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Resenha: Oratório, de Ana Salvagni

Foto: Oratório, novo livro de Ana Salvagni / Arte digital

Falar sobre este livro requer um cuidado meticuloso, pois não se trata apenas de uma obra poética, mas de uma análise profunda e espiritual de uma artista com múltiplas carreiras e talentos que se desenvolvem sob o fino tecido da vida. Ana Salvagni é poetisa, cantora, regente, artista, vivente, sobrevivente, aclamada, única, visceral, apaixonada e sobretudo, dotada de grandes talentos em todos os níveis esféricos do ser humano. Publicado pela editora Laranja Editorial, oratório, é o terceiro livro escrito pela autora, que, como se nota, se desdobrou a se reescrever o sentimentalismo espiritual inerente ao ser humano com o cuidado a quem se desdobra a viver a vida entendendo sua finitude e expondo-a ao âmago das relações de vida e da existência. 


Tendo como inspirações grandes nomes da literatura como Hilda Hilst, Vinícius de Moraes, Manoel de Barros, Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade, Ana se mostra prolífica em desvendar o ser humano por meio de suas reflexões poéticas acerca da espiritualidade e vida, como expresso também em sua música 'era aquilo só': Eu via a vida tão diferente, tão diferente do que ela é Tinha saudade de tanta coisa, não sei de quê. [...] Mas uma noite, veio um tufão e carregou [...] E eu vi que a vida não é mais nada, era aquilo só. A poetisa expressa, de forma acalentadora e tranquila a descrição de uma vida baseada em sentimentos de nostalgia e saudade profunda doutros momentos e da destruição de suas idealizações acerca da vida com a chegada do inesperado, essa característica expressa com maestria em sua música, leva-nos a compreender a finitude e brevidade da vida, sobretudo, de nossas preces diárias caminho à morte iminente em meio à travessia da vida, como em PRECE II: anjo nosso da noite de ninguém / guarda os olhos do dia / enquanto nos perdemos em funda travessia / canta e silencia incanssável indagação / enquanto, traje de plumas e espada em punho, dançamos e perpassamos camadas / defende nosa predestinação à morte / enquanto, irreais, existimos. 

Já no poema, casulo, a autora descreve em metáfora análoga à casa e ao conforto provocado pelo conhecido, a autora reflete acerca dos momentos de transformação em meio a reclusão, refletindo sobre sua vida e emoções em meio à um estado de introspecção, através do fortalecimento através de seu caminho de autocuidado: 


CASULO

caso descaso 

refaço a teia sem perceber

há sete dias no vão

na casa que me alimenta

no casulo que é morte e é vida também

que é luto e é aprumar-se 

lavo os panos alívio gavetas

recolho-me aos incômodos

às inconclusas preces me deito

sou eu mesma a minha rede

e ainda que eu saia e olhe o mundo

ainda que eu encontre alguém pelo caminho

durmo ainda, pupa

mais sete dias e deixo a estufa 

meu asilo meu exílio

a casa que me devolve 

as asas


A obra, um emaranhado de preces elaboradas em relação a necessidade constante de transformação interna e dos afagos inexistentes em meio a caminhada da vida, Ana, em sua prolífica sutileza com a voz e escrita transcende as reflexões acerca da vida e da vivência. A obra que se abre em Prece I: sagrado altar das belezas / dos impossíveis propósitos, dos importantes abraços / diante de ti, humanamente, peço / não me deixe mais padecer do medo / e do arremedo / porque assim foi / e que eu, vicejante, seja. Refletindo acerca dos impossíveis e inalcançáveis propósitos da vida, a autora, humanamente, pede em oração: não me deixe mais padecer de medo e do arremedo, encontrando-se em síntese versa, com sua força interior no espiritual e na sua conexão paulatinamente frenética e constante com a autorrealização um sinal de que tudo ficará bem. Uma prece, um pedido.

