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[#LeiaNacional] Entrevista com Pedro Augusto C. R. Garcia, autor de ❝Academia de magia Laetus❞

  1. Primeiramente, fale-nos um pouco sobre você.

Meu nome é Pedro Augusto Cezario Ramos Garcia, escritor iniciante, de ficção fantástica. Dono da página, no Instgram e no Facebook, @entremagasedemonios, onde publico, semanalmente, atualizações acerca de meu trabalho como escritor e resenhista.

Também ofereço serviços a outros autores, como leitura beta, leitura crítica e revisão de texto.


  1. Há quanto tempo você escreve, como começou?

Oficialmente, pouco mais de três anos. Na realidade, quase nove anos.

Comecei quando reparei que a biblioteca de minha faculdade era relegada pela maioria dos alunos, fato bastante estranho, visto que ela era recheada de ótimos livros técnicos.

Com isso me recordei que eu havia adquirido o gosto e respeito pela literatura com as histórias ficcionais que, inclusive, me povoavam a mente, livremente.

Assim eu liguei os dois pontos e tive a ideia de ajudar as pessoas a descobrirem a importância da literatura, assim como outros autores me ajudaram.

 

  1. Você teria algum segredo de escrita? Algo que faça com que você se sinta inspirada/o antes de iniciar um novo livro?

Meus segredos são dois.

O primeiro é minha mente hiperativa, que não para de pensar em acontecimentos e possibilidades. Inclusive, conforme eu relatei em uma publicação em minha página, @entremagasedemonios, boa parte da história de meu livro, Academia de Magia Laetus, foi concebida durante minhas provas, na faculdade.

O segundo foi e é minha vida. Por eu ter grande uma grande perda de mobilidade, substitui meus passatempos infantis e adolescentes pela observação do mundo, da natureza, das pessoas e seus relacionamentos. Além disso, sempre estive a criar novas histórias e aventuras fantasiosas para me entreterem.

 

  1. Quais foram suas principais referências na literatura, arte e/ou cinema?

Na verdade, nunca tive uma influência específica.


  1. Qual foi seu trabalho mais desafiador até hoje em relação à escrita?

Começar a escrever.

Sempre tive a percepção de que não se interessariam pelo meu trabalho e de que não adiantaria eu tentar.

No fim, minha mãe me fez começar a crer mais em mim.

 

  1. Qual a parte mais difícil de se escrever um livro?

Lembrar de que a história completa e sem cortes, está na sua cabeça e que você deve construi-la para que os outros a entendam.

 

  1. Qual foi seu primeiro livro, o que pensou ao iniciar sua escrita? o que te incentivou?

Dedico meu livro, Academia de Magia Laetus, totalmente ao incentivo recebido de minha família.

Se não fosse por eles, meu pensamento inicial de que nada adiantaria, teria prevalecido.

 

  1. Tem algum personagem que você tenha criado ao qual foi difícil desapegar?

Não sei como responder a essa pergunta, pois ainda penso em todos e não tive que me despedir de nenhum mais especial.

Teve só um caso, porém não posso revelar ou irei dar spoiler do segundo título de Academia de Magia Laetus.

 

  1. Quais são suas principais referências literárias na hora de escrever?

(A mesma que a 4)

 

  1. Você reúne notas, anotações, músicas, filmes e/ou fotografias para se inspirar durante a escrita?

Sim. Sempre deixo gravados vídeos ou matérias que imagino que se encaixarão em minhas narrativas, principalmente para deixarem-nas mais condizentes com a realidade.

Músicas eu costumo ouvir mais instrumentais, por permitirem a construção de qualquer história, como um papel em branco.

 

  1. O que você faz para driblar a ausência de criatividade que bate e trava alguns momentos da escrita? Existe algo que você faça para impedir ou driblar estes momentos?

Eu tento forçar alguns parágrafos para minha mente pegar no tranco, pois, a maioria desses momentos, é causado por uma preguiça mental.

Quando essa estratégia não funciona, pois tem dias que você não acorda bem para realizar alguma tarefa, eu abandono a escrita e retorno no dia seguinte o u quando minha mente pede para.

 

  1. A maioria dos autores possuem contatos e amigos de confiança para mostrar o progresso do seu trabalho durante o percurso da escrita. Você teria um time de “leitores beta”, para analisar seu livro antes de prosseguir com a escrita?

Claro que tenho, porém eu apenas os revelo a obra quando eu já “terminei”.

Leitores beta são muito importantes, por isso que eu ofereço esse serviço por um valor bem em conta.  Analiso as obras que me confiam rapidamente, com precisão e com muita honestidade e proteção à sua obra.

 

  1. Você prefere escrever diversas páginas por dia durante longas jornadas de escrita ou escrever um pouco todos os dias? O que funciona melhor para você?

Eu escrevo o quanto minha mente deseja, podendo ser muito ou pouco. O mais importante é não se exaurir para não prejudicar a si e à continuação do trabalho.

Outro ponto a que tenho que me atentar

 

  1. Em relação ao mercado literário atual: o que você acha que deve melhorar?

Em minha opinião, o mercado peca por não dar chances suficientes para escritores iniciantes e focar em lançamentos internacionais ou escritores nacionais muito grandes.

Faltam também, informações de qualidade sobre a carreira e marketing, o pior vilão dos iniciantes. Quando a editora os aceita, ela os abandona à própria sorte.

E, aos leitores, falta prestigiarem a literatura nacional, como o fazem com a internacional. É possível encontrar, facilmente, um leitor que compra, de bom grado, um livro estrangeiro por R$ 200, mas reclama horrores de um nacional que custa R$ 40.

