ZINDACTA: A literatura é o mapa porque ela documenta nossos erros recorrentes: a traição, a ambição desmedida, o amor destrutivo. Ela mostra que somos essencialmente falhos, e é aí que reside a redenção. Ao lermos sobre a falência de um Bentinho, de um Raskólnikov ou de um Dom Casmurro, nós nos sentimos menos sozinhos em nossa própria fragilidade. A arte não resolve a falência, mas a torna suportável e, paradoxalmente, universal.

REDAÇÃO: Para encerrar, qual a pergunta não formulada que você, como autor, gostaria de responder?

VITOR ZINDACTA: A pergunta é: No fim das contas, a escrita vale o preço pessoal que se paga por ela?

REDAÇÃO: E qual é a sua resposta, Vitor?

VITOR ZINDACTA: A escrita é o único caminho para tornar a dor útil. É uma troca: você entrega sua paz em troca de uma história. Sim, vale a pena. É o único modo de sobreviver à complexidade sem enlouquecer.


REDAÇÃO: Vitor Zindacta, muito obrigado por esta conversa tão franca e instigante.

VITOR ZINDACTA: Eu que agradeço o espaço para o desconforto e a reflexão.

Rauai: Uma Jornada Intensa pelo Sertão Pernambucano - Entrevista Exclusiva com a Autora Katyuscia Brito


A obra de Katyuscia Brito, escrita em menos de um mês em 2017, traz uma narrativa intensa e envolvente sobre as realidades do sertão pernambucano. Em seu romance de estreia, a autora aborda as complexidades das relações no mundo do crime, através da história de Rauai e Neto, primos envolvidos em atividades ilegais e perigosas. Com uma escrita hábil e envolvente, Katyuscia explora as nuances de seus personagens, mostrando que não há apenas o bem e o mal, mas sim indivíduos complexos em busca de seu próprio caminho. Em uma jornada de vida e morte, paixão e traição, guerra e paz, a autora nos leva a refletir sobre as escolhas que fazemos e as consequências que enfrentamos. Entrevista exclusiva com Katyuscia Brito, confira!


1. Qual foi a inspiração por trás de Rauai?


Resposta: Escrevi Rauai, primeiramente, porque sou nordestina, pernambucana, e carrego em mim, de forma latente, o Nordeste. É algo que pulsa no meu coração e corre em minhas veias. Saí do nordeste quando eu tinha 11 anos de idade, mas o nordeste nunca saiu de mim. No entanto, Rauai poderia ser ambientado em qualquer região do Brasil, afinal, o livro conta a história de um jovem pobre e sem perspectiva que entra para o mundo do crime em busca de uma vida melhor – fato este que acontece com muitos jovens em todo o país. Vejo que a mídia nacional destaca muito os problemas com o tráfico de drogas no Rio de Janeiro e a questão da segurança pública na cidade do Rio, mas esse é um problema que não é apenas regional, pois acontece em todo o território nacional, e não apenas na região sudeste.



2. Como é o seu processo criativo ao escrever um livro?


Resposta: Tenho rotina! Sou uma pessoa diurna e tenho um melhor rendimento pela manhã. Enfim, independente se estou escrevendo um livro ou um artigo, gosto de escrever sempre no mesmo horário e no mesmo local. Penso na história, nos personagens e nas situações em vários momentos do dia, mas, geralmente apenas no horário que separo para escrever é que passo tudo para o “papel”.


3. Quais são os temas que mais gostou de abordar em Rauai?


Resposta: Sinceramente, me apaixonei por cada um deles. Em cada capítulo mergulhei de forma intensa em cada situação. Para mim é difícil escolher um tema que mais gostei, pois “vivenciei”, mentalmente, intensamente cada um.


4. Como você lida com o bloqueio criativo durante o processo de escrita?


Resposta: Criando um cenário mental sobre a história. Costumo vivenciar, mentalmente, intensamente, cada situação.


5. Quais são os autores que mais te influenciam na sua escrita do seu livro Rauai?


Resposta: Com certeza o Paulo Coelho. Sou fã dele! Embora o tema do meu livro e os temas que ele costuma abordar sejam totalmente diferentes, sempre gostei da forma fluída como ele escreve. E sempre busquei escrever dessa forma.


