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CRÍTICA: A Zona de interesse (2023)

Imagem: Divulgação

A Zona de Interesse (The Zone of Interest, 2023), dirigido por Jonathan Glazer, é uma obra-prima inquietante que redefine o cinema sobre o Holocausto ao abordar o tema não através das atrocidades explícitas, mas pelo vazio moral de quem vive ao lado delas. Baseado no romance homônimo de Martin Amis, o filme mergulha na vida cotidiana da família de Rudolf Höss (Christian Friedel), o comandante de Auschwitz, que reside em uma casa idílica adjacente ao campo de extermínio. Com uma abordagem austera, Glazer utiliza a banalidade do dia a dia para explorar a cumplicidade silenciosa no genocídio, criando uma experiência cinematográfica que é tanto um estudo histórico quanto uma meditação filosófica sobre a desumanização. Esta crítica analisa todos os elementos do filme — narrativa, direção, atuações, fotografia, trilha sonora, design de produção, temas e impacto cultural —, oferecendo uma avaliação abrangente de sua relevância, potência e legado no cinema contemporâneo.

A Zona de Interesse centra-se na família Höss, que vive uma existência aparentemente normal em uma casa confortável cercada por jardins, a poucos metros do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia ocupada pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Rudolf Höss (Christian Friedel), um oficial da SS, supervisiona as operações do campo, enquanto sua esposa, Hedwig (Sandra Hüller), cuida da casa, dos filhos e de um estilo de vida burguês que inclui chás, jantares e passeios familiares. A rotina doméstica dos Höss é constantemente interrompida por sinais do horror além do muro: fumaça das chaminés, gritos abafados e o som de tiros. Quando Rudolf é transferido para outra função, a família enfrenta a possibilidade de abandonar sua “vida perfeita”, revelando as tensões internas e a frieza com que encaram sua cumplicidade.

Lançado no Festival de Cannes de 2023, onde venceu o Grande Prêmio do Júri, A Zona de Interesse foi aclamado por sua abordagem inovadora ao Holocausto, evitando imagens explícitas do campo para focar na perspectiva dos perpetradores. Produzido pela A24 e coproduzido entre Reino Unido, Polônia e Estados Unidos, o filme estreou nos cinemas brasileiros em fevereiro de 2024 e foi indicado a cinco Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor, vencendo nas categorias de Melhor Filme Internacional e Melhor Som. Sua relevância transcende o contexto histórico, oferecendo um comentário atemporal sobre a normalização da violência e a indiferença moral em tempos de crise.

A narrativa de A Zona de Interesse é deliberadamente minimalista, rejeitando arcos dramáticos tradicionais em favor de uma abordagem observacional que captura a rotina dos Höss com precisão clínica. O filme é estruturado como uma série de vinhetas, com cenas curtas que mostram atividades cotidianas — Hedwig experimentando roupas, as crianças brincando no jardim, Rudolf revisando documentos — interrompidas por sons distantes do campo. Essa ausência de um enredo convencional é intencional, refletindo a banalidade do mal, conceito popularizado por Hannah Arendt, que argumentava que os crimes nazistas foram cometidos por indivíduos comuns que seguiam ordens sem questionar.

Glazer evita qualquer tentativa de humanizar ou redimir os Höss, mantendo o espectador a uma distância emocional que amplifica o desconforto. A narrativa não oferece catarse ou resolução, culminando em uma cena final que conecta o passado ao presente de maneira sutil, mas devastadora, com imagens do museu de Auschwitz hoje. Essa escolha reforça a ideia de que o filme não é apenas sobre o Holocausto, mas sobre a capacidade humana de ignorar o sofrimento alheio em nome do conforto pessoal.

O estilo narrativo é profundamente influenciado pelo cinema experimental e pelo “slow cinema”, com longas tomadas estáticas e uma ausência quase total de música diegética. A comparação com outros filmes sobre o Holocausto, como A Lista de Schindler (1993) ou O Filho de Saul (2015), destaca a singularidade de A Zona de Interesse, que troca a representação direta da violência por uma crítica indireta, mas igualmente poderosa. No entanto, o ritmo lento e a falta de desenvolvimento emocional podem frustrar espectadores que esperam uma narrativa mais convencional, embora sejam precisamente essas escolhas que tornam o filme tão impactante.

Jonathan Glazer, conhecido por filmes como Under the Skin (2013) e Sexy Beast (2000), entrega sua obra mais madura e ambiciosa com A Zona de Interesse. Sua direção é marcada por uma precisão austera, com cada quadro meticulosamente planejado para maximizar o contraste entre a beleza superficial da vida dos Höss e o horror implícito além do muro. Glazer passou anos pesquisando o projeto, consultando arquivos históricos e sobreviventes, além de filmar na Polônia com uma equipe que incluiu técnicos locais para garantir autenticidade.

Uma das escolhas mais notáveis de Glazer é o uso de câmeras escondidas, instaladas dentro da casa dos Höss, que capturam as cenas sem a presença direta da equipe de filmagem. Essa técnica cria uma sensação de voyeurismo, como se o espectador estivesse espionando a intimidade de uma família que escolheu ignorar o genocídio a poucos metros de distância. A decisão de nunca mostrar o interior do campo de Auschwitz reforça o foco na perspectiva dos perpetradores, obrigando o público a imaginar o horror através de pistas sonoras e visuais.

