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[RESENHA #677] Linguística aplicada, de Ana Elisa Ribeiro e Carla Viana Coscarelli

APRESENTAÇÃO

O ensino da língua portuguesa está presente durante toda a trajetória da educação básica. Assim, é um tema inescapável para professores e futuros professores. A Linguística Aplicada, por sua vez, busca compreender os usos da linguagem (ou das linguagens) e como ela é adquirida e usada para resolver problemas e situações da nossa vida. Esta obra, repleta de exemplos e atividades, apresenta uma cronologia do desenvolvimento da Linguística Aplicada, mostrando como ela influenciou e segue influenciando nossas concepções de educação e, mais especificamente, de ensino de português nas escolas.

Sobre a coleção: A sala de aula é o principal campo de atuação tanto do profissional graduado em Letras quanto em Pedagogia. A coleção Linguagem na Universidade, coordenada por Kleber Silva e Stella Maris Bortoni-Ricardo (ambos da UnB), abrange as questões de linguagens e suas interseccionalidades a partir de disciplinas que são obrigatórias nos currículos desses dois cursos. Com linguagem didática, leve e acessível, as obras são voltadas para estudantes de graduação, auxiliando o futuro professor em sua prática pedagógica.


RESENHA

O livro Linguística aplicada — ensino de português é um manual de ensino escrito para professores de língua portuguesa como um farol de ensino metodológico acerca da importância da compreensão do ensino de linguística em sala de aula. A obra possui como foco o desmembramento das problemáticas arraigadas no ensino de forma estrutural, desmistifcando e identificando os problemas decorrentes no ensino de língua portuguesa em sala de aula. 


A introdução da obra compreende na explicação básica do que é de fato o campo de estudo da linguística aplicada, fomentando assim, uma maior compreensão acerca do seu real significado e valor. A linguística aplicada (LA) é um campo de estudo transdisciplinar, indisciplinar e intercultural que identifica, investiga e busca soluções para problemas relacionados à linguagem na vida real.


Os objetivos da LA são:


Identificar problemas relacionados à linguagem;

Investigar esses problemas a partir de uma perspectiva linguística;

Desenvolver soluções para esses problemas.


A LA é uma área de estudo ampla e diversificada, que abrange uma variedade de tópicos, incluindo:


Ensino de línguas;

Tradução e interpretação;

Linguística forense;

Linguística clínica;

Linguística aplicada à informática;

Linguística aplicada à educação;

Linguística aplicada à saúde;

Linguística aplicada ao direito;

Linguística aplicada à mídia;

Linguística aplicada à tecnologia.


A LA é uma área de estudo em constante crescimento, que se desenvolve a partir de um diálogo entre a linguística e outras disciplinas, como a psicologia, a sociologia, a antropologia, a educação e a tecnologia.


Alguns exemplos de problemas relacionados à linguagem que a LA pode investigar e solucionar:


Como ensinar uma língua estrangeira de forma eficaz?

Como traduzir um texto de forma fiel e natural?

Como identificar e corrigir erros de linguagem?

Como melhorar a comunicação entre pessoas de diferentes culturas?

Como usar a linguagem para promover a inclusão social?


A obra também fomenta debates acerca do ensino de língua materna na sala de aula, como sendo banalizada e fora do eixo com regras preestabelecidas de decoração de regras de gramática normativa. Para tal, descreve-se uma linha tênue de explicação e raciocínio acerca do atual método de ensino em paralelo ao ensino correto de compreensão das competências linguísticas do alunado em sala de aula, através da análise da gramática, texto e dos gêneros textuais existentes no mundo, bem como no meio digital. As autoras usam de exemplos de linguísticas e estudiosos que acreditam que a pauta de ensino deve ser mais livre levando em consideração as competências existentes no conhecimento do alunado, atribuindo, assim, ao ensino uma linha de ordem cronológica de investigação dos problemas existentes na escrita e fala nas situações sociais cotidianas:


Vários autores criticam o ensino baseado na concepção normativa da lingua, como Luft, mas também os linguistas Mário Perini, Sírio Possenti, Rodolfo Ilari [...] atentam para aspectos relaionados ao uso da linguagem nas situações da vida, como as variantes linguisticas, a adequação à a situação e o registro (grau de formalidade), a dinamicidade (mutabilidade) das línguas, a competência e a criatividade dos falantes. (p. 29).

A obra também realiza uma investigação meticulosa acerca da participação das redes sociais na criação de textos e vídeos que fomentam um maior debate dos linguistas na investigação dos fenômenos. A obra em si, é uma forma de explicar de forma clara e mais abrangente a língua e suas propriedades, não apenas para os profissionais de língua portuguesa, mas para todo alunado com mente fechada em relação à fala.


Será que devemos manter cegamente a tradição ou pode ser melhor repensar nossa abordagem, trazendo contribuições de pesquisas, de estudos, de transformações nas tecnologias de produção e de recepção de textos?  (Texto da autora no site da contexto)

A ideia de letramento é apresentada como uma forma de pensar nos usos da língua e das linguagens, reconhecendo que existem diferentes formas de se expressar e que cada uma delas pode ser adequada a determinada situação. Não se trata de certo ou errado, mas de adequação, uso, objetivo e nuance. A autora argumenta que a forma como os linguistas aplicados pensam a linguagem tem influência direta na forma como o ensino de língua portuguesa é abordado, e questiona se devemos manter cegamente a tradição ou repensar a abordagem, considerando contribuições de pesquisas, estudos e transformações tecnológicas.


