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11 dicas para ler mais rápido (e ainda entender o que você lê)



1. VISUALIZE O TEXTO.

Assistir ao trailer de um filme antes de assisti-lo fornece contexto e permite que você saiba o que esperar. Da mesma forma, visualizar um texto antes de lê-lo prepara você para obter uma compreensão rápida do que está prestes a ler. Para visualizar um texto, escamei-o do início ao fim, prestando atenção especial aos títulos, subtítulos, qualquer coisa em negrito ou fonte grande e marcadores. Para obter uma compreensão mais ampla, dê uma olhada nos parágrafos introdutórios e finais. Tente identificar frases de transição, examine quaisquer imagens ou gráficos e descubra como o autor estruturou o texto.

2. PLANEJE SEU ATAQUE.

Abordar estrategicamente um texto fará uma grande diferença na eficiência com que você pode digerir o material. Primeiro, pense sobre seus objetivos. O que você quer aprender lendo o material? Anote algumas perguntas que você deseja responder no final. Em seguida, determine o objetivo do autor ao escrever o material, com base em sua prévia. O objetivo do autor, por exemplo, pode ser descrever toda a história da Roma Antiga, enquanto seu objetivo é simplesmente responder a uma pergunta sobre o papel das mulheres romanas na política. Se seu objetivo é mais limitado em escopo do que o do autor, planeje apenas encontrar e ler as seções pertinentes.

Da mesma forma, varie seu plano de ataque com base no tipo de material que você está prestes a ler. Se você for ler um texto jurídico ou científico denso, provavelmente deve planejar ler certas passagens mais lenta e cuidadosamente do que leria um romance ou revista.

3. SEJA ATENTO.

Ler rapidamente com boa compreensão requer foco e concentração. Minimize ruídos externos, distrações e interrupções e fique atento quando seus pensamentos divagar enquanto você lê. Se você notar que está fantasiando sobre sua próxima refeição, em vez de se concentrar no texto, leve sua mente de volta ao material. Muitos leitores lêem algumas frases passivamente, sem foco, e passam algum tempo voltando e relendo para ter certeza de que as entenderam. De acordo com o autor Tim Ferriss, esse hábito, chamado de regressão, vai diminuir significativamente a velocidade e tornar mais difícil obter uma visão geral do texto. Se você abordar um texto com cuidado e atenção, perceberá rapidamente se não está entendendo uma seção, economizando tempo a longo prazo.

4. NÃO LEIA TODAS AS PALAVRAS.

Para aumentar sua velocidade de leitura, preste atenção em seus olhos. A maioria das pessoas pode digitalizar em pedaços de 1,5 polegadas, que, dependendo do tamanho da fonte e do tipo de texto, geralmente consistem de três a cinco palavras cada. Em vez de ler cada palavra individualmente, mova seus olhos em um movimento de varredura, saltando de um bloco (de três a cinco palavras) para o próximo bloco de palavras. Aproveite a vantagem de sua visão periférica para acelerar o início e o fim de cada linha, concentrando-se em blocos de palavras em vez de na primeira e na última palavra.

Apontar o dedo ou uma caneta para cada pedaço de palavras ajudará você a aprender a mover os olhos rapidamente sobre o texto. E vai encorajá-lo a não subvocalizar enquanto lê. A subvocalização, ou a pronúncia silenciosa de cada palavra em sua cabeça enquanto você lê, irá atrasá-lo e distraí-lo do ponto principal do autor.

5. NÃO LEIA CADA SEÇÃO.

De acordo com o Centro de Habilidades Acadêmicas do Dartmouth College, é um mito antiquado que os alunos devem ler todas as seções de um livro ou artigo. A menos que você esteja lendo algo extremamente importante, pule as seções que não são relevantes para o seu propósito. A leitura seletiva tornará possível digerir os pontos principais de muitos textos, em vez de apenas ter tempo para ler alguns na íntegra.

6. ESCREVA UM RESUMO.

Seu trabalho não deve terminar quando você lê a última palavra na página. Depois de terminar de ler, escreva algumas frases para resumir o que leu e responda a todas as perguntas que você tinha antes de começar a ler. Você aprendeu o que esperava aprender? Ao passar alguns minutos depois de ler para pensar, sintetizar as informações e escrever o que aprendeu, você solidificará o material em sua mente e terá uma lembrança melhor depois. Se você é um aluno mais visual ou verbal, desenhe um resumo do mapa mental ou conte a alguém o que aprendeu.

7. EXECUÇÕES TEMPORIZADAS PARA A PRÁTICA.

Abordar um texto estrategicamente, ler ativamente e resumir com eficácia exige prática. Se você quiser melhorar sua velocidade de leitura, use um cronômetro para testar quantas palavras (ou páginas).

8. PARE DE SUBVOCALIZAR.

A subvocalização é de longe o fator mais comum para desacelerar nossa leitura. É como a maioria de nós lê - “falando” as palavras em nossas cabeças. Isso diminui a velocidade de nossa leitura para a velocidade de fala, que geralmente é de cerca de 300 palavras por minuto. Passo de caracol!

Seus olhos e cérebro são realmente capazes de processar palavras muito mais rápido. Tente fazer isso como um experimento:

Ao interromper essa voz em sua cabeça, você pode quase dobrar seu ritmo de leitura.

Se você é um subvocalizador, parar é o truque para aprender a ler mais rápido. Já faz algum tempo que estou tentando parar com esse hábito. A coisa mais fácil a fazer é estar consciente disso e se distrair de alguma forma. Você pode usar o dedo para seguir as palavras, ouvir música ou mascar chiclete.

9. LEIA FRASES, NÃO PALAVRAS

Uma habilidade igualmente difícil de aprender é compreender frases ou trechos de texto de uma vez, em vez de palavras individuais. Mas o alcance dos seus olhos tem 1,5 polegadas de comprimento , o que significa que você pode ler até nove palavras por vez!

Olhar para cada cinco palavras ou mais permitirá que você compreenda mais de uma vez e reduza a subvocalização. Porém, assim como tudo o mais, será necessário algum treinamento para fazer isso bem. Eu não sugeriria começar com coisas realmente importantes como livros didáticos.

10. SAIA DE RELER

Uma das maiores dificuldades para mim durante a leitura era que eu estava constantemente voltando a reler frases ou parágrafos que eu não entendia ou queria entender mais completamente. Achei que, se não entendesse ou entendesse totalmente cada linha de um romance ou texto, o livro inteiro não faria sentido.

