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7 Livros para compreender o autismo

O autismo é um transtorno complexo do desenvolvimento que afeta a forma como uma pessoa percebe o mundo, interage com os outros e processa informações. Tendo sido reconhecido pela primeira vez na década de 1940, o autismo tem despertado cada vez mais interesse e atenção nas últimas décadas, à medida que se busca compreender melhor essa condição e encontrar formas de melhorar a qualidade de vida das pessoas com autismo. Não é surpreendente, portanto, que a literatura sobre o assunto também tenha se multiplicado, fornecendo uma ampla gama de livros informativos que visam educar e conscientizar o público sobre o autismo. Nesta matéria, apresentaremos uma seleção de livros que podem ser uma fonte valiosa de conhecimento e esclarecimento para aqueles que desejam se informar sobre o autismo, oferecendo uma visão abrangente e atualizada sobre esse transtorno ainda cercado de muitas dúvidas e estereótipos.

o menino que nunca sorriu (Fábio Barbirato & Gabriela Dias)

Um menino que até os 7 anos nunca deu um sorriso. A adolescente vítima de ansiedade e bullying que perdeu 20 quilos e passou a sofrer de anorexia. Um jovem que se recusava a entrar em ônibus cheio mas sabia os nomes de todas as ruas num percurso de 500 quilômetros. Personagens verdadeiros como esses frequentam o Ambulatório da Psiquiatria Infantil da Santa Casa, no Rio de Janeiro, referência no país, que tem à frente o renomado psiquiatra infantil Fabio Barbirato. Neste livro, ele e sua mulher, a também médica Gabriela Dias, reúnem emocionantes histórias de jovens portadores de autismo, ansiedade, depressão, hiperatividade e outros transtornos que levam sofrimento não só a eles, mas também às suas famílias. São 32 crônicas da vida real, surpreendentes, que jogam luz sobre um universo pouco falado e cercado de preconceitos.


O cérebro autista (Temple Grandin& Richard Panek)

Em O Cérebro Autista, os autores Temple Grandin e Richard Panek refletem e explicam sobre questões que nem sempre são comentadas em uma obra de 252 páginas. O livro apresenta pesquisas sobre o autismo e terapias disponíveis. De acordo com os autores, os leitores são apresentados a cientistas e que exploram teorias inovadoras sobre as causas do transtorno. No Brasil, a obra é publicada pela editora Record, com tradução de Cristina Cavalcanti. O livro pode ser adquirido por cerca de R$ 47 em capa comum. Já a versão mobile tem valores que partem de R$ 44.


Autismo: Humano à sua maneira – Um novo olhar sobre o Autismo (Prizant & Meyer)


Nesta obra, o doutor Barry M. Prizant apresenta um guia essencial para orientar pais, familiares e profissionais de saúde, sempre pautado na ciência, de forma humanizada e inclusiva, com estratégias extremamente eficazes. E vai além, ao expandir a compreensão do que é o autismo e do modo como este impacta a vida das pessoas que convivem com ele.

Em vez de buscar suprimir os “sintomas”, Prizant concentra-se em desvendar as causas emocionais do comportamento da criança e do adulto autista, proporcionando ferramentas efetivas de desenvolvimento. Humano à sua maneira oferece uma nova perspectiva sobre o autismo, propondo que a linguagem social de pessoas dentro do espectro apenas se assemelha a um idioma estrangeiro. Dessa forma, sua compreensão desvela que o autismo não é uma doença, mas, sim, um jeito próprio de ser humano.

Simplificando o Autismo: Para pais, familiares e profissionais (Thiago Castro)


"Simplificando o Autismo" é uma obra completa e abrangente que aborda o transtorno do espectro autista (TEA) de maneira cuidadosa, compreensiva e sensível. Coordenado pelo renomado médico Dr. Thiago Castro, que traz não apenas sua expertise profissional, mas também sua vivência única como pai de uma criança autista, o livro oferece uma perspectiva rara e autêntica sobre o tema.

Por meio de uma linguagem acessível e embasada, o Dr. Thiago e coautores especialistas exploram diversos aspectos do autismo, desde os primeiros sinais e o diagnóstico precoce, até as dificuldades enfrentadas na busca por profissionais capacitados, terapias, inclusão escolar e convivência social. A obra é destinada tanto a pais que desejam compreender melhor o transtorno e lidar com seus desafios, quanto a profissionais que trabalham na área e buscam aprimorar seus conhecimentos.

"Simplificando o Autismo" é uma leitura que ensina o que é o autismo, sua história, os diferentes níveis do espectro e o tratamento adequado para cada um deles. Ainda, oferece orientações práticas para vencer dilemas do dia a dia, como a realização de tratamentos domiciliares de baixo custo, explora os direitos e a inclusão escolar, e proporciona clareza sobre a genética, exames, comorbidades, medicações e mitos relacionados ao autismo.

A obra é uma referência indispensável para pais e profissionais que buscam compreender e lidar com o transtorno do espectro autista. Leitura fundamental para quem deseja mergulhar nesse universo e promover uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para todos.

O que a ciência nos diz sobre o transtorno do espectro autista: fazendo as escolhas certas para o seu filho (Bernier, Dawson, Nigg, Maria & Rosa)


Em O que a ciência nos diz sobre o transtorno do espectro autista: fazendo as escolhas certas para o seu filho, Raphael A. Bernier, Geraldine Dawson e Joel T. Nigg reúnem as mais recentes descobertas científicas a respeito do autismo e as apresentam em linguagem acessível. Este livro, também disponível em formato eletrônico (e-book), aborda desde as características essenciais do espectro autista, passando pelo diagnóstico do transtorno, os níveis de severidade e prejuízo, as comorbidades mais comuns e o transtorno do espectro autista (TEA) em diferentes fases da vida – na infância, na adolescência e na vida adulta. Além disso, configura-se como recurso fundamental para pais e psicólogos ao tratar temas como melhores práticas para ajudar uma criança com autismo; exercício, sono e autismo; nutrição e problemas gastrintestinais e alimentares; promessas e perigos do uso da tecnologia; inserção acadêmica e no mercado de trabalho.


O autismo como estrutura subjetiva: Estudo sobre a experiência do autista na linguagem e com a palavra (Cirlana Rodrigues de Souza)


O que a autora oferece à leitura é fruto de seu intenso esforço em registrar o que sua prática com crianças, efetivamente clínica, lhe transmitiu. Assinala-se que ela não trata das crianças conformadas aos ideais sociais, mas, justamente, aquelas que desde a primeira infância se contrapõem a padrões de normalidade perseguidos pelo discurso vigente.


