Responsive Ad Slot

[RESENHA] Blumfeld, um solteirão de mais idade e outras histórias

ISBN-13: 9788520013557
ISBN-10: 8520013554
Ano: 2018 / Páginas: 336
Idioma: português
Editora: Civilização Brasileira

36 contos de Franz Kafka, traduzidos diretamente do alemão pelo premiado tradutor e escritor Marcelo Backes. Além de narrativas mais conhecidas no Brasil, como "Josefine, a cantora" e "Um artista da fome", o livro traz contos inéditos, como "O guarda da cripta", único drama que escreveu. Os textos têm como marca os limites da estranheza e daquilo que é considerado menor ou desimportante.

Os personagens não estão no lugar opressor, e até mesmo aqueles que realizam grandes feitos importam pelo próprio fracasso – como o mítico Ulisses, que se lança com bravura às sereias, porém incapaz de perceber que elas não apresentam qualquer perigo, pois não sentem necessidade de seduzi-lo. Ao traduzir, Marcelo Backes não se ilude com o silêncio das sereias e busca restabelecer de forma original, em português, as escolhas de Kafka, de maneira que seja possível levar o leitor à obra traduzida, e não a transportar, de arestas aparadas, ao encontro do leitor.

Contos / Literatura Estrangeira


À medida que me aprofundo na obra de Kafka, meu amor por ele só aumenta. Recentemente, a coletâneaBLUMFELD, UM SOLTEIRÃO DE MAIS IDADE E OUTRAS HISTÓRIAS, editada por Marcelo Backes, foi a responsável por reavivar meu interesse por esta grande figura. Talvez seja a maior antologia já publicada aqui no Brasil. A tradução desta edição nos traz de volta ao universo kafkiano, repleto de personagens solitários e desiludidos, cuja situação de eterno solteirão é um símbolo da impossibilidade da autonomia e liberdade humanas diante do sistema burocrático. A coletânea traz também a beleza do campo, tentando equilibrar a tristeza do destino humano nas obras de Kafka.

Enquanto caminho pela grande praça, sinto um prazer estranho. A beleza do absurdo me fascina, pois a realidade da vida é tão mais interessante do que a lógica da razão. O insólito é naturalizado, e as leis que nos são impostas são desmascaradas. O vento sudoeste agita o ar e a ponta da torre da prefeitura descreve pequenos círculos. O silêncio é a melhor resposta para o empurra-empurra, e as vidraças das janelas e os postes da iluminação pública se dobram como bambus. O manto da Virgem Maria se enfuma sobre o pedestal, e o vento tempestuoso lhe dá arrancos. É um prazer estranho, mas tão cativante, que fico me encantando com essa beleza singular. Ninguém nota aquela cena? Os senhores e senhoras que deveriam andar pelas pedras pairam no ar. Quando o vento começa a soprar, eles se cumprimentam com palavras suaves e reverências, mas quando ele se torna mais forte, eles erguem seus pés ao mesmo tempo. Embora tenham de segurar seus chapéus com força, seus rostos ainda estão alegres, como se o clima fosse ameno. Só eu sinto medo.

"O Abutre", contido na coletânea, é o texto mais perturbador que já li. Um trecho desse relato: "O abutre ficou ouvindo em silêncio durante a conversa, deixando seu olhar passear entre mim e o homem. De repente, ele levantou voo e golpeou o meu rosto com o bico, como se fosse um projétil. Ao cair para trás, senti-o se afogar no meu sangue, que enchia todas as profundezas e inundava todas as margens".

Os contos desta obra nos permitem conhecer melhor a figura do pai presente em histórias comoOnze filhos eA preocupação de um pai de família, assim como a luta solitária de Blumfeld, que tentou quebrar sua maldição de solteirão eterno. Uma jornada aos confins da alma humana que certamente se revelará surpreendente.

O pai deOnze filhos também é um personagem desprezado; ainda que exerça seu papel com responsabilidade, a família não consegue seguir sua orientação. Os personagens de Franz Kafka presentes na sua obra têm em comum o fato de serem vítimas de algum tipo de abuso, como o próprio Solteirão Blumfeld, que é perseguido pelas duas bolas vivas em seu quarto, ou o pai de família, que tem de enfrentar o estranho Odradrek:Ele permanece, mudando sempre de lugar, no sótão, nas escadarias, nos corredores e no saguão. Às vezes, não pode ser visto durante meses; é quando por certo se mudou para outras casas; mas depois acaba voltando inescapavelmente à nossa casa. Às vezes, quando saímos pela porta e ele se encontra apoiado ao corrimão, lá embaixo, até temos vontade de dirigir a palavra a ele. É claro que não fazemos nenhuma pergunta complicada a ele, mas o tratamos e já seu tamanho diminuto seduz a isso como uma criança.
Como é que tu te chamas? pergunta-se a ele.
Odradek diz ele.
E onde tu moras?
Moradia indeterminada diz ele e ri; mas é apenas uma gargalhada conforme se pode produzi-la sem ter pulmões. Soa mais ou menos como o farfalhar de folhas caídas. Na obra kafkiana, os pais são vistos como seres oprimidos que enfrentam os absurdos da vida.