Eventualmente, percebi que não estava realmente ganhando muita compreensão quando reli. As passagens ou palavras confusas eventualmente faziam sentido no contexto, ou não eram necessárias para a minha apreciação do livro. De acordo Tim Ferris, autor de "a semana do trabalho de quatro horas" , “O sujeito não treinado se envolve em regressão (releitura consciente) e retrocesso (releitura subconsciente por meio de fixação incorreta) por até 30 por cento do tempo total de leitura. ” Isso é muito significativo. Deixe de ter que compreender totalmente tudo o que está sendo dito ou acontecendo, e você parará de perder tempo recapitulando lugares onde já esteve.

11. LEIA MAIS

Como acontece com todas as atividades dignas, a leitura é uma habilidade que leva tempo para ser desenvolvida. Quanto mais você fizer isso, melhor você se tornará. Eu costumava pensar que definir metas de leitura diárias ou anuais era uma tolice. Ler não deve ser uma corrida. Mas descobri que definir metas me obriga a reservar mais tempo para a leitura. E quanto mais livros eu leio, mais rápido eu começo a lê-los.

A literatura é feita para ser saboreada, e se você passar horas incontáveis ​​em uma história realmente ótima, quem se importa? Sempre haverá livros demais no mundo, e pouco tempo. Melhor desfrutar plenamente dos livros que você realmente deseja do que tentar folhear um monte de livros que você não deseja.

O que é o método Paulo Freire de educação



Rosinete Borges de Sousa

BRADÃO, Carlos Rodrigues. O que é método de Paulo Freire: São Paulo: Brasiliense, 2005.

Credenciais do autor

Carlos Rodrigues Brandão nasceu no Rio de Janeiro em 14 de abril de 1940. Desde 1963 trabalha em grupos e movimentos de educação popular, pratica que iniciou no Movimento de Educação de base e que hoje continua por meio do Centro de Estudo de Educação e Sociedade.

Bacharel em psicologia e psicólogo pela Universidade Católica do Rio de Janeiro em (1965-1969) possui mestrado em Antropologia na Universidade de Brasília (1974), doutorado em ciências sociais pela universidade de São Paulo (1980).

O livro fala do que é método de Paulo Freire. Ele conta a historia de alfabetização de adultos. Onde o autor conta que escreveu esse livro fazendo uma pequena viagem em poucos dias pelo Nordeste. Onde foi reunido numa cidadezinha que se chama Mossocó, que fica no fundo do Nordeste. Com o tema Filosofia Popular, porem vieram estudantes e educadores de todo Nordeste. Um pequeno curso para recontar como se fez a praticou o Método Paulo Freire, que acabou virando um lugar de debate quente sobre a questão da educação popular. E aí o pau comeu, não ficou coisa sobre o que não se perguntasse, mesmo que não houvesse resposta pronta nem pela a metade. Porem o autor conta o que mais lhe espantou foi à insistência das perguntas dos mais moços. Os jovens tinham muitas perguntas sobre como pode ser.

A questão é que Paulo Freire não propôs um método entre outros, um método psicopedagogicamente diferente é quem sabe melhor. Antes de fazer isso ele investiu com uma educação contra outra, por isso depois de falar contra que educação em que ele crê, preciso dizer que tipo de mundo ele acredita em um outro, e por que crê que a educação que inventa pode ser um instrumento a mais do trabalho dos homens criarem e transformar. Mas que homens, e que mundo? Termino estes escritos sobre o Método Paulo Freire por onde começam quase todos os estudos sobre as suas idéias.

Depois de haver sido testado seu método em “circo” na roça e na cidade, no Nordeste, o trabalho com o método foi levado por muitas mãos no Rio de Janeiro, São Paulo, e em Brasília. Os resultados obtidos foram 300 trabalhadores alfabetizados em 45 dias, esse resultado impressionou profundamente a opinião publica. E decidiu aplicar o método em todo território nacional.

Paulo Freire pensou que um método de educação construído em cima da idéia de um dialogo entre educador e educando, onde há sempre partes de cada um no outro. Um dos pressupostos do método é a idéia de que ninguém educa sozinho.

Ele também trabalhava com as palavras geradoras, elas não precisam ser muitas de 16 a 26 é o bastante. Quando a proposta de trabalho com o método é mais amplo, esta etapa de codificação da descoberta continua nas escolhas dos temas geradores. Assim como na pesquisa do universo vocabular cada palavra geradora aparece dentro de frase, de fala das pessoas, cada palavra aponta para as questões de temas geradores.

O homem fez o poço porque Tetê necessidade de água, e faz da medida em que se relacionando com o mundo, dez dele objeto do seu conhecimento, submetendo-o pelo seu trabalho, a um processo de transformação. Assim ele fez a casa sua roupa, seus instrumentos de trabalhos. A partir daí, se discute com grupo termos evidentemente simples, mas criticamente objetivos, as relações entre os homens. Só assim a alfabetização cobra sentido, é a consequência de uma reflexão que o homem começa a fazer sobre sua própria capacidade de refletir. Ao refletir como o grupo, não deve conduzir debates sobre as situações existenciais, e sim mais tarde a partir das palavras geradoras, como se fosse um jogo de adivinhação.

O método de alfabetização de adultos do professor Paulo Freire não representa mais do que a fase inicial de um longo processo dentro de um Sistema de Educação. Este sistema foi elaborado levando em conta as seguintes etapas:

• Método de alfabetização de adultos como processo acelerador da aprendizagem da leitura e da escrita, ao nível elementar;

• Processo sistematizado de educação correspondente ao nível primário, com o qual se obtém a funcionalidade da leitura de escrita;

• Etapa mais avançada de educação, que deve ser oferecida a todo o povo;

Conclusão

Conclui-se que o livro conta a verdadeira historia de como eram aplicado o método de Paulo Freire. E como ele gostava do seu método de alfabetização, e como seu método expandido em todo o Brasil.

Indicações

Portanto este livro é indicado para todos os professores de educação de jovens e adultos, e para alunos de EJA. Também é indicado para todas as pessoas que trabalham voluntariamente. Porque ele mostra como é gratificante o trabalho voluntário, como Paulo Freire era feliz em fazer alguém feliz.

[RESENHA] Pedagogia do oprimido, Paulo Freire

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

SOBRE O AUTOR

Paulo Freire | Montagem by @postliteral 

O autor da obra Pedagogia do Oprimido Paulo Freire, é considerado um professor de renome, pois suas obras possui valor relevante a partir das questões abordadas em relação a transformação da nossa realidade sociocultural, bem como ao fato de evitar e combater a marginalização da cultura brasileira através da promoção à liberdade por parte da classe oprimida. Sendo a educação utilizada como promotora da liberdade.
Paulo Freire se destacou como professor na Universidade Federal de Pernambuco, foi consultor especial de assuntos da educação no Ministério da Educação e Cultura, foi ainda contratado pela Unesco onde formulou o plano de educação em Massa durante a vigência do governo Frey.
Freire elaborou novos métodos de ensino e publicou obras literárias importantes para a área de educação.