Cirlana propõe considerar algumas apresentações pelas quais a linguagem pode incidir numa modalidade de corpo, conjugando-se na estruturação de um sujeito qualquer, focalizando formas surpreendentes. Assim, a autora se dedica a destacar, nos autistas, os efeitos paradoxais incomensuráveis que tangenciam certas operações de linguagem que se redobram sobre ela mesma para negá-la, assim, perpetuando-a.

A densa trajetória aqui tramada fisga o leitor, exigindo interesse e esforço, posto que convoca o clínico a transitar por uma constelação tensionada por conceitos pouco tratados que resistem à biunivocidade e ao mero encobrimento. É o que acirra o necessário debate sobre o furo da linguagem que, num só tempo, mantém-se incluído e em exterioridade a ela.


O autismo em meninas e mulheres: Diferença e interseccinalidade ( Sílvia Ester Orrú)


Esta obra apresenta os estudos mais recentes sobre o autismo no feminino e a importância de que toda a sociedade tenha consciência disso, especialmente as famílias e profissionais da educação e da saúde. A autora destaca a Diferença e a Interseccionalidade como elementos constitutivos da subjetividade de cada mulher, de cada menina. As investigações sobre como o autismo impacta o feminino são muito recentes e há muitas inquietações e desafios por vir. Com linguagem clara, esta é uma leitura necessária para conhecer mais do universo feminino permeado pelo autismo.

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Saltburn: Erótico e provocativo

Saltburn é um thriller erótico ousado e provocante, dirigido e escrito por Emerald Fennell, a vencedora do Oscar por Promising Young Woman. O filme é uma releitura moderna de The Talented Mr. Ripley, ambientada na Inglaterra dos anos 2000, e conta a história de Oliver Quick (Barry Keoghan), um estudante de Oxford que se infiltra na família rica e decadente de Felix Catton (Jacob Elordi), um aristocrata bonito e carismático. O filme explora os temas da obsessão, da identidade, da classe e do desejo, com um estilo visual deslumbrante e um humor ácido. O elenco é excelente, com destaque para Keoghan, que interpreta Oliver com uma mistura de vulnerabilidade e perversidade, e Elordi, que encarna Felix com uma elegância natural e uma inocência quase ingênua. O filme também conta com a participação de Rosamund Pike, que rouba a cena como Elspeth, a mãe de Felix, uma ex-modelo glamourosa e cruel. Saltburn é um filme que desafia as expectativas e surpreende com seus momentos chocantes, que vão desde o nojento ao hilário. É uma obra que diverte e perturba, e que mostra o talento e a ambição de Fennell como cineasta. Saltburn é, sem dúvida, um dos melhores filmes do ano

[RESENHA #977] Ossada Perpétua, de Anna Kuzminska

Livro de estreia de Anna Kuzminska, fotógrafa e autora fluminense, Ossada Perpétua tateia um tipo peculiar de luto. A ausência dita comportamentos, o passado está eivado nas entranhas do vivos, mas a existência segue um compasso de normalidade.

As personagens de Anna parecem sempre querer fugir da realidade (ou do sonho) por meio do falatório vazio, do silêncio transfigurado em nota musical, da recusa do conforto fraternal, e, às vezes, da arte.

O jogo que se trava entre os desejos e as crenças das personagens é confrontado pelo insólito de desenterrar um pai sem túmulo, ou pela aprendizagem dos limites e transgressões durante a infância.

Anna circula Deus e o amor, as memórias germinando desejos, o cotidiano da morte, o avesso da morte, a negação da morte, a recusa da morte.


RESENHA


O livro “Ossada Perpétua” da autora Anna Kuzminská é uma obra que representa uma escrita profunda, reflexiva e estimulante. Com uma narrativa fragmentada e poética, a autora constrói uma trama repleta de simbolismos e metáforas, explorando temas como a busca pelo sentido da existência e a complexa relação com a finitude.

A escrita de Kuzmin se caracteriza pelo caráter crítico, lidando com situações polêmicas que criam conflitos entre personagens e provocam reflexões sobre autoridade, moralidade e como cada pessoa lida com a morte. A relação dos filhos com o pai falecido e a figura da mãe como elemento assertivo central da família são aspectos que o livro enfatiza.

A profundidade das perguntas e a linguagem poética utilizada permitem ao leitor mergulhar no pensamento dos personagens. Trechos do diário de quarentena revelam uma introspecção intensa, a exploração de pensamentos sombrios e o impacto da solidão e da incerteza no estado emocional do narrador. A escrita de Kuzmin desperta um sentimento de identificação com as ambigüidades da condição humana.

Uma característica distintiva da escrita do autor é também a criação de imagens vivas e uma atmosfera envolvente. A descrição da figueira como elemento constante e imperturbável representa a resiliência e a presença constante da morte na vida de cada pessoa. Os vitrais da igreja, representando a história de Jesus, reforçam a abordagem da finitude e da morte como temas centrais da obra.

Comparada a autores consagrados como Karl Ove Knausgård e Elena Ferrante, a escrita de Kuzminsky se destaca pela honestidade, reflexividade e abordagem às complexidades das relações familiares. A autora traz sua voz distinta, explora questões existenciais e a relação interna entre vida e morte de forma original.


[RESENHA #976] Jiboia, de Cecília Garcia


Animalescos, os 16 contos de Cecília Garcia nessa coletânea misturam o fantástico, o cotidiano, passagens bíblicas e panteões de outras fés. Com doses de terror, as histórias de Jiboia nos mantêm alertas, saboreando cada linha com curiosidade e receio.

Jiboia são os bichos internos e externos que Cecília Garcia alimentou ao longo dos anos reunidos em um único livro-selva.Abrir estas páginas é se perder no coração pulsante de um labirinto de obsessões, paixões frustradas, loucuras e medos de toda sorte. Para Ana Rüsche, que assina a orelha desta edição, “os dezesseis contos de Cecília Garcia encaixam-se perfeitamente” ao abordar “personagens curiosos, como biólogas em selvas urbanas, cujas artes não se distinguem de magos, curandeiras e bruxas, e paisagens incomuns na literatura, como madeireiras ou um bunker de um pecuarista”.

RESENHA

Jibóia é, como descrito, um livro de contos animalescos. A obra de Cecília Garcia é um mistério como sua capa, seu enredo é meticulosamente escrito para nos entreter por horas sem fim. A obra é um emaranhado de contos variados em confusões internas e cotidianas. No primeiro conto, a mãe verde, a autora nos convida à experienciar a vida de uma mulher negra de cabelos ruivos dona de um salão de beleza, ela, que antes era devota de Iansã, se vê cristã. Vivendo entre a margem da marginalização e da pobreza, a autora descreve com maestria pratos quebrados, medo, terror e desconhecido. A personagem é resiliente, firme e morada contante de vibrações espirituais, que como narradas pelos filhos, demônios que a fazem subir, cambalear, saltar entre o chão e o lustre e falar palavras indecifráveis. O retrato construído entre os personagens é caótico e completamente único.

