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O materialismo dialético


O Materialismo dialético é uma abordagem filosófica baseada em método científico que se propõe a compreender o mundo por meio das grandes transformações da História e das sociedades humanas. Essa corrente teoriza que a realidade é concreta, ou seja, materializada, não idealizada. O seu ponto de partida também considera essa mesma realidade não imutável nem absoluta mas sim resultado constante de um processo contínuo de mudança e evolução.

Este método baseia-se na base filosófica do marxismo e baseia-se tanto no materialismo mecanicista da Revolução Científica e do Iluminismo, como na dialética idealista de Hegel - rejeitando em última análise não apenas o mecanicismo do primeiro, mas também o idealismo do último.

Definição de materialismo

Segundo Karl Marx, as relações sociais estão ligadas às forças produtivas. Quando as pessoas adquirem novas forças produtivas, alteram o seu modo de produção e a forma como ganham a vida, o que por sua vez modifica todas as relações sociais. O moinho manual lhe dará sociedade com o senhor; o moinho a vapor lhe dará uma sociedade com capitalismo industrial.”

O autor afirma que a forma como a produção material é realizada em uma sociedade constitui o fator determinante de sua organização política e representações intelectuais durante uma época. "infraestrutura" dessa sociedade, que influencia diretamente a sua "superestrutura", nomeadamente instituições jurídicas e políticas (como leis e estados), bem como ideológicas (como artes, religião, moralidade). No entanto, estes dois aspectos devem ser vistos dialeticamente). ; não se pode analisá-los separadamente - nem a infra-estrutura nem a superestrutura podem existir sem a sua relação recíproca. De acordo com a teoria dialética marxista, tudo o que é criado pelos seres vivos, sejam eles produtos morais ou materiais, não apenas molda o ambiente do indivíduo, mas também eles próprios são emocionalmente condicionados por diferentes tipos de vida. actividades produtivas organizadas dentro de hierarquias sociais para ganho monetário, resultando na exploração exercida sobre os trabalhadores, conduzindo o desenvolvimento para objectivos de rentabilidade mais elevados.

De acordo com Marx, uma base material é composta tanto pelas forças produtivas (que envolvem ferramentas, máquinas e técnicas permitidas para a) quanto pelas relações de produção que existem entre aqueles que possuem os meios de produção como território ou matéria-prima bem como como máquinas utilizadas na fabricação e aquelas cuja única oferta se resume à sua mão-de-obra.


Definição da dialética

A dialética marxista afirma que as leis do pensamento exigem adesão às leis da realidade. A dialética envolve pensamento e realidade juntos, em vez de ser apenas um produto do pensamento abstrato. No entanto, a substância material e o seu contexto histórico ditam o dinamismo inerente à ideologia de Marx: A realidade entra muitas vezes em conflito com o raciocínio dialético devido a estas contradições que não são meramente externas, mas que constituem a unidade dentro da dualidade - "a dialética é uma ciência que demonstra como as forças contraditórias podem ser concretamente idênticos ao passarem um para o outro; também mostra por que a razão não deveria considerar tais antinomias como coisas mortas ou petrificadas, mas como entidades vivas movendo-se através de suas lutas”. Tais momentos conflitantes residem na própria história, possuindo elementos de verdade combinados com erros; embora não se fundam perfeitamente, cada aspecto unilateral eleva-se acima das inconsistências anteriores a um nível elevado.

A teoria HDT (Hipótese-Desenvolvimento-Tese-Antítese-Dialética) afirma que todas as coisas são resultado da luta entre ideias e forças opostas, gerando uma realidade concreta como síntese desse conflito. Essa nova realidade contém em si mesma sua antítese e, assim, inicia-se um novo ciclo infinito de disputa para gerar uma nova síntese. Esta é a essência dessa doutrina expressada com grande impacto.


Síntese

Materialismo dialético ou materialismo filosófico - é uma lógica analítica baseada na generalização de leis que regem a dinâmica de bases específicas, especialmente na concepção de uma unidade de opostos integrados e autodependentes que geram dinâmicas transformadoras permanentes - seja no detalhe ou na qualidade; seja no universo social ou natural. Em resumo, pode ser conceituado como uma teoria sobre como funcionam os determinantes.

O materialismo histórico é uma abordagem analítica baseada no materialismo dialético, que considera a sociedade como tendo sua origem em fatores materiais, tais como economia, biologia, geografia e avanços científicos. Isso se opõe à ideia de que as forças sobrenaturais ou idealizadas definem uma sociedade; Ao contrário disso, o desenvolvimento das relações entre os grupos da classe dá forma às suas configurações gerais resultantes dos conflitos subjacentes aos processos produtivos.

Marx se opõe ao controle estatal por grupos religiosos devido às suas tendências anti-intelectuais e culturais em relação à fé, crença ou pietismo em vez do conhecimento racional como fatores para o desenvolvimento social. O materialismo histórico não só sustenta que a religião é um produto das relações de produção que preserva principalmente os conflitos de classe, mas argumenta ainda mais que apenas a revolução do proletariado resultante do crescimento de classes antagónicas dentro do modo de produção capitalista pode capacitar os indivíduos da classe trabalhadora e estabelecer uma nova sociedade menos injusta. estrutura.

De acordo com o marxismo, os factos materiais (como as formas de produção e as relações de produção) são centrais para moldar a estrutura e a dinâmica social. Além disso, as lutas de classes desempenham um papel significativo na determinação destes factores – não os heróis individuais ou as suas acções.

Marx, em termos esquemáticos, concebe que uma sociedade se estrutura a partir de dois níveis ou elementos fundamentais:

NOVA VERSÃO: O PRIMEIRO NÍVEL compreende a infraestrutura, que se baseia tanto nas formas de produção material como nas relações sociais envolvidas na produção - ou seja , na economia. Segundo a teoria histórico-materialista, essa é uma força determinante para moldar as estruturas da sociedade em geral. As relações de produção referem-se ao vínculo entre aqueles que possuem meios próprios para realizar o trabalho e os trabalhadores sem meios suficientes - sendo este último grupo detentor apenas de sua habilidade física e intelectual Ainda existe relação no entorno dos objetos utilizados nos processos produtivos; cuja posse não pertence normalmente aos não proprietários do meio de trabalho utilizado dentro das empresas.

No segundo nível, encontramos a superestrutura político-ideológica. Nossa composição é composta principalmente pelos seguintes elementos:

1 - O aparelho jurídico-político é composto pelo Estado, que detém os mecanismos de controle social, e o direito atua como regulador deste mesmo controle.

2- A estrutura ideológica engloba diversas formas de consciência social, tais como religião, educação, filosofia, ciência e arte; bem como doutrinas jurídicas.