 

  1. A maioria das pessoas não conseguem se manter ativas em vários projetos, como funciona para você, você escreve vários rascunhos de diferentes obras ou se mantém até o final durante o processo de um único livro?

Mantenho o foco em apenas um.

Não por não conseguir, mas por saber que, caso dividisse meu foco, erros seriam mais comuns e, minha velocidade, seria seriamente danificada.

Aliás, considero que ninguém deveria dividir sua atenção por conta dos dois motivos elencados acima.

Entretanto, caso deseje continuar em dois projetos, conte com minha leitura crítica e revisão para eliminar todos os erros de sua obra.

 

  1. O que motiva você a continuar escrevendo?

A beleza e a grandeza da literatura e o fato de ser deveras anestesiante para mim ver as histórias, que me acompanharam por tanto, serem úteis aos meus próximos.

 

  1. Que conselho você daria para quem está começando agora?

Não se preocupe tanto com a receptividade do público à sua história, apenas a lance, caso isso seja o que tu realmente desejas.

Claro que, não deves deixar de lado a coesão, coerência e a boa construção de sua narrativa ou não irão compreender o que tu quiseste escrever e você pode ficar chateado com o resultado. Para isso, tenha certeza de pedir auxílio a alguns leitores beta.

Caso queira adquirir meus serviços para adentrar melhor no mercado, me contate em minhas redes @entremagasedemonios.

 

  1. Para você, qual o maior desafio para um autor/a no cenário atual? Você tem algum hábito ou rotina de escrita?

O maior desafio é alcançar seus clientes. É necessário muito marketing para atingir um patamar razoável e, quanto menor, mais complicado se torna crescer e mais resiliente se deve ser.

Se eu tenho algum hábito, eu não percebo, mas tento sempre não estabelecer metas de escrita, pois, as vezes, aparecem algumas pendências urgentes e uma grande meta pode te impedir de cumprir tal pendência em seu tempo correto.

Outro ponto é que, caso você não consiga cumprir essa meta, se sentirá frustrado, portanto, mais pressionado. Por consequência, seu texto sofrerá com essas mudanças em seu humor.

 

  1. Como você enxerga o cenário literário atual e a recepção dos leitores da atualidade em relação aos novos autores?

Primeiramente, devo assumir que, a evolução dos leitores brasileiros, foi muito grande, visto que, antigamente, era regra que, para ter um livro lançado e comprado, o autor deveria ter uma razoável notoriedade.

Dito isso, pontuo que, ainda, temos que subir muitos degraus, pois, aos autores iniciantes, é reservado um público muito seleto.

Os leitores têm de entender que, se não apoiarem a literatura nacional, não deixaremos nossa posição dentre os países que menos leem no mundo, afinal, não são todos que podem gastar R$ 200 em um livro internacional.

Afinal, J. K. Rowling, também começou do zero, porém, em um país que aceitava os novatos.

 

  1. Se pudesse indicar quatro obras literárias que te inspiraram, quais seriam?

Como disse anteriormente, nunca tive uma influência específica, porém, irei citar Viagem ao Centro da Terra, de Júlio Verne. Li esse livro aos 12 anos, assim como outros títulos do mesmo autor e minha vida pareceu mudar.

 

  1. O que esperar para o ano de 2023 em relação à sua escrita?

A continuação de Academia De Magia Laetus. Academia de Magia Laetus – Depois da explosão

Esse novo título trará muitas novidades, não somente no roteiro, mas em minhas habilidades de escrita. Espero trazê-lo ao mundo, até o mês de Abril.

Ademais, espero poder auxiliar a muitos autores, com meus serviços de resenha, leitura beta, leitura crítica e revisão de texto, que também usufruíram da melhora em minhas habilidades de escrita que meus livros me trouxeram.

Além disso, meus clientes irão aproveitar também de minha visão apurada e crítica, treinada por vários anos de leituras e de minha vivência no mundo dos autores iniciantes, pois eles são o foco de minha página.

Para acompanhar meu trabalho e entrar em contato para a aquisição de meus serviços, que contam com descontos especiais, caso adquira mais de um, acessem a página do Instagram e Facebook @entremagasedemonios.

[#LeiaNacional] Entrevista com Isabella Cassin, autor de ❝Interlúdio❞


  1. Primeiramente, fale-nos um pouco  sobre você.

Eu sou a Bella, tenho vinte anos e sempre vivi com a cara nos livros. Gosto de tudo que possa dar uma boa história a ser contada, café, Taylor Swift e bandas adolescentes que moldaram as personalidades de uma geração.

 

  1. Há quanto tempo você escreve, como começou?

Comecei a escrever mais ou menos em 2014/2015, porque imaginava certas coisas diferentes nas obras que consumia (livros ou filmes) e queria manter aquelas ideias anotadas — foi o meu primeiro contato com fanfics. Uma amiga me apresentou ao mundo de histórias escritas por fãs sobre pessoas reais, e foi aí que me encontrei, mesclando meus artistas favoritos (integrantes da One Direction, basicamente) e experiências que eu gostaria de ter vivido. Com o tempo, comecei a passar meus sentimentos, dores e paixões para falas de personagens, e é até hoje uma das coisas que mais faço durante a escrita. Durante a pandemia, senti que minha fase de fanfics, ao menos como autora, havia passado, e encontrei no tempo ‘livre’ a chance de me aventurar em histórias com personagens 100% originais.