OBJETIVOS DA OBRA

Essa obra é destinada para profissionais da área educacional, pode ainda ser utilizada como fonte de pesquisa universitária e consultas acadêmica. Possui como objetivo descrever e relatar os métodos de ensino vigentes e as correção cabíveis. Quanto aos mecanismos presentes nessa obra, esses priorizam a promoção da conscientização referente ao tipo de educação existente em vigor, pondo em evidencia a libertação do oprimido, através do combate a opressão, mediante a inserção de um novo método de ensino mais conscientizado e humanista.

ANÁLISE DA OBRA



O livro Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire, apresenta análise acerca da pedagogia voltada para a questão do opressor em detrimento do oprimido. Propõe a inserção de uma metodologia de ensino critico voltada para o combate a opressão. Paulo Freire desenvolve uma crítica sobre o modelo de educação vigente, a qual reproduz um modelo alienatório do oprimido. Ressalta a autonomia do sujeito em relação a tomada de consciência do sujeito como liberto e autor de sua própria história. Vale ressaltar que essa obra mesmo antiga, continua dando respaldo para a nossa sociedade atual, pois aborda e interroga questões da atualidade.

Paulo Freire critica o modelo de educação produzido nas escolas, seguido de conformismo, de autoritarismo (ausência de diálogo) e ainda de inflexibilidade. Juntamente com a crítica ele traz a ideia contraditória do opressor X oprimido, sendo o professor o responsável por “desintoxicar a opressão” através de conceitos humanizadores que unem a ação e a reflexão. Pois esse processo deve acontecer com cautela para que não se inverta a posição entre opressores e oprimidos. Dessa maneira o processo de liberdade deve ser percebido e sentido por ambas as partes. A ação libertadora do estado de opressão é uma ação social, por isso não pode ocorrer de maneira isolada, nesse caso o sujeito é um ser social e sua consciência e transformação do meio onde vive deve acontecer em contato com a sociedade.
Com o método de alfabetização Paulo Freire o homem sai da condição de depósito de informações e passa ser visto como ser pensante capaz de construir uma consciência reflexiva, com esse método o ato do aprendizado passa a ser uma construção crítica promotora de cultura, e desse modo a alfabetização desperta a ação de aprender a construir as palavras e não apenas as reproduzi-las.

O primeiro capítulo da obra “Pedagogia do oprimido” intitulado “justificativa da pedagogia do oprimido”, faz jus ao título, pois trata a questão do oprimido a partir de sua ótica, sua defesa de forte pressão política em um momento histórico. Tendo em vista que demonstra a existência das massas dominantes em contraposição com os excluídos e manipulados. Freire ressalta que o fator epistemológico e a luta pela ética e justiça para os oprimidos fugia dos padrões conformistas, sendo assim essa obra representa a busca pela liberdade humanizadora e justa, a partir da relação entre a ética e a educação, através da práxis educativa. Nesse capítulo Paulo Freire demonstra dois conceitos fundamentais, os quais são: a revolução e a contradição. O conceito de revolução no campo da opressão, reflete a buscar por mudanças já através da concepção de contradição o opressor possui consciência de seu papel e o oprimido conhece sua condição subordinação pelo outro, e com isso gera a consciência própria e do outro.

A partir da descoberta da opressão promove-se a tomada de consciência e transformação na prática. Com isso precisa-se ter cautela quanto ao fato de não se criar novos opressores e oprimidos, pois se o oprimido ao adquirir uma visão legitima do mundo, e promover revoluções e consequente mudanças essa imposição provocará novos dependentes, sendo assim surge a teoria contraditória, pois não há libertação solitária nesse sentido o opressor e oprimido deveriam se unir para alcançar na reflexão e na ação a autonomia para reconstrução da realidade.
No segundo capítulo existe a concepção de educação bancária, na qual o professor considera o seu aluno incapaz da construção do conhecimento próprio, fazendo-o de depositário da educação, desse modo o aluno se torna instrumento de opressão e panas reproduz mecanicamente as informações recebidas. Para se evitar tal problemática seria necessário ensinar o aluno a pensar e a problematizar sua realidade, como um ser social em formação contínua.

Hierarquização e distância do professor/aluno são características da educação bancária, nesse modelo de educação o professor aliena, pois se coloca como sendo o único detentor do saber. Esse modelo não permite que a construção do conhecimento seja feita através do processos de busca e sim mediante o recebimento, armazenamento e reprodução de informações. Sem levar em conta a história de vida, a cultura, a linguagem e com isso promove a fuga da realidade.
Freire afirma que para evitar a fuga da realidade se faz necessário a prática do diálogo libertário de forma contínua promovendo um elo entre o conhecimento adquirido tanto pelo professor quanto pelo aluno. Sendo assim para o autor ensinar a pensar e problematizar sobre a realidade vivida é a maneira mais eficaz de se reproduzir conhecimento.

O método de educação libertadora proposto por Paulo Freire promove a interação entre o ensino e aprendizagem, construídos pelo professor e aluno, os quais se tornam sujeitos do processo de aprendizagem através de um compartilhamento de experiências ou sistema de troca, pois ao ensinar se aprende e aprendendo se ensina também, ou seja, ambos ensinam e aprendem a refletir criticamente.

O capítulo III trata da “Dialogicidade – essência da educação como prática de liberdade” nele o diálogo é visto como palavra chave para a promoção da educação como prática da liberdade. Nesse modelo a comunicação é expressa por palavras e ações, de modo que a verdade precisa ser constante nos processos de educação, tanto por parte do aluno quanto do professor. De acordo com o tema, o diálogo no processo educativo se faz fator crucial. E esse deve ser pensado desde o preparo das aulas na programação dos conteúdos levando em conta de maneira humanitária a historicidade do aluno, bem como relacionando com o cotidiano dos mesmos através de conexão com o real.  Paulo Freire adverte que o ato de ensinar e aprender é uma constante investigação, porém ele ressalta que deve haver cuidado para que o homem que não se torne, um mero objeto de investigação, que aprenda sem perder sua essência de ser humano.