A direção de Glazer também se destaca pelo uso de sequências térmicas em preto e branco, que mostram uma garota polonesa escondendo comida para prisioneiros, um raro momento de resistência no filme. Essas cenas, filmadas com uma câmera infravermelha, contrastam com a frieza do resto da narrativa, sugerindo uma faísca de humanidade em meio à desumanização. Apesar de sua genialidade, a abordagem de Glazer foi criticada por alguns como excessivamente distante, com a falta de contexto histórico dificultando a compreensão para espectadores menos familiarizados com o Holocausto. Ainda assim, sua visão artística é inegavelmente poderosa, transformando uma história específica em uma reflexão universal sobre a cumplicidade.

O elenco de A Zona de Interesse entrega performances contidas, mas devastadoras, que capturam a frieza e a normalidade dos Höss. Christian Friedel, como Rudolf, é a personificação da eficiência burocrática, com uma atuação que equilibra formalidade e indiferença. Sua interpretação é particularmente marcante nas cenas em que discute logística do campo com a mesma naturalidade com que planeja o jantar, destacando a banalidade de sua crueldade.

Imagem: Reprodução

Sandra Hüller, como Hedwig, é o coração emocional do filme, embora sua emoção seja cuidadosamente reprimida. Hüller, que também estrelou Anatomia de uma Queda (2023), traz uma complexidade assustadora ao papel, retratando Hedwig como uma mulher que se orgulha de sua “vida perfeita” enquanto ignora o sofrimento ao seu redor. Sua entrega de falas como “Nós somos os pioneiros” é ao mesmo tempo cômica e aterrorizante, revelando a cegueira moral de uma mulher que se vê como vítima de circunstâncias.

Os atores infantis, que interpretam os filhos dos Höss, adicionam uma camada de desconforto, com suas brincadeiras inocentes contrastando com os sons do campo. A ausência de grandes nomes no elenco reforça a autenticidade do filme, com Friedel e Hüller ancorando a narrativa sem recorrer a exageros dramáticos. A escolha de atores alemães, falando em alemão com sotaques precisos, adiciona uma camada de realismo que intensifica o impacto emocional.

A fotografia de Łukasz Żal, indicado ao Oscar por Guerra Fria (2018), é um dos elementos mais impressionantes de A Zona de Interesse. O filme utiliza uma paleta de cores suaves, com tons pastéis que contrastam com a escuridão do tema. A casa dos Höss, com seus jardins bem cuidados e interiores impecáveis, é filmada com enquadramentos simétricos que evocam ordem e harmonia, criando um contraste perturbador com os sinais do campo — fumaça, cinzas e luzes vermelhas ao longe.

Żal emprega longas tomadas estáticas, muitas vezes filmadas de ângulos amplos, para enfatizar a normalidade da vida dos Höss. A câmera raramente se move, reforçando a sensação de estagnação moral. As sequências térmicas, com sua estética monocromática, adicionam um elemento quase sobrenatural, enquanto as cenas finais no museu de Auschwitz, filmadas com uma luz fria e clínica, conectam o passado ao presente de maneira poderosa.

O design de produção, liderado por Chris Oddy, é meticuloso, com a casa dos Höss recriada com base em registros históricos. A proximidade da casa com o campo é enfatizada pelo muro alto que separa os dois espaços, uma barreira física e simbólica que representa a negação dos Höss. Detalhes como as roupas de Hedwig, muitas vezes feitas de tecidos roubados de prisioneiros, adicionam camadas de crítica à narrativa.

A trilha sonora de Mica Levi, colaboradora de longa data de Glazer, é minimalista e perturbadora, composta por drones e sons dissonantes que aparecem esporadicamente. A música é usada com parcimônia, surgindo em momentos de tensão, como a abertura do filme, que apresenta uma tela preta acompanhada por um som grave que prepara o espectador para o desconforto. Levi, conhecida por seu trabalho em Under the Skin, cria uma atmosfera de inquietação que complementa a narrativa sem dominá-la.

O design de som, premiado com o Oscar, é o verdadeiro protagonista sonoro do filme. Liderado por Johnnie Burn, o som do campo de Auschwitz — gritos abafados, tiros, o rugido das fornalhas — permeia cada cena, mesmo as mais banais. Esses sons são cuidadosamente mixados para serem percebidos, mas não dominarem, criando uma tensão constante que contrasta com a tranquilidade visual da casa dos Höss. O ruído de um rio, que Hedwig menciona como “relaxante”, é ironicamente o mesmo rio onde cinzas de vítimas eram despejadas, um detalhe que amplifica a crítica à indiferença.

Imagem: Reprodução

A Zona de Interesse é uma meditação sobre a banalidade do mal, explorando como indivíduos comuns podem se tornar cúmplices de atrocidades através da indiferença e da racionalização. O filme não retrata os Höss como monstros, mas como pessoas que normalizaram o horror em nome do conforto e da ambição. Hedwig, por exemplo, vê sua vida em Auschwitz como uma conquista, enquanto Rudolf trata o extermínio como uma tarefa administrativa, uma mentalidade que ecoa a burocratização do genocídio descrita por Arendt.

O filme também aborda a desumanização, não apenas das vítimas do Holocausto, mas dos próprios perpetradores, que sacrificam sua humanidade para manter o status quo. O muro que separa a casa do campo é um símbolo poderoso da negação, enquanto o jardim de Hedwig, cultivado com tanto cuidado, representa a fachada de normalidade que encobre a barbárie. As sequências térmicas, com a garota polonesa, oferecem um contraponto de esperança, sugerindo que a resistência, mesmo que pequena, é possível em meio à escuridão.

A relevância contemporânea do filme é inegável, com paralelos traçados entre a indiferença dos Höss e a apatia moderna diante de crises como mudanças climáticas, desigualdade social e conflitos globais. A cena final, com imagens do museu de Auschwitz, reforça a ideia de que o passado não é apenas história, mas um alerta para o presente.

