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Sétima Cruzada: Contexto e desdobramentos


Após o término da trégua de 1229, firmada durante a Sexta Cruzada, uma expedição militar cristã com recursos limitados e liderada por Ricardo de Cornualha e Teobaldo IV de Champanhe dirigiu-se à Palestina para reforçar a presença cristã nos locais sagrados. Mesmo assim, em 1244 Jerusalém caiu sob controle dos turcos muçulmanos. Em 1255 ocorreu o desastre de Gaza.

Nesse período, o papa Inocêncio IV convocou o Primeiro Concílio de Lyon, onde o rei da França Luís IX, mais tarde canonizado como São Luís, expressou seu desejo de ajudar os cristãos no Levante. Luís IX passou três anos se preparando, mas partiu com um numeroso exército de 35.000 homens. O monarca francês aproveitou as perturbações causadas pelos mongóis no Oriente e embarcou de Aigues-Mortes para o Egito em 1248. Fez uma parada em Chipre em setembro desse ano, antes de atacar o Egito.

Em junho de 1249, Damieta foi recapturada pelos cristãos, servindo como base para futuras operações de conquista na Palestina. Em 1250, quase conseguiu conquistar o Cairo, mas a inundação do Nilo e a perda de provisões alimentares para os muçulmanos resultaram em fome e doenças, incluindo o escorbuto, entre as tropas de São Luís. Simultaneamente, seu irmão Roberto de Artois quase foi vitorioso em Almançora, mas sua imprudência levou à derrota.

Com o exército dizimado por doenças como o tifo, São Luís foi forçado a bater em retirada. O rei foi capturado em Almançora e posteriormente libertado após o pagamento de um alto resgate de 800 mil peças de ouro e a devolução de Damieta em maio de 1250. Apenas a resistência da rainha francesa em Damieta possibilitou negociações com os egípcios.

Após ser libertado, São Luís seguiu para a Palestina com seu irmão Carlos D'Anjou, onde permaneceu por quatro anos. Só deixou a Terra Santa em 1254, após recuperar todos os prisioneiros cristãos e concluir a fortificação das cidades francas no Levante, em parte graças às invasões mongóis. Ao retornar, recebeu a notícia da morte de sua mãe, Blanca de Castela, que era regente.

Oitava Cruzada: Contexto e desfecho


Em 1265, os egípcios da dinastia mameluca conquistaram Cesareia Marítima, Haifa e Arçufe. No ano seguinte, ocuparam a Galileia e parte da Armênia, e em 1268, tomaram Antioquia. O Oriente Médio passava por uma fase de desordem entre as ordens religiosas encarregadas de sua defesa, bem como entre comerciantes genoveses e venezianos.

O rei francês Luís IX (São Luís) revigorou o espírito das cruzadas e lançou a Oitava Cruzada em 1270, embora sem grande ressonância na Europa. Desta vez, os objetivos eram diferentes: ao invés do Levante, o foco era Túnis, e o propósito era mais religioso do que militar, visando à conversão do emir local.

Luís IX inicialmente planejou ir ao Egito, que estava sendo devastado pelo sultão Baibars. Em seguida, direcionou-se para Túnis na esperança de converter o governador da cidade ao Cristianismo. No entanto, o governador Mostanser o recebeu com resistência armada. A expedição de São Luís resultou em tragédia, a exemplo de muitas outras. As forças francesas não conseguiram sequer entrar em combate, pois logo após desembarcarem em Túnis, foram atingidas por uma peste que devastava a região, ceifando muitas vidas, incluindo a de São Luís e um de seus filhos. O outro filho do rei, Filipe, o Audaz, firmou um tratado de paz com o sultão ainda em 1270 e retornou à Europa. Ele chegou a Paris em maio de 1271 e foi coroado rei em Reims, em agosto do mesmo ano.

Nona Cruzada: Causas e desdobramentos


A Nona Cruzada é frequentemente vista como uma continuação da Oitava Cruzada.

Alguns meses após a Oitava Cruzada, o príncipe Eduardo da Inglaterra, que mais tarde se tornaria Eduardo I, liderou seus seguidores até Acre, mas sem grandes resultados.

Em 1268, Baybars, sultão mameluco do Egito, reduziu o Reino de Jerusalém, o mais significativo dos estados cruzados, a uma estreita faixa de terra entre Sídon e Acre. A paz foi mantida graças aos esforços do rei Eduardo I, com o apoio do Papa Nicolau IV.

Em 1271 e início de 1272, Eduardo conseguiu enfrentar Baybars, após firmar alianças com alguns de seus opositores. Em 1272, iniciou negociações para estabelecer uma trégua, porém Baybars tentou assassiná-lo ao enviar homens que fingiam querer se converter ao cristianismo. Eduardo então começou os preparativos para atacar Jerusalém, mas foi informado sobre a morte de seu pai, Henrique III. Como herdeiro ao trono, Eduardo decidiu retornar à Inglaterra e firmou um tratado com Baybars, permitindo assim seu retorno e encerrando a Nona Cruzada.