As autoras destacam a importância das tecnologias digitais, que permitem a produção de textos em diferentes linguagens e o uso de recursos como a hipertextualidade. Ela defende a necessidade de desenvolver habilidades relacionadas à produção e compreensão de textos, além de promover o pensamento crítico, para que as pessoas se envolvam nas atividades propostas de forma reflexiva, dinâmica e autônoma.


também ressalta a relação entre as questões abordadas pelos linguistas aplicados e os problemas sociais, destacando que a alfabetização e o letramento são temas essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade. A autora questiona se o preconceito linguístico não é uma forma de exclusão social e discute a relação entre linguagem e identidade. Ela enfatiza a importância da Linguística Aplicada na sociedade e apresenta o livro como uma forma de familiarizar as pessoas com essa área e suas questões, convidando os leitores para a leitura e o diálogo.


AS AUTORAS


Ana Elisa Ribeiro é professora titular do Departamento de Linguagem e Tecnologia do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), onde atua no ensino médio, no curso de Letras e no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens. É doutora em Linguística Aplicada e mestre em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Minas Gerais, com alguns estágios pós-doutorais. É pesquisadora do CNPq e autora de diversos livros nos temas dos letramentos e da multimodalidade. 


Carla Viana Coscarelli é professora titular da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais. Tem mestrado e doutorado em Estudos Linguísticos pela UFMG. Fez pós-doutorado em Ciências Cognitivas pela University of California, San Diego, e em Educação pela University of Rhode Island. É coordenadora do Projeto de Extensão Redigir UFMG e desenvolve pesquisas sobre a leitura em ambientes digitais e letramento digital.

[ENTREVISTA] Debora Sapphire, autora de “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta”

Debora Sapphire fala sobre o processo de criação de seu segundo livro, bem como do seu primeiro na categoria juvenil, intitulado “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta”. A autora, também conhecida pelo romance “O Mistério da Mansão Walker”, revela detalhes sobre as novidades editoriais, futuros lançamentos, seu processo criativo e sua nova personagem.

1. Como surgiu a ideia para escrever “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta”?

A ideia de escrever “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta” surgiu a partir de um edital da Lura Editorial para uma antologia de contos de fadas que aquecem o coração. Decidi seguir caminhos diferentes para a publicação do conto e encontrei na Amazon uma forma de dar mais destaque à história.


2. Qual foi a inspiração por trás da personagem Ruby, a pequena bruxa ruiva?

A inspiração para criar Ruby veio do desejo de escrever uma personagem que a Debora adolescente ou criança gostaria de ler. Visualizei uma protagonista mirim com personalidade única para estrelar uma história cativante.


3. Como você abordou a temática do luto e da autodescoberta na história?

Abordei as temáticas de forma sensível e natural, pois são assuntos comuns na vida humana. O luto é uma experiência que todos enfrentamos em algum momento, e a autodescoberta é essencial para o crescimento e formação de um indivíduo.


4. Em sua opinião, qual é a importância de trazer personagens femininas fortes e independentes em livros infantojuvenis?

É fundamental trazer protagonistas femininas fortes e independentes na literatura infantojuvenil. Muitas vezes, os livros dessa faixa etária são escritos por homens e apresentam personagens masculinos como principais. É importante que meninas inteligentes, independentes e cheias de personalidade se vejam representadas nas histórias, independentemente da idade delas.


5. Como você equilibrou a magia e a realidade na trama do livro?

Busquei equilibrar a magia e a realidade na construção da narrativa. A ficção se apoia na realidade, mesmo sendo uma criação imaginária. Nesse sentido, trouxe influências da cultura wicca e abordei temas como violência doméstica, preconceito e diferenças culturais presentes em nossa sociedade.


6. Qual é a mensagem principal que você gostaria que os leitores tirassem de “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta”?

Embora haja uma mensagem central, acredito que cada leitor pode interpretar e tirar diferentes mensagens preciosas dessa história. No entanto, acredito que a principal seja valorizar o que já temos em vez de idealizar algo diferente, e que o autoconhecimento é fundamental para encontrar nosso lugar no mundo.


7. Como foi o processo de criação dos personagens secundários, como a raposa e o caçador?

Apesar de serem personagens secundários, a raposa desempenha um papel importante na história, sendo o espírito familiar da pequena bruxa. O processo de criação desses personagens foi tranquilo, pois ambos têm relevância na trama do conto, seja de forma direta ou indireta.


8. Quais são os desafios de escrever para o público infantojuvenil?

Escrevi o livro pensando em um público amplo, incluindo jovens e adultos. Não houve limitação em escrever apenas para o público infantojuvenil, pois desejava que a história pudesse ser apreciada por todas as idades.


9. Como você acredita que a literatura pode contribuir para o desenvolvimento das crianças e adolescentes?

Acredito que a literatura desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das crianças e adolescentes. Essa fase é decisiva para a construção psicológica e emocional de um indivíduo, e os livros podem contribuir para a formação de caráter, além de estimular a criatividade e a imaginação.

10. Quais são as suas maiores influências literárias ao escrever um livro do gênero fantasia?

Como leitora ávida de histórias de fantasia, minhas maiores influências vêm das leituras que fiz ao longo de minha vida. Essas influências moldaram minha escrita e meu amor pelo gênero fantástico.


11. Você teve que fazer alguma pesquisa específica para escrever sobre bruxas e magia?

Confesso que criar histórias sobre bruxas e magia se tornou uma especialidade minha. Por isso, é um tema confortável para mim escrever sobre. No entanto, mesmo sendo uma parte característica das minhas histórias e trazendo essa identidade como escritora, eu sempre faço pesquisas antes de compor uma trama para construir uma narrativa verossímil.


12. Como você desenvolveu a narrativa reflexiva e acolhedora presente em “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta”?

Para desenvolver a narrativa reflexiva e acolhedora em “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta”, sem dúvida, foi preciso me colocar no lugar do leitor. Eu queria transmitir emoções e sensações ao leitor durante a leitura dessa história, e para isso, eu precisava sentir essas emoções primeiro.