A Zona de Interesse foi amplamente aclamado, com uma aprovação de 93% no Rotten Tomatoes e elogios de publicações como The New Yorker, que o descreveu como “um dos filmes mais importantes sobre o Holocausto já feitos”. No Brasil, o filme foi celebrado em críticas do AdoroCinema e CinePOP, que destacaram sua abordagem inovadora e o impacto emocional do som. No entanto, alguns espectadores, conforme comentários no X, acharam o filme “frio” ou “difícil de assistir” devido à sua distância emocional e ritmo lento.

O impacto cultural do filme foi significativo, com debates sobre sua relevância em um mundo marcado por polarização e negação histórica. No Brasil, A Zona de Interesse ressoou com discussões sobre memória e responsabilidade, especialmente em um contexto de revisões históricas controversas. Sua vitória no Oscar e exibições em festivais como a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo reforçaram seu status como uma obra essencial.

Comparado a Saltburn (2023), A Zona de Interesse é mais contido e filosófico, mas ambos exploram a moralidade em contextos extremos. Em relação a O Mal Não Existe (2023), de Ryûsuke Hamaguchi, há paralelos na crítica à indiferença humana, embora Glazer opte por uma abordagem mais austera. A influência de Acabe com Eles (Bring Them Down, 2024) é menos direta, mas a presença de temas como violência e culpa sugere uma conexão temática com as tensões rurais exploradas anteriormente.

A Zona de Interesse é uma obra-prima que desafia o espectador a confrontar a banalidade do mal através de uma abordagem austera e inovadora. Jonathan Glazer, com sua direção precisa, atuações brilhantes de Christian Friedel e Sandra Hüller, fotografia hipnotizante e um design de som revolucionário, cria um filme que é ao mesmo tempo histórico e atemporal. Embora sua distância emocional e ritmo lento possam ser desafiadores, essas escolhas reforçam sua potência como uma crítica à indiferença humana. No Brasil, o filme ressoa como um lembrete da importância da memória e da responsabilidade coletiva, enquanto sua relevância global o torna um marco do cinema contemporâneo. A Zona de Interesse não é apenas um filme para ser assistido, mas uma experiência para ser refletida, discutida e carregada como um alerta contra a normalização do horror.

CRÍTICA: Saltburn (2020)

Imagem: Jovem Nerd / Divulgação

Saltburn (2023), dirigido por Emerald Fennell, é uma obra audaciosa que mistura thriller psicológico, sátira social e drama gótico, ambientada no cenário opulento da aristocracia britânica. Após sua estreia com Promising Young Woman (2020), que venceu o Oscar de Melhor Roteiro Original, Fennell retorna com um filme que desafia convenções narrativas e estéticas, explorando temas como obsessão, privilégio, inveja e desejo. Estrelado por Barry Keoghan, Jacob Elordi e Rosamund Pike, Saltburn é uma experiência cinematográfica polarizadora, marcada por uma estética exuberante, atuações intensas e uma narrativa que oscila entre o provocador e o excessivo. Esta crítica analisa todos os elementos do filme — narrativa, direção, atuações, fotografia, trilha sonora, design de produção, temas e impacto cultural —, oferecendo uma avaliação detalhada de suas qualidades, controvérsias e relevância no cinema contemporâneo.

Saltburn acompanha Oliver Quick (Barry Keoghan), um estudante de classe média que ingressa na Universidade de Oxford em 2006. Isolado em um ambiente dominado pela elite britânica, Oliver desenvolve uma obsessão por Felix Catton (Jacob Elordi), um aristocrata carismático e popular. Após conquistar a amizade de Felix, Oliver é convidado para passar o verão na propriedade da família Catton, Saltburn, uma mansão gótica no interior da Inglaterra. Lá, ele conhece a excêntrica mãe de Felix, Elspeth (Rosamund Pike), o pai, Sir James (Richard E. Grant), a irmã, Venetia (Alison Oliver), e o primo, Farleigh (Archie Madekwe). O que começa como uma história de ascensão social e desejo se transforma em um jogo psicológico de manipulação, traição e violência, com reviravoltas que desafiam as expectativas do público.

Lançado em novembro de 2023 pela Amazon MGM Studios, Saltburn estreou no Festival de Telluride e rapidamente se tornou um fenômeno cultural, impulsionado por seu impacto nas redes sociais, onde cenas provocativas — como a infame sequência da banheira e a dança final — geraram debates acalorados. Com uma trilha sonora nostálgica dos anos 2000 e uma estética que evoca tanto o glamour quanto o grotesco, o filme conquistou um público jovem, mas dividiu a crítica, com elogios à sua ousadia e críticas ao seu excesso estilístico. No Brasil, Saltburn foi distribuído pela Prime Video, alcançando grande popularidade, especialmente entre espectadores que apreciam narrativas transgressoras.

A narrativa de Saltburn é estruturada em três atos distintos, cada um com uma mudança de tom que reflete a evolução da obsessão de Oliver. O primeiro ato, ambientado em Oxford, apresenta o contraste entre a insegurança de Oliver e o magnetismo de Felix, estabelecendo a dinâmica de poder que permeia o filme. Fennell utiliza uma narração em voz off de Oliver, que guia o espectador por sua perspectiva, criando uma intimidade desconfortável que se intensifica à medida que suas intenções se tornam ambíguas. O segundo ato, na mansão Saltburn, mergulha no hedonismo da família Catton, com festas extravagantes e interações carregadas de tensão sexual e manipulação. O terceiro ato, marcado por reviravoltas chocantes, transforma o filme em um thriller gótico, com um desfecho que é ao mesmo tempo catártico e divisivo.