Guerra dos Cem Anos: Motivações e desobramentos

A Guerra dos Cem Anos foi uma série prolongada de conflitos entre os reinos da Inglaterra e da França durante o final da Idade Média. Essas batalhas começaram por causa das reivindicações inglesas sobre o trono francês, envolvendo a Casa Real Inglesa de Plantageneta e a Casa Real Francesa de Valois. Com o tempo, a contenda se ampliou, trazendo à tona um combate pelo poder que envolvia várias facções de toda a Europa Ocidental, alimentadas pelo nacionalismo crescente de ambos os lados.

Esse conflito é considerado um dos mais importantes da Idade Média. Ao longo de 116 anos, interrompidos por várias tréguas, cinco gerações de reis de dinastias rivais lutaram pelo controle do maior reino da Europa Ocidental. A guerra teve um impacto duradouro na história europeia, pois ambos os lados introduziram inovações em tecnologia e táticas militares, como exércitos permanentes e artilharia, que mudaram o cenário bélico europeu de forma permanente. A cavalaria, que atingiu seu auge durante o conflito, posteriormente, entrou em declínio. Além disso, identidades nacionais mais fortes começaram a se formar em ambos os países, que se tornaram mais centralizados e gradualmente se transformaram em potências globais.

O termo "Guerra dos Cem Anos" foi adotado por historiadores posteriormente como uma forma de abranger os conflitos relacionados, constituindo o mais longo conflito militar da história europeia. A guerra é geralmente dividida em três fases principais, separadas por períodos de tréguas: a Guerra Eduardiana (1337-1360), Guerra Carolina (1369-1389) e a Guerra Lancastriana (1415-1453). Cada lado conseguiu atrair muitos aliados para o conflito, inicialmente com as forças inglesas tendo vantagem; no entanto, a Casa de Valois finalmente manteve o controle sobre a França, resultando na separação definitiva das monarquias francesa e inglesa, que anteriormente eram entrelaçadas.

Causas

As raízes do conflito podem ser rastreadas até a crise na Europa do século XIV. O aumento das tensões entre os reis da França e da Inglaterra pelo controle de territórios culminou na guerra. O estopim foi a ausência de uma linhagem masculina direta na dinastia capetiana, o que levantou questionamentos sobre a sucessão ao trono francês.

A relação conflituosa entre as coroas francesa e inglesa tem origens profundas, remontando à época de Guilherme, o Conquistador, um duque normando que se tornou rei da Inglaterra em 1066. Os reis ingleses possuíam terras e títulos na França, colocando-os como vassalos dos reis franceses, o que era fonte de desentendimentos contínuos. Os monarcas franceses tentaram limitar o poder inglês, aproveitando-se de ocasiões como as guerras entre Inglaterra e Escócia, que era aliada da França. As terras inglesas na França variaram de tamanho ao longo do tempo, sendo que em 1337 apenas a Gasconha permanecia sob controle inglês.

Em 1328, a morte de Carlos IV da França sem filhos ou irmãos diretos levou à implementação da lei Sálica, que impedia a sucessão feminina. Eduardo III da Inglaterra, sobrinho do falecido rei, reivindicou o trono francês por meio de sua mãe, Isabel, irmã de Carlos IV. No entanto, a nobreza francesa rejeitou essa pretensão, alegando que Isabel não tinha o direito de transmitir a coroa. A assembleia de barões franceses escolheu dar a coroa a Filipe, Conde de Valois, primo patrilinear de Carlos. Eduardo protestou inicialmente, mas acabou por aceitar a decisão e prestou homenagem pela Gasconha. No entanto, novas disputas entre Eduardo e Filipe levaram este último, em maio de 1337, a convocar seu Grande Conselho e a decidir pela retomada da Gasconha, incitando Eduardo a renovar sua reivindicação ao trono francês usando a força.

Nos primeiros anos do conflito, os ingleses, liderados por Eduardo III e seu filho, o Príncipe Negro, obtiveram importantes vitórias, como nas batalhas de Crécy em 1346 e Poitiers em 1356, onde capturaram o rei João II da França.

Durante a chamada Fase Carolina, que coincidiu com a devastação da Peste Negra entre 1347 e 1351, a França sob o comando de Carlos V e Bertrand du Guesclin conseguiu recuperar a maioria das terras cedidas aos ingleses no Tratado de Brétigny. A Peste Negra e a subsequente crise econômica provocaram agitação civil em ambos os países, mas a Inglaterra conseguiu restabelecer a ordem antes da França.

Na fase seguinte, intitulada Lancastriana, o recém-coroado Henrique V da Inglaterra aproveitou a instabilidade causada pela doença mental de Carlos VI da França e a guerra civil entre os Armagnacs e Borguinhões. As vitórias inglesas em Azincourt (1415) e Verneuil (1424), além de uma aliança com os Borguinhões, aumentaram as chances de um triunfo inglês, prolongando o conflito por décadas. No entanto, fatores como as mortes de Henrique V e Carlos VI em 1422, a ascensão de Joana d'Arc e a perda da aliança borgonhesa minaram essas possibilidades.