No quarto e último capítulo se apresenta a ideia da teoria da ação antidialógica, por meio da qual se dá a pratica da opressão, apresenta ainda a importância do homem como ser pensante de práxis ou consciência de transformação. Nesse capítulo Freire critica a teoria antidialógica, a qual visa o status da classe dominadora desqualificando a identidade dos oprimidos.

A revolução promovida pela união da massa de oprimidos em sua busca de transformação através de ações pedagógicas promovem renovações sociais,
O autor cita que são quatro os elementos utilizados para a dominação dos oprimidos, são eles: conquista, nesse método o opressor impõem sua cultura sobre o opressor; A divisão das massas facilita ao opressor uma melhor dominação, pois, o povo unido representa perigo de desordem social, discurso feito pelo dominante oprime; já na manipulação o opressor controla e conquistam as massas oprimidas objetivando a realização própria; outro mecanismo de opressão é a invasão cultural, no qual a minoria dominante impõem sua visão aos demais (oprimidos).

Por fim, Paulo Freire encerra esse capítulo com a inserção dos elementos da ação dialógica que são: a colaboração (respeito a cultura), união (ganhar força para transformação), organização (liberdade para os oprimidos) e síntese cultural (compreensão e confirmação da dialeticidade, permanência-mudança), tais fatores são fundamentais para garantir a transformação. 
Paulo Freire nessa obra traz conceitos pedagógicos que favorece a ação do educador para a promoção da transformação do contexto social em termos de dominação. Traz a ideia de que opressores e oprimidos são vítimas da mesma inconsciência, e ainda de que aos poucos se conquistam uma conscientização crítica em busca da liberdade. Freire demonstra ainda que um líder revolucionário da opressão não deve impor o seu ponto de vista, antes necessita transmitir a palavra fiel daqueles a quem ele representa, para com isso promover inovação em meio aos sistemas arcaicos da sociedade dominante.

Ocorreram muitas mudanças no campo da pedagogia, embora se perceba que surgiu novos tipos de oprimidos em números crescentes, pois a sociedade atual promove vários tipos de exclusão. Com isso a educação não é vista como deveria, pois a implementação da educação problematizadora não foi efetivada ficando a cargo do professor repassar informações impostas pelo sistema de educação, sendo assim o ato de ensinar a pensar tornam-se um drama para o educador. Freire ressalta ainda que com menos investimentos em educação facilita a manipulação das massas desfavorecidas e aumenta o poderio da elite promissora e dominadora.
Atualmente fica claro a distinção de classes, pois atualmente a educação no Brasil vem reproduzindo a desigualdade, a marginalização e a miséria, desse modo em sua obra pedagogia do oprimido, Paulo Freire lança as bases para se refletir e repensar a educação, de modo a promover nova metodologia de ensino capaz de formar cidadãos críticos atuantes na sociedade de maneira reflexiva capazes de serem autores de sua própria história.

SILVANIA FERREIRA NUNES

RESENHA DO LIVRO "PEDAGOGIA DO OPRIMIDO" DE PAULO FREIRE. Campos Belos. 2014

[RESENHA] Pedagogia da autonomia , de Paulo Freire



Livro: Pedagogia da Autonomia, autor: Paulo Freire. Ano da Publicação Original: 1996

Resenhado por José Cezario dos Santos, acadêmico do curso Licenciatura em História da Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul - FAMASUL, Matricula nº 101030171



Com a responsabilidade e o desafio de fazer meus digníssimos leitores entender as ideias defendidas pelo Prof. Paulo Freire nesta magnífica obra “Pedagogia da Autonomia”, apresento uma resenha crítica dentro de suas inspirações nesta trajetória do campo dos saberes. As intenções do autor são de resgatar de forma corajosa as questões e levar ao debate entre os educadores nos diversos níveis da educação visando uma organização programática e o desenvolvimento de sua formação. Paulo Freire analisa os saberes fundamentais mais deixa a vontade para o leitor crítico acrescentar algumas idéias e importância que não tenha percebido. Mas também não gosta daquele que crítica permanentemente conceituando sua ideologia fatalista e a sua recusa inflexível ao sonho e à utopia.

No primeiro capitulo o autor tem por finalidade ajudar a quem faz parte em educar o aluno refletir continuamente a sua pratica de ensino admitindo que não saiba de tudo aprendendo a cada dia, tanto teoricamente como culturalmente vendo as características do local em que leciona, criando situações para suas atitudes no dia a dia da sala de aula. No capitulo dois Freire politiza a sua obra em que alguns acontecimentos dentro e fora da escola influência no processo de aprendizagem e que o ensino não deve ser tão somente uma transmissão de conteúdos, mas como criador de possibilidades para a construção do conhecimento com isso o aluno ficando independente do professor chegando à autonomia. No terceiro capitulo Freire fala que a autonomia se constrói a partir da experiência e decisões que tomamos. Ele chama a atenção para o fato de que não é do dia para a noite que se obtém conhecimento, mas com os erros construindo uma maturação.

Paulo Freire foi um respeitado e conceituado educador brasileiro, crítico do sistema tradicional da educação escreveu esta obra defendendo uma pedagogia fundada na autonomia do educando questionando a função de educador autoritário que não permite a curiosidade do aluno. Era a favor de um ensino mais democrático entre educadores e educando que estão em constante aprendizado. Uma simples palavras vindo do professor poderão ficar marcados pelo resto da vida, contribuindo positivamente ou não para o desenvolvimento de uma pessoa, o educador deve está aberto a aprender e trocar experiências com os educando respeitando sua vivencia. O ensino dinâmico desenvolve a curiosidade sobre o fazer e o pensar, equilibrando as emoções e os métodos de ensino.

Ensinar é respeitar a autonomia e a identidade do educando, para passar conhecimento o educador deve estar envolvido com ele para estimular e desenvolver o pensamento dos alunos, fornecendo argumentos para o desenvolvimento da crítica, respeitando a diferença sem descriminação também abordando algum conceito para o desempenho do bom ensino e maior aproveitamento no aprendizado. Ele também aborda a questão do professor defender seus direitos exigindo condições para exercer sua docência.