 

  1. Você teria algum segredo de escrita? Algo que faça com que você se sinta inspirada/o antes de iniciar um novo livro?

Coincidentemente ou não, todas as minhas obras originais (a já completa e lançada, e as em desenvolvimento) possuem uma música tema. Adoro usar letras que contam histórias para basear as minhas próprias, e sinto como se a construção do mundo e dos personagens fica mais fluida (meu conto publicado — Interlúdio —, por exemplo, surgiu porque ouvi a música “Falling Up”, do Dean Lewis, e achei que aquela letra daria uma história maior do que o que cabia em três minutos.


  1. Quais foram suas principais referências na literatura, arte e/ou cinema?

Uma das autoras que mais admiro a trajetória no meio literário é a Victoria Aveyard, não inteiramente pelas obras, e sim por como ela sempre busca melhorar, reconhecer pontos fracos e admitir pontos onde teve privilégios ou dificuldades para ingressar no meio literário. Além dela, acho incrível a escrita de Jorge Amado, Leigh Bardugo e Taylor Jenkis Reid.


  1. Qual foi seu trabalho mais desafiador até hoje em relação à escrita?

Creio que preparar Interlúdio para a publicação. Nada te prepara para todos os detalhes numa publicação independente de primeira viagem — com o tempo, claro, é mais fácil se acostumar com o ritmo, preço e exigência das coisas, mas sem dúvidas tive impasses e complicações comigo mesma naquela época.

 

  1. Qual a parte mais difícil de se escrever um livro?

Traçar o limite do quanto de si um autor coloca num personagem. Usar-se como inspiração é ótimo, mas é preciso entender o momento que o personagem ganha vida própria e não é mais uma extensão sua.


  1. Qual foi seu primeiro livro, o que pensou ao iniciar sua escrita? o que te incentivou?

Meu primeiro livro foi Interlúdio, que acabou sendo uma história pequena, mais um conto mesmo. Tive muitas dúvidas no começo do processo de escrita, especialmente porque, na minha cabeça, ao mesmo tempo que eu já tinha intenção de publicá-la para ganhar um público, ela sempre foi um presente para minha amiga (foi uma conversa com ela que me deu o estalo de criar a história a partir de uma música). Meus amigos foram grandes incentivadores naquele momento, especialmente aqueles que sabiam do meu sonho de conquistar uma publicação tradicional; eles relembravam meu objetivo a cada vez que eu esquecia ou deixava a insegurança tomar conta, e serei eternamente grata por isso.


  1. Tem algum personagem que você tenha criado ao qual foi difícil desapegar?

Sim! Um que nem tem falas no conto, aliás. Gustavo. Gostei tanto do plano de fundo que criei para ele (apenas para me situar sobre como ele agiria nas primeiras aparições na história), que estou desenvolvendo um segundo conto, de mesmo universo do primeiro, em que ele é o protagonista.

 

  1. Quais são suas principais referências literárias na hora de escrever?

Na hora de escrever, sempre gosto de estar atualizada no ritmo de autoras nacionais que admiro. É meu público, é quem eu quero conquistar. Gosto muito da escrita romântica da Julia Rezende e da descrição da Cora Menestrelli. Internacionalmente falando, sou apaixonada no modo em que a Taylor Jenkins Reid consegue criar tantas narrativas instigantes e em formatos diversos.

 

  1. Você teria algum segredo de escrita? Algo que faça com que você se sinta inspirada/o antes de iniciar a escrita de um novo livro?

Além das músicas, gosto de fazer uma construção de personagens completa; crio sobrenomes, signos, personalidades e aparências. Me deixa muito mais animada para começar a narrativa.

 

  1. Você reúne notas, anotações, músicas, filmes e/ou fotografias para se inspirar durante a escrita?

Com certeza! Tenho os cadernos todos rabiscados, porque qualquer coisinha que ouço/vejo e gosto no dia a dia (entre trabalho e faculdade), já guardo para usar como inspiração. Uso poucas pastas do Pinterest durante o primeiro rascunho, mas nas edições, quando já tenho mais claro o que quero, monto váaarias — além de playlists temáticas, claro.

 

  1. O que você faz para driblar a ausência de criatividade que bate e trava alguns momentos da escrita? Existe algo que você faça para impedir ou driblar estes momentos?

Sempre faço um resumo do que quero em cada capítulo antes de começar de fato, então caso fique empacada em uma cena, pulo algumas e começo a escrever uma que estava super ansiosa para criar, por exemplo.

 

  1. A maioria dos autores possuem contatos e amigos de confiança para mostrar o progresso do seu trabalho durante o percurso da escrita. Você teria um time de “leitores beta”, para analisar seu livro antes de prosseguir com a escrita?

Tenho sim! Brinco que tenho uma ‘beta premium’ que lê enquanto vou escrevendo porque amo compartilhar o processo de escrita com ela, já que ela também escreve, e mais dois ou três amigos próximos com costume de leitura que recebem os arquivos assim que digito o ponto final.

 

  1. Qual a parte mais complicada durante a escrita?

A insegurança que bate em certos momentos. A vontade de deletar tudo e desistir.

 

  1. Você prefere escrever diversas páginas por dia durante longas jornadas de escrita ou escrever um pouco todos os dias? O que funciona melhor para você?

Tento escrever um pouco todo dia, mas, quando não dá, pego um dia para focar na escrita numa jornada mais longa.

 

  1. Em relação ao mercado literário atual: o que você acha que deve melhorar?

O reconhecimento de autores independentes ainda é precário, mas, especialmente, a segurança contra a pirataria de obras que são o único sustento de quem ganha muito pouco por isso ainda é um grande problema.