Muitos relatos longos foram escritos por Kafka, principalmente nos seus últimos anos. O mais misterioso é "Investigações de um Cão". Acredito, sem qualquer prova, que seja uma alegoria de sua relação com o judaísmo (ele desejava se mudar para a Palestina e trabalhar em um Kibutz). Suas obsessões como escritor e suas neuroses o mantiveram preso em um círculo vicioso. Seu pensamento retroativo sobre seu tempo como cão entre outros cães revelou que, mesmo em meio aos mais íntimos, havia algo errado em sua vida, uma pequena disrupção, um leve desconforto. A simples visão de um cão que lhe era amigo o assustava, desamparava-o e até o deixava desesperado.

[RESENHA] O Cemitério, Stephen King


ISBN-13: 9788573021875
ISBN-10: 857302187X
Ano: 2006 / Páginas: 464
Idioma: português
Editora: Objetiva

Louis Creed, jovem médico de Chicago, acredita que encontrou seu lugar naquela pequena cidade do Maine. Uma casa boa, o trabalho na universidade, a felicidade da esposa e dos filhos. Num dos primeiros passeios para explorar a região, conhece um cemitério no bosque próximo à sua casa. Ali, gerações e gerações de crianças enterraram seus animais de estimação. Para além dos pequenos túmulos, onde letras infantis registram seu primeiro contato com a morte, há, no entanto, um outro cemitério. Uma terra maligna que atrai pessoas com promessas sedutoras. Um universo dominado por forças estranhas capazes de tornar real o que sempre pareceu impossível. A princípio, Louis se diverte com as histórias fantasmagóricas do velho vizinho Crandall. Só aos poucos começa a perceber que o poder de sua ciência tem limites. Prepare-se para páginas de puro pavor. Em uma de suas mais terríveis histórias, Stephen King mostra como a dor e a loucura, muitas vezes, dividem a mesma estrada.

Crime / Fantasia / Ficção / Horror / Literatura Estrangeira / Romance / Suspense e Mistério / Terror


Louis Creed é um médico jovem e se muda com a família para uma pequena cidade do Maine. A família é composta pelo pai já citado, por Rachel, mulher de Louis, Gage o bebê e Ellie a filha mais velha. A casa, grande e confortável, fica de frente para uma estrada movimentada a Rodovia 15. Na outra margem da rodovia outra casa, onde moram os Crandall um casal simpático e hospitaleiro. Jud Crandall recebe os Creed e daí nasce uma amizade que perdurará até o fim da trama. A casa da família recém-chegada tem uma vasta área e trás da construção um enorme bosque que contém várias histórias supersticiosas. O grupo, guiado pelo anfitrião Jud, é levado pelo bosque para conhecerem a região. A primeira coisa que encontram, após longa caminhada, é o chamado “Simitério dos Bichos”, onde as crianças das redondezas por anos e anos enterravam seus animais de estimação: coelhos, gatos, ratos... Os pequenos túmulos e lápides estão disposto em círculos concêntricos que intrigam ao doutor, já que foram crianças quem organizaram todo aquele espaço por décadas. Mas, o que o doutor ainda não sabe, é que para além do “Simitério” dos animais existe outro, mais sombrio e com uma história muito mais aterrorizante. Conta-se que a terra daquele outro cemitério é maligna, uma terra dominada por forças desconhecidas e capazes de realizar, para o bem ou mal, coisas irrealizáveis.
Para Louis Creed tudo não passa de supertição alimentada pelo coração velho dos morados das proximidades, porém quando o gato, Churchill, de Ellie morre atropelado na Rodovia 15 e volta dos mortos, o forasteiro começa a acreditar que algo inesplicável acontece naquele antigo cemitério Micmac – os índios que, há muito tempo, dominavam e possuíam a região.

O dr. Creed tem um emprego na universidade de uma cidade próxima, Ludlow, e está pronto para começar a trabalhar na enfermaria, o primeiro acidente realmente terrível acontece em meados de sua segunda semana de trabalho e a partir da primeira morte no campus da universidade, Louis se vê muito mais próximo do cheiro da morte do que realmente gostaria de estar.