Racionalismo: Da Filosofia à Matemática


 
O racionalismo é uma postura epistemológica ou filosófica que se destaca pela atribuição de autonomia a pelo menos uma das três teses seguintes: 1) razão e intuição devem ser privilegiadas em relação à sensação e experiência na busca do conhecimento; 2) toda ou grande parte de nossas ideias são inatas, ao invés de adquiridas durante o curso da vida; e 3) a certeza do conhecimento deve ter prioridade sobre sua mera probabilidade nas investigações filosóficas. Uma característica compartilhada por todos os principais representantes dessa corrente – como René Descartes, Baruch Espinoza e Gottfried Wilhelm Leibniz – é também a crença na realidade substancial como princípio fundamental unificador das coisas.

O racionalismo sustenta que a existência de tudo é atribuível a uma causa inteligente, mesmo que essa origem não possa ser comprovada empiricamente, como no caso da criação do universo. Este sistema valoriza o uso da razão para obter conhecimento em detrimento das experiências sensoriais. Dessa maneira, a dedução é vista como sendo um método superior na investigação filosófica. Pensadores modernos notáveis ​​nesse campo incluem René Descartes, Baruch Espinoza e Gottfried Wilhelm Leibniz. No entanto Georg Wilhelm Friedrich Hegel vai além disso ao associar o racional ao real numa suposição de compreensão total deste último. (Observe que também corrigi alguns erros sutis de sintaxe e gramática no texto original)

Segundo o pensamento de Kant, o racionalismo se fundamenta na busca pela certeza por meio da demonstração e análise. Esse processo é sustentado pelo conhecimento a priori - que não é inato nem derivado da experiência sensorial - mas sim produzido exclusivamente pela razão.

René Descartes

"O racionalismo é um princípio central no pensamento liberal que busca identificar, estabelecer e propor formas de atingir determinados objetivos [3]. Esses objetivos são postulados em nome do bem comum (comunidade), que constitui a base para Anglo- O liberalismo saxão e também contribui para o estabelecimento do racionalismo, por sua vez, sustenta o planeamento da organização económica e da reprodução social espacial."

Matemática racionalista

A doutrina do racionalismo surgiu no século I aC, destacando que todas as coisas têm uma causa. Mais tarde, os filósofos modernos tentaram utilizar instrumentos matemáticos para explicar a realidade com o intuito de alcançar esse objetivo. Com isso em mente, Descartes propôs um método científico baseado na geometria e composto por quatro regras formuladas especificamente para essa especificamente: as chamadas Regras do Método Científico.

"O primeiro método era o de jamais acolher alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente como tal; isto é, de evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção, e de nada incluir em meus juízos que não se apresente tão clara e tão distintamente a meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida.
O segundo método era o de dividir cada uma das dificuldades que eu examinasse em tantas parcelas quantas possíveis e quantas necessárias fossem para melhor resolvê-las.
O terceiro método era o de conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e supondo mesmo uma ordem entre os que não se precedem naturalmente uns aos outros.
O quarto método era o de fazer em toda parte enumerações tão completas e revisões tão gerais, que eu tivesse a certeza de nada omitir."

As ideias de René Descartes influenciaram vários pensadores, incluindo o filósofo holandês Spinoza e o matemático e político alemão Leibniz. Além de desenvolver o cálculo infinitesimal ainda em uso hoje, Leibniz defendeu o racionalismo, que afirma que algumas ideias e princípios existem dentro de nós, mas não são derivados de experiências sensoriais - um ponto de vista partilhado com Descartes. Ele cita conceitos geométricos junto com lógica e aritmética como exemplos de conhecimento inato.

Confisco da poupança: reflexos do governo Collor em 1990

Foto: Folha de São Paulo

O confisco dos valores depositados em poupanças foi um projeto econômico brasileiro intitulado Plano Brasil Novo durante a gestão do presidente Collor. Esse plano restringiu o acesso aos recursos das cadernetas de poupança, Certificados de Depósito Bancário (CDBs), fundos que possuíam renda fixa e também os valores contidos nas contas correntes e investimentos com prazo diário para resgate overnight.

No dia seguinte à posse presidencial de Fernando Collor, sua equipe econômica liderada por Zélia Cardoso de Mello, do Ministério da Economia, anunciou medidas econômicas significativas como parte de um pacote composto por 21 medidas provisórias e dezenas de portarias. Entre elas estava uma ação inédita para confiscar todas as contas bancárias e poupanças dos brasileiros por um período de 18 meses. 

Este foi o quarto plano econômico que os brasileiros enfrentaram em cinco anos, tendo os anteriores ocorrido sob governos diferentes do de José Sarney. Os exemplos incluem o Plano Cruzado de 1986, o Plano Bresser de 87 e o Plano Verão de 89 – todas tentativas frustradas de conter a inflação.

A implementação

Durante a semana da posse do presidente Collor, Maílson da Nóbrega, ministro da Fazenda do governo Sarney, declarou feriado bancário de três dias, de 14 a 16 de março. Quando os bancos reabriram as suas portas, as pessoas formaram longas filas à porta das agências que não tinham fundos disponíveis para cobrir os levantamentos dos clientes. Consequentemente, as vendas no comércio despencaram drasticamente.

As consequências

A estratégia traçada pela equipe da ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, envolveu inclusive investimentos financeiros. No entanto, a breve recessão prevista pelo governo se transformou em uma queda de 4,35% no Produto Interno Bruto (PIB), que foi a mais severa do Brasil durante o século XX. Apesar deste resultado, os preços não estabilizaram e a inflação atingiu um máximo histórico de 82,4% em Março de 1990, antes de cair para apenas 7,5% dois meses mais tarde, mas rapidamente voltou a subir para dois dígitos a partir de então.

No dia 21 de março de 1990, houve uma queda brusca de 22,27% no Ibovespa causada pelo pânico instaurado após a implementação do Plano Collor. No dia anterior (20/03), o índice já havia caído em outro momento caótico com variação negativa de 20,95%. Os investidores optaram por vender ativos variáveis ​​para compensar as perdas resultantes das medidas econômicas anunciadas pelo governo Collor. 

Vinicius Vivaldi, um historiador, descreveu esse período como uma época maléfica e mal planejada na história econômica e política do país. Ele explicou que muitos cidadãos foram abandonados sem acesso às suas contas bancárias ou a qualquer tipo de ajuda social governamental. Além disso, inúmeras pequenas e médias empresas tiveram que fechar as portas enquanto a taxa de desemprego atingiu níveis alarmantes - resultando em índices históricos de suicídio no Brasil.

Embora a libertação do dinheiro confiscado estivesse inicialmente prevista para 18 meses após os acontecimentos, muitos aforradores não receberam os seus retornos e tiveram de intentar acções legais contra o governo, a fim de recuperar os fundos investidos. Em 2017, um acordo mediado pela Procuradoria-Geral da República com instituições bancárias previa a devolução das poupanças perdidas por confisco, desde que aqueles que concordassem perdessem quaisquer processos pendentes. O Supremo Tribunal Federal aprovou este acordo um ano depois, efetivamente deixando para trás mais de um milhão de processos judiciais relacionados com estas contas apreendidas através de acordos de liquidação. No entanto, conforme relatado em 2019, quase quatro quintos (79%) dos titulares de contas afetados permanecem sem compensação por tais procedimentos de reclamação, apesar de assinarem os referidos acordos em termos mutuamente aceitáveis, previamente estabelecidos através de processos de adjudicação judicial concluídos até agora no próprio Brasil em busca de reparação. UTF-8

Em maio de 2020, o ex-presidente Color se desculpou pelo confisco e afirmou que a principal meta de sua equipe na época era combater uma hiperinflação mensal de até 80%. Ele acrescentou que não retornou outra opção viável naquele momento.