 

  1. A maioria das pessoas não conseguem se manter ativas em vários projetos, como funciona para você, você escreve vários rascunhos de diferentes obras ou se mantém até o final durante o processo de um único livro?

Consigo escrever rascunhos iniciais (qual o plot, como quero o final, qual a mensagem do livro) em paralelo, assim que surge a inspiração. Mas, a partir do momento em que detalho o que quero em cada capítulo, sigo com uma obra até o final.

 

  1. O que motiva você a continuar escrevendo?

Comecei a escrever porque queria viver mil vidas. Ser bailarina e pintora e famosa e anônima e amada. Mas, além disso, grande parte dos meus amigos começou a ler em certo ponto por influência minha, e gosto da sensação de ter inspirado mais pessoas a conhecerem o mundo literário. Poder fazer isso — tornar mais alguém apaixonado pela leitura — através de palavras que eu escrevi, com certeza será um sonho realizado.

 

  1. Que conselho você daria para quem está começando agora?

Leia muuuito, isso é ótimo para adquirir vocabulário e ritmo de narrativa (e também para se achar no gênero que mais gosta). Faça amizades no meio literário, é sempre bom ter aquele contato para te ajudar e deixar tudo mais leve. Também aprenda sobre divulgação — no começo, todo mundo vira faz-tudo, e ter uma noção do que o mercado gosta te fará seguir num caminho um pouco menos difícil.

  1. Para você, qual o maior desafio para um autor/a no cenário atual? Você tem algum hábito ou rotina de escrita?

Atingir o patamar em que você vive com a renda 100% vinda do que escreve. É o sonho, mas cada um tem uma realidade, e o incentivo à leitura no Brasil ainda é precário. Tenho uma certa rotina, mas quero melhorá-la em 2023.

 

  1. Como você enxerga o cenário literário atual e a recepção dos leitores da atualidade em relação aos novos autores?

Autores independentes estão sendo mais bem recebidos, pelo que pude perceber. Não era algo que eu via, por exemplo, há cinco anos. Sobre o cenário atual, ainda creio que falte incentivo à leitura pela sociedade como um todo.

 

  1. Se pudesse indicar quatro obras literárias que te inspiraram, quais seriam?

A luz que perdemos, Jill Santopolo; Capitães da Areia, Jorge Amado; Constelação, Malu Costacurta; Vilão, V.E. Schwab

 

  1. Que conselho você daria para quem está começando a escrita do primeiro livro?

Faça isso no seu tempo. Você não tem nada a provar para ninguém além de si mesmo, e ter pressa apenas poderá te fazer cometer erros bobos.


  1. O que esperar para o ano de 2023 em relação à sua escrita?

Espero conseguir mais espaço para a escrita na minha rotina em 2023, e ser menos insegura ao falar sobre ela com minha família e pessoas conhecidas. Tenho um conto já programado, e estou ansiosa para começar duas obras mais longas que estão tomando espaço na minha mente quase o dia todo.

BIOGRAFIA


Isabella Cassin tem 20 anos e começou a escrever para viver todas as vidas que sempre sonhou.

Canceriana, fã de automobilismo e de bandas que se separam, ela também tem um ponto fraco por histórias adolescentes, filmes do Hallmark e romances com a temida crise dos vinte anos. Seu primeiro conto publicado, "Interlúdio", inicia sua tentativa de trazer mais pessoas para o universo da literatura.

Quando não está escrevendo ou conhecendo mundos literários diferentes, ela pode ser encontrada cursando sua outra paixão, Relações Internacionais, na Universidade Federal do ABC.

[#LeiaNacional] Entrevista com Marcos P. Silva, autor de ❝A bruxa no véu negro❞


  1. Primeiramente, fale-nos um pouco  sobre você.

Eu sou o Marcos, estudante de gastronomia e apaixonado por livros. As obras sempre estiveram em minha vida, em momentos de tristeza eu lia, em momentos de felicidade eu lia também, não importava a hora eu estava lendo, isso me ajudou em muita coisa, principalmente quando eu quis iniciar na escrita. Meus gêneros favoritos são fantasia e terror.

 

  1. Há quanto tempo você escreve, como começou?

Quando eu tinha uns quatro anos eu tentei escrever um livro infantil. Resultou em três páginas de um romance entre uma galinha e um sapo, então acredito que isso não conta. Em 2016 eu tentei iniciar a escrita, com doze anos, uma fantasia que nunca passou do primeiro capítulo. Agora em 2019, eu estava doente, então precisava de algo para me distrair, foi quando eu comecei a escrever e adorei, desde aquela época eu nunca mais parei.

 

  1. Você teria algum segredo de escrita? Algo que faça com que você se sinta inspirada/o antes de iniciar um novo livro?

Acho que é importante olhar tudo ao seu redor como uma ideia. Seja sonhos ou situações do dia a dia, tudo é ideia para mim. Isso deixa o livro ou as ideias mais “reais”, me inspira bastante. Várias situações de A Bruxa do Véu Negro realmente aconteceram…

 

  1. Quais foram suas principais referências na literatura, arte e/ou cinema?

Stephen King na parte do terror, Diana Wynne Jones em fantasia.


  1. Qual foi seu trabalho mais desafiador até hoje em relação à escrita?

Atualmente está sendo lidar com o Alzheimer de uma das minhas personagens, é muito complicado, mas não vou desistir!