O cerco de Orleães em 1429 sinalizou a virada do conflito, com uma sucessão de vitórias francesas, mesmo após a captura e execução de Joana d'Arc. As batalhas de Patay (1429), Formigny (1450) e Castillon (1453) selaram a guerra em favor dos Valois. A Inglaterra perdeu permanentemente suas possessões continentais, exceto por Pale de Calais, que permaneceu sob seu controle até o cerco de Calais em 1558.

O que foi a guerra dos Treze Anos?


A Guerra dos Treze Anos, foi um conflito que ocorreu entre 1454 e 1466, envolvendo a Confederação Prussiana, aliada ao Reino da Polônia, contra o Estado da Ordem Teutônica.

O conflito começou como uma insurreição das cidades prussianas e da nobreza local, que buscavam a independência dos Cavaleiros Teutônicos. Em 1454, Casimiro IV da Polônia se casou com Elizabeth da Áustria e a Confederação Prussiana solicitou ajuda ao rei polonês, oferecendo-se para aceitá-lo como protetor em lugar da Ordem Teutônica. Quando Casimiro IV aceitou a proposta, a guerra eclodiu entre os aliados da Confederação Prussiana, apoiados pela Polônia, e os defensores do governo dos Cavaleiros Teutônicos.

A guerra terminou com a vitória da Confederação Prussiana e da Polônia, formalizada pela Segunda Paz de Toruń em 1466. Logo após, eclodiu a Guerra dos Sacerdotes (1467–1479), uma prolongada disputa pela independência do Príncipe-Bispado Prussiano de Warmia, durante a qual os Cavaleiros tentaram revisar os termos da Paz de Toruń.

Como a inteligência artificial pode revolucionar seus estudos: 10 ferramentas essenciais para o aprendizado eficaz

Foto: CANVA

A inteligência artificial é uma das maiores aliadas na hora de estudar, mas se é necessário a verificação de dados, fontes e uma revisão detalhada do conteúdo em alguns casos, mas se feito com cuidado e atenção as ferramentas existentes podem auxiliar em um aprendizado mais efetivo.

Quais ferramentas de IA podem ajudar na hora do estudo?

1. BRAiN Assistant

Uma poderosa ferramenta que resume documentos em PDF, DOC, DOCX e diversos outros formatos em mais de 95 idiomas, um ótimo aliado para resumir os pontos principais de um material.

2. Aiter.IO

Uma poderosa ferramenta geradora de resumos e textos de forma instantânea, muito usado no meio corporativo para descrições de produtos e marketing, mas que pode ser uma excelente aliada nos estudos resumindo conteúdos de forma mais sucinta.

3. Finance Brain

Uma IA poderosa para o estudo de matemática, cálculos e demais problemas aritméticos, excelente para quem deseja aprender matemática de forma descomplicada.

4. Lateral.IO

Lateral AI é um aplicativo web desenvolvido pela Lateralio que lê, encontra, organiza e compartilha sua pesquisa em um só lugar para ajudá-lo a ler os artigos até 10 vezes mais rápido. É uma ferramenta poderosa com uma interface de usuário intuitiva que simplifica o processo de pesquisa, apesar da complexidade da tarefa.

5. GenTEXT

Algumas das funcionalidades oferecidas por esta ferramenta de IA incluem a geração de resumos, a identificação das frases mais importantes, bem como a correção de erros e a melhoria da apresentação geral do relatório. GenText AI Assistant é eficiente em termos de tempo e orçamento, tornando-o uma boa opção para empresas que buscam otimizar seus processos de redação de relatórios.

6. Cramly

Cramly é a única plataforma de IA que elabora redações de 10 páginas com citações reais.

7. Grammarly

Uma ótima ferramenta de aprimoramento de texto, excelente para corrigir em tempo real uma redação e receber dicas de aprimoramento de texto.

8. Grammarly Citations

O Grammarly cria citações automáticas para sites de origem, fornece suporte para redação acadêmica, detecta plágio e revisa sua redação para que você possa fazer um trabalho melhor em menos tempo.

9. Otter.Ai

Otter é uma poderosa ferramenta de conversão de texto em fala, excelente para quem deseja extrair textos das ideias centrais de um vídeo para um estudo mais aprofundado, também pode ser usado para transformar a fala em texto de forma rápida e prática.

10. Ensina ai

Uma plataforma que ensina tudo o que se é perguntado. Faça uma pergunta no chatbot e obtenha uma resposta rápida em segundos, ótimo para sanar dúvidas de conteúdos e matérias já estudadas, ou ainda, para formular ideias e obter novos conhecimentos acerca de matérias inéditas.

Como se preparar para o ENEM 2024

Foto: ENEM

O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) é a prova mais importante do Brasil para avaliação do aprendizado do alunado para o ingresso no ensino superior. Devido a isso, a pressão por uma boa nota pode impactar negativamente no emocional de alguns estudantes, e para evitar essa sobrecarga é necessário se planejar com antecedência para estudar de forma saudável e garantir máximo desempenho durante as provas.

Como se preparar para o ENEM?

Antes de mais nada, o aluno deve estar ciente do Edital do exame do ano ao qual está se propondo participar, após uma análise minuciosa dos conteúdos é hora de separar o material de estudo. Uma ótima alternativa é baixar as apostilas e gabaritos dos outros anos para estudar o conteúdo, levando sempre em consideração as matérias e os conteúdos mais abordados nos anos anteriores, desta forma, você poderá se aprofundar e obter um conhecimento acerca dos conteúdos que poderão cair na prova do ano.