O que é a filosofia analítica?

A filosofia analítica é uma escola de pensamento contemporânea reivindicada por filósofos bastante distintos e com a caracterização de duas ações distintas cuja filosofia precursora surgiu da superação da filosofia sintética do século XIX.  Originalmente, o seu ponto comum era a ideia de que a filosofia trata da análise do significado das declarações linguísticas; em outras palavras, reduz-se à pesquisa sobre a linguagem. Desde cerca de 1960, houve um fim na chamada “virada linguística”, de modo que a Filosofia analítica não tem mais nenhum compromisso particular com a análise da linguagem. Atualmente, poderia ser melhor descrito como tendo espírito científico (em sentido amplo): os problemas filosóficos são tratados como questões factuais resolvidas através de técnicas de argumentação. É muito típico deste ramo usar ferramentas das ciências formais (como matemática ou lógica), juntamente com resultados derivados das ciências naturais, como física, biologia, neurologia, psicolinguística, antropologia). A Filosofia Analítica permanece amplamente difundida até agora, predominantemente nos países de língua inglesa (EUA, Canadá, Reino Unido, Austrália), embora existam centros de pesquisa significativos tanto na América Latina, na Europa continental, como em qualquer outro lugar do mundo. Como consequência, a difusão geográfica relacionada, juntamente com o abandono em direção a perspectivas linguísticas, tornou-se extremamente diversificada, afastando-se significativamente até mesmo de seus pressupostos linquísticos e positivistas originais, responsáveis ​​por dar início à sua história em primeiro lugar.

Contexto histórico

Durante a transição do século XIX para o século XX, a filosofia passou por uma nova e profunda transformação conhecida como "virada linguística", influenciada por Frege, Bertrand Russell e Wittgenstein. A atividade filosófica passou a ser considerada principalmente como um método lógico para analisar o pensamento. Este esforço foi motivado por hipóteses de que a lógica criada durante este período por Gottlob Frege, Bertrand Russell e outros poderia ter amplas implicações filosóficas e ajudar no esclarecimento de conceitos e ideias. Um dos exemplos mais claros desta tendência é a análise de Russell de sentenças contendo proposições definidas.

Frege, Russell, George Edward Moore e Ludwig Wittgenstein foram os primeiros filósofos analíticos. Na Inglaterra, com Russell e Moore na vanguarda, opuseram-se às escolas de pensamento derivadas do idealismo alemão – principalmente ao hegelianismo representado por JME McTaggart e FH Bradley. O surgimento da filosofia analítica marcou, portanto, uma nova divisão nos métodos de fazer filosofia. O termo 'Filosofia Continental' foi cunhado pelos próprios filósofos analíticos para se referir a várias tradições filosóficas originárias da Europa Continental; particularmente Alemanha e França.

No início da filosofia analítica, existiam diversas correntes, uma delas sendo o positivismo lógico. Isto se distingue por rejeitar qualquer forma de metafísica. O Círculo de Viena foi um grupo neopositivista fundado por Moritz Schlicke e composto por filósofos austríacos e alemães como Carnap, eventualmente Hans Reichenbache nos primeiros anos e Wittgenstein. Suas foram apresentadas no manifesto "Concepção científica do mundo" em 1929. Devido ao início da Segunda Guerra Mundial, muitos dos principais membros tiveram que fugiram para os Estados Unidos onde ocorreram uma visão geral entre sua filosofia - o positivismo lógico- com as ideias americanas gerando assim uma nova corrente denominada Pragmatismo ou "Pragmatismo moderno". Essa vertente já foi explorada há mais tempo pelos autores William James (1842-1910), Charles Sanders Peirce (1839-1914) e John Dewey (1859-1952). Posteriormente esta vertente será vista pelos autores ligados ao Círculo de Viena como um método utilizado na análise do significado das proposições científicas; também é associado à tentativa feita pelo autor Peter Strawson utilizando-a na descrição dos conceitos fundamentais presentes no nosso esquema conceitual levando assim a chamada Filosofia da Linguagem Ordinária.

Ao longo de suas sucessivas manifestações, a filosofia analítica sempre se dividiu em duas correntes: o empirismo lógico e a filosofia da linguagem comum. Na primeira geração de pensadores, G. Frege representou o empirismo lógico com sua obra fundamental na lógica moderna, Begriffschrift (Halle 1879). Ele seguiu o projeto suspenso de Leibniz de uma "linguagem característica", culminando em Grundgesetze der Arithmetik (Breslau 1884), que estabeleceu a primeira definição lógica dos números cardinais. Enquanto isso, H. Sidgwick (1838-1900) resistiu ao idealismo neo-hegeliano na Inglaterra, representando o pensamento empírico inglês tradicional através de seu Método de Ética (1874) dentro da filosofia da linguagem comum. A segunda geração nos trouxe Russell como um expoente do empirismo lógico e George Edward Moore na filosofia da linguagem comum

.Assim, autores como Saul Kripke, Hilary Putnam e Tyler Burge passaram a abordar temas como a relação entre sujeito e mundo – ou mais precisamente, entre a subjetividade e seu ambiente físico-social -, condições para a identidade do objeto através de mundos possíveis, entre outros.

Atualmente, a filosofia analítica é o campo de estudo dominante nos departamentos de filosofia das universidades nos países anglófonos, bem como na Escandinávia. Ela também tem uma forte presença em certas nações da Europa Oriental, como a Polônia e Israel. oposto à filosofia continental; no entanto, deve-se notar que algumas das suas raízes derivam da Europa - por exemplo, através do trabalho de Franz Brentano sobre a intencionalidade e dos seus seguidores como Alexius Meinong - sugerindo que esta alegada oposição pode ser simplesmente superficial.

A filosofia analítica não possui uma ideia unificadora ou dogma específica além da referência original à lógica contemporânea.

Embora a epistemologia e a lógica de Frege tenham sido confirmadas ao empirismo, muitos filósofos posteriores seguiram a análise como os positivistas lógicos e Quine defenderam concepções empíricas em detrimento do racionalismo defendido por Frege. No entanto, pensadores analíticos modernos como Tyler Burge refutaram o pensamento empirista aderindo novamente à ideia de racionalidade na construção do conhecimento.

Na lógica, Frege se opôs ao “psicologismo” de John Stuart Mill. Certas ideias atribuídas a Mill - por exemplo, a de que os nomes próprios carecem do que ele chama de conotação - foram debatidas entre filósofos analíticos. Saul Kripke, por exemplo, defende uma teoria miliana de nomes próprios como um desafio contra o suposto descritivismo no que é chamado de "concepção de Frege-Russell".

