Resenha: Orgulho e preconceito, de Jane Austen


Jane Austen inicia Orgulho e Preconceito com uma das mais célebres frases da literatura inglesa: "É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro e muito rico deve precisar de uma esposa". O livro é o mais famoso da escritora e traz uma série de personagens inesquecíveis e um enredo memorável. Austen nos apresenta Elizabeth Bennet como heroina irresistível e seu pretendente aristocrático, o sr. Darcy. Nesse livro, aspectos diferentes são abordados: orgulho encontra preconceito, ascendência social confronta desprezo social, equívocos e julgamentos antecipados conduzem alguns personagens ao sofrimento e ao escândalo. Porém, muitos desses aspectos da trama conduzem os personagens ao auto-conhecimento e ao amor. O livro pode ser considerado a obra prima da escritora, que equilibra comédia com seriedade, observação meticulosa das atitudes humanas e sua ironia refinada.

ISBN-13: 9788544001820
ISBN-10: 8544001823
Ano: 2018 / Páginas: 424
Idioma: português
Editora: Martin Claret

Uma obra repleta de ironia e critica a sociedade inglesa do século XVIII.

O romance Orgulho e Preconceito da escritora Jane Austen retrata alguns aspectos da realidade inglesa no século XVIII, período no qual a autora viveu por esse fato a narrativa é tão completa e intensa.

A obra se desenvolve a partir do romance entre Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy. A jovem Elizabeth Bennet (Lizzy) é uma moça muito ativa e vivaz que tem hábitos e maneiras de pensar diferentes dos das moças de sua época. Ela mora com seus pais e com mais quatro irmãs, sendo a mais velha a linda e delicada Jane Bennet, como de costume em sua época as moças e suas famílias se importavam muito com o casamento e principalmente o casamento por interesse, sendo esse o foco principal de toda a trama, Lizzy diferentemente das outras buscava o casamento por amor.

Infelizmente tive o prazer de ler esta obra só este ano, e fiquei encantada, com a maneira que a escritora buscou, de uma forma simples e algumas vezes cômica retratar alguns costumes e hábitos da sociedade inglesa, relatando o cotidiano, a forma que a mulher era vista naquela sociedade, os preconceitos sociais relacionados a realidade da área rural da Inglaterra.

Enquanto estive lendo com muita emoção principalmente nos momentos em que Elizabeth estava se pronunciando de uma forma irônica, em diálogos com Mr. Darcy, meu coração vibrava por suas palavras, pois ela não deixou de expressar sua opinião e seus sentimentos simplesmente por ter de casar. Como quando, na primeira vez que Darcy faz o pedido a ela, e Lizzy faz a seguinte recusa “... mas nada disso me é possível; nunca desejei sua boa opinião, que, alias o senhor me confere contra sua vontade. Custa-me decepcionar alguém. Não é propositadamente que o faço e só me resta esperar que a decepção não dure muito ...”( pág. 162)

Um dos momentos que mais me empolguei foi quando Elizabeth foi pedida em casamento por seu primo Mr. Collins (clérigo e primo de Mr. Bennet, que não tem filhos homens, portanto, tem Collins como seu herdeiro) e mesmo sendo um casamento muito favorável, a mesma recusa, alegando saber que não irá conseguir fazê-lo feliz e ela não será feliz, sua mãe Sra. Bennet recorre imediatamente ao pai Sr. Bennet, solicitando que o mesmo obrigue Lizzy a se casar, mais para minha satisfação e euforia, o pai se coloca da seguinte forma em relação ao casamento,
“Oferece – te uma difícil alternativa, Elizabeth. A partir de hoje não passarás de uma estranha aos olhos de um de nós. Se não casares com Mr. Collins, tua mãe nunca mais te quererá ver; e se te casas com ele serei eu que te repudiarei”. (pág. 102)

Esse foi um dos momentos que eu li muitas vezes, pois tanto Elizabeth quando seu pai tinham muitos motivos para aceitarem o pedido de Mr. Collins e colocaram- se contra, visando unicamente à felicidade e as chances de Lizzy encontrar um verdadeiro amor e não simplesmente se casar por conveniência, como era de costume na sociedade. Não me surpreendi após ler que Jane Austen foi considerada a primeira romancista moderna da literatura inglesa, pois realmente sua obra é fascinante, encantadora e me sinto feliz por ter lido esta obra justamente no ano em que a mesma completa 200 anos desde sua primeira publicação.

AUSTEN, Jane. Orgulho e Preconceito. Editora Martin Claret, São Paulo, 2007.

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