6. Qual foi o maior desafio que enfrentou ao escrever Rauai?


Resposta: O meu maior desafio foi lidar com a autocrítica. Desde quando comecei a escrever Rauai, disse para mim mesma que iria escrever sem “filtros”, sem receio. Acredito que uma boa escrita é aquela com a qual  a gente consegue escrever despidos de qualquer limitador, de qualquer censura. E assim fiz! 


7. Como você escolheu o título do seu livro?


Resposta: Na verdade, o título surgiu antes mesmo de eu começar a escrever o livro. Eu estava pensando sobre o personagem principal do livro “que ele era forte como uma força da natureza” e, pronto, Rauai “Hawaii” surgiu na minha cabeça. 

  

8. Como foi o processo de pesquisa para o desenvolvimento do livro?


Resposta: O livro ´”Rauai - o Patrão do Polígono da Maconha” é uma obra de ficção. Criei todos os personagens e imaginei uma história para cada um deles naquele cenário “O sertão Pernambucano”, especificamente o Polígono da Maconha. Eu já conhecia um pouco da história, do contexto, do Polígono, fora isso, assisti alguns documentários e reportagens sobre o local e fiz pesquisas no Google.


09. O que você espera que os leitores sintam ao ler sua obra?


Resposta: O livro convida o leitor a fugir do senso comum e a enxergar as coisas, um pouco, sob outra perspectiva. O que é “certo”? O que é “errado”? Será que realmente existe um lado “certo” e um lado “errado”? Ou tudo depende do ponto de vista de cada um? Sei que nada justifica a escolha de um jovem em entrar para o mundo do crime. Assim também como sei que nada justifica a escolha de um político em se tornar corrupto "entrar para o mundo do crime". Embora em "lados  opostos”, ambos são bandidos e estão interligados, afinal, o tráfico é só mais um efeito colateral, ou subproduto, da corrupção. A principal diferença é que um causa um tipo de terror específico, o da violência, e mata com a pistola. Enquanto o outro assombra através da vulnerabilidade social e mata com a caneta.


10. Qual conselho você daria para escritores que estão começando suas carreiras?


Resposta: A escrita é uma paixão, não é uma escolha. É algo que te dá prazer e que te motiva, independente de qualquer coisa. Sendo assim,  mergulhe naquilo que te move e escreva como se ninguém fosse ler. Essa é uma ótima estratégia para driblar a autocensura. Fora isso, acredite em você! 

Três perguntas rápidas para Claudia Cavalcanti, autora de Avenida Beberibe


Você pode nos dizer o nome de três autores e/ou autoras que influenciam sua forma de escrever?

Herdei de Thomas Mann, humildemente, o gosto pelas frases longas. Já quanto à mistura de texto + fotos, posso citar Katja Petrowskaja, autora de Talvez Esther (e, claro, acima de tudo e de todos, W. G. Sebald). Teria sido influenciada por Maria Stepánova (sobretudo por suas ideias), se tivesse lido Em memória da memória antes de escrever Avenida Beberibe.


Qual a maior saudade que sente do Recife?
Sinto saudade do Recife com meus avós. Sem tantos tubarões, digo, espigões. Saudade também da tapioca de rua.


Fotos digitais ou reveladas?
Na adolescência, tive um laboratório caseiro. Adorava revelar e ampliar minhas fotos (amadoras, mas eu tentava caprichar) tiradas a partir de uma máquina analógica de respeito. Há muitos anos, aderi às fotos feitas no iPhone. Gosto demais, e me esforço para que sigam caprichadas. A resposta é: fotos – analógicas e digitais.

Entrevista com Raquel Lopes, autora de 'Leveza do efêmero'

 

Foto: Arte digital

Nesta coluna, teremos o prazer de mergulhar ainda mais fundo na poesia e na sensibilidade da autora Raquel Lopes, que nos presenteia com seu livro "Leveza do Efêmero". Através de seus poemas, somos convidados a refletir sobre a beleza da vida, a importância de apreciar cada momento e a esperança que nunca deve se apagar dentro de nós. Com uma escrita delicada e inspiradora, Raquel Lopes nos guia por um universo de emoções e reflexões, nos lembrando da efemeridade da vida e da importância de vivermos de forma plena. Conheceremos mais sobre a trajetória e inspirações da autora, além de nos encantarmos com alguns dos belos poemas que compõem esta obra. Prepare-se para se emocionar e se encantar com a leveza e a profundidade das palavras de Raquel Lopes.