Paulo Freire também aborda a autoridade do educador mais distinguindo democraticamente, também protesta na diferenciação de classe defendendo uma sociedade mais justa e humana, o professor é importante para o momento de mudança social, pois a educação é uma especificidade humana que intervém no mundo. Demonstra que a pedagogia da autonomia deve está centrada em experiências estimuladoras de decisão e responsabilidade

O livro pedagogia da autonomia também pode ser utilizado pelos profissionais de enfermagens pela autonomia, a liberdade, a autoridade com ética e respeito ao próximo, sendo também uma base para o conhecimento na vida. A enfermagem é uma profissão que está atrelada a um conjunto de práticas sociais e éticas ligadas aos seres humanos em situação de fragilidade, dessa forma necessita de segurança no conhecimento para se passar confiança cuidando de um paciente ou administrando uma equipe. A enfermagem também faz um papel importante na educação, envolvendo em ações de promoção e controle das doenças a população por isso que tem que está interado com o conhecimento para passar confiança e credibilidade envolvendo os cidadãos na conscientização de seus diretos. Essa obra é um convite ao exercício da auto-avaliação e conscientização de valores sociais, respeito na forma de educar e de agir. Pois a grandeza de um Homem não está no quanto ele sabe, mas no quanto ele tem consciência de que não sabe e está disposto a aprender!

Freire analisa os saberes como parte do desenvolvimento do aluno, mas deixa a vontade para quem possa criticar e acrescentar novas idéias, aproveitando deste conceito faço minha analise pessoal. Aparentemente as idéias dele são bonitas olhando pelo lado da emoção parece perfeita mais o que está acontecendo é que ainda estamos com uma geração de educadores, no ensino regular ainda do modelo tradicional principalmente em escolas públicas juntando com um vinculo empregatício político que impede uma melhor dedicação das maiorias dos docentes. Mais tenho a esperança de que no futuro esteja se formando uma geração de professores que bem capacitados juntando com algumas mudanças na questão de contratações de professores venham a desempenhar um papel na construção do conhecimento nessa ação pedagógica que é impermeável à mudanças.
Ofereço esta resenha ao educador principalmente aos novos, que ele conheça em profundidade cada aluno que ira educar, sua realidade e o seu contexto social. Em relação aos salários que analise antes para entrar na educação não que a luta por melhores salário não é importante mas que isso não sirva como pretexto para não se dedicar a função


José Cezario dos Santos, acadêmico do curso Licenciatura em História da Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul - FAMASUL, Matricula nº 101030171

[RESENHA/FILMICA] A ultima hora

No filme a ultima hora que foi visto no dia 27/08 vimos que o crescimento desordenado da população tem como resultado a necessidade de alimentação. O filme nos mostra problemas ambientais e como podemos resolver muitos deles, fala-se também nas mudanças climáticas e processo de Aquecimento Global que causa o derretimento das geleiras, penso que como engenheiro ambiental é minha obrigação pensar em como reduzir os gastos e a emissão de gases que prejudicam a camada de ozônio na produção de bens de consumo duráveis e não duráveis da sociedade. Mas só isso não será a solução, pois uma educação ambiental é necessária para que a população veja a importância da natureza que a cerca.


No filme também vimos que o maior causador da destruição de matas é o fator da globalização, contudo, sabemos que foi necessária a globalização para a evolução da sociedade em diversos parâmetros. Todavia graças a essa evolução a sociedade esqueceu o que é a relação de homem e natureza, e que devem caminhar juntos. Foi também visto que isso se deve a cultura já enraizada na sociedade, e por esse motivo torna-se um mal tão difícil de combater. Graças a esse fator hoje em dia uma criança pode reconhecer 1000 logotipos, e menos de 10 plantas e animais.


O dever do engenheiro ambiental, não é fazer com que a sociedade pare seu processo de globalização e regrida com isso ande em ritmo mas lento e o desmatamento pare, o real objetivo do engenheiro ambiental é fazer com que a população ande junto com o meio ambiente que ela vive e assim podendo ter um maior conhecimento e interesse em preservação, ou seja resolver um problema mundial junto com a Terra.

No filme “A Última Hora” tem explica bem isso, no caso diz que no ultimo momento em que ainda é possível mudar. O filme explora o modo como a humanidade chegou até esse momento; como vivemos o impacto que provocamos sobre o ecossistema, e o que podemos fazer para mudar este quadro. O filme apresenta diálogos com especialistas do mundo inteiro, como o cientista Stephen Hawking, e autoridades em projetos de sustentabilidade como William McDonough e Bruce Mau, entre outros que apresentam fatos e discutem os principais temas com que hoje se defronta nosso planeta.

Na minha visão geral como engenheiro ambiental, as mudanças necessárias para que a sociedade possa se normalizar com o meio ambiente é contra os padrões da sociedade de hoje, penso que talvez o certo fosse aproveitar o algo que não seja prejudicial para nenhum dos lados como pro exemplo a utilização de energias renováveis como a solar, ou seja, tetos de casas com a maior parte só de energia solar, ou até mesmo de prédios. Com isso chego a conclusão que o principal papel do engenheiro na sociedade é a tentativa de reestruturar o meio ambiente junto com a sociedade para caminharmos em um sentido só.

[RESENHA/FILMICA] 127 horas

127 horas conta a história de Aron Ralston, engenheiro mecânico que abandonou sua carreira para se dedicar à sua vida aventureira e acaba por sofrer um acidente onde uma rocha de 200 quilos esmaga sua mão direita e o deixa preso no fundo de um cânion no estado de Utah, Estados Unidos. A partir daí começa sua luta pela vida na iminência da morte. Após se manter preso por 5 dias, com escassez de água e comida, e enfrentando as intempéries do ambiente (clima variável, enxurrada de mosquitos e possíveis perigos de morte), Aron toma a decisão de cortar o próprio braço para conseguir escapar com vida.


Foram 127 horas de agonia em que o valente Aron tenta manter a sanidade, equilíbrio e descobrir uma maneira de sair daquela situação que a princípio lhe parecia sem saída. A história de alguém que sobreviveu a uma situação limítrofe e ficou de cara com a morte. O filme chama a atenção para a sanidade do personagem. Antigas namoradas, família e amigos aparecem para interagir com sua abalada mente.

É impressionante ver como ele não desiste e tão pouco pensa em suicídio, aguenta firme, sempre pensando numa saída. E ele passa horas tentando. Dias tentando. E enquanto não tenta, ele repensa sua vida e suas atitudes. Desesperado depois de tentar de tudo e morrendo de desidratação, ele tem uma alucinação muito forte: vê a si mesmo no fundo da caverna com um menino que aparentemente era seu filho (lembrando que Aron não tinha filhos). Decidido a não desistir, percebe o único jeito de sair dali: amputar o próprio braço com o canivete cego.

Para conseguir, ele quebrou os dois ossos (ulna e tíbia) e saiu dilacerando o resto sem desmaiar. Depois disso ele tira uma foto do lugar e agradece a experiência. Escala a fenda até a superfície, anda cerca de 12km até encontrar uma família que lhe dá água e corre para chamar o resgate. Mas mesmo assim Aron ainda tem que andar alguns quilômetros até que o helicóptero chegue.Ele conseguiu sair de sua prisão pra contar a sua história, mas não sem antes esgotar todas as suas opções racionais até que só lhe restou a maior vontade de todas, “Continuar vivo".