Russell, junto com outros, defendia pontos de vista realistas. Enquanto isso, seu primeiro aluno e mais tarde colega, Wittgenstein, parecia ter sido um antirrealista, pelo menos durante algum tempo.

O Círculo de Viena e a filosofia da linguagem cotidiana se opõem a todas as formas de metafísica. Atualmente, há um ressurgimento da metafísica na filosofia analítica.

Até o início dos anos 1950, a filosofia analítica era predominantemente dominada pelo movimento do positivismo lógico. No entanto, em 1951 houve um golpe fatal para este movimento com a publicação de "Dois Dogmas do Empirismo" por Quine, resultando no fim do positivismo lógico como principal força na área da filosofia analítica. De lá para cá essa corrente se ramificou e evoluiu em diversas áreas relevantes: surgiram estudos sobre ciência cognitiva e filosofia da mente que tomaram lugar antes ocupados pela disciplina linguística; além disso tem-se visto uma ascensão significativa de metafísica e até a mesma teologia analítica. Também foram desenvolvidas novas abordagens políticas – tais quais as concepções expressadas pelos pensadores John Rawls ou Robert Nozick - bem como crescentes investigações acerca das questões embutidas na ética contemporânea.

O que é a filosofia continental?

O estilo único do intelectual frio, exótico e engajado, em contraste com o pensador analítico conservador e acadêmico, tem aparecido frequentemente em representações comuns da filosofia continental.

O termo "Filosofia Continental" originou-se no uso anglo-americano para se referir à filosofia não analítica. Ganhou popularidade dentro da filosofia acadêmica analítica como um conjunto vagamente organizado de tendências filosóficas contemporâneas da Europa continental, às vezes acompanhadas de desqualificação quanto ao seu valor filosófico em comparação com os critérios analíticos britânicos.  Consequentemente, não há consenso sobre o que constitui a “tradição filosófica continental”, e alguns autores até rejeitam totalmente a ideia, negando qualquer coerência interna entre estas tendências; em vez disso, afirma que se trata mais de uma divisão cultural, acadêmica e histórica do que de ser estritamente filosófica.

Alguns filósofos comumente identificados como exemplos de filósofos continentais incluem Hegel, Marx, Nietzsche, Husserl, Heidegger, Sartre, Gadamer, Derrida, Michel Foucault e Baudrillard. Os movimentos continentais também abrangem o Hegelianismo, o Marxismo, o Estruturalismo, o Pós-Estruturalismo, a Teoria da Desconstrução, a Crítica, a Hermenêutica, a Fenomenologia e o Pós-modernismo. As altas críticas contra estas tentativas de organizar a filosofia continental apontam que algumas filosofias relevantes da tradição continental foram deixadas de fora porque não conseguiram cativar a atenção anglo-americana; por exemplo, Personalismo, Epistemologia Francesa, Filosofia Neoescolástica ou outras formas de filosofia católica. A ênfase na divisão entre filosofia analítica/continental é criticada por ignorar inspirações e interseções comuns entre ambas as facções em casos como a fenomenologia que, apesar de ser classificada tipicamente sob um projeto continental, pode ser encontrada presente entre autores analíticos como JL Austin, Gilbert Ryle e Ludwig Wittgenstein. 

No entanto, apesar das suas origens e das críticas que lhe são dirigidas, o conceito de filosofia continental tem experimentado um ressurgimento positivo entre os novos filósofos, tanto em espaços tradicionalmente continentais como em ambientes anglófonos academicamente hegemónicos. Alguns filósofos franceses contemporâneos foram classificados como parte desta tradição. Em ambientes anglófonos, versões locais da filosofia continental são apresentadas como uma nova onda no discurso filosófico atual.

Quem foi Martin Heidegger?

Nasceu em Meßkirch, no dia 26 de setembro de 1889 e faleceu em Freiburg im Breisgau, aos 26 de maio de 1976. Martin Heidegger foi um professor universitário alemão que se destacou como filosofia e escritor. Sua obra é considerada uma das mais importantes do século XX por sua originalidade e relevância para o pensamento contemporâneo.

Heidegger foi membro do movimento fenomenológico iniciado por seu professor Edmund Husserl, mas expandiu-o através de várias escolas filosóficas de pensamento, como a filosofia de vida de Wilhelm Dilthey e a interpretação da existência de Søren Kierkegaard. Ele procurou superar Kierkegaard com uma nova ideia ontológica. Seus principais objetivos eram criticar a metafísica ocidental na filosofia e fornecer uma base intelectual para uma nova compreensão do mundo.

Em 1926, ele completou sua obra-prima inaugural Ser e Tempo, publicada em 1927. Neste livro, Heidegger procurou distanciar-se das questões ônticas sobre o ser e aprofundar-se no que seriam investigações propriamente ontológicas sobre o próprio Ser. Nesse contexto, Heidegger emprega o termo Dasein (“Ser-aí”) para se referir à experiência única de ser que é específica do ser humano.

Heidegger iniciou uma interpretação abrangente da história da filosofia ocidental em meados da década de 1930. Ele examinou obras de filósofos importantes a partir de perspectivas fenomenológicas, hermenêuticas e ontológicas para desvendar e revelar seus pressupostos e preconceitos "anteriormente impensáveis" inerentes ao pensamento ocidental. Ele acreditava que os filósofos tinham uma visão unilateral do mundo – um aspecto que considerava característico da metafísica.

Segundo Heidegger, esta visão metafísica do mundo conduziu a uma sociedade que privilegia a tecnologia contemporânea. Em vez de simplesmente associar a tecnologia como um meio neutro para atingir determinados fins, ele argumentou que o seu domínio é responsável por alterar a nossa visão do mundo. Para Heidegger, a tecnologia faz com que as pessoas tenham uma percepção do mundo focada no uso. Devido à proliferação global desta perspectiva e à exploração desenfreada dos recursos naturais, Ele via a primazia tecnológica como um perigo iminente. Ele contrastou a arte com a tecnologia e desenvolveu alternativas baseadas nos poemas de Hölderlin do final da década de 1930 em direção a uma concepção não tecnológica da vida. Em seus escritos posteriores, depois de 1950, a linguagem tornou-se um tópico cada vez mais central até que finalmente assumiu inteiramente o controle.

A ampla recepção de Heidegger fez dele um dos pensadores mais influentes do século XX. Porém, seu trabalho é controverso por alguns aspectos. Mais importante ainda, o seu compromisso com o nacional-socialismo tem sido objecto de debate e controvérsia nas últimas décadas. Martin Heidegger foi membro do partido nazi de 1933 a 1945 e em 1934 tornou-se um dos membros fundadores do Comité de Filosofia Jurídica da Alemanha. Academia Nacional Socialista liderada por Hans Frank. Após a publicação de The Black Notebooks (2014/2015) como parte de seu trabalho, surgiram declarações potencialmente anti-semitas anteriormente desconhecidas do grande público. Desde então, no que diz respeito à filosofia de Martin Heidegger, se ela se relaciona ou se alinha com a postura política permanece incerto entre especialistas e estudiosos. 

