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[RESENHA #933] A alma encantadora das ruas, de João do Rio



“A Alma Encantadora das Ruas” é uma obra-prima da literatura brasileira escrita por João do Rio, pseudônimo de Paulo Barreto. Publicado em 1908, o livro é uma coletânea de crônicas que retratam a vida nas ruas do Rio de Janeiro no início do século XX. Com uma escrita envolvente e uma abordagem sensível, o autor nos leva a uma jornada pelas ruas da cidade, revelando os personagens e os acontecimentos que compõem o cenário urbano.

João do Rio é um observador atento da cidade e das pessoas que a habitam. Ele descreve com sensibilidade e humor os diferentes tipos de personagens que circulam pelas ruas da cidade, desde os ricos e poderosos até os pobres e marginalizados.

O livro é dividido em três partes: “A rua”, “O que se vê nas ruas” e “O que se ouve nas ruas”. Na primeira parte, João do Rio descreve a paisagem urbana do Rio de Janeiro, com seus edifícios imponentes, seus bairros pobres e suas favelas. Na segunda parte, ele retrata as diferentes profissões e atividades que se realizam nas ruas, desde os vendedores ambulantes até os artistas e intelectuais. Na terceira parte, ele aborda as manifestações culturais e religiosas que acontecem nas ruas, como as festas populares e as procissões religiosas.

Com aproximadamente 3000 palavras, o livro nos apresenta uma série de crônicas que exploram diferentes aspectos da vida nas ruas. Desde os vendedores ambulantes e mendigos até os artistas de rua e prostitutas, João do Rio retrata com maestria a diversidade e a complexidade da sociedade carioca da época. O autor mergulha nas histórias e nas personalidades desses personagens, revelando suas lutas, seus sonhos e suas esperanças.

Uma das principais características do livro é a forma como João do Rio descreve as ruas do Rio de Janeiro. Ele utiliza uma linguagem poética e rica em detalhes para nos transportar para esse ambiente urbano. As ruas ganham vida nas palavras do autor, tornando-se personagens por si só. Ele descreve as cores, os cheiros, os sons e as sensações que permeiam as ruas, criando uma atmosfera única e cativante.

Além disso, o autor também aborda questões sociais e políticas que permeiam a vida nas ruas. Ele critica a desigualdade social, a falta de oportunidades e a marginalização dos mais pobres. João do Rio mostra como a cidade é um reflexo dessas desigualdades, revelando as contradições e os conflitos que existem nas ruas. Ele nos faz refletir sobre a condição humana e a importância de olhar para além das aparências.

Outro aspecto interessante do livro é a forma como o autor retrata os artistas de rua. Ele descreve suas performances, suas habilidades e sua relação com o público. João do Rio mostra como esses artistas são capazes de encantar e emocionar as pessoas, mesmo em meio à dureza da vida nas ruas. Ele ressalta a importância da arte como forma de expressão e como uma maneira de encontrar beleza e esperança em meio ao caos urbano.

Além disso, “A Alma Encantadora das Ruas” também nos leva a refletir sobre a própria natureza das ruas. João do Rio nos mostra como elas são espaços de encontro, de convivência e de troca. Ele descreve as relações que se estabelecem nas ruas, os encontros fortuitos, as conversas e os gestos de solidariedade. O autor nos faz perceber que, apesar de todas as dificuldades, as ruas também são lugares de conexão e de humanidade.


A alma encantadora das ruas, de João do Rio, foi publicada em 1908. O período histórico em que o livro foi escrito foi marcado por grandes transformações no Brasil. O país passava por um processo de modernização, com o desenvolvimento da indústria, da urbanização e da cultura.

No Rio de Janeiro, capital do país, essas transformações eram especialmente visíveis. A cidade estava se tornando uma metrópole cosmopolita, com um contraste marcante entre a riqueza e a pobreza.

Personagens

Os personagens da obra A alma encantadora das ruas, de João do Rio, são os diferentes tipos de pessoas que circulam pelas ruas do Rio de Janeiro no início do século XX. João do Rio é um observador atento da cidade e das pessoas que a habitam. Ele descreve com sensibilidade e humor os diferentes tipos de personagens, desde os ricos e poderosos até os pobres e marginalizados.

Alguns dos personagens mais emblemáticos da obra incluem:O flanêur: O flanêur é um personagem típico da Belle Époque. Ele é um observador da cidade, que se diverte caminhando pelas ruas e observando as pessoas. João do Rio é um flanêur, e ele usa sua perspectiva de observador para retratar a vida nas ruas do Rio de Janeiro.
O pobre: O pobre é um personagem comum nas ruas do Rio de Janeiro. Ele é representado por diferentes tipos de pessoas, desde os trabalhadores braçais até os moradores das favelas. João do Rio mostra a pobreza e a marginalização das pessoas pobres, mas também mostra sua força e sua capacidade de sobrevivência.
O artista: O artista é um personagem que representa a cultura e a criatividade da cidade. João do Rio descreve artistas de diferentes tipos, desde os músicos e pintores até os escritores e poetas. Ele mostra como a arte é uma forma de expressão e de resistência para as pessoas que vivem nas ruas.

Além desses personagens, João do Rio também retrata uma variedade de outros tipos de pessoas, como os vendedores ambulantes, os intelectuais, os políticos, os religiosos e os criminosos. Ele cria um mosaico de personagens que retrata a diversidade da vida nas ruas do Rio de Janeiro.


Os personagens da obra A alma encantadora das ruas são importantes porque eles ajudam a construir um retrato fiel da cidade no início do século XX. Eles mostram a diversidade, a riqueza e a complexidade da vida nas ruas do Rio de Janeiro.

João do Rio, um dos principais cronistas do início do século XX, foi um observador atento desse período de transição. Em suas crônicas, ele registrou a vida nas ruas do Rio de Janeiro, retratando as diferentes classes sociais, as manifestações culturais e os costumes da época.

A alma encantadora das ruas é um retrato da Belle Époque brasileira, um período marcado por mudanças e contrastes. O livro é uma obra importante da literatura brasileira, pois contribuiu para a construção da imagem do Rio de Janeiro como uma cidade vibrante e multicultural.

Alguns aspectos específicos do período histórico que são abordados no livro incluem:
O desenvolvimento da indústria e da urbanização: João do Rio descreve as mudanças que estavam acontecendo na paisagem urbana do Rio de Janeiro, com a construção de novos edifícios, a expansão dos transportes e o crescimento da população.

  • O contraste entre a riqueza e a pobreza: O livro mostra o contraste entre a vida luxuosa da elite e a pobreza da maioria da população. João do Rio descreve as favelas, os cortiços e os bairros pobres do Rio de Janeiro.
  • A chegada de novas culturas: O livro também aborda a chegada de novas culturas ao Brasil, como a cultura europeia e a cultura africana. João do Rio descreve as festas populares, as manifestações religiosas e as artes tradicionais.

A alma encantadora das ruas é um livro que continua a ser relevante nos dias de hoje. O livro oferece um olhar sobre um período importante da história brasileira e ajuda a compreender a formação da identidade cultural do país.

Em suma, “A Alma Encantadora das Ruas” é uma obra que nos transporta para o Rio de Janeiro do início do século XX e nos apresenta uma visão única da vida nas ruas. Com uma escrita envolvente e uma abordagem sensível, João do Rio nos leva a uma jornada pelos personagens e pelos acontecimentos que compõem o cenário urbano. O livro nos faz refletir sobre a condição humana, a desigualdade social e a importância da arte e da solidariedade. Uma leitura indispensável para todos que desejam conhecer mais sobre a alma encantadora das ruas.

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