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Pré-venda: romance lésbico, mistério e nostalgia millennial marcam estreia de Rai Gradowski

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Em “Cercas Vivas” (Editora Zouk), autora explora memória, amadurecimento e dilemas afetivos a partir da herança de uma casa

"Um romance com uma voz original e uma história envolvente, que se desenrola em direções inesperadas."
Carol Bensimon, escritora, no blurb da obra

A escritora curitibana Rai Gradowski estreia na literatura com “Cercas Vivas” (Editora Zouk), romance que está em pré-venda e combina amadurecimento, dilemas morais e um vínculo interrompido pelos trânsitos da juventude. Narrado em primeira pessoa por Bianca, a obra acompanha a jovem que, ao herdar a casa da avó, precisa lidar com as memórias afetivas do lugar, revisitar os sentimentos da adolescência e enfrentar o mistério que envolve o passado familiar. O livro conta com texto de orelha da escritora Julia Dantas e blurb de Carol Bensimon.

Dividido em 18 capítulos, o livro se destaca pelo ritmo fluido, a linguagem visual e a construção de personagens que dialogam com experiências urbanas contemporâneas. O envolvimento da autora com a narrativa e com as personagens foi tão intenso que quase a impediu de finalizar a obra: “Comentei desse sentimento com minha namorada e ela me respondeu que elas iam começar a existir de verdade, nascendo pro mundo, e é o que está acontecendo agora”, celebra.

“Por reconhecer ali uma vivência lésbica perto da minha realidade, da minha geração, percebi que também era sobre isso que eu queria escrever, porque era isso que de certa maneira eu queria ler”, explica Rai.

Com linguagem fluida e coloquial, Rai imprime nas páginas uma ficção realista que explora dilemas morais e afetivos a partir de um enredo aparentemente cotidiano. Com referências que evocam o imaginário dos anos 1990 e 2000 — de cadernos da Tilibra a trilhas sonoras com The Calling —, “Cercas Vivas” dialoga diretamente com a geração millennial. Entre locadoras de filmes e tardes dividindo fones de ouvido, a narrativa revisita a adolescência, transformando memórias em um tecido literário que costura mistério, amadurecimento e identidade.

A ideia para “Cercas Vivas” surgiu em 2021, durante uma oficina de romance com a escritora Carol Bensimon. A ambientação em Curitiba nasceu da observação cotidiana: uma casa de esquina, vista de sua varanda, se transformou no cenário central da história. A partir daí, a trama foi lapidada em oficinas da Baubo, sob orientação das escritoras Julia Dantas e Cacá Joanello. O projeto amadureceu ao longo de dois anos até ser concluído em 2024.

Herdar uma história

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Herdar uma casa talvez seja o sonho de muita gente, mas para Bianca, protagonista da obra, significa muito mais do que ganhar autonomia: é também herdar uma história. “Retornar para um território da infância significa abandonar a posição de neta, descobrir a mulher que ela conheceu apenas sob o manto de avó e perceber que havia ali muito mais camadas de complexidade”, analisa Julia Dantas. “Dessas descobertas, surge para Bianca um dilema moral, e ela precisará tomar uma decisão capaz de afetar não apenas a sua vida, mas a de muitas a seu redor.”

Segundo Julia, o romance explora noções de identidade, pertencimento e justiça em uma narrativa que oscila entre intimidade e suspense:“‘Cercas Vivas’ transita entre o quintal de casa, o bairro afastado do centro e as mesas de bares. Rai constrói um cenário urbano, mas fincado na natureza, e um ritmo dinâmico, mas marcado pelas hesitações da incerteza.”
Sobre a autora

Rai Gradowski nasceu em 1989, em Curitiba (PR), onde vive até hoje. É advogada formada pela UFPR (2018) e especialista em Escrita Criativa pela PUCRS (2025). Também é graduada em Farmácia (PUCPR, 2011) e mestre em Farmacologia (UFPR, 2013).

Desde 2021, assina a coluna de autoficção .docx, publicada no Curitiba Cult e no Substack. Em 2023, teve o conto Imposições selecionado para a coletânea Imagens de Coragem (Editora Patuá). Em 2025, o conto Cascas foi selecionado no concurso II Novas Leituras Curitibanas, e publicou na coletânea organizada por Ana Emília Cardoso, “Curitiba Inimaginável” (Arte&Letra), ao lado de escritores da cena curitibana como Dalton Trevisan, Giovana Madalosso, Cristovão Tezza, Pedro Guerra, Laís Graf, Luiz Felipe Leprevost e Pedro Jucá.