13. Quais são as suas técnicas para criar um mundo de fantasia envolvente e cativante?

Olha, eu não tenho técnicas específicas para criar um mundo de fantasia envolvente e cativante. Como mencionei anteriormente, a história precisa me conquistar e cativar antes, enquanto me coloco no lugar do leitor. Uma vez que isso acontece, sei que as chances desse mundo ser capaz de envolver e cativar outros leitores são altas.


14. Você já tinha em mente que “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta” seria um livro infantojuvenil desde o início do processo de escrita?

Sim, primeiramente porque é um gênero em que eu já tinha interesse em me aventurar. Minha mãe é pedagoga e professora do ensino infantil, então eu já tinha o desejo de escrever um livro que ela pudesse usar em sala de aula. Com certeza, ainda haverá versões ilustradas e adaptação em quadrinhos do livro no futuro. Além disso, assim que surgiu a oportunidade de embarcar nesse projeto, eu não perdi tempo. E quando falo em oportunidade, também me refiro a investimento financeiro.


15. Como você lida com o feedback dos leitores, especialmente quando se trata de um livro voltado para crianças e adolescentes?

Eu procuro lidar com o feedback dos leitores das minhas obras de forma aberta, compreendendo que cada experiência de leitura é única. Gosto da frase: "cada leitor só consegue ler com os olhos que tem". A experiência de leitura, tanto positiva quanto negativa, depende exclusivamente do leitor. Meu trabalho como escritora já foi entregue e passou pelas mãos de diversos outros profissionais para oferecer um resultado de qualidade aos leitores. Geralmente, a recepção dos livros voltados para o público infantojuvenil é mais acolhedora. São os adultos arrogantes que costumam complicar as coisas em relação ao feedback (risos).


16. Quais são os seus maiores desafios ao escrever um livro para essa faixa etária?

Penso que um dos maiores desafios ao escrever um livro para essa faixa etária é manter a linguagem acessível e moderada para estimular a imaginação e a memória afetiva dos jovens leitores. Hoje em dia, é necessário ter cuidado ao abordar temas sensíveis. Também há a proposta de trazer diversidade e aprendizados ao introduzir reflexões relevantes de maneira lúdica.


17. Como você acredita que “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta” se diferencia de outros livros do mesmo gênero?

Acredito que “A Pequena Bruxa e a Raposa da Floresta” se diferencia, em primeiro lugar, por ser escrito por uma escritora que é uma bruxa de verdade. Portanto, trouxe muito da filosofia da cultura wicca para esse livro, apesar da mistura de fantasia e magia presente na história. Em segundo lugar, mesmo sendo uma obra infantojuvenil, o livro possui uma complexidade que apenas os adultos serão capazes de entender melhor. Ou seja, aqueles que lerem o livro quando crianças ou adolescentes e relerem quando adultos irão compreender muito mais coisas presentes entre as linhas dessa história. Isso se dá pela expansão do repertório do leitor.


18. Quais são seus planos futuros como autora? Podemos esperar mais histórias envolvendo a personagem Ruby?

É interessante dizer que, como escritora, costumo publicar surpresas, pois gosto de surpreender meu público com uma nova história. Apesar de meses e até anos de planejamento por trás de uma publicação, eu sou mais reservada no sentido de não revelar muito para as pessoas. No entanto, se houver novas histórias envolvendo a personagem Ruby, isso dependerá da recepção do público.

Posso revelar que ainda haverá a publicação física do meu livro de estreia do ano passado, “O Mistério da Mansão Walker”. E já estou trabalhando no segundo livro dessa duologia, que será o desfecho. Aqui, em primeira mão, revelo que essa sequência de "O Mistério da Mansão Walker" já tem título: “O Segredo de Forestland”, com lançamento previsto para 2024.


19. Que conselho você daria para jovens escritores que desejam entrar no mundo da literatura infantojuvenil?

Um conselho que eu daria para jovens escritores que desejam entrar no mundo da literatura infantojuvenil (e não só para eles), é que se eles têm uma história para contar e acreditam que ela fará diferença na vida de alguém, de um leitor ou leitora, então contem essa história da melhor maneira possível, sempre escrevendo de forma responsável.


20. Qual é a importância da literatura infantojuvenil na formação de leitores e na promoção do hábito da leitura desde a infância?

Essa é uma questão muito importante, pois, como eu já disse anteriormente, a literatura infantojuvenil é essencial na formação do caráter dos novos leitores. Incentivar a leitura de bons livros e criar o hábito de ler desde a infância é fundamental para construir uma sociedade mais empática, criativa, benevolente, bem informada, justa e tolerante.

A AUTORA

Debora Sapphire é o pseudônimo de uma influencer literária, resenhista e colunista. Bacharel em Comunicação Social. Mora no interior de SP.

Atualmente, ela fecha trabalhos de publicidade como profissional freelancer no mercado editorial. É uma jornalista entusiasta da literatura e leitora beta nas horas vagas.

Além de trazer consigo um senso crítico considerável para abordar com autoridade assuntos sociais e temas atemporais necessários a fim de levar reflexão importante aos leitores

Escritora de "O Mistério da Mansão Walker". Adora escrever sobre protagonistas complexas e em suas histórias reina o empoderamento feminino.

Aos 26 anos, já realizou diversas parcerias e entrevistas com autores nacionais ao longo dos últimos cinco anos. E segue em sua página do blog Amante da Arte da Literatura e nas redes sociais como @sapphiredebbie, divulgando autores nacionais contemporâneos em prol da valorização de toda a ampla literatura nacional. Curadora @clubeliteraturanacional.