Biografia

Ele nasceu na pequena cidade de Meßkirch, localizada no distrito de Kaden, na Alemanha. No início ele queria ser pastor e até estudou teologia na Universidade de Freiburg. Obteve seu doutorado em Filosofia em 1913. Enquanto estudava clássicos protestantes como Martinho Lutero e João Calvino, entre outros, passou por uma crise espiritual que o levou a romper com o catolicismo. Em 1917 ele se casou com Elfrid Petri, que também era luterana.

Em 1916, como parte de sua qualificação para o ensino universitário, publicou A Doutrina das Categorias e do Significado em Duns Scotus. Mais tarde descobrir-se-ia que a obra de João Duns Scotus considerada por Heidegger como Gramática Especulativa não foi realmente escrita por ele. Contudo, este facto não teve muita relevância no pensamento de Heidegger uma vez que a sua obra é mais teórica do que histórica e é dominada por interesses metafísicos e teológicos.

Durante este período, Husserl foi convidado para lecionar em Friburgo e Heidegger foi transferido para a carga de seu assistente. Depois de alguns anos como professor na Universidade de Marburgo, em 1929 Heidegger sucedeu a Husserl na cadeira de filosofia em Friburgo. Ele apresentou sua primeira palestra sobre "O que é Metafísica?" nessa mesma ocasião. Também foi durante esse ano que ele escreveu ensaios sobre "A Essência do Fundamento" e publicou o livro intitulado "Kant e o Problema da Metafísica". Em torno do ano de 1924, Hannah Arendt - uma judia estudante-de-filosofia mais tarde se tornaria amiga íntima dele.

A obra mais famosa de Heidegger, Ser e Tempo, foi publicada em 1927. Embora ele tivesse planejado uma segunda parte do livro, ela permaneceu inacabada devido aos resultados significativos alcançados na Parte Um. A dedicatória de Ser e Tempo é dirigida a Husserl; no entanto, o relacionamento deles terminou quando Husserl se recusou a endossar as ideias de Heidegger em sua publicação. No entanto, Heidegger continuou trabalhando no desenvolvimento de métodos fenomenológicos, conforme declarado por ele pessoalmente.

Em 1º de maio de 1933, coincidindo com a ascensão ao poder de Adolf Hitler, Heidegger aderiu às fileiras do Partido Nazista (NSDAP) e foi nomeado reitor da Universidade de Friburgo. Durante o tempo em que ocupou esta carga, pronunciou seu discurso intitulado "A Autoafirmação da Universidade Alemã". No entanto, pouco depois renunciou à sua posição como resultado das pressões exercidas por outros professores universitários que se opuseram aos nazistas e planejaram boicotar as atividades deste partido no campus acadêmico liderado por Heidegger.

Filosofia

A adoção de uma abordagem fenomenológica e hermenêutica por Heidegger teve como finalidade direcionada a atenção para o que muitas vezes fica oculto nas coisas evidentes. Ambos os conceitos têm em comum a intenção de trazer à luz aquele quilo que se manifesta, mas fica camuflado pela aparência superficial das coisas. Com essa abordagem é possível interpretar aquilo que está escondido no objeto observado, revelando sua verdadeira essência mesmo quando não parece inicialmente.

O método adota uma abordagem às especificidades, realizando sua análise e esclarecendo o modo de manifestação direta. Heidegger explica que essa metodologia segue um modelo kantiano ou copernicano de projeção da perspectiva. Ele introduz uma mudança no ponto de vista através do desvio do foco do Dasein para o Ser, concentrando-se nos modos de ser dos entes em vez das formas tradicionais ontológicas. Essa alteração é definida como flexão focalizada na versão da ontologia convencional.

Legado

O impacto de Heidegger em todo o pensamento filosófico foi amplo e profundo. Figuras notáveis ​​que foram influenciadas por este filósofo alemão incluem Henry Corbin, Giorgio Agamben, Simone de Beauvoir, Maurice Blanchot, Hubert Dreyfus, Michel Foucault, Jürgen Habermas, Karl Jaspers, Hans Jonas, Karl Löwith, Gabriel Marcel Herbert Marcuse Jean-Luc Marion Quentin Meillassoux Maurice Merleau-Ponty Jean-Luc Nancy Jan Patočka Karl Rahner Richard Rorty Jean-Paul Sartre Peter Sloterdijk Leo Strauss Xavier Zubiri Lorenz Bruno Puntel e Eugen Fink entre outros. 

Entretanto, para ser mais preciso:

Hans-Georg Gadamer, que foi aluno de Heidegger, introduziu uma abordagem hermenêutica que derivou da primeira. No entanto, o próprio Heidegger distinguiu-os ao afirmar: “Infelizmente a hermenêutica é um problema para Gadamer”. (Citado em: Gadamer-Lesebuch,Tübingen 1997,p.281) Em seu livro Verdade e Método publicado em 1960,Gadamer estabeleceu os fundamentos da hermenêutica moderna, enfatizando principalmente o papel da arte na descoberta da verdade ontológica.

Nos seus primeiros escritos intitulados "O conceito de amor em Agostinho", Hannah Arendt foi grandemente influenciada por Heidegger. Depois que se atrasou em 1933, o filósofo também percorreu distância com relação às ideias do pensador alemão. No ensaio de 1946 intitulado "O que é filosofia existencial?" ela criticou severamente o ponto de vista heideggeriano, apontando para sua incapacidade no campo político-moral e ausência do sujeito responsável na situação política contemporânea. Entretanto, quando surgiu sua obra tardia sobre “Vida ativa ou Sobre A Vida Ativa”, conseqüentemente após uma ruptura mencionada anteriormente deixando Heideggar pelo caminho; tal trabalho recebeu grande liberdade pelo autor mesmo tendo desviado dos pressupostos baseados nas obras anteriores deste último - este livro levantou praticamente tudo isso segundo suas próprias palavras expressas numa carta pessoal enviada ao guru da fenomenologia (edição número vinte).

A desconstrução de Derrida atrapalhou o programa de destruição metafísica de Heidegger, ao mesmo tempo que utilizou o termo na tentativa de se distanciar de Heidegger. Derrida acusou Heidegger de permanecer dentro do pensamento categorizador e metafísico, dividindo-o em duas categorias: “dentro” e “fora” da metafísica. 

Emmanuel Levinas visitou Friburgo em 1928/29 para ouvir Husserl, onde também descobriu Heidegger. Em Heidegger, encontrou “o filósofo mais importante do século XX”. No entanto, Levinas começou a ler Heidegger criticamente desde cedo. Acima de tudo, criticou o modo de pensar ancorado na tradição europeia que colocava o geral acima do individual e o ser acima do que é. Em vez disso, ele tentou encontrar um “caminho de ser para os seres”. Embora não compartilhe das críticas de Heidegger à tecnologia como tal; antes, considerá-lo como um instrumento de libertação.