  1. Qual a parte mais difícil de se escrever um livro?

Organizar a ideias, evitar procrastinação e o próprio ato de escrever é cansativo.


  1. Qual foi seu primeiro livro, o que pensou ao iniciar sua escrita? o que te incentivou?

Vou falar de A Bruxa do Véu Negro aqui, pois foi o meu primeiro no mercado literário e é meu xodó. Eu queria tentar algo diferente de tudo o que eu já tinha feito, eu publicava os capítulos no wattpad e o pessoal que lia meus livros adorou, as pessoas me incentivaram demais a continuar. Na época acreditei que tava fazendo um bom trabalho, então não desisti.


  1. Tem algum personagem que você tenha criado ao qual foi difícil desapegar?

Sim, eu sou completamente apaixonado na Ruth de A Bruxa do Véu Negro


  1. Quais são suas principais referências literárias na hora de escrever?

Stephen King, Andrew Pyper e Poe.


  1. Você teria algum segredo de escrita? Algo que faça com que você se sinta inspirada/o antes de iniciar a escrita de um novo livro?

Trabalho sempre com música, costumo dizer que se está tocando uma música animada, eu vou escrever animado. Então sempre escolho a playlist a dedo para me inspirar da forma “certa”

 

  1. Você reúne notas, anotações, músicas, filmes e/ou fotografias para se inspirar durante a escrita?

Reúno músicas e faço muita anotação, acho que é importante demais a organização

 

  1. O que você faz para driblar a ausência de criatividade que bate e trava alguns momentos da escrita? Existe algo que você faça para impedir ou driblar estes momentos?

Ler gêneros contrários ao que eu estou escrevendo sempre ajuda. Por exemplo, se meu livro é de terror, eu busco livros felizes, romances e obras nesse estilo. Não sei o motivo, mas me ajuda muito.


  1. A maioria dos autores possuem contatos e amigos de confiança para mostrar o progresso do seu trabalho durante o percurso da escrita. Você teria um time de “leitores beta”, para analisar seu livro antes de prosseguir com a escrita?

Na Bruxa eu tinha meus leitores do wattpad, eles sempre liam o que era postado e eu filtrava os comentários e fazia edições se julgava necessário, quando eu publiquei meu amigo Jhownee fez uma leitura crítica fantástica que me ajudou muito. Cacofonia de Contos minha namorada leu e me ajudou, já a continuação do meu primeiro livro eu ainda não convoquei ninguém.

 

  1. Qual a parte mais complicada durante a escrita?

Burlar a preguiça e a falta de criatividade


  1. Você prefere escrever diversas páginas por dia durante longas jornadas de escrita ou escrever um pouco todos os dias? O que funciona melhor para você?

Atualmente escrevo um pouco todos os dias, mas não recomendo muito. Seu humor influencia muito na hora da escrita, então o ideal é sentar e escrever o máximo possível. Essa é minha opinião.

 

  1. Em relação ao mercado literário atual: o que você acha que deve melhorar?

Criar uma ideia totalmente revolucionária é impossível, acho que as pessoas ao iniciarem uma obra precisam compreender isso. Muitas ideias ótimas são jogadas no lixo pois os autores acreditam que a sua ideia já está batida. Além disso, é necessário um investimento da editora em escritores e não o contrário, isso ajuda a peneirar os livros realmente bons.

 

  1. A maioria das pessoas não conseguem se manter ativas em vários projetos, como funciona para você, você escreve vários rascunhos de diferentes obras ou se mantém até o final durante o processo de um único livro?

Sempre estou iniciando projetos novos, mas não recomendo, eu acabo me perdendo.


  1. O que motiva você a continuar escrevendo?

Os livros são como vozes na minha cabeça, cada livro que eu publico é uma voz a menos.

 

  1. Que conselho você daria para quem está começando agora?

Leia o triplo do que você escreve, pesquise o dobro do que você lê e se organize muito.

 

  1. Para você, qual o maior desafio para um autor/a no cenário atual? Você tem algum hábito ou rotina de escrita?

A falta de valorização do mercado editorial. Atualmente um autor tem que ser influenciador digital também para conseguir se dar bem nesse cenário.

 


  1. Como você enxerga o cenário literário atual e a recepção dos leitores da atualidade em relação aos novos autores?

Estou feliz, os autores brasileiros estão cada vez aparecendo mais, isso me deixa muito contente, os leitores estão dando a oportunidade que todos nós precisamos.


  1. Se pudesse indicar quatro obras literárias que te inspiraram, quais seriam?

O Iluminado, O Demonologista, Os Condenados e Sua Terra é Minha.

 

  1. Que conselho você daria para quem está começando a escrita do primeiro livro?

Esteja preparado para reformular o seu livro diversas vezes, sua ideia inicial vai mudar completamente, acredite em mim.

 

  1. O que esperar para o ano de 2023 em relação à sua escrita?

Minha meta é publicar a continuação da Bruxa e trazer uma obra nova, espero que eu leia essa entrevista em 2024 tendo certeza do meu trabalho.

O AUTOR

Marcos Paulo Silva nasceu em 2004, em Itajaí, onde mora com a família e seu cachorro. Ainda na tenra idade, adquiriu enorme apreço por literatura fantástica, aventurando-se no gênero no início de sua vida como escritor. Foi em setembro de 2020 que fincou suas raízes
no terror ao começar a escrever A Bruxa do Véu Negro, seu livro de estreia publicado pela editora Flyve. Em seu tempo livre, costuma jogar xadrez e ver filmes, além de adorar cozinhar tortas doces.