Editora aposta em catálogo com livros sobre sustentabilidade

Oito a cada dez (81%) dos brasileiros estão muito preocupados com a escassez de água potável, de acordo com a pesquisa “GlobeScan Radar Survey”, realizada com 30 mil pessoas em 17 países pela GlobeScan, em parceria com a Circle of Blue e o WWF. O percentual está bem acima da média mundial de 58%. 

 

Nesse panorama, iniciativas privadas investem na conscientização. Exemplo disso, a Colli Books Editora aposta na publicação de livros que abordam a questão da sustentabilidade e outras temáticas relacionadas às causas ambientais. Anderson Evangelista, gerente comercial da empresa, conta que a editora possui vários títulos que focam na questão da sustentabilidade e respeito ao meio ambiente. 

 

O Jardim da Amizade, por exemplo, conta a história de amizade entre a minhoca Jô e a lagarta Beatriz, que se transformou em uma borboleta colorida e cheia de charme”, conta. “O livro, da autora Isa Colli, conta com ilustrações de Ostan e mostra a importância de cada ser vivo para o equilíbrio da natureza”, complementa. 

 

Evangelista destaca que “Nuvem Floquinho”, outro lançamento recente da marca que também conta com a assinatura de Isa Colli e recebe ilustrações de Célio Carvalho e Rayan Casagrande, alerta para o desperdício de água no planeta.

 

O gerente comercial da Colli Books Editora também destaca que “Rio Grinalda”, livro da escritora Isa Colli com ilustrações de Ramon Waldry Ribeiro, chama a atenção para a poluição dos rios e mostra a importância da reciclagem. A propósito, segundo uma pesquisa publicada em julho pela Nature, revista científica internacional, o mundo deve experimentar uma crise de poluição de água até 2100. Os cientistas preveem que o problema pode afetar cerca de 5,5 bilhões de pessoas em todo o globo.

 

No Brasil, somente 15% dos cidadãos participantes da pesquisa “GlobeScan Radar Survey” declararam que ainda não foram afetados pela falta de água potável. Além disso, 40% dos entrevistados relataram que já foram prejudicados por secas e 84% disseram que estão “muito preocupados” com a poluição dos rios. Na média global, a preocupação é de 62%.

 

“A coleção das abelhinhas ambientalistas Vivene e Florine aborda temas como o desmatamento (‘Vivene e Florine na Amazônia’), poluição dos oceanos (‘Vivene e Florine o fundo do mar’) e a importância de viver em harmonia com a natureza (‘O pirulito das abelhas’)”, compartilha Evangelista, citando a obra de Isa Colli, que conta com as ilustrações de Juliana Romão e Rayan Casagrande.

 

“A literatura tem o poder de transformar o mundo, e por isso escrevo. Desejo que meus livros possam ajudar a tornar nosso planeta um lugar melhor, mais justo e sustentável”, diz a escritora.

 

Catálogo visa conscientizar crianças e adultos

 

De acordo com o gerente comercial da Colli Books, a editora tem como prioridade oferecer ao mercado obras que abordam temas ligados à sustentabilidade. Ele também conta que, como a empresa trabalha com escolas, sempre inclui nas histórias informações que se adequem aos parâmetros da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), que tem habilidades sobre meio ambiente.

 

“Além disso, buscamos publicar histórias que estejam alinhadas com os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas)”, afirma. “A Colli Books valoriza as questões relacionadas à sustentabilidade porque entende que é uma forma de estimular a consciência ambiental”, acrescenta.

 

Para Evangelista, a literatura pode ensejar uma maior conscientização da sociedade sobre as pautas ambientais: “Os livros, por terem uma linguagem leve e lúdica, facilitam o envolvimento do leitor. Desta forma, fica mais fácil incluir mensagens que levem à reflexão e à conscientização sobre o tema”.

 

Ele também ressalta que a literatura possibilita a criação de personagens engajados nas questões ambientais e de enredos que podem servir de inspiração para crianças e adultos. “Cuidar do meio ambiente e repensar formas de sermos mais sustentáveis é uma responsabilidade de todos nós. Nosso desafio é buscar maneiras didáticas e, ao mesmo tempo, criativas e interessantes para ensinar esses temas às nossas crianças”, conclui Evangelista.

 

Para mais informações, basta acessar: https://www.collibooks.com/

Dia das Crianças: livros infantis como sugestões de presentes



Como outubro é o mês das crianças, que tal aproveitar o período para apresentar aos pequenos o mundo da literatura infantojuvenil? E já que no dia 12 a tradição é dar presentes, a Colli Books Editora listou 8 dicas de leitura com diversos autores que abordam temas como diversidade, sustentabilidade, autismo, empreendedorismo e amizade. São assuntos que a garotada pode aprender de maneira leve e com muito entretenimento.

Segundo Isa Colli, gestora da editora Colli Books, a leitura é uma oportunidade de abrir portas para o mundo do conhecimento, e com isso, levar a meninada a estimular a criatividade. “Fico muito feliz em oferecer livros que têm o poder de transformar e desenvolver o lado crítico das crianças. E o principal é que escolher livros no lugar de brinquedos é diversão garantida. Acredite”, ressalta a executiva.

Confira a lista de livros para o Dia das Crianças:

 

O menino que descobriu as cores

Os autores Tais Faccioli e Tiago Vilariño oferecem às crianças aquela ajudinha para pintar o sete e o leitor acompanha as peripécias do personagem Jorginho em suas andanças pelo mundo das cores. Durante a leitura, a dica é deixar com as crianças papel, lápis de cor, giz de cera, aquarela, guache ou o que tiver em casa, para que elas possam criar seus desenhos enquanto ouvem a história.