A experiência vivida por Aron em sua luta para se manter vivo e alcançando êxito só foi possível porque Aron controlou a dor durante todo o processo inclusive no momento da amputação de seu braço. o sistema da dor não é localizado em uma única via neural, evoluindo de um aparelho receptor para uma área definida do cérebro. Além disso, não existe um único tipo de estímulo que dispare a dor.

Os pesquisadores Ronald Melzack e Patrick Wall acreditavam que a medula, espinhal contém um "portão" neurológico que tanto pode bloquear os sinais da dor como deixar que passem para o cérebro. A medula espinhal contém pequenas fibras finas nervosas que conduzem a maior parte dos sinais da dor, e fibras largas que conduzem a maior parte dos outros sinais. Quando o tecido sofre uma agressão, as fibras finas se ativam e abrem o portão neural, e você sente a dor. A atividade das fibras mais grossas fecha o portão da dor, desligando-a.

[RESENHA/FILMICA] Capitalismo uma história de amor


O título original é Capitalism: A Love Story, traduzida literalmente para o português como “Capitalismo: Uma História de Amor”. O gênero é documentário, com duração de 127 minutos. O Longa-metragem lançado em 2009 é de origem Norte Americana sob a direção e roteiro de Michael Moore.

Michael Moore apresenta no documentário uma análise-crítica e algumas vezes sarcástica da economia americana desde a sua independência até os dias atuais, aborda ainda a discussão histórica entre o capitalismo e a democracia popular.
O filme é na verdade um Vídeo-Documentário em que se utiliza da técnica de captação da realidade sem quase ou nenhuma maquiagem para proporcionar este sentido. Faz uso também de uma narrativa na primeira pessoa colocando o diretor no papel de entrevistador jornalístico. Outro aspecto é demonstrar que esse filme poderia ser feito por qualquer pessoa que dispusesse de uma câmera e uma idéia diferente, instigando o telespectador a pensar que tudo é possível, inclusive ser contrário ao capitalismo, como o filme propõe. Em duas horas há uma tentativa de explorar o tema central de maneira simples e modesta; com um custo baixo, em torno de 250 mil dólares, muitas vezes tem apenas Michael Moore na produção, como câmera, assistente, entrevistador e narrador.

O uso também das propagandas eleitoreiras e os discursos políticos fazem parte da estrutura crítica do filme, evidenciando as contradições entre o discurso e a prática dos políticos no senado americano, sem falar os acordos vantajosos que são fechados entre políticos e grandes empresas e não estando de fora os juízes, como é o caso PA Child Care onde o juiz Conner fechou o centro Público de Detenção Juvenil Estadual e arrendou um novo Centro de Assistência ao Menor no valor de 50 milhões de dólares.

As propagandas comerciais serviram também de respaldo para o diretor Moore explorar o tema da última crise econômica mundial que começou nos Estados Unidos através das corretoras de imobiliárias.

O filme faz uma abordagem histórico-linear, comparando logo no início o império Romano ao império Norte Americano reacionário, e foca principalmente a crise financeira de 2008 que assolou o mundo. A principal causa dessa crise foi a falta de liquidez bancária, ou seja, para cada dólar emprestado o banco deveria ter um dólar em “cash money”, o que não ocorreu. Surge o início de uma revolução popular operária americana em que famílias resistem aos despejos judiciais em suas próprias casas e protestam contra falta de empregos nas grandes cidades, fábricas são fechadas como é o exemplo da General Motors GM americana conhecida aqui no Brasil como Chevrolet. Depois de tanto tempo de dedicação e trabalho para chegar ao topo, custe o que custar, o sistema econômico mais feroz já criado pelo próprio homem vem cobrar a sua parte deste acordo e levar a tão sonhada “fatia da torta” da classe média americana. Mas a torta toda, hoje cabe à 1% apenas da população, os mais ricos. No início do desenvolvimento foi prometido à classe média que a torta iria crescer e cada um teria direito à sua fatia. Esse discurso foi retomado pelo então candidato Obama, que prometeu devolver a cada americano sua fatia da torta, no que foi taxado de socialista, e para ser combatido seu opositor garantiu que ninguém iria mexer na torta de ninguém, que a propriedade e a liberdade estariam garantidos na América do Norte. Não era assim que queria a classe média, os mais atingidos pela crise, mais especificamente os proprietários que tiveram suas casas hipotecadas, e os operários que tiveram suas fábricas fechadas sem receber os seus direitos trabalhistas, enquanto os bancos de Wall Street foram ressarcidos de todas as perdas na crise através de transferências vultosas de dinheiro oriundas do Governo americano. Logo os capitalistas que defendem a liberdade sem intervenção governamental, foram os que mais receberam ajuda do governo. Logo após assistir o filme pensei se não seria esse o filme mais capitalista que eu tenha assistido, não pelas imagens do Bush se divertindo ao longo do filme, mas por ter sido feito pelo Michael Moore, considerado bonachão e sem graça pela crítica, remete-nos aos velhos filmes do Woody Allen, quando a comédia para ser boa teria que ser trágica e não poderia deixar de ter um final feliz, algo muito comum na maiorias dos filmes norte americanos.

Michael também fez questão de exibir o ator e dramaturgo Wally Shawn em seu filme e comenta suas atuações no mundo cinematográfico, ao que no meu ver seja desnecessário a não ser que você queria evidenciar que o ator faz filmes hollywoodianos e com isso merece credibilidade para falar sobre economia e atrair mais público para as exibições; O filme faz uma abordagem “intimista”, utilizando cenas rápidas, ritmo veloz, cortes estratégicos, inserções de propagandas, cenas divertidas e uma narrativa que intimida quando necessário para provar que tudo aquilo é verdade, na realidade é de fundo totalmente capitalista por que essa é a atual forma abordada inclusive em filmes hollywoodianos. Michael Moore é um fenômeno que arrecada milhões de dólares, esse filme arrecadou em bilheterias U$$ 14,0 milhões (quatorze milhões de dólares).

Mesmo intitulando-se como documentário o filme faz inserções de atuações do próprio Moore como nas cenas em que ele dirige um carro forte até os bancos para resgatar a subvenção desviada dos cofres públicos, e na qual circula os bancos com fita amarela de interditado por ser cena de crime, seguindo um roteiro que não revela necessariamente um registro histórico. O filme pode ser oportunamente visto por aqueles que desejam ter uma visão do capitalismo ou mesmo por aqueles que se interessam por cinema-documentário. Pode ser facilmente utilizado por professores do ensino médio em sala de aula ou quiçá por professores universitários, seja de história, economia, das ciências sociais ou do cinema.