O estilo narrativo de Fennell é intencionalmente provocador, misturando humor negro, sátira e elementos de horror psicológico. Inspirada em obras como The Talented Mr. Ripley e Brideshead Revisited, Saltburn explora a inveja de classe e o desejo de pertencimento, mas o faz com uma abordagem moderna, cheia de referências pop e uma estética que flerta com o camp. A estrutura não linear, com flashbacks e revelações tardias, mantém o espectador desorientado, enquanto a voz off de Oliver adiciona uma camada de ironia, sugerindo que ele está no controle da narrativa desde o início.

No entanto, a narrativa tem suas falhas. Alguns críticos, como os do The New York Times, apontaram que o filme sacrifica profundidade emocional em favor de choques visuais, com reviravoltas que parecem mais calculadas para gerar buzz do que para enriquecer a história. Além disso, a sátira social, embora mordaz, às vezes carece de sutileza, com a caricatura da elite britânica beirando o exagero. Apesar disso, a habilidade de Fennell em criar momentos memoráveis compensa essas limitações, tornando Saltburn uma experiência inesquecível, mesmo para quem questiona sua coerência.

Emerald Fennell demonstra uma confiança impressionante em sua segunda obra como diretora. Sua visão artística é definida por uma estética maximalista, que combina opulência visual com momentos de desconforto visceral. Fennell descreveu Saltburn como uma “carta de amor à Inglaterra gótica”, inspirada por romances como Rebecca de Daphne du Maurier e filmes como The Servant (1963). A mansão Saltburn, com seus corredores labirínticos e salas ornamentadas, é um personagem à parte, refletindo tanto a decadência da aristocracia quanto a obsessão de Oliver por apropriar-se desse mundo.

Imagem: Divulgação / Reprodução

A direção de Fennell brilha em sua capacidade de equilibrar tons contrastantes. As cenas de festa, com luzes vibrantes e música pulsante, capturam o hedonismo da elite, enquanto os momentos mais íntimos, como a sequência da banheira, são filmados com uma crueza que beira o horror. Sua decisão de usar um formato de tela 1.33:1, incomum para um filme contemporâneo, cria uma sensação de claustrofobia, mesmo em espaços amplos, reforçando o tema da prisão psicológica. A colaboração com o diretor de fotografia Linus Sandgren (La La Land) resulta em uma paleta de cores ricas, com tons de vermelho, dourado e azul que evocam tanto luxo quanto perigo.

Apesar de sua ousadia, a direção de Fennell foi criticada por alguns como autoindulgente. O excesso de cenas chocantes, como a sequência do cemitério, pode parecer gratuito, e a falta de um arco emocional mais profundo para personagens secundários, como Venetia e Farleigh, limita o impacto da narrativa. Ainda assim, a habilidade de Fennell em criar imagens icônicas e provocar reações viscerais garante que Saltburn permaneça gravado na memória do espectador.

O elenco de Saltburn é um dos seus maiores trunfos, com performances que elevam o material provocador de Fennell. Barry Keoghan, como Oliver, entrega uma atuação transformadora, navegando com maestria entre vulnerabilidade, astúcia e psicopatia. Sua presença física, marcada por olhares intensos e gestos calculados, torna Oliver um protagonista fascinante e perturbador. A cena da dança final, ao som de “Murder on the Dancefloor” de Sophie Ellis-Bextor, é um testemunho de sua habilidade em dominar a tela.

Jacob Elordi, como Felix, é igualmente magnético, trazendo carisma e uma ingenuidade trágica ao papel. Sua química com Keoghan é elétrica, com cada interação carregada de tensão homoerótica que alimenta a narrativa. Rosamund Pike, como Elspeth, rouba cenas com seu humor mordaz e uma performance que equilibra excentricidade e frieza. Sua entrega de falas como “I was a lesbian for a while, you know” é um exemplo perfeito do tom camp que permeia o filme.

Richard E. Grant, Alison Oliver e Archie Madekwe completam o elenco com atuações sólidas, embora seus papéis sejam menos desenvolvidos. Grant, como Sir James, oferece momentos de humor seco, enquanto Oliver e Madekwe, como Venetia e Farleigh, trazem nuances de vulnerabilidade e ressentimento. A química coletiva do elenco, especialmente nas cenas de jantar, cria uma dinâmica familiar que é ao mesmo tempo sedutora e disfuncional, refletindo a decadência da elite.

Imagem: Reprodução

A fotografia de Linus Sandgren é um dos elementos mais elogiados de Saltburn. O filme alterna entre imagens de tirar o fôlego, como os planos aéreos da mansão iluminada por fogos de artifício, e momentos de intimidade desconfortável, como os close-ups na banheira. Sandgren utiliza luz natural para destacar a beleza da paisagem rural inglesa, enquanto as cenas internas são banhadas em tons dourados e vermelhos, evocando uma opulência que beira a decadência. O formato 1.33:1, com bordas pretas, intensifica a sensação de confinamento, mesmo em espaços vastos, enquanto os enquadramentos simétricos reforçam o controle obsessivo de Oliver.

O design de produção, liderado por Suzie Davies, é igualmente impressionante. A mansão Saltburn, filmada na Drayton House em Northamptonshire, é um labirinto de salas ornamentadas, espelhos e tapeçarias que refletem o peso da história aristocrática. Objetos como o labirinto de jardim e as estátuas de pedra adicionam um toque gótico, enquanto detalhes modernos, como CDs e pôsteres dos anos 2000, ancoram o filme em sua época. A atenção aos detalhes, desde os figurinos extravagantes até a decoração kitsch, cria um mundo que é ao mesmo tempo aspiracional e grotesco.