Como sobreviver até os 13 anos

Do autor Claus Cataldi. O adolescente criou um diário das suas próprias vivências com conselhos que podem ser úteis para a garotada que, certamente, vai se identificar com muitas situações. O título traz, de forma leve e divertida, acontecimentos rotineiros de sua infância, apontando dicas e soluções, uma espécie de autoajuda para o público teen.

Como música para os ouvidos

 

O livro da autora Isa Colli conta a história de Nicolas, um garoto autista que enfrenta desafios importantes ao ingressar em uma escola regular. A narrativa destaca a jornada do protagonista, sua família e os professores que o apoiam, demonstrando que a inclusão é possível quando há amor, compreensão e dedicação.


Uma das características mais marcantes da obra é a capacidade da autora de transmitir, de forma delicada e autêntica, as experiências do menino Nicolas, permitindo que os leitores compreendam as complexidades do autismo e as emoções do garoto.


Além disso, "Como Música para os Ouvidos" oferece uma visão valiosa sobre o papel dos educadores na inclusão de alunos com deficiência. Os atores que cercam Nicolas são apresentados como modelos positivos de professores que se esforçam para criar um ambiente escolar inclusivo e acolhedor.

 

Com os pés sujos de Lama

E quem precisa dar um alerta sobre o excesso de tecnologia, o livro “Com os pés sujos de Lama” pode dar uma ajudinha. A escritora Ana Rapha Nunes mostra a importância que atribui aos vínculos construídos na infância, seja com a mãe, o pai, a avó, um amigo, enfim, relacionamentos que cada vez mais vão se tornando distantes em nosso tempo de pressa, muito trabalho e contatos virtuais.

 

As aventuras de Aduke

 

Uma história da escritora Eliane Benício que se passa na escola e ensina cidadania para as crianças. Quando pequenos, não sabemos ao certo quem somos ou por que somos assim, assado ou ensopado. Mas é de pequeno que a gente descobre as coisas. Aduke ficou encantada ao conhecer suas origens africanas! Ela quis logo contar aos seus amigos da escola, que também partilharam o que sabiam de suas próprias origens! E todos ali perceberam e se alegraram de pertencer a um lugar com tanta riqueza e diversidade!

 

O Rio Grinalda

Nos dias de hoje, é impossível não pensar na sustentabilidade do planeta. “O Rio Grinalda” é a opção ideal para aproximar a meninada deste universo. O livro da escritora Isa Colli fala sobre poluição dos rios, alerta para a degradação ambiental e a mostra a importância da reciclagem. Nesta história, os bichos ensinam como agir diante de situações de depredações e falta de cuidado com a natureza.

A fada Verduxa  

 

E para quem gosta de folclore, não há melhor escolha que “A Fada Verduxa”. A protagonista - metade fada, metade curupira —, é protetora das matas de uma belíssima região chamada Montes Belos. O local sofre a ação de um ganancioso madeireiro, mas Verduxa faz de tudo para defender sua floresta. É uma dica de leitura perfeita, que pode incentivar também a pesquisa sobre as diferentes lendas do curupira existentes em nosso folclore.

Tatúlio em: conta comigo

Dos autores Renato Oliveira e Marcelo Correia mostra às crianças e seus pais a importância de se colocar no papel do próximo, especialmente quando esse está passando por alguma situação ruim.

 

Todos os livros da editora podem ser encontrados facilmente no Brasil, na Europa e no mundo todo nos principais sites de e-commerce no formato impresso e e-book. Seguem alguns exemplos de lojas: Amazon, Wook, Fnac, Americanas, Submarino, entre outros.

Informações: www.collibooks.com.br

[RESENHA #676] O homem que calculava, de Malba Tahan

RESENHA

O homem que calculava [recurso eletrônico] / Malba Tahan. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Record, 2021.

Malba Tahan é o heterônimo do autor Júlio César de Mello e Souza, a obra o homem que calculava é um emaranhado de contos arabistas para jovens no estilo do conto Mil e uma Noites. A obra trabalha a noção de resolução de problemas por meio da matemática, regras de três e contagem. O autor desenvolve de forma envolvente e prolífica o cenário árabe, bem como seus desertos escaldantes em intrigas de personagens secundários tomados pela sabedoria dos cálculos de seu protagonista Beramiz Samir.

Chamo-me Beremiz Samir e nasci na pequenina aldeia de Khói, na Pérsia, à sombra da pirâmide imensa formada pelo Ararat. Muito moço ainda, empreguei-me, como pastor, a serviço de um rico senhor de Khamat.

No capítulo 1, o autor nos envolve em uma narrativa intrigante ao descrever um encontro inesperado com um viajante. Já no capítulo 2, somos introduzidos à figura de Beremiz Samir, conhecendo sua origem e história desde o seu nascimento. A partir do terceiro conto, somos imersos em uma série de histórias que retratam os encontros entre o protagonista e personagens secundários. Beremiz atua como um intermediador poderoso na resolução de problemas que exigem habilidades matemáticas.

Por mais que a noção de partilha por meio dos cálculos apresentados seja, de certa foma, interessante, acredito que a natureza humana não o apoiaria de forma tão calma e sábia, uma vez que, discussões por dinheiro seguem sendo acaloradas e repletas de contendas, isso pode ser observado no terceiro conto da obra, quando se faz necessário a partilha de 36 camelos para quatro viajantes, o que os deixam felizes em pensar que a partilha foi elaborada de forma sábia:

[...] couberam 18 camelos ao primeiro, 12 ao segundo e 4 ao terceiro, o que dá um resultado (18 + 12 + 4) de 34 camelos. Dos 36 camelos, sobram, portanto, dois. Um pertence, como sabem, ao bagdali, meu amigo e companheiro, outro toca por direito a mim, por ter resolvido, a contento de todos, o complicado problema da herança! [...]