Após baixar as apostilas, você deve garantir que encontre um lugar calmo, tranquilo e silencioso para elaboração das questões à serem respondidas. Uma dica de ouro é escrever, escreva muito, principalmente sobre os conteúdos com os quais você tiver maior dificuldade ou considerar mais complicados, isso fará você trabalhar sua capacidade analítica dos temas e problemas propostos e pensar em alternativas de estudo.

Escolha a técnica de estudo adequada

Uma técnica de estudo bem elaborada pode decidir o rumo que os seus esforços irão tomar, para isso, procure definir de forma específica os conteúdos aos quais procurará se debruçar e estude com dedicação utilizando metodologias certificadas para fixação do conteúdo. 

Algumas técnicas importantes e muito usadas são: 

1. Resumos

Resumir conteúdos para estudos é uma prática importante e eficaz pois ajuda na assimilação e compreensão do que foi estudado de forma mais rápida e objetiva. Além disso, resumir permite identificar os pontos-chave do conteúdo, facilitando a memorização e revisão posterior.

Ao resumir um texto ou aula, o estudante é obrigado a fazer uma seleção do que é mais relevante, o que estimula o seu pensamento crítico e ajuda a fixar melhor o conhecimento. Também torna mais fácil a organização das informações, auxiliando na identificação de lacunas que precisam ser preenchidas.

Resumir conteúdos para estudos também ajuda a economizar tempo, já que os resumos podem ser consultados rapidamente para revisões antes de provas ou trabalhos importantes. Além disso, ao resumir, o estudante consegue perceber mais claramente a estrutura e lógica do conteúdo estudado, o que facilita a compreensão do todo.

2. Tabelas

As tabelas de conteúdos são ferramentas importantes para organizar e estruturar o material de estudo, facilitando a localização e compreensão das informações. Elas ajudam a identificar os temas abordados no conteúdo, a hierarquizar as informações de acordo com sua relevância e a estabelecer uma sequência lógica de estudo.

Além disso, as tabelas de conteúdos fornecem uma visão geral do material, permitindo que o estudante saiba o que esperar e possa se planejar melhor em relação ao tempo de estudo. Elas também auxiliam na memorização e revisão do conteúdo, pois possibilitam uma visualização rápida e clara dos tópicos estudados.

3. Flashcards

Os flashcards são uma ferramenta bastante eficaz para o estudo de conteúdos, pois ajudam a reforçar a memorização e facilitam a revisão do material de forma rápida e prática. Além disso, eles ajudam a desenvolver a capacidade de associação e conexão de informações, o que contribui para uma melhor compreensão e retenção do conteúdo.

Uma das principais vantagens dos flashcards é a possibilidade de personalizar o material de estudo de acordo com as necessidades e dificuldades de cada pessoa, podendo incluir questões específicas, conceitos-chave, definições, entre outros. Além disso, eles são facilmente transportáveis, podendo ser levados para qualquer lugar e utilizados em momentos livres como uma forma de aproveitar melhor o tempo.

4. Áudios sobre o conteúdo

Gravar e ouvir áudios sobre o conteúdo é uma estratégia muito eficaz para melhorar a aprendizagem e a retenção de informações. Através da audição, nosso cérebro processa as informações de uma maneira diferente, o que pode facilitar a compreensão e a memorização do conteúdo. Além disso, gravar e ouvir áudios pode ajudar a manter a atenção e o foco durante o estudo, já que podemos fazer outras atividades ao mesmo tempo, como caminhar, dirigir ou fazer tarefas domésticas. Isso nos permite estudar de forma mais flexível e conveniente, tornando o aprendizado mais eficiente.

5. Técnica de POMODORO

A Técnica de Pomodoro é um método de gestão do tempo que consiste em dividir o trabalho em períodos de tempo, chamados de "pomodoros", geralmente com 25 minutos de duração, seguidos por breves intervalos de 5 minutos. Após quatro pomodoros, é feito um intervalo mais longo de 15 a 30 minutos. O objetivo é melhorar a produtividade e foco nas tarefas, evitando distrações e gerenciando o tempo de forma mais eficaz. A técnica foi criada pelo italiano Francesco Cirillo na década de 1980 e tem sido amplamente adotada por pessoas que buscam aumentar sua eficiência no trabalho.

6. Teste seus conhecimentos respondendo provas passadas

Responder provas passadas é uma excelente maneira de testar seus conhecimentos e se preparar para futuros exames. Ao responder questões de provas passadas, você consegue identificar quais são os seus pontos fortes e fracos em determinada matéria, o que permite direcionar seus estudos de forma mais eficiente e focada. Além disso, responder provas passadas também ajuda a familiarizar-se com o formato das questões, o estilo de perguntas e o tempo necessário para respondê-las. Isso aumenta a sua confiança para enfrentar a prova real, pois você terá praticado previamente.

O que não fazer ou levar no ENEM

1. Não leve comida em excesso para a sala

Leve apenas o essencial para que você coma até a finalização da prova e procure realizar um lanche antes do horário da prova, escolha comidas carregadas de carboidratos para manter a saciedade e evitar a pausa do pensamento e do foco.