A trilha sonora de Saltburn é uma cápsula do tempo dos anos 2000, com faixas como “Mr. Brightside” do The Killers, “Low” de Flo Rida e “Murder on the Dancefloor” de Sophie Ellis-Bextor, que se tornou um viral nas redes sociais após a estreia do filme. A escolha de músicas pop reflete o hedonismo da época e adiciona um contraste irônico às cenas mais sombrias, enquanto a partitura original de Anthony Willis, com cordas dramáticas, intensifica o tom gótico. A integração da trilha com a narrativa é exemplar, com a dança final de Oliver sendo um dos momentos mais icônicos do cinema recente.

O design de som é igualmente eficaz, com o ruído de copos tilintando, passos ecoando nos corredores e o crepitar de fogueiras criando uma atmosfera imersiva. Sons específicos, como a sucção na cena da banheira, são amplificados para provocar desconforto, enquanto o silêncio em momentos-chave, como o confronto no labirinto, aumenta a tensão. A combinação de música e som reforça o equilíbrio entre o glamour e o grotesco que define o filme.

Saltburn é uma exploração multifacetada de temas como classe, desejo, inveja e poder. A narrativa de ascensão social de Oliver é uma crítica à rigidez do sistema de classes britânico, com a família Catton representando uma aristocracia que é ao mesmo tempo sedutora e decadente. Fennell utiliza a mansão Saltburn como um símbolo do privilégio herdado, um espaço que Oliver deseja possuir, mesmo que isso exija a destruição de seus ocupantes.

O desejo homoerótico é outro tema central, com a relação entre Oliver e Felix carregada de tensão sexual que nunca é plenamente consumada. Cenas como a da banheira e do cemitério exploram o desejo como uma força destrutiva, enquanto a dança final sugere uma apropriação total do espaço e da identidade de Felix. A inveja, por sua vez, é retratada como um motor narrativo, com Oliver manipulando as fraquezas da família Catton para alcançar seus objetivos.

O filme também satiriza a superficialidade da elite, com diálogos mordazes que expõem a desconexão dos Catton com a realidade. Elspeth, por exemplo, representa uma aristocracia que se vê como benevolente, mas é incapaz de reconhecer sua própria crueldade. O simbolismo gótico, como o labirinto e os espelhos, reforça a ideia de uma narrativa circular, onde o passado e o presente se entrelaçam em um ciclo de destruição.

Saltburn recebeu críticas mistas, com uma aprovação de 71% no Rotten Tomatoes. Publicações como The Hollywood Reporter elogiaram sua estética e atuações, especialmente a de Keoghan, enquanto o The Guardian criticou sua falta de sutileza e excesso de choques. No Brasil, o filme foi amplamente discutido em plataformas como o AdoroCinema, que destacou sua capacidade de provocar debate, embora alguns críticos locais, como os do Omelete, tenham apontado que a sátira perde força no terceiro ato.

O impacto cultural de Saltburn foi amplificado pelas redes sociais, com memes e vídeos no TikTok e no X transformando cenas como a dança final em fenômenos virais. A trilha sonora, especialmente “Murder on the Dancefloor”, experimentou um ressurgimento nas paradas musicais, enquanto a estética do filme inspirou tendências de moda e decoração. No contexto brasileiro, Saltburn ressoou com audiências jovens que apreciam narrativas transgressoras, com paralelos traçados com filmes como Parasita (2019), que também explora desigualdade de classe.

Comparado a Acabe com Eles (Bring Them Down, 2024), Saltburn compartilha a atuação de Barry Keoghan e a exploração de tensões sociais, mas difere em seu cenário aristocrático e tom satírico. Em relação a O Mal Não Existe (2023), de Ryûsuke Hamaguchi, Saltburn é mais extrovertido e menos contemplativo, mas ambos questionam a moralidade humana em contextos específicos. A influência de Fallen Angels (1995), de Wong Kar-wai, pode ser vista na estética visual de Fennell, embora Saltburn seja mais narrativo e menos poético.

Saltburn é uma obra provocadora que combina ousadia estética, atuações brilhantes e uma crítica mordaz à sociedade de classes. Emerald Fennell entrega um filme que é ao mesmo tempo um espetáculo visual e uma sátira social, embora sua tendência ao excesso possa alienar alguns espectadores. Com Barry Keoghan liderando um elenco estelar, uma fotografia deslumbrante e uma trilha sonora inesquecível, Saltburn se estabelece como um marco do cinema contemporâneo, especialmente para uma geração que abraça narrativas transgressoras. No Brasil, o filme encontrou um público entusiasmado, refletindo sua capacidade de transcender fronteiras culturais. Apesar de suas imperfeições, Saltburn é uma experiência cinematográfica que desafia, seduz e permanece na memória, consolidando Emerald Fennell como uma das vozes mais ousadas de sua geração.

CRÍTICA: Fallen Angels (1995)

Imagem: Divulgação / Mubi

Fallen Angels (Do lok tin si | 墮落天使), dirigido por Wong Kar-wai e lançado em 1995, é uma obra-prima do cinema de Hong Kong que encapsula a essência da solidão urbana, do desejo efêmero e da alienação em uma metrópole vibrante e caótica. Como um companheiro espiritual de Chungking Express (1994), o filme explora duas narrativas entrelaçadas que, embora distintas, convergem tematicamente para pintar um retrato poético e visceral da vida noturna de Hong Kong nos anos que antecedem a transferência de soberania para a China em 1997. Com sua estética neon, cinematografia inovadora e trilha sonora hipnótica, Fallen Angels é tanto uma experiência sensorial quanto uma meditação filosófica sobre conexão humana, amor e identidade. Esta crítica analisa todos os elementos do filme — narrativa, direção, atuações, fotografia, trilha sonora, design de produção, temas e impacto cultural —, oferecendo uma avaliação abrangente de sua relevância e legado.