A divisão dos capítulos conta com um resumo da história, tornando o enredo um pouco massante e previsível, porém, as divisões elaboradas somam um quadro interessando de acontecimentos, uma vez que, acredita-se, que, o problema enraizado no seio da questão é demasiadamente complexo. O autor consegue com cautela elaborar um enredo que se casa perfeitamente com a sinopse, desenvolvendo uma série de questões morais e práticas, não apenas de cálculos para resolução, tornando a leitura ainda mais interessante, uma vez que, o autor não se ateve unicamente em demonstrar seu conhecimento em matemática, mas também em igualdade de direitos e resolução de contendas familiares.

Em síntese, sim, a obra é interessante em seus propósitos, mas acredito que, o enredo cativará profundamente os leitores fãs de matemática, mas a brevidade dos contos e a forma como os mesmos se desenvolvem de forma genérica e rápida podem afetar a experiência de outros leitores mais atentos. Um livro interessantíssimo para se refletir sobre questões éticas e morais.

O AUTOR
Júlio César de Mello e Souza nasceu em 1895, no Rio de Janeiro, filho de um funcionário público e de uma professora, pais de mais oito filhos. Quando menino estudou no Colégio Militar do Rio de Janeiro e no Colégio Pedro II. Apesar de ter sido mau aluno na disciplina, formou-se professor de matemática e engenheiro, vindo a lecionar em diversos estabelecimentos de ensino, como o próprio Colégio Pedro II, a Escola Normal e a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Faleceu aos 79 anos no dia 18 de junho de 1974, em Recife, onde, a convite da Secretaria de Educação e Cultura, ministrava cursos para professores. Em 2013, o governo brasileiro instituiu o Dia Nacional da Matemática na data de seu nascimento, como homenagem à memória do escritor e professor e de sua contribuição à educação matemática no país. --Este texto se refere à edição hardcover.

[RESENHA #675] Asas da loucura: A extraordinária vida de Santos Dummont


APRESENTAÇÃO

Alberto Santos Dumont foi imortalizado no imaginário brasileiro, tendo sido homenageado em poemas, canções, estátuas, bustos, pinturas, biografias e comemorações em sua memória. A fama e o carisma o tornaram, durante um determinado período, o homem mais célebre do mundo. Apesar disso, Santos Dumont foi também um homem tímido e calado, um gênio atormentado pelo peso de sua criação, o que culminou em seu trágico fim. Asas da loucura traz as glórias e as sombras de sua história.

Santos Dumont tinha 18 anos quando chegou a Paris, na virada do século XX. O brasileiro, nascido em Minas Gerais e criado nas fazendas de café da família, era apaixonado por dirigíveis e balões, que conhecera nos romances de Júlio Verne, e pelos avanços tecnológicos que encontrou na cidade francesa. Ele desenvolveu e construiu aeronaves motivado pelo sonho de um dia cada indivíduo ter seu próprio avião, como já acontecia com os automóveis, o que aproximaria as pessoas e reduziria as distâncias. Ao vencer uma competição para construir o primeiro avião, a imprensa francesa celebrou Santos Dumont como um “conquistador do ar”. A história mundial, no entanto, acabaria consagrando os irmãos norte-americanos Orville e Wilbur Wright como os pioneiros na aviação ― ainda que seus objetivos tenham sido muito menos nobres que o idealismo do brasileiro.

Com sua fé no futuro da tecnologia, Santos Dumont não previu o poder destrutivo de suas máquinas e testemunhou com grande desgosto a capacidade de destruição dos aviões durante a Primeira Guerra Mundial. A consagração dos irmãos Wright foi outro motivo de contrariedade. Os distúrbios psicológicos e as circunstâncias de sua morte precoce são revelados integralmente neste livro.

No aniversário de 150 anos do nascimento de Santos Dumont, a Editora Record traz de volta Asas da loucura, a biografia deste extraordinário pioneiro, personagem brilhante na história da aviação. Com uma narrativa arrebatadora, o premiado jornalista americano Paul Hoffman conta a memorável vida do aviador brasileiro, que contribuiu de forma decisiva para a modernidade e simbolizou o espírito torturado do século XX.“Quando os nomes daqueles que ocuparam posições de destaque no mundo forem esquecidos”, declarou o Times londrino em 1901, “um nome permanecerá em nossa memória, o de Santos-Dumont.”

RESENHA

“Asas da loucura: A extraordinária vida de Santos Dumont” é uma obra magistral que mergulha nas profundezas da vida e das conquistas de um dos maiores pioneiros da aviação, Alberto Santos-Dumont. Escrito pelo renomado autor de biografias, Paul Hoffman, o livro oferece uma narrativa envolvente e detalhada que apresenta um retrato fascinante do homem por trás das asas. A obra foi publicada primeiramente no Brasil integrando o catálogo da editora Objetiva, e hoje, faz parte do catálogo da editora Record, também do Grupo Editorial Record.

[...] ele possuía o céu da França. Era o único que estava sempre voando em uma aeronave. Quando o copeiro serviu vinho aos convidados, Cartier e a princesa Isabel fizeram um brinde à engenhosidade do anfitrião. Ninguém mais estava perto de dominar o ar — ou assim parecia.

Alberto Santos-Dumont nasceu durante o reinado de D. Pedro II, em 20 de julho de 1873, em um local remoto de Minas Gerais. Os pais de Alberto, Henrique Dumont e Francisca de Paula Santos, foram a primeira geração de brasileiros a viver no distrito de João Aires, na minúscula cidade de Cabangu. No início, Cabangu consistia em apenas sua casa. Henrique era engenheiro e fora contratado para construir uma extensão da estrada de ferro D. Pedro II até essa longínqua região de Minas Gerais. A estrada de ferro fazia parte de um vasto projeto de obras públicas do imperador, e foi uma honra para Henrique receber essa incumbência. A desvantagem era a vida tão isolada. (p.12).