Por fim, cumpre frisar que esse filme é importante por que é do diretor Michael Moore, que nesse momento atual é um diretor de documentários consagrado não só nos Estados Unidos, mas em todo o mundo.

[RESENHA FILMÍCA] A Queda! - As últimas Horas de Hitler

 Alguns países possuem uma mancha na sua história. Algo pelo qual seus habitantes se sentem culpados, mesmo sem terem tido participação direta no acontecimento em questão. O Brasil, por exemplo, lamenta a escravidão que impôs aos negros vindos da África e que ajudaram a construir a cultura do país. No entanto, tal sentimento de culpa ganha outra dimensão na Alemanha. Os alemães – até hoje – se sentem culpados pelas crueldades cometidas (especialmente contra os judeus) pelo regime nazista liderado por Adolf Hitler.


O nazismo é, ao mesmo tempo, um tabu e um mistério na Alemanha. Ninguém entende como um povo tão culto como o alemão aceitou tão facilmente o domínio ideológico e político de Adolf Hitler. Ninguém entende como os atos de crueldade cometidos pelo führer e sua equipe de comando passaram tanto tempo despercebidos pelos alemães (que só ficaram sabendo do ocorrido durante o Julgamento de Nurenberg, que condenou diversas autoridades do regime nazista após a II Guerra Mundial). Ninguém gosta de relembrar ou de falar sobre esse período na Alemanha. Por essa razão, causa surpresa a existência de um filme como A Queda! As Últimas Horas de Hitler, do diretor Oliver Hirschbiegel, filme que foi indicado ao Oscar 2005 de Melhor Filme Estrangeiro.

O filme se propõe a apresentar um lado – até então – desconhecido do fim da II Guerra Mundial: como foram os últimos dias de Adolf Hitler no poder, quais eram os seus pensamentos e os da sua equipe de militares e, principalmente, o que ele e os que o cercavam estavam sentindo naquele determinado momento. Como a maioria dos que estavam presentes naqueles dias está morta, Oliver Hirschbiegel tomou os depoimentos da Srta. Junge, a secretária particular de Hitler, como base para o roteiro do filme – o que confere ao mesmo um caráter documental.

A Queda! As Últimas Horas de Hitler não tem como objetivo humanizar Adolf Hitler. Oliver Hirschbiegel não quer que sintamos pena, ódio, repulsa ou indignação. Nada que o diretor tenha mostrado na tela irá nos surpreender. Esperávamos tais atitudes de um ditador como ele. O que choca, no entanto, é ver até que ponto o seu lunatismo influenciou os outros, como na cena em que a Sra. Goebbels (com a conivência do marido) assassina seus cinco filhos, pois não admite que eles vivam numa Alemanha sem o nacionalismo-socialista implantado pelo Tio Hitler.

Oliver Hirschbiegel começa e termina seu filme com duas afirmações da Srta. Junge; ambas relacionadas ao sentimento de culpa dos alemães pelo regime nazista. Entretanto, o filme – pelo menos para mim - teve um efeito contrário: ele exorciza os alemães desse sentimento, ao mostrar que eles foram tão vítimas de Adolf Hitler quanto os judeus. Hitler abandonou seu povo, o culpou nos momentos finais e os deixou à mercê de seu louco exército. Não perceber o mal que o führer fez não é nenhum problema. Também não se pode reverter aquilo que já foi feito. O importante é viver, aprender e não repetir os erros do passado. Os alemães já pagaram muito pelos erros dos outros. Está na hora de eles abandonarem o passado e se apegarem ao futuro. O difícil é fazer isso quando são muitas as pessoas (e um povo todo – o judeu) a relembrá-los de tudo o que aconteceu naqueles anos obscuros.

[RESENHA] O beijo no asfalto, de Nelson Rodrigues



ISBN-13: 9788520943946
ISBN-10: 8520943942
Ano: 2019 / Páginas: 160
Idioma: português
Editora: Nova Fronteira

Arandir, um homem casado, beija a boca de outro homem, que acaba de ser atropelado, realizando assim seu último desejo antes da morte. Com o destaque do caso pela imprensa, Arandir se vê compelido a um destino que não consegue modificar.

Ficção / Literatura Brasileira

Uma mescla de realidade da sociedade e sua hipocrisia ao drama isolado de cada um, Nelson Rodrigues quis mostrar em O beijo no asfalto este lado, além da análise freudiana no comportamento de cada elemento. Esta obra relata as histórias comuns da sociedade, com amigos, esposa e trabalho. Porém um acidente anunciou uma mudança trágica: Arandir socorre uma vítima de acidente e o último sussurrar vem embalado com um pedido: um beijo. A partir daí, Arandir teve sua vida transformada. Além de ter sido considerado pelas testemunhas, como homossexual após ter concedido o pedido do acidentado, virou motivo de chacota com a ajuda de artigos em jornais e comentários de pessoas mais próximas.

Os amigos se afastaram e a relação com a esposa desandou, de tanto discutir com Selminha, resolve sair de casa, passando a viver em uma pensão. Tudo isso fez com que Arandir experimenta-se uma sensação indescritível, sabendo que é vítima de um julgamento feito somente por uma atitude impensada de sua parte e que ele mesmo é inocente das acusações. Porém, seu sogro o visita e revela que está ainda mais decepcionado com o genro, por que se casou com Selminha e beijou outro homem, um desconhecido, aumentando ainda mais os ciúmes que Aprígio sente por Arandir.
O beijo foi a gota d’água, após ter revelado que era apaixonado pelo genro, com dois tiros tira-lhe a vida, arrependendo-se instantaneamente.

Um drama que revela as inversões de valores da sociedade que descarrega frustrações do nosso cotidiano em terreno alheio, escrito por alguém que é referência na dramaturgia brasileira.

senhora dos afogados, de Nelson Rodrigues



ISBN-13: 9788520931417
ISBN-10: 8520931413
Ano: 2012 / Páginas: 123
Idioma: português
Editora: Nova Fronteira

Uma das peças mais polêmicas e provocantes de Nelson Rodrigues, Senhora dos afogados conta a trágica história da família Drummond, que vê suas mulheres morrerem afogadas no mar. Escrita em 1947, a peça foi interditada pela censura e só chegou aos palcos em 1954, causando incômodo na plateia, o que explica por que seu autor a caracterizava como “teatro desagradável” — aquele tipo de peça que sempre instiga e perturba o espectador.