Já em partilha, (p.26), há uma oração em prol do humano, da vida. 
aos filhos o amor em corpo, palavra e fotografias / o sublime silêncio depois da história / a contemplação / o doce-amargo lavrar da memória, expõe uma reflexão acerca do amor enraizado nos filhos em relação ao poder existente na vida que se esvai rapidamente, como a saudade de momentos simples e complexos de uma saudade latente, como a de um momento de histórias à cama entre pais e filhos no 'doce [momento] amargo [passageiro] da vida. Segue sua prece em 'a ninguém a armadura de dores maciças / a ser arremessada de alguma altura / ou dissolvida com um pranto qualquer', retrata e ressignifica o pedido de não mais a quem possa sentir a dor não passageira, frequente e latente, que ninguém experiencie a tristeza imposta pelo pranto por motivos quaisquer que sejam, que todos possam, em síntese, experienciar os momentos sem se sentirem atingidos de forma tão direta no sentimento e na experiência. Desdobra-se aos momentos simples da vida, como 'aos vizinhos a minha música [da vida], não a que se canta [...] mas a que sai da boca da torneira, no tanger dos prendedores no varal [...], aos pais, o ardor de mais uma vida de um filho, aos irmãos, as lembranças que para sempre permanecem, aos netos, os poemas e jabotis [memórias, lembranças] que carregam consigo por todos os tempos.

Em suma, o livro "Oratório" de Ana Salvagni é uma obra que transcende as barreiras da poesia e se torna uma profunda reflexão sobre a espiritualidade e a vida. Com inspirações em grandes nomes da literatura, a autora demonstra sua habilidade em desvendar os mistérios da existência e nos leva a refletir sobre nossas próprias jornadas. As preces e reflexões presentes nas páginas do livro nos desafiam a olhar para dentro de nós mesmos e a buscar a transformação interna necessária para enfrentar os desafios da vida. Com uma linguagem poética e envolvente, Ana Salvagni nos convida a repensar nossas relações com o mundo e a viver de forma mais plena e consciente. Uma leitura que com certeza tocará o coração e a alma de todos que se permitirem mergulhar nas profundezas de suas páginas.

Travestis na literatura: 8 livros para conhecer em 2024



Os livros escritos por travestis têm se destacado cada vez mais no cenário literário, trazendo à tona narrativas e experiências que muitas vezes são invisibilizadas pela sociedade. Em 2024, não poderia ser diferente. Neste post, reunimos 8 livros de autoras travestis que prometem surpreender e emocionar os leitores com relatos poderosos e transformadores. Desde memórias intensas de superação até reflexões profundas sobre identidade e resistência, essas obras são essenciais para quem deseja conhecer e valorizar a diversidade de vozes e experiências presentes na literatura contemporânea. Venha conosco e descubra essas incríveis obras literárias que merecem ser lidas e compartilhadas.

1. Nem tão bela, nem tão louca, de Ruddy Pinho

Neste livro você vai encontrar nas mais de 300 páginas uma mulher madura, mãe, amiga, amante, guerreira e religiosa. Uma Ruddy que nem ela mesma conhecia. Mostrando que no Brasil, apesar de todos os problemas sociais e políticos, é possível vencer, ser diferente, respeitada e envelhecer. É claro que o glamuor sempre presente em sua vida não foi deixado de lado em suas passagens com as personalidades do mundo artístico. Nova York e Paris são cenários constantes de narrativas hilárias. Alguns registros dessas memórias então nas mais de 80 fotos encartadas ao longo do livro.



2. Eu, travesti, de Luiza Marilac


 Luísa Marilac nasceu em Minas Gerais e assumiu-se travesti aos 17 anos. Além dos tradicionais traumas associados à transição de gênero em uma família conservadora e de classe baixa, levou sete facadas aos 16 anos, foi vítima de tráfico sexual na Europa, prostituiu-se, foi estuprada e presa mais de uma vez. Alçou-se à fama depois que viralizou no YouTube um vídeo seu com o bordão "E disseram que eu estava na pior".

Em uma história de superação, transformou a dor em energia para lutar pela mudança do mundo para mulheres que nascem como ela – com um "pedaço de picanha entre as pernas", como costuma brincar. Ativista das travestis, trabalha para combater o preconceito com humor e diálogo franco.



3. E se eu fosse pura, de Amara Moira

Professora de literatura, doutora em Letras pela Unicamp e prostituta em Campinas, Amara Moira traz um relato autobiográfico sobre sua transição de gênero e as experiências como profissional do sexo.

Travesti em inícios de carreira, Amara Moira percebeu ser mais fácil transar sendo paga do que dando-se de graça, facinha como ela é. Decide então pela rua, encontrando nisso prazer em não só viver ali o sexo tributado (nas formas todas em que ele aparece), mas também em rememorar depois a experiência, retrabalhá-la em texto: travesti que se descobre escritora ao tentar ser puta e puta ao bancar a escritora.