No segundo conto, cerol na galinha, narra um episódio de um garoto que decepa a cabeça de um motoqueiro enquanto brinca de pipa, ele não sente culpa no ato, mas reflete na similitude entre o corte do motoqueiro e o corte da cabeça de uma galinha, que, ainda sem a cabeça consegue andar. A ladeira jorrava sangue, menstruada e sem calcinha [...] depois do corpo retirado, o menino jurando nunca mais empinar pipa. (p.15 - grifos meus). O encontro cruel que o destino preparou entre o fim da inocência de um garoto que não compreende a morte e deseja no fundo de seu coração que o motorista se levante e saia andando como uma galinha, ainda que para morrer depois. Um conto visceral.

O conto, Jiboia, narra a vida de uma bióloga aposentada que deixou a floresta para morar no centro de São Paulo em um apartamento abarrotado de plantas e jiboias que descem do teto ao chão. Ela é solitária, mas gosta da vida. A narrativa ocorre em primeira e terceira pessoa de forma simultânea, narrando os pensamentos e episódios da moradora, bem como seu encontro com o boitatá que grava tudo em um gravador e escreve sua história toda em um caderno, que como ela diz, tem uma história que precisa ser contada como um furo, como as histórias das mulheres loucas e desacreditadas. Em síntese, um conto emblemático.


"Sultanas esquecidas": Fatima Mernissi recupera passado apagado de mulheres chefes de Estado no Islã

Existe um feminismo islâmico? Editora Tabla lança livro de Fatima Mernissi, uma das figuras mais importantes e influentes do feminismo árabe.

Somando-se ao livro Dez mitos sobre Israel, do historiador israelense Ilan Pappe, a Tabla, editora especializada em literaturas do Oriente Médio e do Norte da África, lança agora seu segundo título de não-ficção. Trata-se do livro Sultanas esquecidas: mulheres chefes de Estado no Islã, da socióloga marroquina Fatima Mernissi.

Em busca de evidências históricas sobre mulheres chefes de Estado no Islã, Fatima Mernissi nos convida a um mergulho no coração do império muçulmano. Atravessando mais de treze séculos de história e diversas sociedades com variadas culturas, ela descobre casos curiosos de rainhas muçulmanas esquecidas (ou apagadas) pela história oficial.

Nas páginas de Sultanas esquecidas, adentramos os palácios, as cortes, os haréns; acompanhamos as disputas de poder, as histórias de amor, as paixões arrebatadoras e intermináveis cortejos de intrigas e mistérios. Conhecemos mulheres poderosas, resistentes, resilientes; escravizadas, cortesãs, rainhas, sultanas; árabes, persas, mongóis, mamelucas. Cada uma tinha sua própria maneira de tratar o povo, fazer justiça e administrar os impostos. Algumas permaneceram no trono por muito tempo, outras mal tiveram tempo de se instalar nele. Muitas foram mortas por envenenamento ou apunhaladas. Raras são as que morreram calmamente em sua cama.

É pela evidência histórica, comprovada pelas fontes, pelos fatos e pelos cargos ocupados por essas mulheres que Mernissi desconstrói os discursos religiosos feitos por homens para obliterar o papel das mulheres no Islã, como coadjuvantes, pouco importantes ou relegadas ao confinamento e ao esquecimento. 

“Essa obra, traduzida para o português, permitirá às leitoras e aos leitores no Brasil conhecer sobre o feminismo islâmico — que existe! — e sobre Fatima Mernissi, que ajudou a construir esse movimento emancipatório como um importante legado para o papel das mulheres no Brasil, no Islã e no mundo.” 

Samira Adel Osman

Ao  escrever a história do Islã a partir do protagonismo feminino, Mernissi contribui para a escrita da história das mulheres, independente de lugar, época ou religião. Muito além de  defender que se escrevesse sobre as mulheres na história e sobre a história das mulheres, Mernissi advogava para que sobretudo as mulheres escrevessem a história porque, para ela, o maior equívoco foi permitir que não só a história, mas a memória, o coletivo e o espaço da produção do conhecimento fossem dominados por homens.

Um levantamento histórico, uma análise sociológica e uma reflexão sobre o poder e seus paradoxos, Sultanas esquecidas: mulheres chefes de Estado no Islã trata de uma questão sempre atual sobre o estatuto das mulheres e sua emancipação.

 

Para saber mais e comprar o livro, acesse o site da Tabla:

 

Leia um trecho da obra:

“Nossa reivindicação ao pleno gozo de nossos direitos universais, aqui e agora, passa necessariamente por uma nova apropriação da memória, uma releitura — a reconstrução de um passado muçulmano amplo e aberto. Fazer incursões a nosso passado pode não apenas nos divertir e nos instruir, mas também inspirar ideias preciosas sobre os modos de viver com alegria quando se é mulher, muçulmana e árabe — três características que tentam nos apresentar como um triângulo maléfico, um abismo de submissão e de abnegação em que nossas vontades devem inevitavelmente se dissolver.”


Sobre a autora:

Fatima Mernissi nasceu em 1940, em Fez, no Marrocos. Foi socióloga, escritora e ativista pelos direitos da mulher nas sociedades muçulmanas. 

Com formação na França e nos Estados Unidos, Mernissi foi professora de sociologia na Faculdade de Letras e Ciências Humanas da Universidade Mohamed V, em Rabat. Sua obra acadêmica se voltou a identificar as estruturas de poder que se coadunam para oprimir as mulheres ao longo da história, sendo grande crítica do colonialismo, do capitalismo, do imperialismo e da interpretação patriarcal do Islã. 

Fatima Mernissi é considerada a fundadora do feminismo islâmico e figura importante e influente do feminismo árabe. Uma mulher intelectual, imponente e poderosa; ativista e revolucionária, livre-pensadora e humanista, a mais célebre escritora feminista dos tempos modernos, cujo legado inspirou e continuará inspirando gerações de homens e mulheres do Oriente e do Ocidente.

Em 2003, Mernissi ganhou o prêmio Príncipe de Astúrias de Literatura ao lado de Susan Sontag. Escrevia em francês, árabe e inglês, e seus livros foram traduzidos para mais de trinta idiomas.

 

Sobre a tradutora:

Marília Scalzo é jornalista e tradutora. Estudou francês na Aliança Francesa onde também foi professora. Formou-se pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e trabalhou no jornal Folha de S. Paulo e na Editora Abril. É autora, entre outros, do livro Jornalismo de Revista (Editora Contexto), e coautora com Celso Nucci dos livros Uma história de amor à música (Editora Bei) e Grande hotel (Senac). Trabalha como tradutora e coordenadora de Comunicação do Instituto Moreira Salles.