Ficção / Literatura Brasileira

Pensando em como homenagear o centenário de Nelson Rodrigues (nascido em 23 de agosto de 1912), e levando em conta a multiplicidade de sua produção —romances folhetinescos, crônicas, memórias[1] —, apesar de uma certa superestimação tão ao gosto da autocentrada cultura carioca (embora ele fosse de origem pernambucana), logo percebi que seria tarefa vã dar conta de todos os aspectos.

Mesmo na área em que sua contribuição revela-se mais essencial (pois ainda é nosso maior dramaturgo), como abordar 17 peças, boa parte delas extremamente marcante, com um expressivo número de adaptações para o cinema (a maioria, horrorosa) e para a televisão? Afinal, com a sua segunda obra para o palco, Vestido de noiva (1943), ele se valeu de um experimentalismo formal que até hoje impressiona e coloca a peça entre os grandes momentos do alto modernismo (tanto que é praxe comparar seu impacto sobre o nosso teatro com o de Cidadão Kane no cinema comercial norte-americano)

Vestido de noiva só era o início do percurso. Em uma sequência inacreditável (de 1946 a 1949), escreveu as quatro peças alucinadas e alucinantes, hoje arroladas como míticas (no segundo volume do Teatro Completo, organizado por Sábato Magaldi), que representam o lado mais radical do seu teatro: Álbum de família, Anjo negro, Senhora dos afogados Doroteia.

A mais poética delas, possivelmente a sua obra-prima suprema, Senhora dos afogados, também é a mais comentada em anos recentes, pois os dois encenadores de maior renome do país, José Celso Martinez Correa e o grande Antunes Filho, resolveram montá-la quase que ao mesmo tempo, em 2008. O trabalho de Antunes é admirável e rigoroso, o de Martinez Correa não veria nem amarrado, pois sempre tive uma aversão incontornável pelo seu dionisismo institucionalizado (creio que até financiado por verbas públicas; assim, é fácil ser orgíaco).

Quando a peça começa, os Drummond (uma família de três séculos, com mulheres que se gabam da fidelidade conjugal: “nunca houve um adultério” por parte de uma esposa do clã[2]“Pudor têm todas as mulheres da família”) choram a morte por afogamento de Clarinha. Ao mesmo tempo, prostitutas do cais interrompem suas atividades para lamentar o 19º. ano de impunidade do assassinato de uma das suas.Acontece que o assassino é Misael Drummond, pai de Clarinha: ele matara a “mulher da vida” com quem tivera um caso porque ela insistia em experimentar o leito conjugal antes da esposa (era o dia do seu casamento).

Antes mesmo de saber que a sua filha morrera, Misael—num banquete em sua homenagem—vê o fantasma da prostituta morta lhe aparecer, e foge da cerimônia: “Ela tornou o banquete maldito… Todos sentiram que havia uma morta entre os convidados. Eduarda, quando essa mulher apareceu, houve no banquete um cheiro de mar…”

   Enquanto isso as duas Drummond sobreviventes (há uma terceira, a avó, que ficara louca ao testemunhar o crime do filho), Eduarda e Moema, mãe e filha, se digladiam em torno da questão do pudor e da honra da mulher, núcleo do universo burguês tradicional tão bem caracterizado na obra rodriguiana, hostilizando-se devido a um ódio primordial. Moema, que gostaria de viver sozinha com o pai (e por isso matou as irmãs), urde um plano de forma a fazer com que a mãe o traia com o próprio noivo, um ex-marinheiro que na verdade queria seduzi-la para se vingar do pai (de ambos, já que ele é o fruto dos amores de Misael com a prostituta assassinada)…

Estamos aqui, já pelas ligações incestuosas entre os personagens, e pela obsessão com os polos da respeitabilidade e da transgressão, no cerne das pulsões arcaicas, no primordial, nos confins do lógico, do racional, do consciente. Todas as amarras foram rompidas, e os personagens se movem num tempo verdadeiramente mítico, que só pode ser o do inconsciente. Não é a toa que a peça se aproxima das tragédias gregas, em que os clãs familiares se entredevoram num inferno de culpas e desmedidas. Evocando a mãe assassinada, o Noivo diz (respondendo à afirmação da Vizinha de que ela devia ser linda): “Muito. E não sei há quantos anos não envelhece nada; não envelhecerá nunca. A mesma idade sempre—nem um minuto a mais, nem um minuto a menos…” E ainda: “Os outros podem morrer. Tudo mais pode morrer. Menos minha mãe” (evidentemente o fato de ela já estar morta não tem a menor importância na economia psíquica do personagem).

Mas isso ainda é dizer pouco, uma vez que nunca Nelson Rodrigues, nem mesmo em Vestido de noiva e Anjo negro, nem nas posteriores A falecida (1953) e Beijo no asfalto (1960), escreveu ou escreveria não apenas falas da mais absoluta beleza e precisão, nada faltando, nada sobrando, como também  “deixas” de um lirismo único, que no teatro contemporâneo só se encontra talvez num Eugene O´Neill (“Só estão em cena os espectrais vizinhos. Cochicham entre si. É ainda a casa dos Drummond, sempre a casa dos Drummond”; outros exemplos: “Em cena, também os vizinhos. São figuras espectrais. Um farol remoto cria, na família, a obsessão da sombra e da luz. Há também um personagem invisível: o mar próximo e profético, que parece estar sempre chamando os Drummond, sobretudo as suas mulheres”).[3]

É lógico que as revelações bombásticas de crimes e disposições incestuosas beirariam o cômico não fosse a genialidade do autor de Toda nudez será castigada (1965), que domou o excesso com a perícia cirúrgica do seu texto. Todas as vezes que o li , não conseguia imaginar como seria no palco, que tom poderia ser adotado para não ficar como nas ridículas versões de cinema (especialmente a de Álbum de família, escrita na mesma toada), as quais resvalavam para o chanchadesco. Foi preciso esperar por Antunes Filho para constatar que sim, era possível, e que o Nelson Rodrigues de Senhora dos afogados é um ponto-limite no dizer teatral e na forma cênica.

Em tempo:  a peça foi interditada pela censura em 1948, liberada apenas em 1953. Na estreia (montagem dirigida por Bibi Ferreira), um ano depois,  houve vaias, e a estreante Nathalia Thimberg, aterrada com o tumulto, testemunhou o autor enfrentando a plateia. Nelson Rodrigues, longe do tom das homenagens do seu centenário, era tido então como tarado e degenerado. [4}


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