Edmund Husserl: Vida e obras

Edmund Gustav Albrecht Husserl foi um filósofo e matemático alemão, famoso por fundar a escola de fenomenologia. Nasceu em 8 de abril de 1859 em Prossnitz e faleceu em 27 de abril de 1938 em Freiburg im Breisgau. As ideias que ele levantou tiveram um impacto imenso no discurso intelectual ao longo do século XX até os dias atuais.

Ele rompeu com a orientação positivista da ciência e da filosofia de sua época e formulou críticas contra o historicismo e o psicologismo dentro da lógica. Em seu trabalho maduro, ele desenvolveu uma ciência sistemática baseada no que é conhecido como redução fenomenológica. Argumentando que a consciência transcendental estabelece os limites de todo conhecimento possível, Husserl redefiniu a fenomenologia como uma filosofia idealista transcendental.

Embora nascido em uma família judia, Husserl foi batizado como luterano em 1886. Estudou matemática com Karl Weierstrass e Leo Königsberger e filosofia baseada nas ideias de Franz Brentano e Carl Stumpf. Em 1887, o próprio Husserl ensinou filosofia como Privatdozent não remunerado na Universidade de Halle-Wittenberg antes de mais tarde se tornar professor na Universidade de Göttingen em 1901 e depois em Freiburg de 1916 até sua aposentadoria em 1928. Duas palestras notáveis ​​​​que ele deu foram uma em Paris em 1929 e outra em Praga em 1935. Mas depois de ser afetado pelas leis raciais nazistas promulgadas durante a ascensão de seu regime ao poder na Alemanha, Áustria (Anschluß), ele perdeu toda posição, honras e posições. significativamente, Husserl faleceu pacificamente enquanto vivia seus dias restantes com sua família. Localizado novamente perto de Friburgo, foi aqui que ele foi enterrado em 1942.

Biografia

Nascido em uma família judia em uma pequena cidade da Morávia (região hoje parte da República Tcheca), Husserl inicialmente estudou matemática na Universidade de Leipzig (1876) e na Universidade de Berlim (1878), sob a orientação de Karl Weierstrass e Leopold Kronecker. Ele foi para Viena em 1881 para estudar com Leo Königsberger, que havia sido aluno de Weierstrass. Em 1883, obteve o doutorado após apresentar sua tese intitulada "Contribuições para o Cálculo Variacional".

Husserl formou-se em filosofia pela Universidade de Viena em 1884. Foi nessa época que foi profundamente influenciado pelo filósofo Brentano, inspirando-o a dedicar sua vida à filosofia. Em 1886, por recomendação de Brentano, Husserl passou a estudar com Carl Stumpf para habilitação na Universidade de Halle. Com Stumpf como seu mentor e guia, Husserl compôs "On The Concept Of Number" (Über den Begriff der Zahl) em 1887, que estabeleceu as bases para seu trabalho seminal - Philosophy Of Arithmetic (Philosophie der Arithmetik), publicado três anos depois. Além dessas conquistas acadêmicas, é digno de nota que depois de se converter ao cristianismo em 1887, Husserl tornou-se um membro ativo da Igreja Luterana, quando começou a ministrar aulas tutoriais focadas exclusivamente em ensinamentos filosóficos, enquanto trabalhava para garantir posições de professor em universidades eminentes em toda a Alemanha, começando com a nomeação como Privatdozent ou professor tutor naquela época.

PLAIN Em suas primeiras pesquisas, Husserl pretendia combinar a matemática com a filosofia empírica, inspirando-se na escola de Viena. Seu objetivo central não era apenas fornecer uma base sólida para a ciência matemática, mas também analisar os processos mentais necessários para a formação de conceitos numéricos. Usando suas próprias análises e métodos não convencionais aprendidos com seus mentores, ele tentou formular uma teoria sistemática. Influenciado pela abordagem de ensino de Karl Weierstrass, Husserl desenvolveu a ideia de que os números podem ser obtidos através de um processo de abstração ou "desconto" de certas coleções de objetos enquanto estudava com Brentano-Stumpf o levou a distinguir entre apresentações adequadas e impróprias de formação de conceitos - onde algo está fisicamente presente ou representado simbolicamente, respectivamente. Seu trabalho culminou em 1901, quando publicou Investigações Lógicas, onde III Investigações são consideradas o início da teoria simbólica relacionada à meronímia (um ramo de estudo da ontologia formal).

Legado

Um dos mais influentes pensadores contemporâneos da filosofia ocidental foi Edmund Husserl. Seu impacto se estendeu por toda a filosofia subsequente, além de ter áreas como psicologia, matemática e lógica. Por volta de 1939, seus manuscritos continham cerca de 40 mil páginas taquigrafadas junto com sua pesquisa bibliográfica completa corriam o risco iminente de serem perdidos para os nazistas. Entretanto, o frei franciscano Herman Van Breda conseguiu transportá-los secretamente até o Instituto de Filosofia na Katholieke Universiteit Levenen na Bélgica onde foram depositados nos Arquivos Husserlianos. Diversas edições críticas da obra do autor foram publicadas a partir do material encontrado em suas notas manuscritas através dessa coleção importante.

Husserl selecionou Martin Heidegger, seu mais renomado aluno e sucessor na Universidade de Freiburg. Em homenagem a Husserl, Heidegger dedicou-lhe sua obra-prima "Ser e Tempo", depois de colaborar lado a lado por mais de uma década em sua relação professor-assistente de 1920-1923. Embora inicialmente seguindo os passos das filosofias de seu professor, Heidegger acabou diversificando-se com perspectivas únicas partindo de Husserl. Embora ambos fossem fenomenólogos comprometidos em investigar a percepção e a consciência como fenômenos experienciados, eles divergiam na metodologia: Heidegger abraçou um estudo ontológico centrado no conceito de ser, enquanto Husserl empregou o reducionismo metodologicamente emparelhado com conceitos de intencionalidade sem ênfase em comparação com aqueles endossados ​​por aquele que iria tornou-se um dos maiores filósofos da Alemanha. Independentemente destas diferenças entre eles, Hans-Georg Gadamer afirmou que durante muito tempo que passamos juntos, quando questionados sobre fenomenologia, muitas vezes comentou: “A fenomenologia é simplesmente o que nos encontramos fazendo – Heidegger simplesmente o faz melhor”.

Em 1901, Max Scheler fez o conhecimento de Husserl em Halle e desenvolveu sua fenomenologia como um progresso metodológico para desenvolver a própria filosofia. Apesar das críticas posteriores que Scheler apresentou à abordagem idealista e lógica utilizada por Husserl, ele deixou claro que reconhece profundamente seu papel na construção de sua obra intelectual, tendo mesmo expressado gratidão ao mestre em diversas graças. 