Nesta obra, Amara mostra a vida por trás dos panos da profissão mais malfalada do mundo, mostrando as angústias, os medos, os preconceitos mas também, por que não?, os prazeres que ali conheceu. Escancarando verdades que a sociedade gosta escondidas debaixo do tapete, ela aborda o cotidiano da prostituição, sobretudo da perspectiva trans: o dia a dia da rua, a barganha, o homem antes e depois de pagar.

4. Bricolagem travesti, de Maria Leo Araruna


A coleção de esculturas “Moças de Bricolagem” tem sua origem em uma necessidade inexplicável de usar minhas mãos. Há muito, escuto esse pedido sangrado de minhas cutículas roídas, mas não sabia como satisfazê-lo. Foi, então — em uma daquelas noites em que me deito na cama cheia de êxtase criativo, sem conseguir dormir, porque não sei exatamente como catalisar essa pulsão interior —, que eu tive uma ideia: olhei para minhas bonecas na estante e pensei “vou fazer umas roupinhas pra vocês!”. Era já alta madrugada, 4 horas da manhã, e eu iniciei um processo o qual desarmou memórias e sensações hibernadas no meu corpo.


5. Transradioativa, de Valéria Barcellos

Valéria Barcellos é cantora, atriz, DJ, performer, escritora e artista plástica, detentora da maior honraria dada a mulheres no estado do Rio Grande do Sul, o troféu "Mulher Cidadã". Antes de tudo isso, Valéria é mulher negra. É mulher trans. É a representação da transnegritude e do transfeminismo. Foi durante o período de descoberta e tratamento de um câncer que ela decidiu registrar suas vivências e memórias em texto - não apenas das vitórias sobre a doença, mas sobre a luta contra o epistemicídio da população negra e LGBTTQ+. Nas palavras de Jean Willys sobre seu primeiro encontro com Valéria: apesar de aplaudida de pé, ela interpelava os olhares como se dissesse ´as aparências não me enganam não!´. Valéria sabia o quanto de racismo, homofobia e transfobia havia superado para estar ali, como uma estrela. Sabia o quanto de racismo, homofobia e transfobia ainda perdurava em muitas daquelas pessoas, mesmo que elas não tivessem consciência disso. E sabia que a guerra não estava ganha. Nunca está. TRANSRADIOATIVA é o grito de Valéria contra essa guerra!

6. Pedagogia da desobediência, de Thiffany Odara


O livro Pedagogia da Desobediência: Travestilizando a Educação da pesquisadora, pedagoga e Iyálorixá Thiffany Odara conta sobre a produção de saberes travestis na cidade de Salvador. Costurando as histórias do movimento trans com os diálogos teóricos do feminismo negro, Thiffany propõe travestilizar a educação como forma de construção de espaços de conhecimento que sejam para todas as pessoas. Uma pedagogia transgressora que diz de reinvindicação e acesso, em especial das pessoas trans, a condição de humanidade. Uma publicação que abre caminhos para outras pedagogias e incita a desobediência do CIStema. Thais Faria Castro (Editora) Um mergulho em águas profundas! Essa é uma das inúmeras definições possíveis das sensações experimentadas as leitoras (es) de Pedagogia da desobediência: Travesti lizando a educação. Como um convite para reatualizarmos nossas concepções sobre os feminismos negros e as produções transfeminista Thiffany Odara nos apresenta o impacto da produção intelectual de uma mulher negra, baiana, candomblecista trans no campo da educação. Para além de um magnifico resgate histórico da luta das travestis na cidade de Salvador o texto nos leva a entender o caráter pedagógico desse movimento, e como este foi e é fundamental para sobrevivência dessas ativistas; bem como os ensinamentos e legados deixados para as futuras gerações. Ao resgatar o pensamento clássico dos feminismos negros e transfeminismos também fica evidente a provocação sobre a necessidade urgente da articulação entre essas teorias e práticas para melhor entendermos o trilhar do caminho que nos é proposto. As reflexões tornam-se ainda mais potentes quando a autora intersecciona sua formação enquanto pedagoga para deslocarmos essas discussões para o campo da educação; pensando a mesma para além do espaço escolar. Thiffany transforma as dores e violências sofridas em sua trajetória educacional em uma ordem imperativa: É preciso desobedecer e travestilizar! Os apontamentos para a construção de uma educação transgressora se fazem presente durante toda a construção do pensamento da autora que sem dúvidas nos aponta os possíveis caminhos para pensarmos conceitos e formulações inéditas em campos distintos do conhecimento. Sem dúvidas um dos mais relevantes trabalhos da atualidade sobre o tema, mergulhem! Dayane Nayara C. Assis (Nzinga Mbandi)