Foto: Arte digital


Confira a entrevista na íntegra:

1. Qual foi sua inspiração para escrever o livro "Leveza do Efêmero"?

A inspiração surgiu quando li um certo livro de contos da escritora portuguesa Maria João Cantinho e me deparei com essa frase. Passei então alguns dias interiorizando o sentido da Leveza do Efêmero.


2. Como você escolheu o título do livro? Qual é o significado por trás dele?

A escolha foi imediata. Acredito que foi o título que me escolheu e toda a sua significância constante e singela.


3. Quais são os temas principais abordados em sua obra?

A vida é como uma árvore e todos os frutos que podemos obter, sejam bons ou maus.



4. Você se identifica com algum poema do livro em especial? Por quê?

Todos são especiais, cada um à sua maneira e sua visão.


5. Como foi o processo de pesquisa e escrita do livro? Quanto tempo levou para concluí-lo?

Levei três anos desde a elaboração dos poemas até a publicação.


6. Quais foram os principais desafios enfrentados durante a produção do livro?

Foi tranquilo. Todo o processo ocorreu de forma satisfatória. Parabenizo a editora Tomaaiumpoema pela compreensão e respeito à entidade do meu livro.


7. Qual é a mensagem que você espera transmitir aos leitores através da história?

Quando leio algum livro de poesia, e o mesmo me passa uma sensação inexplicável, contudo boa, quando me faz refletir sobre certos temas que eu antes não tinha visto. Bom, é isso que também quero transmitir com meu livro.


8. Existe alguma obra ou autor que tenha influenciado sua escrita?

Alguns autores que gosto são Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Maria João Cantinho e Ezra Pound.


9. Como você definiria o estilo literário presente em " Leveza do Efêmero"?

Os versos têm sua própria liberdade, portanto, são livres.



10. O livro aborda algum aspecto da sociedade contemporânea? De que maneira?

O ser em tudo. A desarmonia que se harmoniza para conhecer o seu lugar.



11. Como você escolheu os nomes dos poemas? Eles possuem algum significado oculto?

Os nomes dos poemas são a porta de entrada para o mundo que cada poema carrega.


12. Existe algum trecho do livro que seja particularmente significativo para você? Por quê?

Há o poema "Guardei o sol", porque fala sobre o significado do sol na minha vida com sua força, claridade e alegria.


13. Você acredita que "Leveza do Efêmero" pode deixar um legado duradouro na literatura? Por quê?

Sim, acredito naquilo que escrevo. É a herança que deixo para as próximas gerações.


14. Quais são seus próximos projetos como autor? Podemos esperar uma continuação de "Leveza do Efêmero" ou outros livros em breve dentro do mesmo estilo?

Há alguns livros de poesia e contos nos quais venho trabalhando. Futuramente teremos mais publicações.

Entrevista com Nando Bernal, autor de ❝Belas virgens mortas❞

Foto: Acervo Pessoal / Divulgação


Em uma entrevista exclusiva, o autor Nando Bernal nos leva aos bastidores de sua misteriosa trama em Belas Virgens Mortas. Com um talento admirável para o suspense e uma forte influência da literatura policial, Bernal nos revela os segredos por trás de sua obra e como a sua paixão pela escrita desde a infância o levou a se tornar um renomado romancista. Conheça mais sobre a mente brilhante por trás desse intrigante enredo e mergulhe em um mundo repleto de reviravoltas e mistérios irresistíveis.

Confira a entrevista na íntegra:

Foto: Capa da obra / divulgação

1. Quando você decidiu se tornar um escritor?

R.: Foi algo que nasceu sem que eu tenha percebido e foi criando raízes. Na escola, quando era criança, perguntavam o que seríamos e eu, que nem sabia bem o que era Literatura além dos gibis, dizia: “escritor”. Era uma espécie de intuição, um sentimento antes da certeza.


2. Qual foi o seu primeiro livro escrito? Você chegou a concluí-lo? Já abandonou algum projeto de escrita?

R.: O suspense dramático 'Belas Virgens Mortas - Primavera'. Passa-se no interior do Brasil e tem como pano de fundo a luta entre o conservadorismo e as questões atuais da nossa sociedade. Já o concluí e agora estou trabalhando na continuação, onde novas reviravoltas e outros crimes acontecem.