Entre suas influências literárias estão Carol Bensimon, Julia Dantas, Natália Borges Polesso, além de autoras internacionais como Bernardine Evaristo, Samantha Schweblin e Fernanda Melchor.

“Cercas Vivas” está disponível no site da Editora Zouk: www.editorazouk.com.br
Trecho do livro:

“Ao lado da cama, estico os braços e arranco os lençóis e jogo tudo embolado perto da janela. Vejo a topografia meio apagada do corpo miúdo de vó Luci no colchão. (...) Já é quase fim de tarde da sexta-feira quando a carreta buzina na frente de casa. A cama nova tem previsão de chegada só depois do final de semana, mas eu precisava calar o rangido dos estrados agora.”

Pesquisadora mostra como patriarcado e a violência de gênero apaga mulheres em novo livro

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Em “Por que nos querem esquecidas?”, fruto da tese de doutorado pesquisadora da UFCA Vitória Gomes, mostra como a exclusão das mulheres na história é uma política de dominação que precisa ser desfeita

Resultado da tese de doutorado e com atualizações de pesquisas feitas nos últimos três anos, Vitória Gomes lança “Por que nos querem esquecidas? Patrimônios, matrimônios e a descolonização da memória” (Editora da Universidade Estadual do Ceará, 2025, 290 págs.), obra que mergulha nas relações entre gênero, memória e colonialidade, propondo uma reflexão urgente sobre como as estruturas de poder têm perpetuado esquecimentos sistemáticos das mulheres, especialmente negras, indígenas, periféricas, LGBTQIA+ e com deficiências. O livro integra a Coleção Territórios de Criação, fruto do edital da Secretaria da Cultura do Ceará realizado via Lei Paulo Gustavo.


A obra surgiu de uma inquietação pessoal da autora. Ao estudar a etimologia da palavra “patrimônio” – que, da sociedade romana antiga, remete ao “pater familias”, aquilo que pertence ao pai e é transmitido por uma linhagem masculina –, Vitória questiona a utilização de um termo com raízes tão patriarcais para designar o que é culturalmente relevante para toda uma sociedade. “Como cresci rodeada por mulheres, sobretudo minha mãe e uma tia, cujas histórias envolviam pouca escolarização e exploração, o uso de uma palavra que omite, já na forma de nomeação, a atuação de qualquer pessoa que não seja homem, me fez chegar no doutorado querendo pensar sobre as relações de poder que geram esses apagamentos, a partir de uma perspectiva de gênero no campo da memória e dos patrimônios”, explica a autora.

A pesquisadora também está promovendo um curso com o tema "Por que nos querem esquecidas? Patrimônios e matrimônios em conceitos e disputas" em que aborda os temas da memória e do patrimônio com ênfase na dimensão de gênero e da descolonização. Com carga horária de 5 horas (divididas em quatro encontros on-line, via Google Meet), é voltado para estudantes, pessoas pesquisadoras, artistas e demais interessadas/os nos estudos de memória, gênero e patrimônio. Há bolsas disponíveis para pessoas negras, indígenas, trans e PCDs. As aulas iniciam no dia 20 de outubro e as inscrições estão disponíveis via Google Forms.


Livro propõe a descolonização da memória


Um dos argumentos do livro é que existe uma ligação direta entre a violência física e o apagamento histórico. Vitória desenvolve a tese de que o memoricídio – um apagamento sistemático da memória – e o feminicídio são duas faces da mesma moeda do patriarcado. “O feminicídio, o extremo da violência, atenta contra a vida das mulheres. Já o memoricídio é uma forma de extermínio das mulheres ao retirar seus lugares como sujeitas da história, silenciando suas contribuições para o desenvolvimento das sociedades”, analisa a pesquisadora. A obra evidencia como o apagamento na memória é uma política de dominação que impede a valoração e o reconhecimento das mulheres, diminuindo seu prestígio e status social.