Hoffman demonstra uma habilidade excepcional em retratar a personalidade complexa de Santos-Dumont, explorando suas motivações, ambições e desafios enfrentados ao longo de sua jornada. Desde sua infância apaixonada por máquinas até sua busca incansável pela invenção do avião, o autor traz uma visão íntima do gênio visionário e sonhador que Santos-Dumont era.

Uma das principais qualidades de “Asas da Loucura” é a meticulosa pesquisa realizada por Hoffman. Através de uma extensa análise de documentos, cartas e relatos históricos, o autor reconstrói com precisão os eventos que moldaram a vida de Santos-Dumont. Citando diretamente as palavras do próprio protagonista, o livro nos transporta para a época e nos permite compreender as emoções e os desafios enfrentados por ele.

Ao contrário das inúmeras biografias acerca da vida de Santos Dummont, esta, por sua vez, foi a primeira a retratar os feitos como sendo algo inédito, não desmerecidamente como estamos acostumados a ver em relação à invenção dos irmãos Wright acerca de um voo. O sonho de Dummont era que as pessoas fossem livres como pássaros nos céus, já o incentivo dos irmãos Wright eram totalmente opostos:

A motivação dos irmãos Wright ao desenvolver o avião era diferente da de SantosDumont. Eles não eram idealistas nem sonhavam reunir pessoas distantes umas das outras. Não buscavam emoções fortes nem romantizavam o prazer de voar, ou tinham uma certa espiritualidade aérea [...] Eles pretendiam construir aeronaves com intuito financeiro, e quando inicialmente o governo dos Estados Unidos recusou-se a financiá-los, eles não tiveram escrúpulos em se aproximar de militares estrangeiros.

A iniciativa dos homens em incluir aviões como arma de guerra durante a ascenção da primeira grande guerra mundial deixou Dummont extremamente triste e desmotivado com o uso de sua criação, que, por vez, estava sendo cogitada para um uso totalmente oposto ao qual se esperava em seu seio.

Às vésperas da Primeira Guerra Mundial, quando era evidente que o avião poderia ser usado como uma arma de destruição em massa, Santos-Dumont foi o primeiro aeronauta a manifestar-se contra a militarização das aeronaves. Era uma voz solitária, conclamando os chefes de Estado a desativar suas bombas. Orville Wright não se juntou a esse apelo.

Durante a maior parte dos anos da primeira grande guerra mundial, Santos-Dumont permaneceu no Brasil, afastado do cenário aeronáutico internacional. No entanto, ele participou de conferências sobre aviação em Washington e Santiago, e concedeu algumas entrevistas à imprensa, nas quais tentou reivindicar o título de verdadeiro inventor do avião. Ele lembrava a todos que nenhum representante oficial de renomados aeroclubes havia testemunhado os voos dos irmãos Wright antes de ele decolar com seu 14-Bis.

No entanto, em meio à turbulência da guerra, suas declarações passaram despercebidas. Santos-Dumont também escreveu um opúsculo intitulado “O que eu vi, o que nós veremos”, no qual procurava justificar sua carreira e reafirmar suas conquistas. No entanto, tanto suas declarações quanto seus escritos eram mal-humorados e confusos. Ele não exibia mais a alegria de viver que o caracterizava e distorcia alguns fatos históricos. Por exemplo, ele mencionou erroneamente a data do prêmio Deutsch e afirmou que o voo inaugural de sua primeira aeronave ocorreu em uma tempestade de neve em fevereiro, quando, na verdade aconteceu em um dia tranquilo no final do verão. Ao longo da obra, Hoffman exibe uma escrita elegante e envolvente, capaz de cativar o leitor desde as primeiras páginas. Ele nos conduz pelas diversas etapas da vida de Santos-Dumont, desde seus primeiros experimentos com balões até suas conquistas revolucionárias na aviação. Com uma narrativa fluida e bem estruturada, o autor mantém o interesse do leitor em cada capítulo.


Diagnosticado com esclerose múltipla aos 36 anos, Santos-Dumont também ficou profundamente deprimido com o uso de suas invenções para bombardeios aéreos durante a Primeira Guerra Mundial. Infelizmente, ele cometeu suicídio em 1932. É um momento oportuno para lembrarmos desse notável pioneiro sul-americano que, há um século, usou sua mente fértil, engenhosidade e recursos provenientes de suas plantações de café brasileiras para criar as primeiras máquinas voadoras motorizadas.

Em suma, "Asas da Loucura: A extraordinária vida de Santos Dummont" é uma obra-prima biográfica que oferece uma visão profunda e envolvente da vida e das realizações de um dos maiores nomes da história da aviação. Com uma pesquisa minuciosa, uma narrativa envolvente e uma abordagem jornalística séria, Paul Hoffman nos presenteia com uma obra imperdível para os entusiastas da aviação e para aqueles que se interessam pela história de grandes mentes visionárias.

[RESENHA #674] Misunderstood monsters (monstros incompreendidos), de Jacob Chace



Nascido da mente do diretor Jacob Chase, 'Misunderstood Monsters' é um livro sinistro de histórias infantis. A história central gira em torno de Larry, uma criatura assustadora que habita exclusivamente nas plataformas digitais, alimentando-se da eletricidade que o cerca. Através de um e-book sombrio e envolvente, somos apresentados a um mundo onde o medo e a tecnologia se fundem, levando as crianças a uma jornada aterrorizante. Com ilustrações impactantes, o livro transporta os leitores para um universo sombrio e surreal. 'Misunderstood Monsters' é uma experiência arrepiante que desafia as noções convencionais de contos de fadas e mergulha fundo em um reino de pesadelos digitais. Este livro serviu de inspiração para o filme 'Come Play' (2020) e para o curta-metragem original 'Larry' (2017), ambos dirigidos por Jacob Chase, proporcionando uma imersão ainda mais intensa nesse universo sinistro.