 

Sobre a editora Tabla:

A editora Tabla tem como foco a publicação de livros referentes às culturas do Oriente Médio e do Norte da África e seus ecos mundo afora. Com o objetivo de ressaltar os pontos de contato, percorrendo e construindo pontes culturais, nosso desejo é apresentar e representar essas culturas de forma autêntica, longe dos estereótipos.

ENTREVISTA | Escrever em meio às complexidades da maternidade: conheça os processos de criação de Mariana Torres


Autora do romance epistolar  “Depois que a vida chegou” (Caravana Editorial), paulistana fala sobre seu processo de "descobrir-se escritora" 


Uma mulher decide escrever e-mails ao primeiro filho, desde o seu nascimento, como presente de aniversário de 18 anos. Relatos de parto, primeiros dias de vida, celebrações e anotações cotidianas. Porém, pouco a pouco, o exercício de alteridade com a criança – outro corpo, mas tão dependente da mãe – se transforma em fragmentos de angústia e da necessidade em colocar a mulher no centro do universo contado. O romance epistolar “Depois que a vida chegou” (Caravana Editorial, 116 pág.), da paulistana Mariana Torres, narra as dores de uma mulher que passa a questionar seu lugar no mundo quando atravessada pela maternidade. 

Foi só depois de trabalhar como advogada e empreendedora que a autora encontrou nas palavras sua paixão. “Eu me descobri escritora em meio a uma pandemia e a um puerpério. Entre uma mamada e outra, escrevi uma história pela primeira vez, que seria minha estreia: o livro ‘Clube do Abacate’”, conta. Durante o puerpério da segunda gravidez, escreveu seu segundo romance, “Depois que a vida chegou”. Mariana mora em São Paulo (SP) e passa os seus dias criando histórias, além de dois meninos e dois gatos.


Confira a entrevista completa com a autora:


Você escreve desde quando? Como começou a escrever?

Escrevia quando pequena, mas passaram os anos, comecei a ter vergonha e parei. Voltei a escrever durante o puerpério do meu primeiro filho, que coincidiu com o isolamento da pandemia. Era uma época em que me encontrava perdida, inclusive profissionalmente. Tinha acabado de fechar uma empresa e estava desesperada por não saber o que fazer. Minha analista sugeriu que resgatasse coisas do meu passado, coisas que gostava de fazer. Voltei a ler mais intensamente (minha vida de advogada e depois de administradora não davam muito tempo para essa atividade). Um dia, abri o computador, abri o Word e comecei a escrever de maneira despretensiosa. Todo dia um pouquinho, entre as mamadas do meu filho. Quando me dei conta, tinha escrito bastante. Enviei para meu irmão, que disse que tinha feito um livro. Foi chocante rs.


Como é o seu processo criativo? 

Acho que varia bastante. Quando escrevo algo novo, por exemplo, não sei ainda o que será e qual será o fim, a evolução dos personagens. Já tentei fazer isso e não deu certo, ficou artificial. Mas se estou escrevendo uma história longa, procuro revisitá-la todos os dias, nem que seja para escrever uma palavra. Caso contrário, perco o tom. Se volto depois de dois dias, sinto-me uma estranha dentro das minhas próprias palavras. Ao mesmo tempo, não gosto de estabelecer metas diárias, porque sinto como se houvesse uma obrigatoriedade, como se transformasse algo prazeroso em mais uma tarefa dentro de outras milhões que faço durante o dia. Não digo que já não tentei, mas foram épocas de grandes bloqueios. Para escrever preciso estar relaxada e ao mesmo tempo conectada ao momento, vivendo o presente. Tenho meu canto em casa e gosto de acender velas e rodeá-lo de objetos que têm significado para mim, como coisas que compro em viagens, pedras que coleciono desde criança e até brinquedos de infância. Mas claro que às vezes algo acende dentro de mim e posso estar até numa reunião da escola do meu filho, mas pego o que for para anotar as palavras. Quase como se vomitasse um texto que já estava pronto dentro de mim e brigando para sair.



Se você pudesse resumir os temas centrais de "Depois que a vida chegou", quais seriam?

As dores de uma mulher que passa a questionar seu lugar no mundo quando atravessada pela maternidade.


Por que escolher esses temas?

São temas que conheço profundamente, além de pertinentes.

Quais livros influenciaram diretamente a obra? Como foi o processo de escrita?

Difícil dizer livros que influenciaram diretamente a obra. Posso falar sobre uma autora que influenciou diretamente, Aline Bei. Fazia minha segunda oficina de escrita com ela, durante o meu segundo puerpério. A oficina era focada no desenvolvimento de projetos mais longos, como romances. Num de nossos encontros, desabafei sobre a minha incapacidade de escrever e criar um projeto. Chorei, falei sobre a raiva que sentia do meu filho recém nascido naquele momento e o fato de ninguém entender os meus sentimentos, nem mesmo meu marido e minha mãe. Eu fui acolhida não só por ela, como por todo o grupo. Ela me disse: “escreva sobre esse sentimento, você pode se fazer entender pelas palavras escritas”. Assim fiz. Tudo meio bagunçado. Passados alguns meses, revisitei esses escritos e a partir daí criei uma história.

Quais são as suas principais referências como autora?

Acho que a principal seria Elena Ferrante. Antes dela, lia muitos autores masculinos e quando entrei em contato com a sua obra me senti representada como mulher pela primeira vez. Ela abriu a porta para que eu me jogasse nos livros das escritoras, algo raríssimo para mim. Senti até vergonha. Carla Madeira me encanta demais e claro, Aline Bei, meu farol.


Como você definiria seu estilo de escrita?

Diria cru e objetivo.

Quais são os seus projetos atuais de escrita? O que vem por aí?

No momento, estou trabalhando em algo que pode se tornar outro livro (nunca sei se de fato será rs) sobre a relação entre mãe e filha. Também tenho escrito contos.


Adquira “Depois que a vida chegou” no site da Caravana: https://caravanagrupoeditorial.com.br/produto/depois-que-a-vida-chegou/ 

[RESENHA #975] Deus criou primeiro um tatu, de Yvonne Miller

Alemã de nascença, brasileira de alma, Yvonne Miller reúne nesta obra 50 crônicas e microcrônicas ambientadas em Aldeia dos Camarás, na Mata Atlântica pernambucana.

Com o olhar atento, carinhoso e não ingênuo à vida no Nordeste, Yvonne Miller pincela a realidade cotidiana com a graça e a delicadeza de uma cronista madura.

Tudo para Yvonne Miller é matéria fértil para uma crônica: o dia a dia no Bosque Águas de Aldeia, uma cobra enroladinha na árvore, as descobertas de Chico, “o cachorro mais boa-praça do condomínio”, a caranguejeira em cima da cama etc. Com bom humor, ela nos ensina a perceber a poesia possível do nosso entorno.