A trajetória pessoal de Vitória é um fio condutor fundamental na narrativa. Nascida em Brasília (DF) e criada entre Valparaíso de Goiás e Juazeiro do Norte, no Ceará, ela encontrou na história de sua própria família a matéria-prima para suas reflexões. A mudança para o Cariri cearense, terra de sua família materna, a conectou com os saberes e fazeres tradicionais que mais tarde se tornaram tema de seu estudo.

Além de uma crítica bem-fundamentada, “Por que nos querem esquecidas?” é um convite à ação e à resistência. A autora defende a necessidade de debater coletivamente que tipo de memória e identidade queremos construir como sociedade, incluindo os diferentes grupos historicamente desconsiderados. O livro não propõe o abandono das políticas patrimoniais, mas sim seu aprimoramento. A obra é um importante instrumento para pensarmos em outras formas de recordar e valorizar, destacando o papel das mulheres como guardiãs e produtoras de artes, culturas e memórias.


Sobre a autora

Vitória Gomes é professora, pesquisadora e brincante. Integra o grupo de Coco São Francisco de Mestre Dodô e Mestre Joãozinho, em Juazeiro do Norte (CE). Doutora e mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), é professora na Universidade Federal do Cariri (UFCA), onde coordena o grupo de pesquisa SABERES. Em 2025, iniciou seu pós-doutorado em Comunicação Social na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), investigando memórias e saberes de mulheres no Programa de Saberes Tradicionais. Sua trajetória acadêmica e pessoal é profundamente marcada pelas culturas populares e pela luta contra o apagamento das memórias femininas.



FICHA TÉCNICA

Livro: “Por que nos querem esquecidas? Patrimônios, matrimônios e a descolonização da memória”

Autora: Vitória Gomes

Número de páginas: 290

ISBN: 978-65-83910-14-1

Gênero: Não-Ficção

Editora: coleção Territórios da Criação, da Editora da Universidade Estadual do Ceará

Ano: 2025

Aquisição da obra: o livro pode ser adquirido diretamente com a autora via formulário (https://forms.gle/JMDU2Civ6YAad9ZP7)

Ana Paula Couto explora maturidade feminina com humor e sensibilidade

 

"Escrevo para mulheres que, como eu, descobriram na maturidade o direito de ser imperfeitas e felizes.”

Ana Paula Couto, autora de “Amor de Manjericão” e “Amor de Alecrim”

A escritora e professora Ana Paula Couto lança "Amor de Alecrim", sequência de "Amor de Manjericão" (2022). O novo romance mergulha na vida de Amanda, uma mulher que, aos 50 anos, enfrenta desafios como crise conjugal, menopausa e a descoberta de novas paixões, tudo temperado pelo lirismo e pelo humor característicos da autora. 

"Quis retratar uma fase pouco explorada na literatura: a maturidade cheia de dúvidas, mas também de possibilidades", explica Ana. A protagonista, que no primeiro livro superou um divórcio e um affair com um homem mais jovem, agora se depara com a aposentadoria, os dilemas da maternidade e o reencontro com um amor do passado. "Amanda é toda mulher que precisou se reinventar. O alecrim, assim como o manjericão, simboliza essa jornada de autoconhecimento — às vezes mágica, às vezes prosaica, mas sempre verdadeira", reflete a autora.

O livro foi gestado a pedido dos leitores, que se identificaram com a franqueza da narrativa em “Amor de Manjericão”. "Recebi mensagens de mulheres dizendo: 'Isso aconteceu comigo!'. Percebi que havia tocado em feridas e alegrias coletivas", conta. A escrita passou por leituras críticas e ajustes até chegar à versão final. "Desta vez, trouxe Amanda mais dona de si, mas tão vulnerável quanto qualquer uma de nós", revela. A obra mantém a estrutura de chick-lit, com diálogos ágeis e um tom confessional que aproxima a personagem do público.

Além do entretenimento, "Amor de Alecrim" propõe reflexões sobre etarismo e invisibilidade feminina após os 50. "Nossas protagonistas são raras: mulheres reais, com rugas e histórias, que não se resumem a estereótipos", defende a autora. A narrativa incorpora elementos lúdicos — como uma curandeira especialista em chás —, mesclando realismo e fantasia. "São metáforas para os caminhos que percorremos em busca de respostas. Afinal, a vida também tem seu lado mágico", afirma.