3. Como você escolhe os temas e o enredo dos seus livros?

R.: Leio outros autores, assisto a séries e filmes e anoto ideias interessantes. Acredito que essas informações vão se juntando no meu subconsciente e se manifestam em meus sonhos. Já sonhei com enredos inteiros. 'Belas Virgens Mortas' é baseado em duas personagens centrais com as quais sonhei. Ao acordar, desenhei o perfil delas no papel e desenvolvi a história a partir desse ponto.


4. Você se inspira em algum autor ou obra específica para escrever?

R.: Sempre fui fã de Ágatha Christie e Sidney Sheldon. Gosto de romances policiais que contam a história de famílias e envolvem dramas humanos. Acredito que são temas com os quais todos se identificam.


5. Existe algum ritual para escrever um livro? Qual funciona para você?

R.: Gosto de adiantar todas as tarefas domésticas para me dedicar por três a quatro horas exclusivamente ao processo criativo. Gosto de saber que não deixei nada pendente, pois escrever é um prazer e prefiro descansar depois de desligar o notebook.


6. Quais são seus livros publicados atualmente? Qual foi o mais complexo?

R.: Até agora, publiquei ‘Belas Virgens Mortas – Primavera’. O maior desafio para mim foi selecionar as ideias necessárias para tecer uma trama crível que não se estendesse demais. Cortar grandes partes do texto para valorizar outras foi a parte complicada; é como renunciar a um filho para salvar outros, é um processo doloroso.


7. Você utiliza rascunhos, anotações ou esboços para não se perder na escrita?

R.: Sou sistemático; gosto de ter um processo claro antes de começar a escrever. O fio condutor do meu romance sempre é o motivo pelo qual ele é escrito, até o final. A partir daí, coloco no papel os personagens necessários. Depois, reúno anotações feitas ao longo dos últimos meses – baseadas em livros e filmes que gostei – e seleciono aquelas relevantes para o enredo. Em seguida, monto a estrutura: ao contrário da maioria dos autores, escolho o título nessa fase; também divido em partes e capítulos – é uma base para não ultrapassar os limites de páginas, por exemplo. Só então começo a escrever de fato.


8. O que não pode faltar durante seu processo criativo? Como você lida com a ausência de inspiração?

R.: Meu grande desafio é encontrar tempo para escrever. Parece que as pessoas pressentem que estamos em um novo livro e vêm nos sobrecarregar com compromissos e pedidos. A inspiração surge quando consigo me isolar do resto do mundo. Preciso me fechar no meu quarto, cercado de tudo o que me é familiar, e o processo criativo flui.


9. O que podemos esperar para seus próximos livros?

R.: Tenho muitas ideias e acredito que o romance policial deve ser tão rico em romance quanto em mistério. Pretendo escrever histórias que se passam no Brasil, conectando-se à realidade do leitor e, ao mesmo tempo, fazendo-o mergulhar em um mundo imaginativo. Portanto, esperem ser desafiados e terem suas emoções mexidas!


10. Como você vê a vida dos autores no cenário político atual?

R.: A falta de apoio à Cultura que predominou no governo anterior parece estar lentamente ficando para trás. No entanto, ainda há muito a ser feito. No Brasil, não conheço um escritor que não tenha uma profissão paralela para se sustentar. É uma luta constante tentar viver apenas como escritor. Precisamos urgentemente de políticas públicas que promovam e valorizem a nossa Literatura, que é uma das mais ricas do mundo.


11. Que conselho você daria para alguém que quer escrever seu primeiro livro?

R.: Se envolva profundamente com sua história e mergulhe em cada detalhe. Cultive a disciplina e reserve pelo menos duas horas por dia para escrever sem interrupções. O livro é como um filho: demanda tempo, energia e respeito, e no fim, retribui com muito afeto e autovalor.

Entrevista com Edgar farinon, autor de "A Busca do Triunfo"

Foto:Divulgação / Acervo pessoal do autor

Entrevistamos o renomado professor e palestrante Edgar Farinon, autor de best-sellers como "A Busca do Triunfo" e "Oratória - a arte de se comunicar". Com uma vasta experiência na área de treinamentos e palestras, Farinon compartilha conosco sua trajetória de sucesso e os segredos para uma vida plena, tanto material quanto espiritual. Em uma conversa envolvente, ele nos revela suas inspirações, projetos futuros e a importância de colocar em prática as técnicas e ensinamentos presentes em suas obras. Acompanhe essa entrevista exclusiva e descubra como alcançar o sucesso em todas as áreas da sua vida.


