[CRÍTICA] O menino que matou meus pais

O ator Leonardo Bittencourtc como Daniel Cravinhos | reprodução | post literal

SINOPSE

O Menino que Matou Meus Pais parte da perspectiva de Suzane Von Richthofen (Carla Diaz), que, em 2002, foi acusada junto ao seu namorado, Daniel Cravinhos (Leonardo Bittencourt), de cometer o brutal assassinato de seus pais, Manfred von Richthofen (Leonardo Medeiros) e Marísia von Richthofen (Vera Zimmermann), caso criminal que chocou o país.
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O menino que matou meus pais é um thriller policial brasileiro dirigido por Maurício Eça, com lLana Casoy e Raphael Montes (autor do best-seller "jantar secreto), o filme foi  lançado no dia 24 de setembro de 2021 na plataforma de streaming Amazon Prime Vídeo, ficando em 1º de audiência na plataforma em sua semana de estreia. O filme narra um dos casos mais sombrios e absurdos já noticiados no Brasil, o caso Richtofen, onde Suzane Von Richtofen matou os próprios pais com ajuda do namorado Daniel Cravinhos e do irmão Cristian Cravinhos, afim, de, segundo eles, frear o comportamento abusivo dos pais em relação ao relacionamento desenvolvido por Suzane e Daniel no ano de 1999.

O filme é uma sequência de fatos complementar do roteiro do filme "a menina que matou os pais", onde cada qual noticia perspectivas diferentes acerca do homicídio, sendo "a menina que matou os pais", pela perspectiva de Daniel Cravinhos, e "o menino que matou meus pais", sob a perspectiva de Suzane.

Falar sobre um filme baseado em fatos reais nos dá uma nuance de observação que merece cautela, afinal , ambos os roteiros baseiam-se em visões distintas de um mesmo ocorrido, o que leva o leitor à analisar os pontos de convergência entre as narrativas, bem como seu envolvimento emocional e toda carga psicológica envolvida na trama, mas como é de praxe, o roteiro tornou-se menos teórico e objetivo e mais fantasioso e documentativo. 

Neste enredo entenderemos à visão de Richtofen acerca do homicídio de seus pais e do desenvolvimento de um relacionamento problemático com seu namorado Daniel, na visão da ré, sua participação desafortunada e seu envolvimento com drogas foram todos fomentados pelo até então namorado, Daniel Cravinhos. Observaremos uma sequência de acontecimentos que, na prática, pra quem acompanhou o julgamento e todo ocorrido na tevê, bem como as inúmeras matérias desenvolvidas acerca da barbárie, torna-se cômico, sobretudo pela ausência de cuidado na transição entre cenas, ainda que um filme colabore de forma significativa na explicação de um ocorrido e outro, poderemos perceber uma desatenção acerca de detalhamentos que poderiam ter tornado a narrativa do ponto crítico mais relevante, tornando a obra mais interessante, como o desenvolvimento da perspectiva de ambos em relação ao início dos problemas, uma vez que tudo transcorre deliberadamente em um jogo de quatro cenas, tornando os motivos do ocorrido, banais e "de uma hora para outra".

Ambos receberam a mesma condenação no caso real, porém, se observarmos toda linha temporal de ambos, notaremos que Suzane vem de uma família com nome de peso, com grandes figuras reconhecidas mundialmente que carregam seu sobrenome Richtoffen, como: Ferdinand von Richthofen (geógrafo, 1833-1905); Oswald von Richthofen (diplomata, 1847-1906); Else von Richthofen (cientista política, 1874-1973); Frieda von Richthofen (filósofa, 1879-1956); Manfred von Richthofen (aviador, 1892-1918); Lothar von Richthofen (aviador, 1894-1922); Bolko von Richthofen (arqueóloga, 1899-1983); Hermann von Richthofen (diplomata, 1933), dentre outros. Suzane também, vivia em uma mansão com os pais em Brooklin, São Paulo, levando uma verdadeira vida repleta de regalias e luxos. Já com Daniel, vê-se o oposto, o garoto veio de uma família simples considerada "barulhenta", rendendo à eles o título de família do barulho. A família mantinha-se com trabalhos simples e com uma rotina agitada graças aos filhos. Daniel, apaixonado por aeromodelismo ganhou diversos troféus em competições e era considera um exemplo, o que claro, não representava seu irmão do meio, Cristian, que era considerado problemático, briguento e extremamente impaciente, eram frequentes suas brigas com vizinhos e uma série de intrigas. Na trama, desenvolvida por lLana Casoy e Raphael Montes, o pai de Daniel, Astrogildo, o narrando como um escrivão em tempo integra, não mencionado que o mesmo fora condenado por falsidade ideológica por falsificação de uma carteira da Ordem Brasileira dos Advogados (OAB), um ponto que seria facilmente considerado irrelevante, mas não o suficiente pra julgar o caráter de criação do filho, o que poderia considerar seu histórico familiar em um julgamento.  Ignoraram também o fato de que Daniel Cravinhos era um ex-viciado em drogas que já passou por tratamentos de reabilitação em uma clínica, tendo sido o primeiro à confessar-se culpado no tribunal e emocionando-se durante suas narrativas e reconstituição dos fatos.

O fato é que o enredo não é bem desenvolvido, falta trabalho investigativo - e se houve algum, faltou-o documentar e expor de maneira mais clara e objetiva no enredo da trama -.  O roteiro ignora vícios e problemas das famílias e foca em uma narrativa mais elucidativa para Suzane do que para Daniel, o que pode causar um desconforto em telespectadores mais ativos aos detalhes e causando um certo embaraço no senso crítico daqueles que detém m conhecimento do caso além-tela.

um filme interessante, mediano, sem grandes expectativas e com um roteiro ok.

ALGUNS TAKES DA OBRA:
















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