Sobre a autora

Ana Paula Couto nasceu em Nova Friburgo (RJ), onde ainda reside. Professora de Língua Inglesa há mais de duas décadas, estreou na literatura em 2021 com participações em antologias como “Diário dos Confinados” (Editora Resilience). Seu primeiro romance, “Amor de Manjericão” (2022), foi pivô de sua transição para a carreira literária. Desde então, publicou os e-books “Conto Comigo” (contos) e “Vida Crônica” (crônicas) e participou de eventos como Flip e Bienais do Livro. “Amor de Alecrim” é seu segundo romance. "Escrevo para mulheres que, como eu, descobriram na maturidade o direito de ser imperfeitas e felizes", conclui.

Academia Mineira de Letras entrega Prêmio AML 2025 a Maria do Carmo Ferreira por “Poesia reunida”, no dia 28 de outubro

 

A Academia Mineira de Letras realiza, no dia 28 de outubro, às 19h30, a cerimônia de entrega do Prêmio Academia Mineira de Letras 2025, que consagra o livro Poesia reunida (Martelo Casa Editorial, 2024), de Maria do Carmo Ferreira, como a grande obra vencedora desta edição. A solenidade contará com a presença dos organizadores Fabrício Marques e Silvana Guimarães, do sobrinho da poeta, Rogério Ferreira Cardoso, e do presidente da AML, Jacyntho Lins Brandão. O Prêmio Academia Mineira de Letras, que tem patrocínio da Fundação Lucas Machado (Feluma), concede R$ 40 mil à autora laureada. A distinção é concedida anualmente por indicação dos acadêmicos da AML e reconhece livros lançados por autores mineiros — ou radicados em Minas Gerais há pelo menos cinco anos — no ano anterior à premiação.


Publicada pela primeira vez em formato de livro, Poesia reunida, de Maria do Carmo Ferreira reúne 231 poemas distribuídos em três volumes — Cave CarmenCoram populo e Quantum satis — e marca a consagração de uma das vozes mais inventivas da poesia mineira. A edição, organizada por Fabrício Marques e Silvana Guimarães, resgata a produção poética de Maria do Carmo Ferreira, autora elogiada por Augusto de CamposDécio Pignatari e Sebastião Nunes, por essa obra que permaneceu inédita em livro durante décadas.


Realizado por Fabrício Marques e Silvana Guimarães, o trabalho de reunir a poesia dispersa da autora foi árduo: “o conjunto de poemas era enorme, não estava organizado e exigiu uma seleção apurada. Toda a poesia dela é muito bem elaborada, inventiva e audaz. A tarefa obrigou-nos também a fazer uma revisão rigorosa, considerando o Acordo Ortográfico de 1990 e os neologismos que a autora criou em diversas línguas”, acrescentam. Convencer a poeta a autorizar a publicação não foi simples. No posfácio de Cave Carmen, Silvana lembra: “Eu não me conformava com o verbo desistir. E insistia na publicação de seu livro, na importância que ele teria para a poesia, fazia das tripas coração para convencê-la, mas ela permanecia inflexível. Muitas vezes, desligou o telefone na minha cara, pedindo-me que não ligasse mais para falar desse ‘assunto’”. A persistência deu resultado, e agora a trilogia conquista seu primeiro prêmio — justamente em Minas Gerais, terra natal da poeta. Depois de anunciado o resultado do Prêmio AML, Poesia Reunida ainda tornou-se semifinalista do Prêmio Jabuti, um dos prêmios literários mais importantes do país.


Para Rogério Ferreira Cardoso, sobrinho da poeta, este é um reconhecimento histórico para a tia, que está hospitalizada e já com um gradual declínio da consciência, há um ano e meio. “É muito importante, embora ela não tenha procurado esse reconhecimento em vida; ela escreveu muito e divulgou pouco. E, na verdade, quem mais se beneficia é o público, por conhecê-la e ter acesso a toda a sua obra”, afirma. Rogério destaca ainda que Maria do Carmo foi “uma poeta muito à frente do seu tempo e de muito recurso, porque estudou muito”. Formada em Letras e Literatura, com mestrado na Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, em 1972, Maria do Carmo foi a única da família a se enveredar para as Letras e poderia ter seguido carreira acadêmica no exterior. 


A cerimônia de premiação será aberta ao público e representa um momento de celebração da literatura mineira, reafirmando o compromisso da Academia Mineira de Letras com a valorização da produção literária do Estado e de suas figuras mais notáveis. O Prêmio Academia Mineira de Letras 2025 acontece graças ao patrocínio da Fundação Lucas Machado (Feluma).