Edith Stein, enquanto escrevia sua tese de doutorado em Göttingen e Freiburg, foi aluna de Husserl. Posteriormente, entre 1916-1918 tornou-se assistente do mesmo professor durante seu período na universidade alemã. Edith mais tarde adaptou suas ideias da fenomenologia ao tomismo moderno. Seguindo uma linha semelhante encontra-se Karol Józef Wojtyła que viria se tornar o Papa João Paulo II . Enquanto o bispo auxiliar ensinava seus alunos Tomás de Aquino, Heidegger e Husserl buscavam conciliar as duas correntes filosóficas sugeridas por Santo Tomás com a Fenomenologia obtidas através dos trabalhos científicos realizados pelo padre Edmunds Hopp autor das primeiras obras desta temática no Brasil nos anos quarenta até meados dos sessenta quando ainda era um âmbito pouco explorado pela comunidade científica nacional mas posteriormente ganhou reconhecimento internacional bem como muitas outras escolas provenientes tanto europeias quanto americanas ou asiáticas especializadas nestas linhas teóricas específcas já bastante fossilizadas recentemente onde assim além da religião existem os elementos agnósticos tão necessários à reflexão contemporânea acerca disso tudo é muito importante abordarmos considerações críticas fornecidas aos temas apresentados acima através de investigação comparada tendenciosa neste campo epistemológico.

O mito da caverna, de Platão


O Mito da Caverna, ou Alegoria da Caverna, é uma passagem famosa do filósofo grego Platão. Ao utilizá-la, Platão oferece uma profunda reflexão sobre o conhecimento, a percepção e a realidade. Através dessa história, ele ilustra seu dualismo filosófico, diferenciando entre o mundo sensível das aparências e o mundo inteligível das ideias.

Na narrativa, Platão descreve um grupo de pessoas que estão aprisionadas em uma caverna desde a infância. Esses prisioneiros estão acorrentados de tal forma que só conseguem olhar para o fundo da caverna, onde veem apenas sombras projetadas por objetos que passam diante de uma fogueira, colocada atrás deles. Os objetos são carregados por outros homens que caminham ao lado da parede que oculta seus corpos, de modo que os prisioneiros percebem apenas as sombras dos objetos, acreditando que essas sombras são a única realidade existente.

Essa metáfora serve como uma analogia para a condição humana em relação ao conhecimento e à ignorância. A escuridão da caverna representa a ignorância e a condição limitada dos sentidos humanos. As sombras, por sua vez, simbolizam as aparências enganosas e a superficialidade das percepções sensoriais. Para os prisioneiros, essas sombras constituem toda a realidade, uma vez que desconhecem a existência do mundo exterior e da verdadeira fonte de luz e conhecimento.

Um ponto crucial da alegoria ocorre quando um dos prisioneiros é libertado. Ele inicialmente sofre ao confrontar a luz da fogueira e, em seguida, a luz do sol fora da caverna. Esse processo doloroso simboliza a dificuldade inerente à busca do conhecimento verdadeiro e à superação da ignorância. Ao sair da caverna, o prisioneiro finalmente compreende que as sombras são simples ilusões e descobre a realidade autêntica representada pela luz do sol.

A fuga da caverna e a revelação da verdadeira realidade além das sombras ilustram a distinção entre o mundo sensível e o mundo inteligível, que são centrais na filosofia de Platão. O primeiro é o mundo das coisas físicas, que percebemos através dos sentidos e que está em constante mudança. O segundo é o mundo das ideias ou formas, que são imutáveis e perfeitas, sendo acessíveis apenas através da razão.

Por fim, o Mito da Caverna não é apenas uma reflexão filosófica abstrata, mas também uma homenagem a Sócrates, mentor de Platão, que dedicou sua vida à busca do conhecimento e à instrução dos outros. Platão, ao apresentar essa alegoria em A República, convida-nos a questionar nossas próprias percepções e a reconhecer a importância da filosofia na busca pela verdade e pelo entendimento profundo da realidade.

Dessa forma, o Mito da Caverna permanece uma das mais poderosas ilustrações da importância do conhecimento e da constante necessidade de ultrapassarmos as aparências em direção à verdadeira compreensão do mundo e de nós mesmos.

René Descartes e o discurso do método

René Descartes foi um renomado filósofo e matemático francês, reconhecido como o criador do pensamento cartesiano, que marcou o início da Filosofia Moderna. Ele é amplamente conhecido por sua obra "O Discurso sobre o Método", publicada na França em 1637, onde apresenta uma das frases mais emblemáticas da filosofia: "Penso, logo existo".

Descartes nasceu em 31 de março de 1596, em Haye, na antiga província de Touraine, agora conhecida como Descartes, França. Entre 1607 e 1615, ele estudou no colégio jesuíta Royal Henry – Le Grand, localizado no castelo de La Flèche, doado aos jesuítas pelo rei Henrique IV. Posteriormente, ele concluiu os estudos em Direito na Universidade de Poitiers em 1616, embora nunca tenha exercido a profissão.

Sentindo-se insatisfeito com o ensino da época, Descartes criticou a filosofia escolástica por não proporcionar verdades indiscutíveis, argumentando que apenas a matemática possui essa capacidade demonstrativa. Iniciou seus estudos em matemática com o cientista holandês Isaac Beeckman em 1618. Aos 22 anos, começou a desenvolver sua geometria analítica e seu método de raciocínio correto, rompendo com a filosofia aristotélica e propondo uma ciência unitária e universal. Em 1619, ele lançou as bases do método científico moderno.

Em busca de novas experiências, Descartes alistou-se no exército do príncipe Maurício de Nassau. Passou a viver na Holanda entre 1629 e 1649, realizando várias viagens e trabalhos na área da filosofia, ciências e matemática. Foi durante esse período que ele associou a álgebra com a geometria, dando origem à geometria analítica e ao sistema de coordenadas, hoje conhecido como Plano Cartesiano.

Uma de suas obras importantes foi "O Tratado do Mundo", onde Descartes aborda a tese do heliocentrismo. No entanto, ele decidiu desistir de publicá-la em 1633, devido à condenação de Galileu pela Inquisição, que havia abordado o mesmo tema.

No final de sua vida, em 1649, Descartes aceitou um convite da rainha Cristina da Suécia para ser seu professor e mudou-se para Estocolmo. Infelizmente, sua saúde se deteriorou e ele faleceu em 11 de fevereiro de 1650, vítima de pneumonia.

Biografia

René Descartes foi um figura de proeminente destaque tanto na filosofia quanto na matemática, conhecido pelo desenvolvimento do pensamento cartesiano que marcou o início da Filosofia Moderna. A sua obra mais famosa, "O Discurso sobre o Método", publicada em 1637, revela uma das frases mais icônicas da filosofia: "Penso, logo existo", que sintetiza a busca por uma verdade indubitável.

Nascido em 31 de março de 1596, em Haye, na antiga província de Touraine, atualmente renomeada como Descartes, França, ele ingressou num percurso educacional de excelência desde cedo. Entre 1607 e 1615, Descartes estudou no colégio jesuíta Royal Henry–Le Grand, no castelo de La Flèche. Após completar seus estudos básicos, formou-se em Direito pela Universidade de Poitiers em 1616, embora nunca tenha exercido a profissão.