Confira a entrevista na íntegra:



1. Quando decidiu se tornar um escritor?

Ler e escrever sempre fizeram parte da minha vida. Desde que aprendi no primeiro ano escolar, gostava de escrever pequenas frases.


2. Qual foi o seu primeiro livro escrito? Você chegou a concluí-lo? Já abandonou algum projeto de escrita?

Quando era adolescente, comecei um livro sobre minha vida, mas logo pensei que não tinha conteúdo suficiente para uma biografia e desisti.


3. Como você escolhe os temas e o enredo dos seus livros?

O tema é autoajuda, o que é muito amplo. Para o enredo, começo e deixo a imaginação fluir.


4. Você se inspira em algum autor ou obra específica para escrever?

Eu leio muito, então todo conhecimento que adquiro acaba influenciando minha escrita. Assim como outros escritores, não tenho um autor específico como base.


5. Existe algum ritual para escrever um livro? Qual funciona para você?

Eu gosto de escrever de madrugada, pois o silêncio me ajuda a criar mais. Acredito que cada pessoa deve tentar diferentes formas e escolher a que melhor se adapta.


6. Quais são seus livros publicados atualmente? Qual foi o mais complexo?

Lancei "A Busca do Triunfo", que começou a vender rapidamente em todo o mundo. Esse foi complexo porque era o primeiro. Depois, lancei "Oratória - a arte de se comunicar", que chegou a quarto lugar mais vendido na categoria durante o lançamento. O próximo será a tradução para o inglês e será o mais complexo por causa das diferenças na aplicação da oratória em diferentes países.


7. Você utiliza rascunhos, anotações ou esboços para não se perder na escrita?

Sim, faço anotações abaixo do que estou escrevendo e também uso o bloco de notas do celular quando estou fora.


8. O que não pode faltar durante seu processo criativo? Como você lida com a ausência de inspiração?

Não pode faltar solidão. Preciso estar sozinho. Quando falta inspiração, faço outra coisa até que ela retorne.


9. O que podemos esperar para seus próximos livros?

Estou concluindo um livro que trata do poder e da capacidade mental para realizar coisas, seguindo a linha de "A Busca do Triunfo". O próximo livro será sobre relacionamentos humanos, também utilizando uma história para transmitir técnicas de desenvolvimento.


10. Como você enxerga a vida dos autores no cenário político atual?

Esse é um tema complexo que prefiro não comentar, pois cada autor tem uma experiência diferente. Para mim, isso não interfere, pois busco caminhos diferentes e sigo aqueles que trazem resultados.


11. Que conselho você daria para alguém que quer escrever seu primeiro livro?

Escreva sem contar para ninguém. Lance sem avisar a ninguém. Dessa forma, os críticos não terão a oportunidade de dizer que você não é capaz. Encontre apoiadores discretos que se tornarão amigos próximos, enquanto outros amigos podem se afastar. Estranho, mas verdadeiro.

Entrevista com o autor M.E.KRIEGER, autor de ❝contos sádicos❞

Foto: Colagem digital / Divulgação

O autor Moises Krieger, conhecido como M.E.KRIEGER, é um talentoso escritor de livros de suspense/terror, que acumula sucesso e reconhecimento no cenário literário nacional. Com obras como "As Quatro Estações – Flor de Lis", "As Deusas – Maat: Os Livros dos Mortos" e "Lilith – Os Herdeiros do Caos", ele conquistou leitores ávidos por tramas envolventes e perturbadoras. Além de sua carreira como escritor, Moises também atua como professor de Ciências na rede municipal de Brusque, cidade onde nasceu. Com uma formação acadêmica sólida, que inclui graduações em Ciência Política, Filosofia e Biologia, o autor traz uma bagagem diversificada para suas obras, explorando diferentes aspectos da natureza humana. Em uma entrevista exclusiva, M.E.KRIEGER revela os segredos por trás de suas obras mais intrigantes, como "O Homem Comum" e "Contos Sádicos", mergulhando nos temas controversos e nas inspirações por trás de suas narrativas instigantes. Prepare-se para adentrar no universo sombrio e fascinante criado por esse talentoso autor nacional.