ACADEMIA MINEIRA DE LETRAS: TRADIÇÃO EM PREMIAÇÕES LITERÁRIAS

Desde muito cedo as Academias de Letras brasileiras tinham como uma de suas missões o reconhecimento da produção escrita contemporânea por meio da concessão de prêmios literários. No que diz respeito à Academia Mineira de Letras, em seus primeiros movimentos de premiação, em 1943, laureou João Camilo de Oliveira Torres com o Prêmio Diogo de Vasconcelos, pela obra O homem e a montanha: introdução ao estudo das influências da situação geográfica para a formação do espírito mineiro (publicada em 1944). Em 1947, uma outra condecoração, de nome Prêmio Bernardo Mascarenhas, foi atribuída a Paulo Tamm, pelo livro João Pinheiro (1947).


Tudo indica que apenas em 1947 foi encontrado o mecenas que permitiu a criação do prêmio anual, o empresário Othon Linch Bezerra de Melo. Assim, no mesmo ano foi estabelecido, pela AML, o regulamento do “Prêmio Othon Linch Bezerra de Melo – Academia Mineira de Letras” no valor de Cr$20.000,00, a ser concedido anualmente a obra de autor mineiro publicada no ano imediatamente anterior. O prêmio agraciou, em 1948, Murilo Rubião pela sua obra O ex-mágico (1946). Assim, a partir de 1948 até 1969, o prêmio foi concedido regularmente, exceção feita ao ano de 1958, em que “não foi conferido a ninguém, em virtudes de tramitação do processo, através de incidentes vários”. 


Dentre os premiados, destacam-se Lúcia Machado de Almeida premiada em, 1953, com a obra Passeio a Sabará; Afonso Ávila, em 1954, foi premiado por Açude; Zilah Corrêa de Araújo, com Uma flor sobre o muro, recebeu a premiação, em 1956; Maria Luiza Ramos, em 1959, com Psicologia e estética de Raul Pompéia; Ângela Vaz Leão, em 1961, premiada por História de palavras; Maria José de Queirós, em 1963, por Do indianismo ao indigenismo. Dos agraciados, alguns se tornaram acadêmicos posteriormente, como nos casos de Henriqueta Lisboa (premiada em 1950, com ingresso na AML em 1963), Wilton Cardoso de Sousa (premiado em 1951 e tornado acadêmico em 1983), Edison Moreira (premiação, 1952; ingresso, 1965), Waldemar Pequeno (premiado em 1955, ingresso em 1973), Maria José de Queiroz (agraciada em 1963, ingresso em 1968).


A primeira referência ao nome “Prêmio Academia Mineira de Letras” remonta a 1950, quando foi ele concedido a Emílio Moura, pelo livro de poemas O espelho e a musa, publicado no ano anterior, sem que se saiba tratar-se de premiação avulsa ou já do prêmio que passa a ser atribuído com mais regularidade a partir de 1966. É de 1964 o registro de que a Academia Mineira de Letras havia recebido, naquela data, doação de um lote de ações do Banco da Lavoura de Minas Gerais. Entre os destaques desta nova fase, estão: Mário Palmério, premiado em 1966 por Chapadão do Bugre (1965); André Carneiro, em 1967, por Espaçopleno (1966); Moacyr Scliar, em 1968, por O Carnaval dos Animais (1968); Wilmar Silva, em 2002, por Arranjos de Pássaros e Flores (2001); e Murilo Badaró, em 2004, por Vida e Obra de Afonso Arinos de Melo Franco (2006).


Em 2023 a Academia Mineira de Letras retomou a premiação, com apoio de Fernando Moreira Sales, premiando Laura Cohen, por Caruncho (2022). Em 2024, premiou José Eduardo Gonçalves, por Pistas Falsas (2023). Em 2025, a Academia Mineira de Letras conta com o patrocínio da Fundação Cultural Lucas Machado, Feluma e premia Maria do Carmo Ferreira, Poesia reunida (2024).