2. Celular

Se o celular tocar em sala de aula, sua prova será cancelada de forma imediata, sem possibilidade de recorrer ou anular a decisão.

3. Relógio

Não é permitido o uso de relógios durante a execução do exame, isso serve para evitar despertar ansiedade nos alunos durante o desenvolvimento da prova.

4. Nada com RÓTULOS

Evite levar para a sala qualquer item de consumo que tenha rótulos ou que não sejam transparentes, isso é uma regra que vale para todos e pode ocasionar na expulsão em caso de descumprimento.

5. Calculadoras ou quaisquer eletrônicos

Nada que tenha acesso à internet ou que seja eletrônico é permitido durante a execução do exame, evite aborrecimentos desnecessários.

6. Lápis e borracha ou periféricos

O exame só é realizado utilizando canetas transparentes, não sendo permitido o uso de borracha, lápis, tesouras, apontador e outros periféricos de natureza semelhante.

Como escreva uma redação nota 1000 no ENEM

Foto: CANVA

A primeira etapa de uma redação consiste em compreender plenamente o tema. Nos antigos vestibulares, este era proposto de forma direta. Exemplo, a faculdade de direito da Universidade de São Paulo, certa feita, pediu que os vestibulandos escrevessem sobre a "Cortina de Ferro". Nesse caso, o vestibulando deveria dissertar sobre os países do leste europeu então dominados pela ex-União Soviética. Sem dúvida, questões propostas de maneira explícita facilitavam o entendimento do tema. Modernamente, os temas não mais são assim apresentados. São dados textos que, de alguma maneira, interligam-se e o vestibulando deve, em primeiro lugar, descobrir essas relações. Em linguagem simples, você deve "perceber" o conteúdo do tema.

TÉCNICAS DE REDAÇÃO

Em todos os seus gêneros (dissertação, descrição, narração e crônica), é a mais importante prova dos exames vestibulares brasileiros. Pode-se dizer que ela é decisiva. Atualmente, a dissertação tem sido privilegiada pelas bancas examinadoras, pois ela exige que o aluno, após analisar textos, defenda suas opiniões sobre eles.

Aqui estão algumas dicas para você fazer uma excelente redação no vestibular, após explicações, exemplos, temas e, na linguagem do aluno, "dicas" sobre o que escrever.

Quase todos os exames vestibulares exigem, como redação, textos dissertativos. Poucas universidades - uma delas é a UNICAMP (Universidade de Campinas) - aceitam narração e crônica.

Foto: CANVA

O QUE É UMA DISSERTAÇÃO?

Uma dissertação consiste numa redação analítica sobre o tema proposto pela banca examinadora que elabora a prova. Dessa maneira, o vestibulando deve defender uma opinião sobre o assunto exigido pela faculdade. Portanto, ao contrário da opinião tradicional, o aluno não pode ser neutro quanto ao tema em questão. O Ministério da Educação determina que as opiniões não devem ser julgadas, mas sim avaliadas se estão explicadas e defendidas com coerência e lógica.

OS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

A nota dada à redação deve obedecer aos seguintes critérios:
- adequação ao tema. A banca examinadora avalia se o vestibulando entendeu o tema proposto e redigiu um texto adequado a ele. "Fugir do assunto", como se diz na gíria estudantil, implica "nota zero";

- coerência no desenvolvimento do tema. As idéias contidas no texto devem estar interligadas de maneira lógica. O vestibulando não pode propor uma opinião no início do texto e desmenti-la no final;

- norma culta. O candidato a uma vaga nas faculdades e universidades precisa usar a língua portuguesa de maneira adequada, estruturas sintáticas (regência verbal e concordância) corretas e termos semanticamente precisos; portanto, não se deve usar uma palavra cujo sentido real você não conhece. Norma culta não quer dizer termos sofisticados, mas palavras simples e precisas no contexto da dissertação. Não pense que preciosismos (palavras complicadas) valorizam sua redação; pelo contrário, são ridículos. Em síntese, o vestibulando deve usar termos correntes com significados adequados;

- criatividade. É claro que uma abordagem original do tema valoriza seu texto. Mas, o vestibulando deve ter cuidado em não confundir criatividade com idéias esdrúxulas. Na gíria estudantil, não "viaje".

Antes de escrever

Antes de escrever, ou seja, passar para o papel o pensamento, sob a forma de palavras que se ligam umas às outras e formam frases, é preciso que se "recheie" a cabeça.

Quem quer escrever bem precisa de , obrigatoriamente , estar bem informado. Quando colocamos no papel as nossa idéias, devemos imaginar que temos muitos desafios. Mas, antes de iniciar os comentários que continuarão a ser feitos por todo o ano, lembre-se: estar informado é uma das normas mais importantes para quem quer escrever bem.

Um exercício pra você ir treinando, por exemplo, sua redação versará sobre este tema: a competição como fator de organização da sociedade, suas virtudes e seus defeitos negativos. Para escrevê-la, relate um episódio em que você se tenha visto em meio a um excesso de competitividade ou em que a capacidade de competir lhe tenha sido útil. Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um esforço de reflexão em torno de um tema. Utilize sua experiência para construir seu texto, mas integre-a a uma argumentação de caráter generalizador e organizada dissertativamente.