[#LeiaNacional] Entrevista com Edvânia Voitzszn, autora de ❝Presa na escuridão❞


  1. Primeiramente, fale-nos um pouco sobre você.

Me chamo Edvânia, tenho 30 anos e moro na região metropolitana de Curitiba – PR. Sou curiosa, gosto de viajar, trabalho muito (e também gosto disso), gosto de músicas e ler e escrever, é claro. Escrevo Romances, Contos e Poemas.

  1. Há quanto tempo você escreve, como começou? 

Comecei a escrever em 2019. Estava de férias e lendo alguns e-books na Amazon e de repente nenhum deles prendia minha atenção. Eu precisava de uma nova história e não a encontrava. Comecei a pensar em como essa história seria, sobre quem ela seria e como ela aconteceria. Assim surgiu “Com os pés sobre a areia” meu primeiro Romance Contemporâneo.

  1. Você teria algum segredo de escrita? Algo que faça com que você se sinta inspirada/o antes de iniciar um novo livro?

 A ideia para uma nova história pode acontecer a qualquer momento, já aconteceu durante uma corrida na esteira ouvindo uma música, já aconteceu com uma frase aleatória, já aconteceu durante uma pesquisa, por pura curiosidade, sobre Elizabeth Bathory (e esta ideia originou um livro ainda não lançado). O que eu costumo fazer quando a ideia vem é anotar tudo, não perco uma ideia que eu acho que tem potencial, e na hora de iniciar um novo projeto, eu escolho uma delas para desenvolver.

  1. Quais foram suas principais referências na literatura, arte e/ou cinema?

 Na literatura clássica Jane Austen, para mim, é um exemplo sobre literatura feminina. Seus textos vão muito além do romance e isso sempre me inspirou.

Mary Shelley, uma jovem mulher escritora que trouxe a literatura de terror/ficção científica com seu Romance “Frankenstein” também é uma referência pessoal.

Na literatura contemporânea, eu destaco Marian Keyes, autora de Chick-lit que me mostrou como é importante trazer histórias com mulheres protagonistas contemporâneas.

Eu poderia citar outros nomes, mas vou dar destaque a estas mulheres incríveis.


  1. Qual foi seu trabalho mais desafiador até hoje em relação à escrita?

 Acredito que foi “Com os pés sobre a areia” por ser o primeiro Romance. Tudo era novo e eu precisei começar do zero. Para minha sorte, gosto muito de estudar. Então fui estudar e “Com os pés sobre a areia” nasceu.

  1. Qual a parte mais difícil de se escrever um livro?

 Reescrever. A primeira versão é fácil, tranquila e prazerosa, você está ali, dentro da história, descobrindo cada diálogo, cada cena, cada reviravolta. É mesmo emocionante, mas depois, você precisa reescrever tudo de novo, não dá para entregar a primeira versão de um texto ao seu leitor, pelo menos, não recomendo. Acontece que lapidar o texto, reavaliar cada linha é extremamente cansativo. Você precisa ler, reler e reescrever muitas vezes. É um trabalho árduo.

  1. Qual foi seu primeiro livro, o que pensou ao iniciar sua escrita? o que te incentivou?

 “Com os pés sobre a areia”. Comecei com a ideia na cabeça, a tal história que eu gostaria de ler, mas a história foi crescendo, se desenvolvendo e pensei “Caramba! Isso daria um livro” anotei alguns rascunhos e quando percebi que tinha mesmo algo para desenvolver, comecei a estudar para escrever esse livro. O primeiro incentivo veio da minha vontade de ler aquele livro, eu queria muito conhecer aquela história, conhecer aqueles personagens. Em seguida tive incentivo do meu marido também. Ele me incentiva até hoje. Incentivo é importante, pode ser o primeiro passo dessa jornada.

  1. Tem algum personagem que você tenha criado ao qual foi difícil desapegar?

 Acredito que não. Meus personagens cumprem suas trajetórias dentro de suas histórias e quando eu coloco “FIM” é realmente o fim.

  1. Quais são suas principais referências literárias na hora de escrever?    Eu admiro um autor por vários motivos: pode ser pela forma que ele desenvolve suas histórias, pode ser pela forma que ele escreve, pode ser por uma obra específica que me fez pensar “um dia quero escrever como ele”, pode ser porque o tempo passou e sua obra continua sendo marcante, pode ser porque ele inaugurou um novo gênero literário.

Então posso citar alguns nomes como: Jane Austen, Mary Shelley, Marian Keyes, Stephen King, Edgar Allan Poe, Anton Tchekhov, Juan Rulfo, Maria Dueñas. Todos eles têm algo que me inspira.

  1. Você reúne notas, anotações, músicas, filmes e/ou fotografias para se inspirar durante a escrita?

Sim. Gosto de anotar tudo o que pode ser aproveitado para enriquecer o enredo durante a escrita. Também ouço uma playlist que me faça sentir ainda mais envolvida com a história. Filmes e séries também podem ser fonte de inspiração.