SOBRE A AUTORA E OS ORGANIZADORES DA OBRA PREMIADA


Nascida em Cataguases, Minas Gerais, em 1938, Maria do Carmo Ferreira, a “Carminha”, teve sua veia poética influenciada pelo pai, dentista e autor de sonetos, e pela irmã Celina Ferreira, que a apresentou aos clássicos brasileiros e hispano-americanos. Estudou, viveu em São Paulo, Europa e EUA, tornou-se mestre em Literatura Comparada pela Universidade de Illinois, depois se fixou no Rio de Janeiro e, posteriormente, em Niterói. Trabalhou por mais de 30 anos na Rádio MEC, criando e coordenando programas literários. Foi publicada em revistas como JoséImãInvenção e Poesia Livre, e teve 78 poemas editados no Suplemento Literário de Minas Gerais entre 1966 e 2002. Incentivada por Murilo Rubião, aproximou-se do grupo concretista de São Paulo, estreando na revista Invenção em 1967. Tradutora de autores como Emily Dickinson, Yeats, Mallarmé e Neruda, viu na internet uma nova forma de expressão antes de afastar-se da poesia, em 2009.


Fabrício Marques nasceu em Manhuaçu (MG). É poeta e jornalista, doutor em Literatura Comparada pela UFMG (2004). Publicou quatro livros de poemas, além de, entre outros, Fuera del alcance de la memoria (antologia de poemas, edição bilíngue/espanhol-português, trad. Agustín Arrosteguy, Vallejo&Co, 2019, com apoio da FBN), e o ensaio Aço em Flor: a Poesia de Paulo Leminski (Belo Horizonte: Autêntica, 2001; 2. ed. Belo Horizonte/Campinas: UFMG/Unicamp, 2024). Dirigiu em 2004 o histórico Suplemento Literário de Minas Gerais.


Silvana Guimarães nasceu em Belo Horizonte (MG), onde vive. Escritora, é formada em Ciências Sociais pela UFMG. Foi pianista e especialista em transporte público. É editora da Germina — Revista de Literatura & Arte e do coletivo Escritoras Suicidas. Revisou e organizou incontáveis livros de poesia alheios. Participou de várias antologias poéticas nacionais e estrangeiras. O corpo inútil, no prelo, é o seu primeiro livro de poesia. Segundo ela, provavelmente, o único.






INFORMAÇÕES PARA IMPRENSA

Assessoria de Imprensa AML - Amanda Magalhães

(31)  9 3301-0161| comunicacao@academiamineiradeletras.org.br

Danilo Heitor, finalista do Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica, reflete sobre política, emergência climática e relações humanas

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Publicado pela Editora Folheando, os 25 contos de ficção científica do livro “Quase Agora” explora futuros possíveis a partir de cenários distópicos, utópicos e tecnológicos; dois contos da obra foram finalistas do Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica em 2024 e 2025

Escrito entre 2020 e 2023, "Quase agora" (212, págs.,Editora Folheando) é o novo livro de Danilo Heitor, professor, editor e escritor paulistano. A coletânea reúne 25 contos de ficção científica que transitam entre a imaginação futurista e as tensões do presente, explorando desde os impactos de tecnologias ainda inexistentes até encontros improváveis entre civilizações e temporalidades. “Sempre fui fã de ficção científica, principalmente por conta das discussões políticas e sociais que ela levanta”, explica o autor. “Os contos nasceram de reflexões sobre as consequências da tecnologia e das relações de poder em nosso cotidiano.”

A obra está dividida em quatro blocos. Em "Novas tecnologias", surgem histórias que tratam das consequências positivas e negativas de inovações ainda hipotéticas. Em "Viagens", o contato com outros tempos e lugares provoca conflitos e descobertas. "Distopias" expõe futuros de dominação e resistência, enquanto "Utopias" sugere que o encontro com o diferente não precisa, necessariamente, resultar em violência. “No geral, o livro traz questionamentos sobre como lidamos com o outro, com o poder e com a tecnologia”, resume.

O processo de escrita, ele explica, foi "profundamente coletivo", marcado pela troca em comunidades literárias como a Revista Mafagafo e a Editora Escambau: “Ao contrário do que diz o estereótipo, escrever sempre foi um ato comunitário para mim. Grande parte dos contos nasceu de desafios de escrita e da troca intensa com outros escritores e leitoras”. Esse vínculo com a comunidade de escritores também levou dois dos contos do livro, "A visagem do ovo" e “Retirante em Tóngbù”, a serem finalistas da Odisseia de Literatura Fantástica 2024 e 2025, respectivamente, na categoria narrativa curta de ficção científica.