Leve e divertido sempre que pode, Deus criou primeiro um tatu também é crítico e político quando precisa.


RESENHA


Deus criou primeiro um tatu é um livro de crônicas da autora Yvonne Miller, publicado pela editora Aboio. A obra é um ensaio intrincado de dúvidas e processos políticos acerca da mudança. Miller narra, com muito bom humor, os aspectos que ignoramos na vida e na natureza, bem como nosso poder de perseverança [e resistência] em meio à mudança. O enredo se inicia com uma passagem da autora revelando um encontro com um pajé, já no prólogo, ele por si, aconselha Miller a desbravar a natureza para se reconectar consigo mesma, em outras palavras, se reencontrar. 

Na sequência, em partiu, a autora nos convida á refletir sobre a resistência humana acerca das mudanças. Ela menciona os pequenos gestos e momentos da vida que não carregamos ou apreciamos com tanto entusiasmo quanto outros. Aqui, ela fala de organizar livros, apreciar o conto dos pássaros, ajeitar a moradia, comemorar os ventos e até mesmo , o prazer de se reconectar através da nudez. Este enredo bem elaborado e construído já começa com suas entrelinhas provocantes, sobretudo, quando uma personagem indaga 'indo embora?', sinalizando o recomeço de uma nova vida, um novo ciclo.

A autora segue suas provocações. O enredo construído de forma que nos leva à pensar apenas nas descrições minuciosas das aventuras de uma nova residência esconde algo em suas linhas. A autora por diversas vezes nos faz refletir sobre os detalhes que passam despercebidos por nós no dia-a-dia,  como mastigando frutinhas agridoces (p.22); ou como admirar a paisagem à nossa volta: A paisagem à minha volta é tão linda que mal dá para acreditar, o sol de verão está aquecendo a minha alma, e estou recebendo uma massagem da cachoeira. O que mais eu poderia almejar? (p. 23)

A autora celebra a vida, as visitas da família, os animais de estimação, o ar puro e as florestas. Seu cântico poético em cada linha revela um talento e uma destreza para ressignificar o poder de uma observadora nata, uma observadora da vida. Os humanos e os animais se dividem em dois grupos: os que pastoreiam e os que se deixam pastorear (p.43), fazendo uma clara alusão à felicidade existente na liberdade daqueles que se deixam pastorear pela vida e pelos momentos. Já em 'eis a pergunta', ela nos leva à uma reflexão acerca do espaço e do uso que cultivamos dele: A vizinha nova já chegou chegando [...] mandou três funcionários para tirar tudo o que não fosse árvore do terreno junto ao nosso. [...] onde antes se alegrava com beija-flores, ora verdes, ora azuis, dançando entre as helicônias, agora se deparava com campo marrom [...] fiquei logo preocupada... (p.61), em uma referência da vizinha não cultivar os mesmos hábitos que ela em relação ao mundo e a natureza. Esta preocupação latente nos mostra o quão indelicado uma intervenção no espaço natural pode ocasionar em momentos de tristeza e dúvida para outros seres, animais ou não. E você, já refletiu sobre o uso do espaço hoje?

Em síntese, a obra de Yvonne Miller é doce, convidativa, alegre, política, efêmera, cativante e extremamente necessária. Ainda que seja um livro repleto de microcontos, a narrativa é, senão, um intricando poético de um ensaio de valoração da vida e da busca por conhecimento e descobertas. Um livro necessário.

[RESENHA #974] Sinto muito por não sentir mais nada, de Tutu Machado

Foto: Arte Digital / Canva / Direitos Reservados

Começar pelo fim pode ser errado, mas também conceitual. Pode ser esquisito, mas também necessário. Pode ser sobre o que já foi, mas também sobre o que é hoje. Partindo de um término abrupto, o poeta recolhe seus cacos e remonta o espelho como quer. Pode ser doído, mas é seu remédio. Em sinto muito por não sentir mais nada, o autor tenta dar sentido ao sentimento (e à falta dele). O jeito que encontrou para amenizar a dor do término de um relacionamento longevo foi escrever enquanto acompanhava a evolução do próprio luto. O que não virou lágrima, virou poesia; e hoje é livro. Hoje é livre. Quem já passou por baixo do rolo compressor que é um “adeus” vai entender tudo nestas páginas. Nelas, o final é triste e feliz — primeiro um, depois o outro.


RESENHA



Em "Desculpe por não sentir mais nada", Tutu Machado nos convida a mergulhar em uma obra que começa pelo fim, desafiando as convenções e nos levando por uma experiência conceitualmente enriquecedora. Pode parecer estranho, talvez até necessário, mas o autor tece suas palavras de forma a construir uma narrativa que nos leva a refletir sobre o que já foi e o que é hoje.

Partindo de um término abrupto, o poeta recolhe os cacos de seu coração partido e reinventa a si mesmo através da escrita. Enquanto acompanha a evolução de seu próprio luto, Machado busca dar sentido ao sentimento e à sua ausência. Através das palavras, ele transforma a dor em remédio, fazendo com que aquilo que não se converteu em lágrima se torne poesia. Assim, o livro nasce, livre como uma ave em pleno voo.

Nestas páginas, o autor nos convida a uma jornada íntima que toca a alma daqueles que já passaram pelo rolo compressor de um "adeus". Com uma mistura única de tristeza e felicidade, Tutu Machado nos conduz por caminhos complexos do coração humano. Suas palavras transbordam de emoção e verdade, levando-nos a compreender profundamente essa experiência universal.

"Desculpe por não sentir mais nada" é mais do que uma obra poética, é um convite à reflexão sobre o amor e as despedidas em uma relação que se findou abruptamente. É uma ode à superação, à resiliência e à capacidade do ser humano de transformar dor em arte. Neste livro, encontraremos palavras que nos desafiarão a encarar nossas próprias dores, a ressignificar nossos términos e, quem sabe, encontrar a liberdade que tanto buscamos. Embarque nessa jornada poética e deixe-se levar pelas profundezas do sentimento e pela força transformadora das palavras de Tutu Machado. "Desculpe por não sentir mais nada" é um lembrete poético de que, mesmo nas maiores despedidas, sempre há uma possibilidade de renascimento.

A obra começa com uma dedicatória ao próprio autor, o que revela que, talvez, a obra tenha sendo escrita durante um período tortuoso de sua vida em um término de um relacionamento paulatinamente frequente e constante. A obra segue com pedidos de desculpa sinto muito por não ser(mos) mais nada, o que revela que, ainda que despedaçado, o autor nos convida à entender a ótica da perda entre dois indivíduos que estão, em igual, sofrendo pela despedida do findar de uma relação.