Stephen King, como se sabe, é o mestre do terror. Mas não daquele terror sanguinolento e forçado dos filmes de Hollywood – muito embora muitos de seus filmes tenham sido adaptados por Hollywood –, King, em realidade, trabalha com um terror muito mais papável: o psicológico. O autor sabe, com maestria, causar temor com simples fatos no cotidiano e consegue fazer uma caminhada na noite escura parecer muito mais perigosa do que nós gostamos de nos alertar. Contudo, Stephen King também nos traz passagens de drama que fazem chorar e cenas hilariantes. Em O Cemitério seremos expostos à supertição de um casal velho, os Crandall um exemplo vivo de que muitas histórias fantasiosas têm fundo de verdade e que podem mesmo atemorizar aqueles que até então viviam em uma Chicago barulhenta e cética. Os Creed, e principalmente Louis, serão expostos aos medos que na infância foram abafados por leites quentes e abraços reconfortantes, mas que agora são muito mais sólidos do que nas histórias de fábulas.

10 livros famosos que foram proibidos ao redor do mundo

Seja uma história escandalosa de sexo ou simplesmente o ato de se discutir com um animal falante, muitas pessoas encontraram motivos para proibir alguns dos melhores e mais famosos livros do mundo. Processos judiciais foram disputados, livros foram queimados e a censura foi estabelecida. Descubra as histórias fascinantes de 12 livros famosos que foram proibidos em países desde os EUA até a ex-URSS.

O Amante de Lady Chaterly, de D.H, Lawrence



‘A relação sexual começou / em mil novecentos e sessenta e três / (o que foi bastante tarde para mim) / Entre o fim da proibição de‘ Chatterley ’/ e o primeiro LP dos Beatles.’.

Lady Chatterley marcou uma mudança sísmica na sociedade. Publicado pela primeira vez em na Itália em 1928, a decisão da Penguin Random House de publicar o texto explícito original em 1960 levou a talvez o julgamento mais famoso da história literária. Sua eventual publicação o vendeu às centenas de milhares e ajudou a trazer a revolução sexual dos anos 1960.


Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley

Um conto de advertência de um mundo que se acostumou demais ao conforto artificial baseado na exploração, os censores do impetuoso velho mundo acharam muito do livro intragável. A Irlanda proibiu Admirável Mundo Novo pelo que considerou seus comentários contra a religião e a família tradicional, bem como seu uso de linguagem forte, e a Índia chegou a chamar Huxley de "pornógrafo" por sua descrição de um mundo onde o sexo recreativo era encorajado desde tenra idade.

Trópico de Câncer, Henry Miller

Mais de trinta anos de ação legal, a franca sexualidade das reflexões de Henry Miller sobre a condição humana fez de Trópico de Câncer um livro incrivelmente famoso, apesar do fato de que poucos tiveram a chance de lê-lo. Afinal, quem não ficaria curioso sobre um livro descrito por um juiz da Pensilvânia como "um esgoto aberto, um poço de putrefação, uma reunião nojenta de tudo que está podre nos escombros da depravação humana"? Essa reputação e a publicação legal do livro na década de 1960 foram uma referência importante, sem a qual todos os livros francamente sexuais publicados desde então não poderiam existir.

Os versos satânicos, Salman Rushdie

Embora os livros tenham sido proibidos antes e depois de Os Versos Satânicos, nenhum levou seu autor a ter uma sentença de morte. Na verdade, poucos livros modernos têm uma história de publicação tão sangrenta. Como resultado deste livro, Salman Rushdie teve que se esconder por uma década inteira depois que o aiatolá do Irã emitiu uma fatwa,(pronunciamento legal emitido por um especialista em lei islâmica quando existem dúvidas de como proceder em determinada situação) uma fatwa que também levou à morte do tradutor japonês de Rushdie. Lamentado por muitos no mundo muçulmano por sua aparente blasfêmia, foi queimado nas ruas na Grã-Bretanha e em todo o mundo islâmico.

Lolita, Vladimir Nabokov


Um livro banido cuja recepção frequentemente obscurece seu conteúdo real, muitos que vêm a Lolita esperando ficar horrorizados ou excitados ficarão desapontados. Uma sátira amarga aos valores americanos em meados do século 20, suas poucas passagens quase eróticas são poucas e distantes entre si. Isso não impediu que seu assunto polêmico fosse considerado proibido no Reino Unido e na França geralmente liberal nos anos 50, após um dos primeiros pânicos morais dos tabloides ser lançado sobre ele pelo Sunday Express.