A dissertação deve ter extensão mínima de 30 linhas e máxima de 50, considerando letra de tamanho regular. Inicialmente, utilize a folha de rascunho e, depois, passe a limpo na folha de redação, sem rasuras e com letra legível, o que você redigiu. Utilize caneta; lápis, apenas no rascunho.

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A máxima esportiva "o importante é competir" parece estar tomando conta de nossas vidas. E interessante notar, no entanto, que ela pode ter, no mais da vida, significado oposto ao que tem como lema do esportista. Em seu contexto, dar o maior valor à competição significa colocar o desejo de vencer em segundo plano, com a conseqüência de o competidor respeitar as regras do jogo e o adversário. Já num mundo em que as pessoas são colocadas em constante competição, essa forma de convívio social parece ser igualada ao desejo de vencer a qualquer custo. 

Mas quais os limites para isso?

Desde a escola, recebemos notas que nos colocam em constante comparação com nossos colegas. Com tantos candidatos por vaga para ingressar em um curso superior, não basta atender a certos requisitos acadêmicos: temos de vencer os demais. No mundo do trabalho, as coisas não são diferentes - conseguir emprego e mantê-lo significa, muitas vezes, ser o escolhido entre muitos. Enfim, somos cada vez mais estimulados e educados para a competitividade, que nos leva, freqüentemente, a colocar certos critérios de convivência em segundo plano.
Esse é o caso, por exemplo, do aluno que guarda para si só a solução de um problema escolar durante a aula, sem compartilhá-la com a turma, com o objetivo de ser o único a tê-la encontrado; ou do colega de trabalho que se preocupa mais com os deslizes dos outros do que com sua própria excelência profissional. A verdade é que, em muitos momentos, somos levados a crer que a solidariedade seria um movimento inútil e, talvez, ingênuo.

COMO ESCREVER BEM UMA REDAÇÃO?

Clareza e Simplicidade

Evite o uso de palavras rebuscadas e longos períodos e prefira argumentar de maneira simples e organizada. A clareza de uma redação se dá no momento em que você apresenta seus argumentos e ideias para que seu leitor compreenda a mensagem do texto de forma clara.

Objetividade

Não dê voltas no texto e evite repetir as palavras e diga apenas o que é importante para seu tema e sua redação. Quanto mais conhecimento você tiver mais termos poderá usar no texto.

Coerência Textual

A coerência é um item extremamente importante para escrever uma boa redação para concursos ou qualquer processo seletivo. O texto corresponde a uma estrutura com uma ordem de ideias e o tema deve ser explicado apresentando teses, causas e consequências em uma sequência lógica.

Evitando as contradições você deixará seu texto coerente e com estruturas lógicas e coerentes com o uso de conectivos, preposições, verbos, etc. Um erro que acontece muito nos textos feitos nas redações de concursos públicos é usar comentários aleatórios em determinado parágrafo sem respeitar a estrutura dos argumentos. Evite comentar vários assuntos ao mesmo tempo e acabar fugindo do tema principal.

A melhor maneira de evitar a fuga do tema e um texto confuso é planejar seus argumentos e escrever um texto que relacione esses assuntos. Não jogue vários temas acreditando que o leitor e examinador irão compreender o que está escrito. Use a coerência a seu favor.

Como escolher que curso/carreira seguir?

Foto: CANVA

Escolher qual curso ou carreira seguir é uma das tarefas mais complicadas, especialmente na fase da adolescência, quando aparentemente diversos campos de estudo nos agradam, o que pode nos levar a sentir como se estivéssemos em um labirinto, sem saber ao certo para onde ir ou o que decidir. Afinal, decidir qual carreira ou projeto de vida seguir é essencial para evitar frustrações. Ninguém gosta de seguir uma carreira e descobrir que não gostava tanto assim daquela área, o que acontece muitas vezes quando não temos muita prática na função, apenas uma visão superficial de como aquele campo se desenvolve ou se apresenta de forma atraente. No entanto, devemos ter em mente que todas as áreas - sem exceção - exigem estudo profundo, dedicação e um aprofundamento empírico nada prazeroso.

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Mas gostar de uma área não é suficiente para segui-la? Ah, não. Gostar de cantar não faz de ninguém um cantor, mas é claro que, com estudo, todos podem alcançar um determinado caminho. No entanto, é necessário levar em consideração suas paixões, frequência, hábito e seu grau de contato com a área. Sobretudo, se em algum momento você procurou se inteirar sobre períodos históricos, curiosidades, ou se busca com frequência se informar sobre determinado assunto, isso fará você enxergar a profissão com mais cautela e cuidado na hora de escolher uma carreira.Mas, eu gosto de muitas áreas, como decidir? Se você ama estudar diferentes áreas e possui grandes dons e atribuições referentes a muitos caminhos, você pode optar por seguir uma carreira que descreva você por inteira. Todos amam nadar, mas apenas alguns gostam da água do mar, há nadadores que nasceram apenas para as águas da piscina, e essa diferença é o que promove não apenas a área na qual você irá atuar, mas a forma como irá impactar a vida das pessoas durante o exercício da função.