Fallen Angels apresenta duas histórias paralelas ambientadas no submundo noturno de Hong Kong. A primeira segue Wong Chi-ming (Leon Lai), um assassino de aluguel que deseja abandonar a vida de crimes, sua agente (Michelle Reis), que é secretamente apaixonada por ele, e Blondie (Karen Mok), uma prostituta com quem ele desenvolve uma relação intensa e volátil. A segunda narrativa centra-se em Ho Chi-mo (Takeshi Kaneshiro), um ex-presidiário mudo que vive à margem da sociedade, ocupando lojas fechadas à noite para vender produtos e interagindo com Charlie (Charlie Yeung), uma jovem obcecada por um ex-namorado. As histórias, embora não se cruzem diretamente, compartilham uma atmosfera de desconexão e melancolia, com o pano de fundo de uma Hong Kong pré-transição que reflete a ansiedade coletiva da época.

Lançado em 6 de setembro de 1995, Fallen Angels foi inicialmente concebido como o terceiro segmento de Chungking Express, mas Wong Kar-wai optou por desenvolvê-lo como um filme independente devido às diferenças tonais e à sua duração. A obra é frequentemente descrita como o “lado escuro” de Chungking Express, trocando o romantismo esperançoso do antecessor por uma visão mais niilista e fragmentada. Com diálogos em cantonês, mandarim e taiwanês, o filme reflete a diversidade linguística de Hong Kong, enquanto sua estética neon e ritmo frenético capturam a energia de uma cidade em transformação.

A narrativa de Fallen Angels é estruturada em duas histórias distintas que se alternam sem uma conexão explícita, exceto por breves momentos de sobreposição, como a presença de personagens em espaços compartilhados, como lanchonetes ou túneis. Wong Kar-wai utiliza uma abordagem não linear, com cortes rápidos, narração em voz off e flashbacks que criam uma sensação de desorientação. Essa fragmentação reflete o estado emocional dos personagens, que vagam por uma cidade que parece ao mesmo tempo íntima e alienante. A narração, em particular, é um recurso central, oferecendo acesso aos pensamentos mais profundos dos personagens, como quando Ho Chi-mo reflete sobre o amor: “Em 30 de maio de 1995, finalmente me apaixonei pela primeira vez. Estava chovendo naquela noite.”

A estrutura narrativa é menos sobre progressão linear e mais sobre capturar momentos fugazes. Wong Kar-wai prioriza a textura emocional em detrimento de um enredo tradicional, uma escolha que pode frustrar espectadores acostumados a histórias convencionais. No entanto, essa abordagem é precisamente o que torna o filme único: ele não busca resolver os conflitos dos personagens, mas sim imergir o espectador em suas experiências. A ausência de um clímax tradicional reforça a ideia de que a vida, como a cidade, é um ciclo contínuo de encontros e despedidas.

A comparação com Chungking Express é inevitável, mas Fallen Angels se distingue por seu tom mais sombrio e por sua exploração de personagens mais marginais. Enquanto Chungking Express celebra o potencial de conexões humanas, Fallen Angels sugere que essas conexões são frequentemente ilusórias, marcadas por mal-entendidos e desejos não correspondidos. A narrativa, portanto, funciona como uma montagem poética, onde cada cena é uma pincelada em um quadro maior sobre a condição humana.

Wong Kar-wai é amplamente reconhecido como um dos grandes autores do cinema, e Fallen Angels exemplifica sua habilidade de combinar estilo visual com profundidade emocional. Sua direção é caracterizada por uma confiança ousada, inspirada em cineastas como Jean-Luc Godard, que também desafiavam convenções narrativas. Wong ignora as expectativas do público, criando um filme que é mais sobre sensação do que sobre lógica. Ele descreve Fallen Angels como sua “fantasia de Hong Kong”, uma visão idealizada de uma cidade silenciosa e menos populosa, em contraste com sua realidade frenética.

A colaboração com o cineasta Christopher Doyle é fundamental para o sucesso do filme. Doyle’s cinematografia, com seus ângulos inclinados, lentes grande-angulares e movimentos de câmera fluidos, transforma Hong Kong em um labirinto onírico. Wong também faz uso criativo de mudanças de aspecto, com a restauração em 4K de 2020 apresentando o filme em 2.39:1, uma escolha que intensifica a sensação de confinamento e distorção. Essa decisão, embora controversa entre fãs que preferem a versão original em 1.79:1, reflete a visão de Wong de reimaginar a obra para uma nova geração.

Imagem: Reprodução / Mubi

Apesar de sua genialidade, a direção de Wong tem limitações. Alguns críticos apontam que o foco excessivo no estilo visual pode ofuscar o desenvolvimento dos personagens, deixando-os como arquétipos em vez de figuras plenamente realizadas. Além disso, o ritmo desigual, com momentos que oscilam entre a lentidão contemplativa e a energia maníaca, pode alienar espectadores menos familiarizados com o cinema de arte.