Ulisses, James Joyce


Talvez o livro mais intelectual do mercado, muitos perdem completamente as referências à masturbação no capítulo "Nausíaca" da obra-prima de James Joyce, Ulisses, e muitos outros nem chegam tão longe quanto esse capítulo, perdendo-se na famosa prosa impenetrável. Isso não impediu que a seção fosse declarada obscena pelos tribunais depois de ser publicada em um jornal literário. Talvez os censores tenham achado o livro todo tão difícil de entender que acreditaram que ele poderia estar vendendo sujeira semelhante em outras passagens, pois o romance inteiro foi proibido nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha durante a maior parte da década de 1930, com o serviço postal dos Estados Unidos queimando cópias enviadas no correio.

Nada de novo no Fronte, Erich Maria Remarque


Embora muitos livros tenham se encontrado nas fogueiras nazistas de 1933, incluindo escritores e pensadores seminais como Kafka, Thomas Mann e Albert Einstein, nenhum foi tão crítico da Alemanha do tempo de guerra quanto nada de novo no fronte. Visto como antipatriótico pelos nacional-socialistas e até por um número de militares e escritores não-nazistas alinhados, o que esses grupos e indivíduos não gostaram no livro é exatamente o que o torna um relato tão convincente dos verdadeiros horrores da guerra.

A revolução dos bichos, George Orwell

Embora não seja nenhuma surpresa que a sátira velada de Orwell às brutalidades do comunismo tenha sido proibida na URSS stalinista, seu status de livro proibido durou muito depois da queda do Muro de Berlim. A revolução dos bichos ainda é proibido em Cuba e na Coreia do Norte (pelos mesmos motivos pelos quais foi banido pelos soviéticos), e também foi proibido no Quênia por suas críticas à corrupção e, mais bizarramente por escolas dos Emirados Árabes Unidos, por sua representação de um porco falante o que foi considerado contrário aos valores muçulmanos.

O apanhador no campo de centeio, JD Salinger



O apanhador no campo de centeio tem a fascinante dupla distinção de ser o mais proibido e o segundo livro mais ensinado nas escolas americanas. Seus defensores o veem como o olhar definitivo para as frustrações e o tédio da vida adolescente, ao passo que seus promotores o veem como causador de tudo, desde assassinatos a suicídios e a disseminação das ideias comunistas na América. O que os censores não conseguiram perceber, no entanto, é que banir um livro devido à sua representação de rebelião adolescente só vai fazer com que os adolescentes rebeldes o procurem ainda mais.

As Vinhas da Ira, John Steinback


Talvez o maior elogio que um autor pode receber, a descrição de John Steinbeck das duras condições de trabalho na Califórnia da época da Depressão foi tão brutal que foi proibida no condado para onde a família Joad se muda, apesar de historiadores confirmarem que o retrato de Steinbeck era fiel à vida . As autoridades locais no condado de Kern convenceram os trabalhadores a queimar o livro em uma série de oportunidades fotográficas, ironicamente reforçando ainda mais a manipulação experimentada pelos trabalhadores migrantes na área que Steinbeck retrata de forma tão devastadora em As vinhas da ira.

The Well of Loneliness, Radclyffe Hall


Emblemático de quão repugnante a maioria considerava a homossexualidade no início do século 20, o romance lésbico de Radclyffe Hall estava no centro de um julgamento de obscenidade, apesar de não apresentar cenas eróticas, exceto um breve momento em que está apenas implícito que as duas figuras podem ter passado a noite juntas . Não importa o quão casto seja o conteúdo do livro, os censores acharam um livro escrito por uma lésbica e com personagens lésbicas muito obsceno para publicação. Embora contrariada por luminares da literatura, incluindo os Woolfs, EM Forster e TS Eliot, a campanha contra The Well of Loneliness permanece uma mancha homofóbica na história literária da Grã-Bretanha.

Psicopata americano, Brett Easton Ellis


Embora Psicopata Americano lentamente se transforme em uma sátira, um leitor tem que ler centenas de páginas de arrancamento de olhos, cortes de seios e unhas antes que isso se torne aparente de qualquer maneira. Não é de se admirar, então, que o livro tenha sido amplamente proibido, com muitos outros países vendendo o livro embalado com um rótulo com restrição de idade. Mesmo em lugares onde não é proibido, os escritores mais sensíveis podem desejar que também tivesse sido.