Sua insatisfação com o sistema educativo vigente, especialmente com a filosofia escolástica que dominava a academia, levou Descartes a uma profunda crítica à incapacidade dessa para fornecer verdades sólidas e irrefutáveis. Ele argumentava que somente a matemática possuía essa qualidade demonstrativa. Em 1618, iniciou estudos aprofundados em matemática com Isaac Beeckman, cientista holandês. Aos 22 anos, Descartes começou a desenvolver a geometria analítica e um método de raciocínio científico que se distanciava da filosofia aristotélica, buscando uma ciência unitária e universal. No ano de 1619, lançou os alicerces do método científico moderno.

Durante sua busca por novas perspectivas e experiências, Descartes alistou-se no exército do príncipe Maurício de Nassau. Posteriormente, estabeleceu-se na Holanda de 1629 a 1649, onde prosseguiu com suas investigações filosóficas, científicas e matemáticas. Foi nesse período que ele fez a importante associação entre álgebra e geometria, criando a geometria analítica e o sistema de coordenadas, conhecido atualmente como Plano Cartesiano.

Entre suas obras, destaca-se "O Tratado do Mundo", na qual Descartes explora a tese do heliocentrismo. No entanto, com a condenação de Galileu pela Inquisição em 1633, Descartes optou por não publicar essa obra para evitar represálias.

Nos últimos anos de sua vida, em 1649, aceitou o convite da rainha Cristina da Suécia para se tornar seu tutor, mudando-se para Estocolmo. Infelizmente, a saúde de Descartes se deteriorou rapidamente, e ele faleceu em 11 de fevereiro de 1650, vítima de pneumonia.

O legado de René Descartes é vasto e duradouro. Suas contribuições revolucionaram a filosofia e a matemática, influenciando inúmeras áreas do conhecimento e deixando um impacto que perdura até os dias de hoje. Apesar das adversidades, o pensamento cartesiano continua a ser uma referência crucial na busca pelo conhecimento e pela verdade.

O discurso do método

O "Discurso sobre o Método," escrito por René Descartes em 1637, é uma obra fundamental tanto na filosofia quanto na matemática, que estabeleceu as bases do racionalismo como a principal fonte de conhecimento. Descartes acreditava na existência de uma verdade absoluta e incontestável, e para alcançá-la, desenvolveu o método da dúvida. Esse método consistia em questionar todas as ideias e teorias preexistentes, a fim de identificar algo que fosse definitivamente certo.

Descartes estabeleceu quatro regras para se chegar ao conhecimento. Primeiro, nada deve ser considerado verdadeiro até ser reconhecido como tal. Segundo, os problemas precisam ser analisados e resolvidos sistematicamente. Terceiro, as considerações devem partir do mais simples para o mais complexo. E, finalmente, o processo deve ser revisto do início ao fim para garantir que nada importante seja omitido.

Com o método da dúvida, Descartes pretendia alcançar conhecimento verdadeiro. Ele começava duvidando de tudo, inclusive dos sentidos, pois os sentidos podem enganar. Em seguida, questionava a realidade, comparando-a com os sonhos, onde é impossível distinguir o que é real do que não é. No entanto, mesmo nos sonhos, as leis matemáticas permanecem inalteradas. Descartes observou que a matemática parecia ser um conhecimento mais puro e confiável. No entanto, ele também considerava a hipótese de um "gênio maligno" ou um "deus enganador" que poderia estar manipulando suas percepções, fazendo-o acreditar em certezas matemáticas como 2 + 2 = 4 ou que um triângulo tem três lados.

Foi nesse contexto de dúvida extrema que Descartes se convenceu de uma única verdade: sua capacidade de duvidar era um reflexo de sua capacidade de pensar. E, a partir disso, ele concluiu que a verdade absoluta poderia ser sintetizada na fórmula “eu penso,” culminando na famosa máxima “Penso, logo existo” (em latim, Cogito, ergo sum).

Dessa forma, Descartes estruturou uma nova maneira de pensar sobre o conhecimento e a verdade, uma metodologia que valorizava a dúvida como um caminho para a certeza, estabelecendo um pilar fundamental para a filosofia moderna.

Os filósofos da era Socrática

Os filósofos pré-socráticos, do primeiro período da filosofia grega, desenvolveram suas teorias do século VII ao V a.C. Antes de Sócrates, buscaram nas elementos da natureza as respostas sobre a origem do ser e do mundo, sendo chamados de “filósofos da physis” ou "filósofos da natureza". 

Responsáveis pela transição da consciência mítica para a filosófica, abandonaram a cosmogonia da mitologia grega em favor da cosmologia baseada no lógos. Essa mudança deu origem a uma produção de conhecimento que serviu como base para o desenvolvimento da cultura ocidental. 

1. Tales de Mileto: Considerado o primeiro filósofo ocidental, Tales propôs que a água era o princípio fundamental de todas as coisas. Ele acreditava que tudo no mundo poderia ser explicado pela transformação da água.

2. Anaximandro: Discípulo de Tales, Anaximandro sugeriu que o "ápeiron" (ilimitado ou infinito) era a origem de todas as coisas. Ele considerava o ápeiron uma substância indefinida e eterna da qual tudo se origina e para a qual tudo retorna.

3. Anaxímenes: Outro filósofo de Mileto, Anaxímenes acreditava que o ar era o princípio básico do universo. Ele afirmava que todas as coisas surgem da condensação e rarefação do ar.

4. Heráclito: Conhecido pelo seu aforismo "Tudo flui", Heráclito acreditava que a única constante no universo era a mudança. Ele identificava o fogo como o elemento primordial e a luta entre opostos como o motor das transformações.

5. Parmênides: Em contraste com Heráclito, Parmênides defendia que a mudança era uma ilusão. Ele argumentava que o ser é único, eterno e imutável, e qualquer percepção de mudança é enganosa.

6. Pitágoras: Principalmente conhecido como matemático, Pitágoras também tinha uma forte vertente filosófica. Ele acreditava que os números eram a essência de todas as coisas e que a harmonia das proporções numéricas explicava o universo.

7. Empédocles: Empédocles introduziu a teoria dos quatro elementos clássicos: terra, água, ar e fogo. Ele sustentava que todas as coisas são compostas por combinações desses elementos em diferentes proporções, unificadas por forças de amor e separadas por forças de ódio.

8. Anaxágoras: Este pensador trouxe a ideia do "nous" (mente ou intelecto) como princípio organizador do cosmos. Para Anaxágoras, o nous possuía um papel central na formação e na ordem do universo.

9. Demócrito: Junto com seu mentor Leucipo, Demócrito desenvolveu a teoria atômica. Eles afirmavam que o universo era composto por átomos indivisíveis e eternos que se moviam no vazio, formando todas as coisas através de suas combinações.

Esses filósofos pré-socráticos foram pioneiros na busca por explicações racionais e naturais para o mundo ao seu redor. Suas teorias e ideias lançaram as bases da filosofia e da ciência ocidental, influenciando gerações posteriores de pensadores e cientistas.

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