O livro representa uma virada na trajetória do autor dentro do gênero. “Esse livro consolidou minha percepção de que as comunidades de escrita são essenciais para o processo criativo e me abriu caminhos para novas histórias, especialmente com recortes utópicos”, afirma Heitor. O último conto da coletânea já foi traduzido e publicado em inglês, ampliando ainda mais o alcance da obra.

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Com linguagem que transita entre o humor, a poesia e o sombrio, "Quase agora" experimenta diferentes estilos narrativos. “Minha escrita costuma focar nas relações interpessoais, mas aqui também arrisquei novas formas, como no conto Alarme ou em Monkey Man”, destaca. Essa pluralidade ecoa as influências literárias e artísticas do autor, que vão de Octavia Butler e Ursula K. Le Guin ao punk rock, passando por Jorge Aragão, Cartola e clássicos do cinema de ficção científica como Alien, Planeta dos Macacos e 2001: Uma Odisseia no Espaço.

Para além da ficção, "Quase agora" também dialoga com o presente, convidando o leitor a refletir sobre temas urgentes, como política, emergência climática, comunidade e perspectivas de futuro. “O livro me transformou porque me fez querer insistir nos recortes utópicos, apesar deles serem minoria entre os 25 contos. Precisamos imaginar futuros possíveis que não sejam apenas de destruição”, reflete.


Sobre o autor

Danilo Heitor é professor de Geografia, escritor e editor. Nascido e criado em São Paulo, formou-se em Geografia pela USP em 2009 e atua há mais de 15 anos em educação, com passagem por redes públicas e privadas, editoras e projetos comunitários. “Minha trajetória na educação e no movimento cultural independente sempre alimentou minha escrita, que busca dialogar com a realidade social”, afirma.

É autor de três livros de ficção científica e foi finalista do Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica em 2024 e 2025. Também coorganizou o festival literário Relampeio e tem a sua própria editora, a País Nenhum, focada em ficção especulativa do Sul global.

Márcio Sampaio recebe homenagem na Academia Mineira e Letras

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“Márcio Sampaio, um caleidoscópio poético” será lançado às 10h, na sede da AML, com João Pombo Barile, Flávio Vignoli e o homenageado. O evento é gratuito e aberto ao público

A Academia Mineira de Letras realiza no sábado, 25 de outubro, às 10h, uma homenagem ao artista e poeta Márcio Sampaio (Cadeira 28), com o lançamento do Suplemento Especial “Márcio Sampaio, um caleidoscópio poético”. O evento contará com a presença de João Pombo Barile, editor do Suplemento MG, Flávio Vignoli, organizador da edição especial, e do homenageado. A entrada é gratuita e aberta ao público. O evento acontece na sede da AML (Rua da Bahia, 1466 – Centro).

A publicação resulta da pesquisa “A obra como caleidoscópio do arquivo de Márcio Sampaio”, de Flávio Vignoli, que investiga a extensa e multifacetada produção do artista entre os anos de 1965 e 1985 — período que coincide com a ditadura militar no Brasil. O estudo aborda a constituição do arquivo do autor como um espaço de invenção e memória, revelando sua dimensão interdisciplinar, em que arte, literatura, crítica, design, curadoria e pesquisa se entrelaçam. Figura essencial das vanguardas mineiras, Sampaio é reconhecido por obras como Galeria antropofágica e Labirinto antropófago, marcos da arte conceitual brasileira que dialogam com Duchamp e Oswald de Andrade.

Ao revisitar sua trajetória, a homenagem ressalta Márcio Sampaio como um paradigma do artista pesquisador contemporâneo, cuja obra ultrapassa fronteiras entre palavra e imagem, arte e vida. Sua contribuição como poeta, crítico e curador consolidou uma visão crítica e libertária da arte mineira, que continua a inspirar novas gerações.


SERVIÇO
Homenagem a Márcio Sampaio, com lançamento do Suplemento Especial

“Márcio Sampaio, um caleidoscópio poético”
Com João Pombo Barile, Flávio Vignoli e Márcio Sampaio
Data: 25/10, sábado, às 10h
Local: Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia 1466 - Lourdes)
Entrada gratuita.