O autor segue sua poética analisando os motivos pelos quais o término ocorreu:


tentar te mudar foi errado
me mando; você é quem manda
e pra me mudar tô ferrado


Uma forma de ilustrar que as circunstâncias da relação estavam em seu êxtase profundo, onde ambos não se conectavam como antes. No verso 'tentar te mudar foi errado', o autor nos revela que encontrou impedimentos ao deparar-se com uma pessoa completamente oposta ao que se esperava. A narrativa ainda sugere que ambos eram resilientes em dar o braço a torcer pelo outro em 'você é quem manda', revelando assim, que ambos estavam dispostos à mudar o outro, não a si próprio, porém, o verso segue em 'e para me mudar tô ferrado',  revelando que, ambos possuíam problemas e estavam desconexos em não buscar dentro de si motivos que causaram a ruptura no racionamento e a vontade interna de não se mudar pelo outro por não haver reciprocidade.


eu já não conheço mais ninguém
e quem me conhece já sabe
só quero reconhecer alguém
que me lote do que me cabe


Os versos acima revelam que o autor sente-se desconhecido por si de forma profunda, ao afirmar não conhecer mais ninguém, o autor também revela sua dificuldade em entender os outros e as mudanças existentes nas pessoas, mas segue dizendo 'quem me conhece já sabe', revelando, que, todos o conhecem de forma interna para saber como ele funcionava, mas e a si próprio? 'só quero reconhecer alguém', é uma forma de tentar descobrir em palavras e ações de forma automática o que o outro tem a oferecer fazendo-lhe o parceiro que lhe falta. Mas, ainda assim, o eu lírico do poema revela uma dificuldade constante em esquecer o parceiro, o que significa que o relacionamento foi dotado de uma profundidade conexa e firme, mas também rasa e temporária, revelado nos versos 'e se quiser voltar', deixando as expectativas de uma mudança futura em aberto.

Seguindo a poética, ao autor descreve:


mudança forçada
triângulo das permutas
para trocar de endereço
sem pagar multa
sem pagar muito


O eu lírico do poema expressa sua infelicidade em perceber que a relação tornou-se apenas uma série de permutas, onde ambos só se davam por vencidos em prol de uma mudança no outro, não sendo assim, uma relação de cumplicidade, mas de barganha, tornando o relacionamento monótono e problemático. Ao declarar 'para trocar de endereço', o autor refere-se ao sentimentalismo e a forma como ele enxergava a si próprio, em outras palavras, mudar quem se é para agradar o outro, algo que como ele menciona nos próximos versos sem pagar multa/sem pagar muito é estranhamente complicado.


A importância da leitura no desenvolvimento da educação

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A leitura desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da educação em diversas áreas. Algumas das principais razões pelas quais a leitura é importante para o desenvolvimento da educação incluem:

1. Aquisição de conhecimento: A leitura é uma das formas mais eficazes de adquirir conhecimento em diversas áreas do saber. Através da leitura, os estudantes podem ter acesso a informações atualizadas e relevantes sobre diversos assuntos, ampliando seu vocabulário e conhecimento geral.

2. Desenvolvimento da criatividade e imaginação: A leitura de obras literárias estimula a criatividade e imaginação dos estudantes. Ao ler histórias, os alunos são encorajados a criar imagens mentais e construir um mundo próprio em suas mentes. Isso promove o desenvolvimento da criatividade e da capacidade de pensar de forma crítica.

3. Aprimoramento da habilidade de comunicação: A leitura constante melhora a habilidade de comunicação dos estudantes, desenvolvendo sua capacidade de expressão oral e escrita. Ao se expor a diferentes estilos de escrita, os alunos podem aprender a usar a linguagem de forma mais eficaz, melhorando sua capacidade de se expressar e comunicar suas ideias com clareza.

4. Estímulo ao pensamento crítico: A leitura de textos diversos expõe os estudantes a diferentes perspectivas e pontos de vista, desenvolvendo sua capacidade de análise e pensamento crítico. Ao aprender a questionar e avaliar informações, os alunos se tornam mais capazes de formar opiniões e tomar decisões fundamentadas.

5. Expansão da visão de mundo: Através da leitura, os estudantes são expostos a diferentes culturas, realidades e experiências humanas. Isso os ajuda a expandir sua visão de mundo, desenvolvendo empatia e compreensão para com aqueles que são diferentes deles. A leitura também pode promover o respeito à diversidade e combater preconceitos.

6. Estímulo ao hábito de leitura: A leitura regular desde a infância pode ajudar a desenvolver o hábito de leitura ao longo da vida. Estudantes que cultivam o hábito de ler tendem a se tornar adultos mais informados, críticos e criativos. Além disso, a leitura regular pode ser um passatempo prazeroso e uma forma de relaxamento.

Portanto, é essencial que as instituições de ensino e os educadores incentivem a leitura como parte integrante do currículo educacional. Fomentar essa prática desde cedo é de extrema importância para o desenvolvimento pessoal e intelectual dos estudantes, contribuindo para uma educação mais completa e eficaz.

Além disso, é fundamental que sejam disponibilizados materiais de leitura adequados e interessantes para os estudantes, de forma a estimular o interesse e o prazer pela leitura. Isso pode incluir a variedade de gêneros literários, revistas, jornais e acesso a bibliotecas.

Os educadores também podem desempenhar um papel importante no incentivo à leitura, através da realização de atividades que promovam a leitura, como rodas de leitura, debates sobre livros e o incentivo à troca de recomendações de leituras entre os estudantes.

Em resumo, a leitura desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da educação, contribuindo para a aquisição de conhecimento, o desenvolvimento da criatividade e imaginação, aprimoramento da habilidade de comunicação, estímulo ao pensamento crítico, expansão da visão de mundo e estímulo ao hábito de leitura ao longo da vida. É importante que as instituições de ensino e os educadores promovam e incentivem a leitura como parte do currículo educacional, para garantir uma educação mais completa e eficaz para os estudantes.

Além disso, é válido ressaltar que a literatura é uma forma de expressão artística e cultural. Ao serem expostos a diferentes obras literárias, os estudantes têm a oportunidade de vivenciar diferentes estilos de escrita, conhecer a história da literatura e apreciar a riqueza da linguagem. Isso contribui para o enriquecimento cultural dos alunos, ampliando suas referências e sua bagagem intelectual.

A leitura também desempenha um papel importante no desenvolvimento da empatia e da inteligência emocional. Através das histórias, os estudantes podem se colocar no lugar dos personagens e vivenciar diferentes emoções. Isso os ajuda a desenvolver a capacidade de se colocar no lugar do outro, compreender diferentes perspectivas e lidar com suas próprias emoções de forma mais saudável.