O elenco de Fallen Angels entrega performances que equilibram intensidade emocional e excentricidade estilizada. Leon Lai, como Wong Chi-ming, traz uma frieza calculada ao assassino, mas também momentos de vulnerabilidade que humanizam o personagem. Sua química com Michelle Reis, que interpreta a agente obcecada, é sutil, mas poderosa, especialmente nas cenas em que ela explora o apartamento dele, tentando decifrar sua vida através de objetos descartados. Reis, por sua vez, oferece uma performance hipnótica, capturando a solidão e o desejo reprimido de sua personagem com gestos mínimos e olhares intensos.

Takeshi Kaneshiro é o destaque do filme, trazendo humor e pathos ao papel de Ho Chi-mo. Sua mudez, resultado de um trauma envolvendo abacaxis vencidos, é compensada por uma expressividade física que torna suas cenas memoráveis, especialmente as sequências cômicas em que ele “reabre” lojas à noite. A interação de Kaneshiro com Charlie Yeung é carregada de ternura, mesmo que a relação entre eles permaneça ambígua. Yeung, por sua vez, infunde sua personagem com uma energia caótica que contrasta com a melancolia do filme.

Karen Mok, como Blondie, adiciona uma camada de excentricidade ao filme, com sua peruca loira e atitude descompromissada. Embora seu papel seja menor, ela deixa uma impressão duradoura, especialmente na cena em que dança ao som de “Forget Him” em um restaurante McDonald’s. O elenco, no geral, trabalha dentro dos limites do estilo de Wong, onde os personagens são mais símbolos de estados emocionais do que figuras realistas.

A cinematografia de Christopher Doyle é o coração visual de Fallen Angels. Usando lentes grande-angulares e câmeras portáteis, Doyle captura Hong Kong como um espaço claustrofóbico e vibrante, onde luzes neon e sombras criam um contraste constante. As cenas noturnas, que dominam o filme, são banhadas em tons de verde, vermelho e azul, evocando uma sensação de artificialidade e alienação. A escolha de ângulos inusitados, como close-ups extremos e enquadramentos tortos, reforça a desconexão dos personagens, enquanto os movimentos rápidos da câmera refletem a energia inquieta da cidade.

O design de produção, liderado por William Chang, complementa a cinematografia com cenários que misturam o mundane e o surreal. Apartamentos apertados, lanchonetes 24 horas e túneis subterrâneos são retratados com uma atenção meticulosa aos detalhes, criando um senso de autenticidade que ancora a estética estilizada do filme. A restauração em 4K destaca a textura desses ambientes, desde o brilho das placas de neon até a sujeira das vielas.

A trilha sonora de Fallen Angels é uma parte integrante de sua identidade. Wong Kar-wai faz uso de pop e trip-hop, com destaque para “Because I’m Cool” de Nogabe Randriaharimalala, uma reorquestração de “Karmacoma” do Massive Attack, e uma versão dream pop de “Forget Him” cantada por Shirley Kwan. Essas músicas não apenas estabelecem o tom, mas também funcionam como comentários emocionais, como quando “Forget Him” ecoa os sentimentos não expressos da agente de Wong Chi-ming.

O design de som é igualmente impressionante, com o ruído da cidade — trens, tráfego, conversas abafadas — criando uma paisagem sonora imersiva. A narração em voz off, muitas vezes em tom confessional, adiciona uma camada de intimidade, permitindo que o espectador entre na mente dos personagens. A combinação de música e som transforma Fallen Angels em uma experiência quase sinestésica, onde cada elemento auditivo reforça a narrativa visual.

Fallen Angels é uma meditação sobre a solidão, o desejo e a transitoriedade da vida urbana. O filme explora a ideia de que, em uma cidade superpovoada, as conexões humanas são raras e frequentemente efêmeras. Wong Kar-wai usa Hong Kong como um microcosmo para essas ideias, retratando-a como um “labirinto de obsessões” onde os personagens estão presos em seus próprios mundos internos.

Imagem: Divulgação / Reprodução

A alienação é um tema central, refletida na incapacidade dos personagens de formar relacionamentos duradouros. A agente de Wong Chi-ming, por exemplo, expressa seu amor através de gestos indiretos, como limpar o apartamento dele, enquanto Ho Chi-mo busca conexão através de encontros casuais. O filme também aborda a identidade, com personagens que parecem flutuar sem raízes, desconectados de qualquer senso de pertencimento.

O contexto político de Hong Kong pré-1997 adiciona uma camada de simbolismo. A ansiedade em torno da transferência de soberania é palpável, com a cidade retratada como um espaço de incerteza e instabilidade. A cena final, em que a agente e Ho Chi-mo atravessam o Túnel Cross-Harbour em uma motocicleta, é um momento de conexão fugaz que encapsula a esperança e a melancolia do filme: um breve instante de calor humano em um mundo frio e impessoal.

Fallen Angels recebeu aclamação crítica por sua inovação estética e profundidade emocional, embora tenha sido inicialmente menos celebrado que Chungking Express devido à sua natureza mais sombria e experimental. No entanto, ao longo dos anos, o filme conquistou um status cult, especialmente entre fãs de cinema de arte e cinéfilos que apreciam o trabalho de Wong Kar-wai. A restauração em 4K de 2020, supervisionada pelo próprio diretor, reacendeu o interesse na obra, embora as mudanças no aspecto e na coloração tenham gerado debate entre puristas.

No Brasil, Fallen Angels encontrou um público dedicado em festivais de cinema e plataformas de streaming, onde é frequentemente citado como uma introdução ideal ao cinema de Wong Kar-wai. Sua influência pode ser vista em obras contemporâneas que exploram a estética neon e temas de alienação urbana, como Drive (2011) e Blade Runner 2049 (2017). O filme também inspirou discussões acadêmicas sobre a representação de Hong Kong e a pós-modernidade no cinema asiático.