  1. O que você faz para driblar a ausência de criatividade que bate e trava alguns momentos da escrita? Existe algo que você faça para impedir ou driblar estes momentos?                                Para impedir que o meu texto “trave” eu planejo a história antes de começar a escrever. Eu trabalho na premissa, storyline, resumo da história, resumo de cada capítulo, mas acredito que a maior força que impede que isso aconteça e ter em mente: quem é o meu protagonista, o que ele quer e o que poderá impedi-lo de conquistar seu objetivo. E trabalho em cima disso.
  1. A maioria dos autores possuem contatos e amigos de confiança para mostrar o progresso do seu trabalho durante o percurso da escrita. Você teria um time de “leitores beta”, para analisar seu livro antes de prosseguir com a escrita?  Sim, eu tenho um time de leitores beta desde o primeiro livro, me orgulho deles que estão comigo nesta jornada e sou grata a cada um. Trabalho com eles de maneira um pouco diferente, eu escrevo a versão final e antes de ir para a revisão passa pelas mãos deles. Os meus leitores beta trazem para mim suas experiências de leitura, é isso que busco neles. O que acharam do enredo? Quais cenas mais gostaram e por que? Não entenderam alguma coisa dentro da história? Recomendariam a leitura a um amigo? Entre outras questões. São os primeiros leitores e suas impressões são importantes para mim.

  1. Você prefere escrever diversas páginas por dia durante longas jornadas de escrita ou escrever um pouco todos os dias? O que funciona melhor para você? Prefiro escrever durante muitas horas seguidas. Prefiro mergulhar na história e sinto que consigo fazer quando escrevo durante várias horas seguidas.
  1. Em relação ao mercado literário atual: o que você acha que deve melhorar?

Acho que a literatura nacional contemporânea precisa conquistar mais espaço. Não estou dizendo que seja uma tarefa fácil, mas é possível, já vemos um crescimento nesse sentido e espero que continue.

  1. A maioria das pessoas não conseguem se manter ativas em vários projetos, como funciona para você, você escreve vários rascunhos de diferentes obras ou se mantém até o final durante o processo de um único livro?

Quando inicio um livro novo vou com ele até o final. Durante o processo surgem ideias para novos livros e o que eu faço e anotar tudo para poder explorar mais tarde em um novo projeto. Posso ler vários livros ao mesmo tempo, mas escrever apenas um. Gosto de manter o foco e energia naquele projeto em andamento.

  1. O que motiva você a continuar escrevendo?

 Conhecer uma nova história. Amo criar, me descobri escritora, nunca foi algo que imaginei, mas quando aconteceu eu tive a certeza de que eu precisava continuar escrevendo. Criar uma história sempre traz experiências únicas para mim.

  1. Que conselho você daria para quem está começando agora? 

Estude. Sempre digo isso quando me fazem essa pergunta. Estude técnicas de escrita (não, elas não vão te “engessar”, vão te guiar), estude o mercado editorial para decidir qual o melhor caminho para você. Estude marketing, vendas. Trace planos, metas (realistas). Seja persistente.

  1. Para você, qual o maior desafio para um autor/a no cenário atual? Você tem algum hábito ou rotina de escrita?

Para mim o maior desafio é o tempo. Tempo para escrever, tempo para estudar, tempo para divulgar (e isso falando apenas da carreira literária). Por isso, planejamento para mim é fundamental. Minha rotina de escrita começa com o planejamento da história (pesquisas, perfil dos personagens, storyline, premissa), depois a escrita em si. Primeira versão, segunda, terceira até finalizar e entregar para os leitores beta.

  1. Como você enxerga o cenário literário atual e a recepção dos leitores da atualidade em relação aos novos autores?

Felizmente estou tendo ótimas experiências desde que comecei a escrever e divulgar meus livros. Fui recebida com carinho por influencers literários, leitores que conheci nas redes sociais, leitores que conheci em grupos de leituras coletivas, amigos que se tornaram leitores. Não estou dizendo que é fácil ou que leitores caem do céu, estou dizendo que os que conheci me receberam muito bem e espero continuar conhecendo novos leitores a cada dia.

  1. Se pudesse indicar quatro obras literárias que te inspiraram, quais seriam?

Orgulho e Preconceito — Jane Austen

        O tempo entre costuras — Maria Dueñas

        Pedro Paramo — Juan Rulfo

        Gótico Mexicano — Silvia Moreno-Garcia


  1. Que conselho você daria para quem está começando a escrita do primeiro livro?

Estude, planeje, tenha calma e seja persistente. Provavelmente não será fácil, mas valerá a pena.

 

  1. O que esperar para o ano de 2023 em relação à sua escrita?                 No dia 13 de janeiro, sexta-feira 13, lançarei na Amazon um conto de terror chamado “Procura-se Enfermeira”.

Tenho pronto, recém terminado, um Romance do gênero de horror, ainda não sabemos quando será lançado, mas esperamos ter novidades este ano.

Ainda em janeiro começo a escrever o segundo livro da série “Maisquerer”. Uma série de Romance Contemporâneo que as leitoras tem me cobrado bastante para dar continuidade. Por enquanto é isso, no meu Instagram estou sempre atualizando os leitores com as próximas novidades e lançamentos.

Quero deixar um agradecimento, obrigada pela oportunidade de falar do meu trabalho e obrigada a todos leitores, parceiras, amigos e família que estão ao meu lado nesta caminhada.


A AUTORA

Edvânia Voitzszn, 30 anos, descobriu na leitura a paixão pela escrita. Autora dos Romances Contemporâneos "Com os pés sobre a areia" e "Isis", também escrevo poemas e contos. Adora doces, (o que geralmente não combina com a minha tentativa de levar uma vida fitness) música, e livros, é claro!

Nascida em Cacoal - RO, mas vivo há 20 anos em São José dos Pinhais - PR.

Link na Amazon: Amazon.com: Edvânia Voitzszn: Livros, biografia, blog, audiolivros, Kindle

[RESENHA #496] Campos de morangos: uma história sobre exploração humana, de Sandra Saruê

Editora Melhoramentos / Arte Digital


Campos de morangos é um livro de ficção escrito pela autora paulista Sandra Saruê, que traz reflexões acerca dos sonhos, da vida e do trabalho escravo em suas facetas.