Outro benefício da leitura é o desenvolvimento do pensamento crítico e da capacidade de argumentação. Ao ler diferentes textos, os estudantes são incentivados a pensar de forma mais profunda, avaliar evidências, formular argumentos embasados e construir uma opinião fundamentada. Isso contribui para o desenvolvimento de habilidades importantes para a vida adulta, como a capacidade de tomar decisões informadas, analisar informações com senso crítico e defender seus pontos de vista de forma persuasiva.

Além disso, a leitura pode ser um meio de escapar da realidade e encontrar entretenimento e prazer. Com livros, os estudantes podem viajar para outros mundos, conhecer personagens fascinantes e viver experiências emocionantes. Isso promove o desenvolvimento do senso de aventura, da curiosidade e do prazer pela descoberta.

Em resumo, a leitura é essencial para o desenvolvimento da educação em diversas áreas. Ela contribui para a aquisição de conhecimento, desenvolvimento da criatividade e imaginação, aprimoramento da habilidade de comunicação, estímulo ao pensamento crítico, expansão da visão de mundo, estímulo ao hábito de leitura ao longo da vida, enriquecimento cultural, desenvolvimento da empatia e inteligência emocional, desenvolvimento do pensamento crítico e da capacidade de argumentação, além de proporcionar entretenimento e prazer.

Portanto, é responsabilidade das instituições de ensino e dos educadores promover e incentivar a leitura como parte integrante do currículo educacional. Através de atividades que estimulem a leitura, acesso a materiais adequados e interessantes, e criação de um ambiente favorável à leitura, é possível garantir que os estudantes desenvolvam todo o potencial que a leitura pode oferecer, contribuindo para uma educação mais completa e eficaz.

A importância da leitura no desenvolvimento acadêmico

A leitura desempenha um papel fundamental na educação acadêmica por várias razões:

1. Aquisição de conhecimento: A leitura permite que os estudantes tenham acesso a informações e conhecimentos de diversas áreas. Através da leitura, eles podem aprender sobre novos conceitos, teorias e descobertas, expandindo seus horizontes e desenvolvendo uma base sólida de conhecimento.

2. Desenvolvimento de habilidades de leitura e compreensão: A prática regular da leitura melhora habilidades de leitura, como velocidade, compreensão e análise crítica. Essas habilidades são essenciais para a compreensão de materiais acadêmicos complexos, como livros didáticos, artigos de pesquisa e documentos técnicos.

3. Melhoria da redação e comunicação: A leitura de materiais escritos por autores habilidosos é uma forma eficaz de melhorar as habilidades de escrita dos estudantes. Ao ler bons exemplos de escrita, eles podem aprender a organizar ideias, aprimorar a gramática e expandir seu vocabulário. Essas habilidades são cruciais para a produção de trabalhos acadêmicos de qualidade e para a comunicação eficaz.

4. Estímulo à criatividade e imaginação: A leitura de obras literárias, como romances, poesias e contos, estimula a criatividade e a imaginação dos estudantes. Isso os ajuda a desenvolver habilidades de pensamento criativo, a se expressar de forma mais articulada e a apreciar a riqueza da linguagem.

5. Desenvolvimento do pensamento crítico: A leitura crítica envolve a análise e a avaliação de informações de diversas fontes. Ao ler diferentes perspectivas sobre um determinado assunto, os estudantes são expostos a diferentes pontos de vista, o que lhes permite formar opiniões críticas, tomar decisões informadas e desenvolver pensamento crítico.

Em resumo, a leitura desempenha um papel essencial na educação acadêmica, proporcionando acesso ao conhecimento, aprimorando habilidades de leitura e escrita, estimulando a criatividade e o pensamento crítico. Portanto, é importante que os estudantes sejam incentivados a ler regularmente como parte de sua formação acadêmica.

A importância do estímulo à leitura

O estímulo à leitura é de extrema importância para o desenvolvimento social, emocional e intelectual das pessoas. 

Primeiramente, a leitura é uma forma de acesso ao conhecimento. Através dos livros, revistas, jornais e outros materiais de leitura, a pessoa pode adquirir informações, aprender sobre diferentes assuntos, adquirir novos vocabulários e aprimorar sua comunicação escrita e verbal.

Além disso, a leitura é uma ferramenta para o desenvolvimento do pensamento crítico. Ao ler diferentes perspectivas sobre um mesmo assunto, o leitor é desafiado a refletir, analisar, questionar e formar sua própria opinião. Essa habilidade é essencial para a formação de cidadãos ativos e conscientes, capazes de tomar decisões fundamentadas e contribuir para a sociedade de forma positiva.

Outro benefício da leitura é o estímulo à imaginação e à criatividade. Ao entrar no mundo da literatura, a pessoa é transportada para diferentes realidades, épocas e lugares, podendo vivenciar experiências emocionantes, conhecer personagens fascinantes e se emocionar com histórias cativantes. Essa experiência amplia a capacidade de imaginar, criar e se expressar, desenvolvendo a criatividade e o repertório cultural.

Além disso, a leitura também está relacionada ao desenvolvimento emocional. Ao se colocar no lugar dos personagens, o leitor pode desenvolver empatia, compreensão e habilidades sociais. Através das histórias, a pessoa pode se identificar com as experiências dos personagens, refletir sobre seus próprios sentimentos e encontrar conforto e orientação para lidar com seus próprios desafios.

Por fim, o estímulo à leitura desde cedo pode contribuir para o desenvolvimento da linguagem, do senso estético e do gosto pela leitura. Crianças que são incentivadas a ler desde cedo têm maior facilidade de aprendizado, melhor desempenho escolar e maior propensão a se tornarem leitores assíduos na fase adulta.

Portanto, o estímulo à leitura é essencial para o desenvolvimento integral das pessoas, promovendo o acesso ao conhecimento, o pensamento crítico, a imaginação, a criatividade, a empatia e o desenvolvimento linguístico.

Racismo ambiental: contextualização, exemplos e livros sobre a problemática

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O racismo ambiental é um fenômeno complexo que se refere à injustiça ambiental sofrida por comunidades marginalizadas com base em sua raça, etnia ou origem socioeconômica. Essas comunidades são habitualmente expostas a uma série de condições ambientais negativas, como poluição do ar, contaminação da água, depósitos de resíduos tóxicos e falta de acesso a recursos naturais.

Uma das principais características do racismo ambiental é a localização dessas comunidades próximas a áreas industriais, incineradores, instalações de armazenamento de resíduos e outras fontes de poluição. Isso ocorre porque, muitas vezes, essas comunidades não têm influência política ou econômica para se opor a esses empreendimentos ou não têm outra opção de moradia devido a fatores socioeconômicos. Como resultado, elas se tornam vulneráveis à degradação ambiental e à exposição a produtos químicos perigosos.

