Resenha: O mercador de Veneza, de William Shakespeare

SHAKESPEARE, William. O mercador de Veneza. 2. ed. Tradução de Bárbara Heliodora, Rio de Janeiro: Martin Claret Ed, 1999.


William Shakespeare nascido em 26 de Abril de 1564 – 23 de Abril de 1616) foi um poeta e dramaturgo inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo. É chamado frequentemente de poeta nacional da Inglaterra ou, ("O Bardo"). De suas obras restaram até os dias de hoje 38 peças, 154 sonetos, dois longos poemas narrativos, e diversos outros poemas. Suas peças foram traduzidas para os principais idiomas do globo, e são encenadas mais do que qualquer outro dramaturgo Muitos de seus textos e temas, especialmente os do teatro, permaneceram vivos até aos nossos dias, sendo revisitados com freqüência pelo teatro, televisão, cinema e literatura.
Na cidade de Veneza, no século XVI, Bassanio pede a Antônio o empréstimo de três mil ducados para que possa cortejar Portia, herdeira do rico Belmont. Antônio é rico, mas todo seu dinheiro está comprometido em empreendimentos no exterior. Assim ele recorre ao judeu Shylock que odeia Antônio por seu antissemitismo, demonstrado certa vez em que ele insultou e cuspiu no judeu, que vinha esperando uma oportunidade para se vingar de Antônio. O agiota impõe uma condição absurda: se o empréstimo não for pago em três meses, Antônio dará um pedaço de sua própria carne a Shylock. A notícia de que seus navios naufragaram o deixa em uma situação complicada, com o caso sendo levado à corte para que se defina se o contrato será mesmo executado.
Shakespeare passa em sua obra as várias faces das falhas humanas, expõem mazelas da alma, como a intolerância, preconceito, justiça com as próprias mãos, falsidade ideológica, filhos roubando pais, superstição, vingança, inveja, agiotagem e muitas outras falhas de conduta e de moral. O autor acaba deixando nas mãos do leitor a reflexão final, talvez na época em que a história foi escrita, a maioria concordou, inclusive o réu, com a decisão.
Dita obra está dividida em cinco atos, os quais são subdivididos em várias cenas que apesar de serem consideradas em sua totalidade como comédia ao longo da obra trazem elementos trágicos, outros pertinentes a romances, dentre discórdias, aplicabilidade ou não das leis perante a justiça divina, encontros e desencontros que apesar de tudo terminam em reconciliações e um final feliz. O autor utiliza várias funções da linguagem, dentre elas pode-se destacar a função metalinguística no momento em que cita as nomas vigentes vigentes à época, outra função é a poética nos atos de porcia e seus pretendentes.
Nesta obra fica clara a habilidade shakespeariana de colocar elementos altamente trágicos numa peça que termina em casamentos e reconciliações. Sem piedade, o dramaturgo manipula a opinião do público em meio a personagens tão dúbios quanto ardilosos, criando um dos seus melhores trabalhos. Fica evidenciado a presença do Direito Comercial e do Direito Civil, como ramo do direito privado e por consequência a figura do empresários mercantis, individuais e coletivos, restando configurado também o atual instituto do Direito Empresarial. O pode também ser observado na obra é a figura do Direito Canônico, quando fala na aplicação da lei perante a justiça divina.
Não há quem nunca tenha ouvido falar deste famoso dramaturgo e poeta, um dos maiores autores de língua inglesa. A sua obra transcende o tempo e o espaço renascendo pelas mãos de autores que as adaptam para o teatro, cinema e TV. A obra O mercador de Veneza, assim como outras obras de Shakespeare, expõem mazelas da alma humana: problemas sociais; questões políticas; tramas amorosas; rixas; competição, amores proibidos, etc. Temas que transcendem o tempo, que resistem e persistem até hoje, e que provavelmente permanecerão enquanto a humanidade existir. São parte das pessoas, presentes em qualquer tempo e lugar. Pode-se perceber que de acordo com o que está escrito, existe licitude no referido contrato, pois o mesmo foi registrado como se nos dias de hoje fosse obedecidas às formalidades legais, porém, o que não é admissível e ser contratado uma lesão a um ser humano, mas esta é uma época distante daquelas em que narra Shakespeare em sua obra.
Embora permeada por outras sublimidades da alma, nessa obra, o mote central é a Lei e a Justiça. Mais precisamente sobre a "a letra da lei", o que está escrito, objetivamente, e o sentimento de Justiça que subjaz e à qual deve estar amalgamada toda e qualquer decisão de Direito. A obra foi direcionada à sociedade da época, porém ela é perfeitamente cabível em qualquer período da humanidade além de ser recomendada a qualquer pessoa que tenha interesse em conhecê-la

REFERÊNCIAS

SHAKESPEARE, William. O mercador de Veneza. 2. ed. Tradução de Bárbara Heliodora, Rio de Janeiro: Lacerda Ed, 1999.

O Mercador de Veneza e a Teoria dos Contratos. Disponível em:. Acesso em: 12 de maio de 2014
Postar um comentário

Comentários