“Monstros Incompreendidos” é um livro de horror voltado para crianças que aborda a história de Larry, um monstro que existe apenas no mundo digital. Foi originalmente escrito em 2019 pelo diretor Jacob Chase, e conta com um trabalho gráfico realizado pela designer Sarah Ferber. A popularidade da obra levou à produção de um filme de terror intitulado “Vem Brincar” (2020) e de um curta-metragem chamado “Larry” (2017).

Confira a sinopse do curta-metragem:

Joe está firmemente plantado em sua minúscula cabine de estacionamento, trabalhando no turno da noite, quando descobre um iPad mutilado na caixa de achados e perdidos. Ele liga o dispositivo e vê a curta história de um monstro assustador e incompreendido chamado Larry olhando para ele. Enquanto Joe estuda as imagens perturbadoras, ele começa a notar sombras movendo-se na escuridão. A mente cansada de Joe está pregando peças nele ou Larry está procurando um novo amigo?


O livro está disponível integralmente na web, podendo ser lido neste link.

Confira em versão integral abaixo: 



Crítica: Vem brincar, 2020


Desesperado para ter um amigo, Oliver (Azhy Robertson), um garoto solitário que se sente diferente de todos os outros, busca consolo e refúgio em seu sempre presente telefone celular e tablet. Quando uma criatura misteriosa usa os dispositivos de Oliver contra ele para invadir nosso mundo, os pais de Oliver (Gillian Jacobs e John Gallagher Jr.) devem lutar para salvar seu filho do monstro além da tela.


“Vem brincar” é um filme de terror lançado em 2020, dirigido por Jacob Chase. A trama gira em torno de Oliver, um jovem autista que se vê aterrorizado por um monstro sobrenatural que se manifesta através de dispositivos eletrônicos. O filme é uma adaptação do curta-metragem “Larry” também dirigido por Chase.

Inspirado em clássicos do terror como “Poltergeist” e “A Hora do Pesadelo”, “Vem brincar” traz uma abordagem moderna ao explorar o medo do desconhecido e a dependência excessiva da tecnologia. A história é habilmente construída com tensão crescente, criando um clima de suspense ao longo do filme.

Um dos pontos fortes do filme é a atuação impressionante de Azhy Robertson como Oliver. Ele entrega uma performance convincente e emocionalmente impactante, retratando o medo e a vulnerabilidade do personagem de forma cativante. Gillian Jacobs, como a mãe de Oliver, também oferece uma atuação sólida, trazendo autenticidade e empatia à narrativa.

No entanto, apesar de sua premissa interessante, “vem brincar” pode ser considerado por alguns como um filme de terror mais convencional. A história segue uma fórmula familiar, com alguns clichês do gênero. Além disso, a construção do monstro poderia ter sido mais aprofundada, com uma exploração mais detalhada de sua origem e motivações.

No que diz respeito à recepção crítica, “Vem brincar” recebeu críticas mistas. Alguns elogiaram a atmosfera assustadora e a atuação do elenco, enquanto outros sentiram que o filme não conseguiu explorar todo o seu potencial. Ainda assim, é um filme que certamente agradará aos fãs de terror que apreciam uma história de suspense bem executada.

Além do filme, também foi produzido um curta-metragem inspirado no personagem Larry. Assista:



Em conclusão, “Vem brincar” é um filme de terror competente que utiliza elementos familiares do gênero para criar uma experiência cinematográfica assustadora. Embora não seja inovador, o filme é capaz de entreter e proporcionar alguns bons sustos ao longo de sua narrativa. Se você é fã de filmes de terror com uma pitada de suspense e uma abordagem moderna, "Vem brincar" certamente vale a pena conferir.

Estão abertas as inscrições para o 3ª Prêmio Reflexo Literário

2ª edição do Prêmio Reflexo Literário reuniu autores, artistas e produtores culturais.

O Prêmio Reflexo Literário 2023 está com inscrições abertas até o dia 23 de dezembro.  A premiação é uma iniciativa independente de jovens escritores da Zona Oeste do Rio de Janeiro para celebrar e incentivar a Literatura, a Arte e a Cultura nacionais. Na 3ª edição do evento, podem se inscrever autores, músicos, editoras, profissionais da área editorial, produtores culturais, influenciadores e artistas em geral.


Com o tema “Noite do Oscar”, a segunda edição contou com uma cerimônia de premiação realizada em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Assim como na primeira edição, o evento incluiu a entrega de troféus e certificados, música ao vivo e um coquetel de premiação.


O evento reúne categorias, como: Melhor Autor Nacional, Melhor Livro de diversos gêneros, Melhor Iniciativa Cultural, Melhor Podcast, Melhor Bookstagram, Melhor E-book, entre outras. O objetivo é abranger as diversas formas de publicação e fazer artístico, sem esquecer o trabalho de artistas independentes, impulsionando quem resiste fazendo arte no Brasil.


1ª edição do Prêmio Reflexo Literário, realizada em 2022.

Apesar de ter origem na Zona Oeste do Rio, a premiação recebe inscrições de diversas partes do país, permitindo que os autores e artistas conheçam outros trabalhos e compartilhem suas experiências.


A terceira edição promete continuar incentivando e impulsionando vozes do meio literário e artístico. A votação será, mais uma vez, realizada por voto popular. Para ler o edital e conferir as regras, acesse o Instagram do Prêmio Reflexo Literário: @premioreflexoliterario.


Organização Prêmio Reflexo Literário.

Formulário de Inscrições: https://forms.gle/oCm4P9R4jk6Gi8RA7
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