Essas comunidades já sofrem com uma série de desafios sociais e econômicos, e o racismo ambiental só agrava essas desigualdades. A exposição crônica a poluentes pode ter um impacto significativo na saúde dessas pessoas, levando a taxas mais altas de doenças respiratórias, câncer, problemas neurológicos e problemas de desenvolvimento em crianças.

Além disso, o racismo ambiental também está intrinsecamente ligado a questões de justiça social. Muitas vezes, as comunidades afetadas são historicamente marginalizadas e possuem menos acesso a educação de qualidade, emprego, sistemas de saúde adequados e outras oportunidades. Isso cria um ciclo de desigualdade persistente, onde as comunidades mais vulneráveis são relegadas a uma qualidade de vida inferior.

Para enfrentar o racismo ambiental, é necessário um esforço conjunto entre governos, organizações não governamentais, ativistas e pesquisadores. É essencial criar políticas que protejam as comunidades marginalizadas contra a exposição injusta a poluentes e estabelecer regulamentações mais rígidas para as indústrias. Também é importante aumentar a conscientização sobre a discriminação ambiental e o impacto que ela tem sobre a vida das pessoas.

A luta contra o racismo ambiental não beneficia apenas as comunidades mais afetadas, mas sim toda a sociedade. Devemos trabalhar juntos para construir um mundo mais justo e igualitário, onde todos tenham o direito de viver em um ambiente seguro e saudável, independentemente de sua raça, etnia ou classe social. Só assim poderemos alcançar um futuro sustentável e equitativo para todos.

Exemplos

1) Em muitas cidades, é comum que áreas mais pobres e habitadas majoritariamente por pessoas negras e de minorias étnicas estejam mais expostas a poluição ambiental. Isso acontece devido à instalação de indústrias e fábricas que poluem o ar e a água nessas regiões, prejudicando diretamente a saúde dessas comunidades.

2) Em algumas regiões, é comum que a infraestrutura básica, como fornecimento de água potável e coleta de resíduos, seja menos eficiente em áreas habitadas por populações de baixa renda, em sua maioria negras e latinas. Isso faz com que essas comunidades sejam mais vulneráveis a doenças e problemas de saúde relacionados ao acesso insuficiente a recursos básicos.

3) A disposição de depósitos de resíduos tóxicos e lixões nas proximidades de comunidades marginalizadas também caracteriza um exemplo de racismo ambiental. Essas áreas são frequentemente escolhidas para o descarte inadequado de resíduos, pois os residentes possuem menos poder político e recursos para se opor a essas práticas prejudiciais à saúde.

4) Em várias partes do mundo, como no Brasil, a expansão de grandes projetos de mineração e agronegócio tem desencadeado conflitos territoriais com comunidades indígenas e tradicionais. Esses projetos muitas vezes causam danos ambientais significativos, como desmatamento e poluição dos rios, prejudicando diretamente a qualidade de vida dessas comunidades.

5) O planejamento urbano desigual também pode ser considerado um exemplo de racismo ambiental. Por exemplo, a falta de investimento em infraestrutura, áreas verdes e espaços públicos em bairros periféricos habitados majoritariamente por pessoas negras e de minorias étnicas, resulta em menor qualidade de vida e menor acesso a oportunidades de lazer e recreação, em comparação com áreas mais privilegiadas.

Livros sobre o racismo ambiental

Direito e racismo ambiental na diáspora Africana, de Arivaldo Santos de Souza

Fazendo um recorte temático de negros descendentes de africanos que vieram ao território das Américas no período colonial, o livro apresenta um conceito aprofundado do racismo ambiental, além de abordar a concepção de justiça ambiental. Portanto, a obra traz importante contribuição para a compreensão da dimensão social das questões ambientais, que sempre afetarão mais fortemente grupos mais vulneráveis.

Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil: o mapa de conflitos [Organizadores: Marcelo Firpo Porto, Tania Pacheco, Jean Pierre Leroy]


"O meticuloso e mundialmente pioneiro trabalho dos pesquisadores que deu origem a esta coletânea revela um fenômeno estrutural: estão aumentando o número e a gravidade dos conflitos ambientais em todo o mundo, principalmente no 'sul global' exportador de commodities. Isso ocorre em razão da explosão dos monocultivos com seus agrotóxicos, da extração de recursos naturais, do transporte de materiais e da produção de rejeitos. Assim, sofrem as populações pobres, indígenas, quilombolas e tantas outras, que perdem seu sustento e sua saúde, e, por isso, mobilizam-se e protestam. Até mesmo a esquerda política mostra-se cada vez menos empenhada em reconhecer a ecologia popular e o movimento global por justiça ambiental. Enquanto isso, o comércio injusto e insustentável continua a gerar inúmeros problemas ambientais, de saúde e violação dos direitos fundamentais. Os inventários e os mapas de conflitos ambientais, como os abordados nesta obra, ajudam, com vigor científico e moral, a dar visibilidade a essa realidade indignante. Mais que isso, mostram a forma como instituições e pesquisadores engajados podem, ao se aliar aos movimentos por justiça e contra o racismo ambiental, contribuir para a construção de um mundo mais solidário, justo e sustentável." Joan Martínez-Alier, professor da Universidade Autônoma de Barcelona e da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) de Quito/Equador


Racismo Ambiental e Emergências Climáticas no Brasil, de Mariana Belmont


Livro originado da Formação em Racismo Ambiental e Emergência Climática. Um chamado organizacional junto com à Coalizão Negra por Direitos, movimentos e coletivos negros, intelectuais e militantes negras/os. A emergência climática está trazendo à tona demandas urgentes dos movimentos negros e visibilizando as dimensões de vulnerabilidade social e ambiental de grupos historicamente excluídos a terem direitos. A formação falou do Brasil do hoje para o de amanhã. Esta obra é uma provocação ao movimento ambientalista branco, para que a as desigualdades, em especial o racismo seja tema central nas discussões climáticas, mas é principalmente a busca para que o Estado seja responsabilizado pela inoperância nos territórios vulnerabilizados.

Meio ambiente em foco – racismo ambiental: conflitos, territórios e resistências [Cláudio Ubiratan Gonçalves et. al. (Organizadores)]


“Pois por sua maior mobilidade, o capital especializa gradualmente os espaços, produzindo uma divisão espacial da degradação ambiental e gerando uma crescente coincidência entre a localização de áreas degradadas e de residência de “classes ambientais” dotadas de menor capacidade de se deslocalizar. Os grupos sociais que resistem a esta divisão espacial da degradação ambiental dificultam, conseqüentemente, a rentabilização esperada dos capitais, ao reduzir para estes a liberdade de escolha local e o índice de mobilidade de seus componentes técnicos. As lutas por justiça ambiental mostram, neste contexto, toda a sua potência como barreira organizada a este instrumento de subordinação política próprio à acumulação em sua forma flexível – a mobilidade espacial dos capitais” (ACSELRAD, 2002).

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