Mas e se eu cursar algo e não gostar? Existe a possibilidade de você descobrir que tomou um caminho errado ou optar por uma carreira com a qual você não se identifica tanto, principalmente se você optar por segui-la com pouco afinco ou intimidade com a área à qual se propôs se envolver. Há quem diga que escolher uma área errada é uma ótima oportunidade para aprofundar-se e, talvez, descobrir que talvez goste. Se você está estudando um curso do qual não gosta, lembre-se de que o exercício da função é completamente diferente do exercício dos estudos, que é algo mais genérico e direcionado para a formação do profissional, o que exige um estudo mais pautado menos na prática efetiva, mas no estudo geral dos conhecimentos que formam os saberes daquela profissão.

Caso você se veja nessa situação, não se desespere. Procure ajuda de profissionais de orientação vocacional, converse com pessoas que já atuam na área que você está cursando e busque oportunidades de estágio ou projetos extracurriculares que possam te ajudar a ter uma visão mais ampla da profissão.

Mas, como não errar na hora de escolher um curso?

Uma excelente alternativa para escolher que caminho seguir os estudos é buscar realizar testes vocacionais, um dos mais usados e conhecidos é o The Career, uma excelente plataforma de estudo vocacional para desbloquear seus conhecimentos e direcionar você para um curso que combine em todos os sentidos com os aspectos que você gosta.

Você também pode realizar o teste vocacional do descomplica ou do Guia da carreira.

Uma análise profunda de "Paixão Simples" de Annie Ernaux



APRESENTAÇÃO

Um dos livros de Annie Ernaux mais adorados pela crítica e pelo público, Paixão simples é também um dos mais ambiciosos por sua tentativa de dar conta da radicalidade da experiência de se apaixonar. Nas breves páginas deste relato profundamente humano, publicado pela primeira vez em 1992, a vencedora do prêmio Nobel de 2022 esmiúça o estado de enamoramento absoluto que experimentou quando, já divorciada e mãe de dois filhos crescidos, viveu um relacionamento com um homem casado. Durante os meses em que se relacionou com A., toda a existência da autora foi regida por um novo signo, que ela disseca com precisão e franqueza. “Graças a ele”, afirma, “eu me aproximei do limite que me separa do outro, a ponto de às vezes imaginar que iria chegar do outro lado”. Essa proximidade do limiar, tão própria do sujeito apaixonado, assume formas variadas no relato. A primeira fronteira a ser deixada para trás é a da razão, que cede espaço ao pensamento mágico por meio do qual se manifesta a expectativa agonizante de ser correspondida. Cada evento, palavra ou pessoa ao redor só tem interesse para Ernaux na medida em que a faz pensar em A. Cada minuto longe dele é uma espera que transcorre de forma diversa do ritmo da vida real. Tema recorrente na obra da escritora, o tempo em Paixão simples não obedece à lógica ou à História. “Para mim não havia essa cronologia em nossa relação, eu só conhecia a presença ou a ausência”, eis o aspecto radical da paixão. Uma vez terminada a relação, o tempo entra em cena novamente, desta vez como índice do rastro deixado por um acontecimento marcante: “Estava sempre calculando, ‘há duas semanas, cinco semanas, ele foi embora’, e ‘no ano passado, nessa data, eu estava aqui, fazendo isso e aquilo’ […]. Pensava que era muito estreito o limiar entre essa reconstituição e uma alucinação, entre a memória e a loucura”. Verdadeira anatomia da alma apaixonada, este livro é também uma reflexão sobre o poder da escrita e um elogio ao luxo que é viver um grande amor.

RESENHA




O livro paixão simples da autora francesa Annie Ernaux, ganhadora do prêmio Nobel de literatura em 2022, com tradução de Marília Garcia, com lançamento no Brasil através da Fósforo editora é a obra mais distinta da autora que se diferencia não em grandiosidade descritiva, mas em intensidade e paixão. A obra lançada originalmente em 1992 se debruça em descrever os períodos de paixão e êxtase absoluto enfrentados pela autora ao se relacionar com 'A', um homem casado que participou de sua vida durante o período turbulento da vida de mãe solo de um casamento recém-acabado.

Ao conversar com outras pessoas, os únicos assuntos que rompiam minha indiferença estavam relacionados a esse homem, ao trabalho dele, ao país de onde vinha, aos lugares que conhecia. (p.8)

Ernaux descreve os efeitos efêmeros provocados pelos encontros casuais sem hora marcada com A, e toda a rotina que precedia de um aviso prévio de que, talvez, em uma hora algo pudesse rolar, como em uma paixão febril e avassaladora que toma conta do corpo mediante a oportunidade de um encontro adolescente regrado de sensualidade.

Se ele anunciava que viria dentro de uma hora — uma “oportunidade” tinha aparecido, ou melhor, uma desculpa para chegar tarde em casa sem que sua mulher desconfiasse [...] Meu desejo era não fazer nada além de esperá-lo (p.9)

Os encontros demoravam a acontecer, e quando finalmente aconteciam, ela não parecia se conectar completamente com o momento. Apenas com a ilusão do efêmero, que sabia que acabaria de forma repentina. Havia um tempo para que tudo se desenrolasse, e isso a deixava apreensiva. Não pelo medo do fim, que sabia que iria ocorrer, mas sim pela forma como se desdobrava.