Foto: Arte digital / divulgação

1. Quando decidiu se tornar um escritor? 

R: A data exata não está registrada, mas foi em 2010 quando comecei a escrever um livro de filosofia, "Andanças de um Filósofo". Ainda pretendo retomar esse projeto de escrever filosofia. A ideia de escrever um romance surgiu quando comecei a desenvolver a série "As Quatro Estações – Flor de Lis", o primeiro de quatro volumes.


2. Qual foi o seu primeiro livro escrito? Você o concluiu? Já abandonou algum projeto de escrita? 

R: Meu primeiro livro, escrito sem pretensão de ser publicado, foi "Os Sacerdotes do Apocalipse", inspirado em um balé de Igor Stravinsky, "A Consagração da Primavera". Apesar de não ter concluído, pretendo retomar esse projeto do zero.


3. Como você escolhe os temas e enredos dos seus livros?

R: Os enredos estão intimamente ligados aos meus personagens, frequentemente envolvidos em um passado obscuro. Muitas vezes, os temas estão relacionados com traição, já que são livros de terror.


4. Você se inspira em algum autor ou obra específica para escrever?

R: Depende do tema do livro, mas geralmente me inspiro nas músicas que escuto, especialmente músicas clássicas como Beethoven.


5. Existe algum ritual para escrever um livro? Qual funciona para você?

R: Simplesmente me sento na frente do computador e começo a escrever. Tenho uma meta diária de palavras e, se não consigo atingi-la, compensando em outro dia.


6. Quais são seus livros publicados atualmente? Qual foi o mais complexo?

R: Meus livros publicados são todos em formato de e-book. A trilogia "As Deusas" e a série "As Quatro Estações - Flor de Lis" estão disponíveis, assim como outros títulos. Atualmente, estou revisando "Outono Negro".


7. Você utiliza rascunhos, anotações ou esboços para não se perder na escrita?

R: Utilizo um bloco de notas da Microsoft e às vezes até converso com os personagens para desenvolver melhor suas histórias.


8. O que não pode faltar durante seu processo criativo? Como lida com a falta de inspiração?

R: Música é essencial para mim, especialmente clássica e trilhas sonoras. Escrevo mesmo sem inspiração, pois considero a escrita um exercício contínuo.


9. O que podemos esperar de seus próximos livros?

R: Pode esperar um Slasher e um terror ao estilo de Lovecraft nos meus próximos livros.


10. Como você enxerga a vida dos autores no cenário político atual?

R: Vejo como uma situação complicada, já que os custos estão altos e os leitores muitas vezes precisam escolher entre comprar um livro ou algo para comer.


11. Que conselho você daria para alguém que quer escrever seu primeiro livro?

R: Leia muito e escreva muito.

Entrevista com Fort. S.S autor da série O cavaleiro da imperatriz

A entrevista com o autor FORT. S.S, responsável pelas obras "O Príncipe de Gelo - O Cavaleiro da Imperatriz livro 1" e "A Ameaça de Edgar - O Cavaleiro da Imperatriz livro 2", promete revelar os bastidores da criação dessas histórias incríveis. Com apenas 20 anos, Gabriel, o escritor por trás do pseudônimo, já conquistou leitores com suas tramas envolventes e personagens cativantes. Em nossa conversa, ele compartilha suas inspirações, desafios e planos futuros para revolucionar a literatura fantástica brasileira. Prepare-se para se encantar com a mente criativa por trás dessas obras emocionantes.


1. Quando decidiu se tornar escritor?

O autor Fort. S.S

Eu decidi me tornar escritor quando era muito novo. Sempre gostei de ler, qualquer livro que eu visse na minha frente, então um dia decidi que queria ter meu próprio livro. Comecei a trabalhar em um romance chamado "Ice Heart".


2. Qual foi o seu primeiro livro escrito? Você conseguiu concluí-lo? Já abandonou algum projeto de escrita?

Meu primeiro livro concluído foi o romance chamado "Ice Heart", sobre um garoto que passa por muitas dificuldades e acaba perdendo todos os seus sentimentos. Um dia ele conhece uma moça chamada Catherine, que aos poucos o ajuda a recuperar os sentimentos que havia perdido. Consegui sim concluí-lo, mas não o publiquei fisicamente. Já abandonei sim um projeto de escrita, era um livro de terror que não foi para frente.