7. Crianças Trans, de Sofia Favero


Crianças trans, vocês existem? A pergunta é, a meu ver, retórica. Sofia persegue a infância com um refinamento e uma sagacidade ímpares nesta publicação. A linguagem, como sempre, coloca-se de maneira capciosa quando nos referimos ao que não foi posto, a princípio, como "natural" a partir do olhar cisgênero. A autora empreende um trabalho fantástico, utilizando-se de uma auto-história que se entremeia com a cultura virtual contemporânea e a literatura científica, para nos falar de algo fulcral aos estudos sobre infância, ou sendo mais direta, sobre como funcionam os dispositivos sociais de afirmação de determinadas identidades, em detrimento de outras, hierarquizadas como "normais", "boas", "bonitas". Neste livro, com a sua inteligência própria, humor afiado e desenvoltura intelectual, Sofia nos presenteia com uma problematização sensível e didática do senso comum, abrindo os olhos para uma perspectiva mais complexa desse projeto que estamos produzindo: humanidade. Não um que fecha os olhos para a nossa diversidade, mas, isso sim, um que explora nossas possibilidades para além dos nomes, nosologias e apagamentos. Profa. Dra. Jaqueline Gomes de Jesus (IFRJ) Sobre a autora Sofia Favero é ativista, psicóloga e doutoranda em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS. Faz parte da Associação e Movimento Sergipano de Transexuais e Travestis e do Núcleo de Pesquisa em Gênero e Sexualidade (NUPSEX). Em seu tempo livre, gosta de jogar videogame com suas duas sobrinhas, Helena e Lara.

8. O diabo em forma de gente, de Megg Rayara


O Diabo em Forma de Gente: (r)existências de gays afeminados, viados e bichas pretas na educação é uma pesquisa de doutorado, e como nome informa, se concentra no espaço escolar, um lugar caracterizado pelo controle de corpos e pela produção de subjetividades e se orienta a partir de duas formas de segregação e preconceito, o racismo e a homofobia. Embora a pesquisa adote um tom de denúncia, reconhecendo que o dispositivo de sexualidade e o dispositivo de racialidade operam sobre as experiências de homossexuais masculinos negros, que passam inclusive por um processo de demonização, o interesse da autora foi destacar as estratégias de enfrentamento desenvolvidas por 4 docentes negros que expressam orientação sexual discordante da norma heterossexual. A pesquisa constatou que as resistências desenvolvidas são múltiplas e emergem, na maioria das vezes, dos discursos racistas e homofóbicos. Assim, as categorias gays afeminado, viado, bicha e preta são ressignificadas pelos próprios sujeitos aos quais elas se referem, e se materializam como possibilidades concretas de enfrentamento. Para fazer esse debate a autora, Megg Rayara Gomes de Oliveira, se utilizou do método auto-biográfico desenvolvido pelo professor doutor Marcio Cawetano e adotou uma postura interseccional para mostrar que são múltiplos os marcadores que operam para interditar socialmente uma pessoa. O texto aqui apresentado é um exercício de pesquisa caracterizado pelo revezamento entre várias áreas do conhecimento e contribui de forma bastante potente para a pesquisa acadêmica e também para a construção de uma sociedade menos normalizadora. Embora a escola seja apresentada como um espaço de controle sobre os corpos, especialmente aqueles que escapam às normas de raça e de gênero considerado hegemônicos, ela também pode apresentar áreas de escape e assim evitar que o controle se efetive da forma pretendida. A pesquisa, escrita em primeira pessoa por uma travesti preta, moradora da cidade de Curitiba, mostra que os mecanismos de controle que conduzem pessoas negras, gays afeminados, viados e bichas ao abandono do sistema educacional não são eficazes em sua totalidade e muitos corpos escapam e a formação acadêmica se revela como uma estratégia de enfrentamento bastante poderosa. O Diabo em forma de gente construído pelos discursos normatizadores e normalizadores é assumido por quem antes era a vítima dele. O Diabo materializado na figura do gay afeminado, do viado e da bicha preta coloca em debate as múltiplas possibilidades de (r)existências que questionam os dispositivos de poder que queriam destruí-lo. O racismo e a homofobia se interseccionam e continuam operando sobre as existências de gays afeminados, viados e bichas pretas como dispositivos de poder. Mas, como propõe Michel Foucault (1986 - 1984), onde há poder há resistências. Há existências.