Ele parecia não sentir algo tão intenso como ela, o que a fazia descrever minuciosamente sua preocupação em relação ao tempo e ao relógio que evitava usar, ao contrário dele, que nunca tirava do pulso. Isso a deixava desconcertada, incomodada e questionando o verdadeiro significado de suas conexões.

Durava apenas algumas horas. Eu nunca cava de relógio, tirava logo antes de ele chegar. Ele mantinha o dele, e eu temia o momento em que o consultaria discretamente. Quando ia à cozinha buscar gelo, eu olhava para o relógio em cima da porta, “mais de duas horas”, “uma hora”, ou “daqui a uma hora estarei aqui e ele terá ido embora”

E, ao final de cada encontro, ela permanecia imóvel contemplando o ambiente e a forma como a qual tudo se desdobrou. Acabou. Ela permanecia imóvel refletindo sobre os copos, talheres e sobre a bagunça, que, de certa forma, mantinham o encontro vivo e palpável. Aqui, ela descreve como uma adolescente em chamas pela paixão, a tristeza e cansaço que lhe tomavam ao findar dos encontros.

Os encontros demoravam a acontecer, e quando finalmente aconteciam, ela não parecia se conectar completamente com o momento. Apenas com a ilusão do efêmero, que sabia que acabaria de forma repentina. Havia um tempo para que tudo se desenrolasse, e isso a deixava apreensiva. Não pelo medo do fim, que sabia que iria ocorrer, mas sim pela forma como se desdobrava.

Depois que ele saía, um cansaço extremo me paralisava. Não conseguia arrumar as coisas de imediato. Ficava um tempo olhando os copos, os pratos com as sobras, o cinzeiro cheio, as roupas e peças de lingerie espalhadas pelo corredor e pelo quarto, o lençol sobre o carpete. Minha vontade era manter aquela desordem tal como estava. (p.11)

Após os encontros e os pensamentos sobre as vezes que viriam ou que poderiam vir a ocorrer, ela passava dias pensando nas carícias, no sexo, na presença e na forma como tudo se conectava, ainda, que, para mim, seus desejos não eram tão correspondidos se levarmos em consideração a forma como ela se entregava ao esplendor do ambiente e dos momentos, em contrapartida, suas descrições sobre a forma como ele admirava o ambiente e preocupava-se com a fluidez líquida dos encontros. O que, de certa forma, comprova que todo este âmago, de certa forma, eram apenas um prazer efêmero da descoberta de novas aventuras sexuais em uma vida pós-abandono, o que, claro, não tira em nenhum instante o mérito inflamável das descrições acaloradas de um amor que se renovava no dia-a-dia.

Ela descreve suas preocupações sobre um período de distanciamento com A, o que a fez querer buscar respostas com cartomantes, mas o que abandonou de ímpeto após pensar na possibilidade, de, que, talvez, seus temores fossem confirmados em relação à ausência dele. O alto teor preocupante da narrativa se intensifica através de um único pensamento da autora:

Uma noite, fui tomada pela vontade de fazer um exame de HIV: “Pelo menos isso ele teria deixado em mim” (p.30)

O pensamento de que, talvez, ele tivesse à deixado com o vírus do HIV correndo em seu corpo durante um período sem cura ou sem grandes expectativas é preocupante, mas se iguala em nível de paixão avassaladora, sobretudo, apenas pela vontade de possuir algo dele ainda em si, o que, talvez, acabasse com o sofrimento de sua partida repentina. Algo que, nem se ele quisesse, poderia toma-la.

Ela passou o ver em sonhos, em pensamentos e no dia-a-dia até mesmo nas coisas mais banais, seus pensamentos eram tomados de súbito enquanto pensava nos horários de um trem ou durante uma anotação qualquer, ele estava sempre lá, sempre presente. E essa descrição da autora em relação a como se sucederam os outros dias e momentos são intensificadas por suas breves divagações em forma de diário onde ela expõe sua rotina com a presença quase que palpável dele.

A obra se finaliza com a constatação do retrocesso de uma vida passada ao lado de A, ela descreve com um sentimento de livramento o sentimento e o último encontro, sobretudo, do nascimento do presente livro, ao qual ela descreve sutilmente: Ora, mas não escrevi um livro sobre ele, nem sobre mim mesma. Apenas expressei com palavras — que talvez ele nem leia, e que não são destinadas a ele — o que a existência dele, por si só, me trouxe. Um tipo de dom reverso. A paixão descrita pela autora é, sobretudo, bela em sua essência e única em características próprias da autora: sua capacidade de descrever com clareza e sentimentalismo profundo o mais perfeito encontro de um ser humano com o sentimento do amor - ou da paixão - que nos toma sempre em um momento inesperado da vida. Diferente de tudo o que já li da autora, mas único e incomparável como qualquer coisa expressa por Ernaux, certamente, um livro merecedor de muitos outros prêmios.
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