3. Como você escolhe os temas e enredos dos seus livros?

Escolher os temas é algo que não se decide, a história simplesmente vem à minha mente e eu começo a produzir. Geralmente escolho temas com base na minha experiência, como por exemplo, a fantasia medieval. Já o enredo se desenrola naturalmente, como uma planta que cresce.


4. Você se inspira em algum autor ou obra específica para escrever?

Minha inspiração como escritor é George R. R. Martin, autor de "Game of Thrones". Me inspiro em seu estilo de escrita e na seriedade da história.


5. Existe algum ritual para escrever um livro? O que funciona para você?

Não acredito muito em rituais, mas quando vou escrever, coloco uma música instrumental que desperte minha criatividade. Acho importante ter paz e sossego, sem distrações.


6. Quais são seus livros publicados atualmente? Qual foi o mais complexo?

Atualmente tenho publicados os dois volumes da minha saga "O Cavaleiro da Imperatriz" e o primeiro volume de uma trilogia chamada "Ventos do Norte". Acredito que o mais complexo tem sido "O Cavaleiro da Imperatriz", pois é o trabalho da minha vida.


7. Você utiliza rascunhos, anotações ou esboços para não se perder na escrita?

Atualmente utilizo a primeira versão dos manuscritos como guia, e faço anotações sobre os personagens e suas famílias para não me perder.


8. O que não pode faltar durante seu processo criativo? Como você lida com a falta de inspiração?

Não pode faltar música instrumental, paz, sossego, concentração e uma caneca de café. Nunca sofri com falta de inspiração, mas acho que assistir algo relacionado à história pode despertar criatividade.


9. O que podemos esperar de seus próximos livros?

Podem esperar muita ação, lágrimas e reviravoltas incríveis nos próximos volumes da minha saga. O terceiro volume está em produção e promete ser cheio de ação e momentos de tensão.


10. Como você enxerga a vida dos autores no cenário político atual?

A vida de um autor atualmente é complicada, com a falta de interesse das pessoas em livros. Acredito que a política deveria dar mais atenção a isso, pois os livros são importantes para a formação das pessoas.


11. Que conselho você daria para alguém que quer escrever seu primeiro livro?

O conselho que eu daria é não se deixar influenciar por comentários negativos, especialmente da família. Se tiver uma ideia, simplesmente escreva. A determinação e a persistência são fundamentais para o sucesso na vida de um escritor. Como disse Richard Bach: "Um escritor profissional é um amador que nunca desistiu". Eu também tenho minha frase: "A determinação pode te levar aos degraus mais altos que você nunca imaginou alcançar".

Como escreve: Christian Dancini, autor de dialeto das nuvens


Em uma entrevista exclusiva, o renomado autor de poesia Christian Dancini nos revela os segredos por trás de suas obras inovadoras e encantadoras. Com apenas 15 anos, ele entrava no mundo literário com o lançamento de seu primeiro livro em formato digital, 'Fragmentos de uma aurora'. Ao longo dos anos, Dancini se consolidou como um dos nomes mais promissores da poesia contemporânea, conquistando reconhecimento nacional e internacional. Seu mais recente livro, 'Dialeto das Nuvens', transporta o leitor para um universo desconhecido e repleto de sensações, explorando desde a fragilidade humana até mergulhos no surrealismo. Prepare-se para conhecer a mente brilhante por trás dessas obras e se encantar com as palavras poderosas de Christian Dancini.


Foto: Editora Patuá / Divulgação

1. Quando decidiu que se tornaria um escritor?

Resposta: Desde muito cedo eu escrevia. Eu costumava escrever histórias sobre detetives aos 8 anos, inspirado pelo livro “O Cão dos Baskervilles” de Arthur Conan Doyle. Mas foi somente aos 11 ou 12 anos que de fato eu soube que era isso que eu queria. Ao ler um poema sobre a morte, de Junqueira Freire, eu me encantei, descobri que a poesia podia alcançar o patamar do inenarrável com simples combinações de palavras. Mas foi aos 14 que comecei de fato a entrar em um projeto de escrita do livro Fragmentos de uma Aurora, logo após ler Rimbaud e o Poema Sujo de Ferreira Gullar.