3º Concurso Internacional de Ensaios – Prêmio Gilberto Freyre 2024/2025 está com inscrições abertas



O 3º Concurso Internacional de Ensaios – Prêmio Gilberto Freyre 2024/2025 está com inscrições abertas até 30 de novembro de 2024. Esta será a décima edição do concurso e a terceira no formato internacional, que receberá trabalhos inéditos, escritos em português, oriundos de qualquer país, além do Brasil.


A premiação é uma realização da Fundação Gilberto Freyre (FGF) em parceria com a Global Editora, e tem como propósito manter vivo o legado deixado por um dos sociólogos mais respeitados e estudados do Brasil: o pernambucano Gilberto Freyre. “O prêmio foi criado com o objetivo de apoiar a pesquisa científica e tornar público o que os pesquisadores da obra de Freyre têm descoberto ao se debruçarem nas múltiplas temáticas abordadas em sua obra”, explica a diretora executiva da FGF, Jamille Barbosa.

 

Para a inscrição, o trabalho precisa ser inédito – não ter sido publicados anteriormente como livro, seja impresso ou digital – e deve ter, no mínimo, 100 páginas. O autor - ou autores - do ensaio escolhido pela comissão irá receber R$ 20 mil como prêmio e terá o trabalho publicado como livro pela Global Editora – casa editorial responsável pela publicação das obras de Gilberto Freyre.


Sairá vencedora a melhor análise e interpretação da obra de Gilberto Freyre após uma avaliação criteriosa feita por uma comissão julgadora especialista na bibliografia freyriana. Os trabalhos podem contemplar as diferentes faces intelectuais deste pernambucano que atuou ao longo da vida como antropólogo, sociólogo, historiador social, escritor, pensador, político, tropicólogo, jornalista, conferencista e educador.


O último ganhador, o professor goianiense Ulisses do Valle, destaca como o reconhecimento de seu trabalho através da premiação o estimula. “Ter recebido o prêmio me deixou profundamente honrado e me encoraja a continuar estudando, pesquisando e divulgando o pensamento e a obra deste que é, sem dúvidas, um dos maiores patrimônios da cultura brasileira”, relata Ulisses. Ele foi o vencedor da edição 2022/2023, com a obra Fachadas e estigmas: a modernização da sociedade brasileira à luz de Gilberto Freyre.


O concurso é promovido a cada dois anos pela Fundação Gilberto Freyre e pela Global Editora, e teve sua primeira edição em 2004/2005. Para o gerente editorial da Global Editora, Gustavo Tuna, o prêmio é importante porque possibilita desdobrar e aprofundar o pensamento freyriano. “Em parceria com a Fundação Gilberto Freyre, a Global Editora, com esta terceira edição internacional do Concurso, prossegue trabalhando com afinco pelo propósito que norteia o Prêmio: o de fomentar novos olhares a respeito da obra intelectual do sociólogo pernambucano”, reforça.

INSCRIÇÕES:

As inscrições só podem ser feitas através de correspondência física, não sendo permitido o envio de trabalhos de forma virtual. Os candidatos podem entregar os ensaios na Fundação Gilberto Freyre (Recife-PE) ou na Global Editora (São Paulo – SP). Também é possível realizar o envio pelos Correios, certificando-se de que a entrega no destino não ultrapasse a data limite para inscrição dos trabalhos. (Fundação Gilberto Freyre: Rua Dois Irmãos, 320, Recife, PE, CEP: 52.071-000. Global Editora: Rua Pirapitingui, 111, Liberdade, São Paulo – SP, CEP: 01508-020.).


O ganhador ou ganhadora do prêmio será anunciado em fevereiro de 2025, nos canais digitais da Global Editora e da Fundação Gilberto Freyre. A cerimônia de premiação ocorrerá no dia 15 de março de 2025, data de comemoração do nascimento do sociólogo e escritor Gilberto Freyre. 