Resenha do filme ❝alguém tem que ceder❞, 2003



Harry Sanborn (Jack Nicholson) é um executivo que trabalha no ramo da música e que namora Marin (Amanda Peet), que tem idade para ser sua filha. Harry e Marin decidem ir até a casa de praia da mãe dela, Erica (Diane Keaton), para visitá-la. Lá Harry sofre uma parada cardíaca, ficando sob os cuidados de Erica e de Julian (Keanu Reeves), um jovem médico local. Aos poucos Harry percebe que está se interessando cada vez mais por Erica, mas tenta esconder seus sentimentos. Julian também sente atração por ela, tornando-se um rival de Harry.


Assista: Youtube / AppleTv / Google Play / Prime Vídeo


RESENHA


Falar sobre este filme é uma grande responsabilidade poética, não apenas pelos atores que fazem parte de todo o desenrolar do enredo, mas por suas brilhantes e categóricas reflexões filosóficas acerca das relações e da liquidez contemporânea.

“Alguém Tem Que Ceder” é um filme de comédia romântica lançado em 2003. O título original do filme é "Something’s Gotta Give". Foi escrito, produzido e dirigido por Nancy Meyers. O filme foi produzido para a Columbia Pictures e Warner Bros.

“Alguém Tem Que Ceder” é uma comédia romântica encantadora que desafia as convenções de Hollywood sobre o amor e o envelhecimento. O filme é um lembrete refrescante de que o amor não tem idade e pode florescer em qualquer fase da vida.

O roteiro, escrito por Nancy Meyers, é inteligente e perspicaz, explorando as complexidades do amor maduro com humor e sensibilidade. A história de Harry Sanborn, um executivo de música que se apaixona pela mãe de sua namorada muito mais jovem, é contada com uma mistura perfeita de humor e emoção.

A química entre Jack Nicholson e Diane Keaton é inegável e eles entregam performances memoráveis. Nicholson, como sempre, é carismático e encantador, enquanto Keaton brilha como a bem-sucedida dramaturga Erica.

O filme também faz um excelente trabalho ao retratar a dinâmica do amor em diferentes fases da vida, com o jovem médico Julian, interpretado por Keanu Reeves, adicionando uma camada extra de complexidade à trama.

Harry Sanborn (63) (Jack Nicholson) é um empresário multimilionário e produtor musical de uma gravadora de Hip Hop. O filme se inicia com o encontro entre ele e Marin (Amanda Peet) em um leilão da Christie's onde ela trabalha. Após se conhecerem, ambos vão para a casa de praia da mãe de Marin, Érica Berry (Diane Keaton), que trabalha produzindo peças de teatro para o seu ex-marido.

O encontro entre o casal e a mãe de Marin causa uma série de cenas desconfortantes e cômicas. Érica não aprova o envolvimento da filha com um homem tão mais velho, porém, todos decidem passar o final de semana na casa de praia da família: Zoe (Frances McDormand), tia de Marin, Érica e Harry. Zoe ensina estudos femininos na Colúmbia.

Harry é considerado um homem famoso por nunca ter se casado em seus 63 anos de idade, durante mais de quarenta anos da sua vida ele se envolveu com diversas mulheres abaixo dos trinta anos de idade, o que o faz colecionar diversos corações e decepções amorosas ao longo de sua vida. Em determinado momento, em um jantar durante uma breve discussão sobre a vida do empresário, Zoe, decide fazer uma análise dos acontecimentos de forma cirúrgica. Para ela, homens mais velhos se envolvem com mulheres mais novas por temerem o medo do compromisso e do controle que a idade detém sobre a pessoa mais jovem, enquanto mulheres na casa dos 50 (idade de Érica) se tornam menos atraentes com o tempo devido ao poder igualitário dentro do relacionamento, fazendo com que elas fiquem de fora dos relacionamentos mais duradouros sendo ignoradas pela maior parte dos homens enquanto os homens disponíveis em sua faixa etária se ocupam com mulheres mais novas como Marin, o que claro, as torna cada vez mais e mais produtivas, e portanto, mais e mais interessantes. A resposta de Zoe sobre a situação gera uma série de desconfortos entre os presentes, o que faz com que todos fiquem em um silêncio ensurdecedor.

A partir deste ponto, a narrativa ganha forma e se desenvolve com o envolvimento silencioso entre Harry e Érica. Marin, ao perceber a química latente entre os dois, decide abrir caminho para que ambos possam se conhecer melhor, o que ocasiona em uma série de acontecimentos reflexivos acerca dos relacionamentos na terceira idade. Os acontecimentos também envolvem terceiros e o desenvolvimento de uma história de reencontro e reconciliação após anos.

Em suma, “Alguém Tem Que Ceder” é uma comédia romântica madura e sofisticada que prova que o amor e o romance não são apenas para os jovens. É um filme que vai fazer você rir, chorar e, acima de tudo, acreditar no poder do amor.

© all rights reserved
made with by templateszoo