2. Qual foi o seu primeiro livro escrito? Você chegou a concluí-lo? Já abandonou algum projeto de escrita?

Resposta: Meu primeiro livro foi o Fragmentos de uma Aurora, finalizado aos 15/16 anos e postado por um site chamado Projeto Livro Livre, chefiado por Iba Mendes. Porém, eu já havia abandonado dois outros livros que comecei a escrever mas não finalizei e acabei perdendo o caderno, se chamava O Momento Entre o Dia e a Noite e Crepúsculo dos Corpos (títulos que acabei reutilizando no livro Reminiscências, que junta todos os meus livros da adolescência em um livro só). 



3. Como você escolhe os temas e o enredo dos seus livros?

Resposta: Bom, tenho diversas formas de escolher o tema do livro inteiro, ou de uma parte do livros, ou de um poema do livro. Um dos meus métodos é ler algo como um poema e nele tentar imergir, me perguntar por quê o escritor usou tal palavra? Ou mesmo me perguntar o que essa palavra ou poema reflete em mim? Fora isso, costumo escrever sobre o que sonho e vivo, buscando dos meus delírios e alucinações uma fonte de palavras verborrágicas.



4. Você se inspira em algum autor ou obra específica para escrever?

Resposta: Sim. Eu me espelho em (só para citar alguns) Herberto Helder; Rimbaud; Mário Cesariny; Álvares de Azevedo; Baudelaire; Lautreamont e William Blake. Mas minha primeira inspiração (além do poema do Junqueira Freire e também Ismália de Alphonsus Guimarães) foi o cantor e compositor Jim Morrison do The Doors.



5. Existe algum ritual para se escrever um livro? Qual funciona para você?

Resposta: Sim. Normalmente eu ponho uma música instrumental que me inspire (post rock, ambient music, música erudita, etc.); além disso, eu tenho que estar sozinho em um cômodo, não consigo escrever quando têm pessoas ao meu redor; e, por fim, pegar palavras que me inspirem e utilizar elas no texto. E eu costumo rever o texto diversas vezes até eu achar que está bom o suficiente.



6. Quais são seus livros publicados atualmente? Qual foi o mais complexo?

Resposta: O mais complexo acredito ser o último. Eu já publiquei três livros, dois por editora e um de forma independente com uma prestadora de serviço de Embu das Artes. São eles: Reminiscências (que é o meu primeiro), onde eu junto meus três livros escritos dos 14 aos 19/20, se não me engano; Pleroma (pela editora Ópera) em 2023, e em 2024 o Dialeto das Nuvens. Este último sendo o mais complexo, pois eu revisitei esses textos diversas vezes, troquei palavras, reescrevi... além de ter sido emocionalmente difícil de escrever.




7. Você utiliza rascunhos, anotações ou esboços para não se perder na escrita?

Resposta: Sim. Quando me vem uma ideia, eu costumo anotar, ou se eu, por exemplo, achar uma palavra interessante, guardo ela em algum lugar e utilizo-a depois em algum texto.




8. O que não pode faltar durante seu processo criativo? Como você lida com a ausência de inspiração?

Resposta: O que não pode faltar é música e outros livros de poemas e, claro, a quietude. Quando eu não tenho inspiração, eu costumo não me forçar a escrever, acredito que alguma ideia irá maturar em meus pensamentos até o momento em que ela deva se tornar concreta.



9. O que podemos esperar para os seus próximos livros?

Resposta: Poemas oníricos e com cada vez mais conteúdo surreal; e palavras que se encaixam como quebra cabeças, parecendo, num primeiro momento, sem sentido, mas lotada de emoções e sensações. 



10. Como você enxerga a vida dos autores no cenário político atual?

Resposta: Estamos vivendo um momento político extremamente delicado, com guerras ao redor do mundo, financiadas pela indústria armamentista. O autor e, se me der licença para eu dizer mais sobre o meu lado, o poeta é tremendamente necessário. O poeta pode através das imagens e dos sentimentos, resgatar o sonho de uma utopia, não sendo necessariamente uma válvula de escape, mas sim uma oportunidade para sonhar com um mundo melhor. É isso, acredito no sonho como uma ferramenta de transmutação.



11. Que conselho você daria para alguém que quer escrever o primeiro livro?

Resposta: Escreva. Se não escrever, nunca irá sair do lugar. Mesmo que seja sem pretensão nenhuma, mesmo que apenas como exercício. Ler muito, sobre tudo que encontrar. E ser verdadeiro, escrever aquilo que lhe toca.


© all rights reserved
made with by templateszoo