INFORMAÇÕES PARA IMPRENSA

Assessoria de Imprensa AML - Amanda Magalhães

(31)  9 3301-0161| comunicacao@academiamineiradeletras.org.br

Verônica Yamada lança duas obras que transitam entre diferentes gêneros literários

 

A autora best-seller da Amazon apresenta “Tempos Amarelos” (editora SEDAS) e “Um namoro de mentira com meu k-idol”


Autora, editora e médica oftalmologista nipo-brasileira Verônica Yamada lança dois títulos que transitam entre gêneros, trazendo em “Tempos Amarelos” (Editora SEDAS, 136 págs.) uma narrativa distópica que aborda a hiperprodutividade tóxica e a importância da ancestralidade nos processos de cura; e logo depois produzindo “Um namoro de mentira com meu k-idol”, uma comédia romântica, dentro do universo dos k-idols.


Com trajetória que inclui diferentes gêneros e públicos, Verônica estreou com “A face obscura de Lívia”, e também já lançou a autoficção “Loucura e Perversidade”, a fantasia “Herdeiros das Trevas”, o livro de contos “Código de Vingança” — premiado com o VII Prêmio Talentos Helvéticos — e, mais recentemente, a distopia “Carne de segunda”, que se tornou um best-seller na Amazon. Ainda publicou títulos infantis e participou de antologias.

Distopia, ficção de cura e ancestralidade

Em Tempos Amarelos, publicado pela Editora SEDAS, Verônica apresenta uma protagonista nipo-brasileira em um futuro distópico marcado pela exaustão física e emocional. Marina, condicionada à produtividade extrema, entra em estado de “battery-out” — conceito criado pela autora que representa o colapso energético do corpo humano. Em coma, ela passa a compartilhar um espaço onírico com Kaue, homem que desperta de um coma após mais de uma década. Juntos, os personagens enfrentam traumas familiares e questões identitárias ligadas à ancestralidade asiática.

O Brasil é o segundo país com mais pessoas sofrendo de síndrome de burnout. O esgotamento provocado pelo excesso de trabalho já afeta 30% dos trabalhadores brasileiros, ficando atrás apenas do Japão, que apresenta um índice de 70%. Os dados são de 2024 e foram divulgados pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANMT) e pela International Stress Management Association (ISMA), respectivamente.

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Inspirada em sua própria vivência como mulher nipo-brasileira, Verônica percorre estereótipos associados às pessoas amarelas e a relação de cobrança extrema com o trabalho. “Eu mesma já passei por alguns burnouts e me sinto sobrecarregada o tempo todo”, explica a autora. “Queria mostrar que ninguém quer entrar em burnout, mas que nos sentimos sempre pressionados a produzir.”


E se seu crush fosse um k-idol?

Em “Um namoro de mentira com meu k-idol”, Verônica explora um romance internacional e contratos de amor, misturando o universo dos idols coreanos com a leveza de um romance slow burn, transportando o leitor por cenários no Brasil, Suíça e Coreia do Sul, e celebrando o amor de forma divertida, envolvente e surpreendentemente real.  

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No livro, a autora apresenta a história de Sophia, uma empreendedora brasileira especializada em amigurumis, e de Hyunjae, um idol coreano que precisa preservar sua imagem pública. Unidos por um contrato de namoro falso, os dois embarcam em uma jornada repleta de desencontros, escândalos e sentimentos que evoluem do fingimento para o amor genuíno. A autora, fã de comédias românticas, K-pop e K-dramas, utiliza o clichê do “namoro de mentira” para explorar emoções verdadeiras em um cenário fantasioso, trazendo leveza e humor à narrativa.

Com uma escrita envolvente e personagens carismáticos, o romance destaca o contraste entre a vida simples de Sophia e o universo glamouroso de Hyunjae, promovendo identificação e emoção. A narrativa alterna entre os pontos de vista dos protagonistas, aprofundando a conexão com o leitor. Inspirada por autoras como Emily Henry e Ali Hazelwood, Veronica constrói diálogos afiados e cenas que misturam o cotidiano com o brilho da fama, transmitindo mensagens sobre autenticidade, sonhos e a crença no amor.

Link de aquisição de “Tempos Amarelos”: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeqLaGCU4b-rP2tKmzuuVskXQn4L4kNPQ13D6nkHmySnAUvqw/viewform 

Link de aquisição de “Um namoro de mentira com meu k-idol”: https://forms.gle/vKpRkveF1RYVw9eP9

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