HISTÓRICO DE GANHADORES DO CONCURSO:

1. Ulisses do Valle (Goiânia – GO): Vencedor do 2º Concurso Internacional de Ensaios – Prêmio Gilberto Freyre 2022/2023 com a obra Fachadas e estigmas: a modernização da sociedade brasileira à luz de Gilberto Freyre;

2. Cibele Barbosa (Recife – PE): Vencedora do 1º Concurso Internacional de Ensaios – Prêmio Gilberto Freyre 2020/2021 com a obra Escrita histórica e geopolítica da raça: a recepção de Gilberto Freyre na França;

3. Cláudio Márcio Coelho (Vitória - ES): Vencedor do  Concurso Nacional de Ensaios – Prêmio Gilberto Freyre 2018/2019 com a obra Os Sherlockismos de Gilberto Freyre: a antecipação metodológica freyriana nas décadas de 1920 e 1930;

4. Gustavo Mesquita (Goiânia – GO): Vencedor do 6º Concurso Nacional de Ensaios – Prêmio Gilberto Freyre 2016/2017 com a obra Gilberto Freyre e o Estado Novo – Região, nação e modernidade;

5. 5º Concurso Nacional de Ensaios – Prêmio Gilberto Freyre 2012/2013: Não houve vencedor por falta de adequação dos trabalhos inscritos aos requisitos do concurso.

6. 4º Concurso Nacional de Ensaios – Prêmio Gilberto Freyre 2010/2011: Não houve vencedor por falta de adequação dos trabalhos inscritos aos requisitos do concurso.

7. Caesar Sobreira (Olinda-PE): Vencedor do 3º Concurso Nacional de Ensaios – Prêmio Gilberto Freyre 2008/2009 com a obra Nordeste semita – Ensaio sobre um certo Nordeste que em Gilberto Freyre também é semita;

8. Solange Aragão (São Paulo - SP): Vencedora do 2º Concurso Nacional de Ensaios – Prêmio Gilberto Freyre 2006/2007 com a obra Ensaio sobre o jardim;

9. Elide Rugai Bastos (São Paulo - SP): Vencedora do 1º Concurso Nacional de Ensaios – Prêmio Gilberto Freyre 2004/2005 com a obra As Criaturas de Prometeu: Gilberto Freyre e a formação da sociedade brasileira.

 

*A edição 2014/2015 do concurso não foi realizada.

Sobre a Fundação Gilberto Freyre (FGF):

A Fundação Gilberto Freyre foi criada em 1987 para manter reunido, preservado e à disposição do público o acervo pessoal e intelectual do escritor pernambucano Gilberto Freyre. A Casa-Museu Magdalena e Gilberto Freyre está instalada no local em que o escritor escolheu para morar, por mais de 40 anos: o bucólico e tradicional bairro de Apipucos.

A construção, reconhecida como casa-grande original do século XIX e reformada em 1881, abriga o conjunto de objetos colecionados, guardados e ordenados pela família Freyre. A preservação do ambiente, exatamente como fora concebido por Gilberto, revela a emoção e a sensibilidade diante da formação de um acervo que testemunha a vida de Pernambuco, do país e de diferentes locais do mundo.

O acervo inclui imagens sacras católicas, peças de origem africana, azulejos portugueses, peças da arte popular brasileira, porcelanas orientais, prataria inglesa e portuguesa, além de um vasto acervo bibliográfico e de uma rica pinacoteca.

Sobre o Grupo Editorial Global

Criada em 16 de outubro de 1973, a Global Editora se destaca no mercado editorial por seu propósito de divulgar temas e autores nacionais que valorizam a formação cultural do brasileiro.

Neste tempo, reunimos alguns dos mais importantes autores da língua portuguesa, nomes como: Cecília Meireles, Cora Coralina, Gilberto Freyre, Ignácio de Loyola Brandão e Marcos Rey. Assim, trabalhamos cada vez mais para fazer jus ao título de “A casa da literatura brasileira”.

Além disso, o hoje denominado Grupo Editorial Global, agrega quatro selos: a Global Editora, com obras dos mais renomados autores nacionais; a Gaudí Editorial, voltada às crianças em seus primeiros anos de vida; a Editora Gaia, que alimenta o leitor no sentido de viver em perfeita harmonia com ele mesmo e com o universo; e, a Nova Aguilar, que apresenta com um forte catálogo de obras completas dos mais célebres autores nacionais e internacionais.

Fundação Gilberto Freyre

Rua Dois Irmãos, 320, Apipucos, Recife-PE.

Informações: (81) 3441.3348 / 1733

Instagram e Facebook: @fundacao.gilbertofreyre



Contato Assessoria de Imprensa:

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Juliane Planzo: (81) 99146.3636 | julianepoema@gmail.com

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