Vale ressaltar que este livro foi lido de forma gratuita no formato digital pelo aplicativo BibliON, uma iniciativa do governo de São Paulo ao fomento da literatura acessível. 

A narrativa nos conta a vida de Celeste e José e seus gêmeos, Lara e Luís. Uma família pobre, porém, batalhadora que luta para se manter no dia-a-dia. Celeste trabalhava costurando durante a madrugada em casa, enquanto seu marido, José, trabalhava como motorista de ônibus no turno da noite, seus filhos, jamais se preocuparam em fazer nada além dos afazeres domésticos, pois seus pais se preocupavam muito com o seu futuro, desta forma, estudavam o quanto podiam para sustentar a chance de um futuro melhor.

Tudo começou quando Eusébia (comadre e vizinha de Celeste) chegou certo dia em sua casa eufórica para lhe contar uma novidade que acabara de bater em sua porta: a chance de mandar Lara e Luís para estudarem em Paris em um programa de estudos mantido por uma ONG na figura de uma mulher extremamente bem vestida e que inspirava confiança: Madame Claudine.

— Lembra que lhe contei sobre a madame Claudine (...) Pois é, uma da ONG's que ela administra está com um novo programa de mandar jovens para o exterior, com bolsa de estudos, tudo grátis. Tudo pago: estadia, alimentação, dinheiro, extra, tudinho [...] grifos meus.

ÓBVIO, que, como todo adolescente almeja, os adolescentes ouviram toda a conversa e animaram-se com a ideia: um estudo no exterior, conhecer Paris, a torre Eiffel, museu de Louvre, arco do triunfo, e claro, os passeios e o aprendizado de uma nova cultura e um novo idioma. 

Os pais mantiveram-se incertos da proposta que parecia boa demais, sobretudo, José, um homem simples que não gostaria de afastar-se dos filhos por tanto tempo, principalmente pelo fato de que quando a esmola é demais, o santo desconfia. Assim sendo, para ter certeza da veracidade da oportunidade, todos marcaram uma reunião para conhecer Madame Claudine, que compareceu e esclareceu todas as dúvidas, com classe, um sotaque francês forte e com boas vestes.

Não era uma mulher jovem, talvez beirasse os cinquenta anos. Difícil dizer se era bonita, porque, com toda aquela roupagem de sofisticação, qualquer mulher ficaria deslumbrante.

É claro que como qualquer boa oportunidade, esta era limitada:

[...] Já tenho quarenta jovens inscritos aqui no Brasil. Vamos viajar com cinquenta jovens. Aliás, se seus filhos tiverem amigos para indicar seria ótimo, assim, eles vão na mesma turma. [..] aguardo sua resposta, seu José, até no máximo amanhã. (grifos meus)

É claro que, para assegurar que os filhos não fossem sozinhos, a noticia espalhou-se, até chegar à Samantha e Jorginho, seus vizinhos, com quem conviveram a vida toda. Samantha estudou desde cedo com Lara, enquanto Jorginho, cresceu como irmão de Luís, já que sua amizade perdurava desde o jardim de infância.

A partir deste ponto, a narrativa ganha forma e novos personagens nos são apresentados, como: Selma (responsável por organizar os documentos e embarcar os jovens), João Ramiro (responsável por acompanhar o transporte até Paris) e Cheval (responsável por levá-los do ônibus ao seu destino final).

A narrativa é simples, direta e muito objetiva, a autora preocupou-se em construir uma história com pirâmides de um procedimento criminoso: o tráfico de humanos e a exploração do trabalho com falsas promessas de trabalho. O livro é extremamente acessível em linguagem e a leitura flui perfeitamente, durante duas horas de entretenimento.

O livro casa-se bem com uma reportagem exibida no SBT por Roberto Cabrini, ao qual, os envolvidos narram todo esquema criminoso para levá-los para fora do Brasil com promessas de melhora de vida, tudo muito bem esquematizado e elaborado. Assim como neste livro, na vida real, cada qual é distribuído segundo sua beleza e capacidade de trabalho, alguns ficam anos trabalhando de forma escrava em campos, enquanto outros são vendidos para se prostituírem e/ou, seja lá qual for a finalidade do comprador.

A reportagem pode ser assistida no vídeo abaixo:

Indico o livro pra todos os amantes de uma boa escrita e de um livro rápido, a autora, Sandra Saruê possui uma sutileza na narrativa dos fatos, o que torna tudo mais agradável de ler. O livro é repleto de gatilhos mentais, a leitura requer atenção.


Editora Melhoramentos / arte digital 

A AUTORA

Sandra Saruê nasceu em São Paulo, capital, no dia 08 de outubro de 1968. Um ano revolucionário, como ela se orgulha de dizer. Publicitária formada e atriz (quase formada), teve que abandonar o curso de artes cênicas, incentivada pelos professores que abominavam sua atuação como atriz, mas apreciavam muito os textos que criava para as peças. Não interprete, apenas escreva! Diziam os professores. E foi o que ela fez: começou a escrever, escrever, escrever… e nunca mais parou. Atualmente escreve livros para adultos, crianças e adolescentes. Tem se dedicado também ao assunto “cultura para a paz, tolerância e respeito às diferenças”. Mora com o marido e dois filhos adolescentes em São Paulo e adora visitar escolas, conversar e conhecer pessoalmente seus leitores.


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