Fallen Angels é uma obra singular que combina estilo visual deslumbrante com uma exploração profunda da condição humana. Wong Kar-wai, apoiado pela cinematografia de Christopher Doyle e pela trilha sonora evocativa, cria um retrato inesquecível de Hong Kong como um espaço de beleza e desespero. Apesar de suas imperfeições, como o ritmo ocasionalmente desigual e a ênfase no estilo em detrimento da narrativa, o filme permanece uma experiência cinematográfica envolvente que ressoa com espectadores em todo o mundo. Para o público brasileiro, Fallen Angels oferece uma janela para a sensibilidade única de Wong Kar-wai, convidando-nos a refletir sobre amor, perda e a busca por conexão em um mundo fragmentado. É, sem dúvida, um marco do cinema que continua a inspirar e encantar quase três décadas após seu lançamento.

Crítica: The trip, 2021

 

SINOPSE

Não recomendado para menores de 18 anos

Em The Trip, ansiosos para terminar seu matrimônio ao matarem um ao outro, um casal decide ir para uma remota cabana para terminar o que planejaram. Mas logo percebem que para sobreviver eles terão que se ajudar mais uma vez.

CRÍTICA

A maioria das pessoas não se prepara para fugir com seus cônjuges comprando um martelo, uma serra, fita adesiva e corda – mas Lars (Aksel Hennie) não é a maioria das pessoas, e “A Viagem”, dirigido por Tommy Wirkola, não é a maioria dos filmes. Sua premissa inicial é esta: Lars planejou assassinar sua esposa, Lisa (Noomi Rapace), durante as férias, mas ele fica frustrado quando descobre que Lisa está se preparando para acabar com ele na mesma viagem. Infelizmente, embora esse conceito prometa um thriller divertido e ágil, “The Trip” rapidamente se transforma em uma bagunça juvenil e niilista. O banho de sangue mútuo de Lars e Lisa se transforma em um caso de grupo quando alguns estranhos inesperados, incluindo os fugitivos Dave (Christian Rubeck), Roy (Andre Eriksen) e Petter (Atle Antonsen), coincidentemente entram na briga. Cada ator enfrenta corajosamente a violência e a turbulência emocional que se seguem, e Rapace é particularmente excelente em fazer malabarismos com os dois. O filme revela suas muitas surpresas através de flashbacks, edição apurada e um roteiro absurdo que almeja claramente a irreverência. Mas “The Trip” perturba seu próprio equilíbrio tênue de escuridão e diversão, agarrando-se a material de mau gosto sobre órgãos genitais e cocô, embora sua premissa básica seja muito mais inteligente – e perfeitamente encantadora – por si só. Essa ingenuidade transforma o que poderia ser um filme rápido e alegre em um trabalho árduo. Ao final de uma prolongada sequência de tentativa de estupro, fiquei consternado ao descobrir que estava apenas na metade de suas duas horas de duração. “The Trip” às vezes é divertido, mas outros filmes lidaram com sangue sangrento e tortura psicológica com um toque muito mais habilidoso. O filme presta uma clara homenagem a “Funny Games” de Michael Haneke, um comentário inteligente sobre a violência cinematográfica. Não faz nenhum favor a si mesmo ao convidar essa comparação.

Um enredo sem igual para amantes de bons filmes de aventura sangrentos.

Crítica: Minions 2: A origem de Gru


SINOPSE

Livre

Minions 2: A Origem de Gru é a continuação das aventuras dos Minions, e desta vez, eles ajudam um Gru ainda criança, descobrindo como ser vilão. Na década de 1970, Gru está crescendo no subúrbio. Fã de um grupo de supervilões conhecido como Vicious 6, Gru traça um plano para se tornar malvado o suficiente para se juntar a eles. Felizmente, ele recebe apoio de seus leais seguidores, os Minions. Juntos, eles exercem suas habilidades enquanto constroem seu primeiro covil, experimentam suas primeiras armas e realizam as primeiras missões. Quando os Vicious 6 expulsam seu líder - o lendário lutador Wild Knuckles - Gru participa de uma entrevista para se tornar seu mais novo membro. A entrevista não vai bem, e só piora depois que Gru os supera e de repente, o garoto se vê como inimigo mortal do grupo do mal. Gru se voltará para uma fonte improvável de orientação, o próprio Wild Knuckles, e descobrirá que até os supervilões precisam de uma ajudinha de seus amigos.

CRÍTICA

“Minions 2: A Origem de Gru” se passa em 1976. Se eu tivesse assistido naquela época, teria gargalhado como uma criança de seis anos e pedido para ver de novo e de novo. Infelizmente, eu não sou mais uma criança. O meu senso de humor, por outro lado, ainda é bem infantil. Por isso, este último (e espero que final) capítulo do Universo Meu Malvado Favorito (UMF) pareceu perfeito para os aspectos mais bobos da minha personalidade. Era como se um checklist tivesse sido feito para me agradar. Cabelos afro e moda dos anos 70? Confere! Mulheres poderosas em ação? Confere! Piadas e trocadilhos terríveis? Pode crer! Música disco? Eu adoro! Brincadeiras com freiras potencialmente ofensivas e violentas? Ai, ai!

Os leitores deste site sabem do meu fascínio pelos Minions, aqueles seres amarelos e cilíndricos que são loucamente leais a Gru ( Steve Carell ). Eles me fazem rir e não tenho vergonha disso. Depois de sua própria prequela, " Minions ", e uma parada para a atual trama de rivalidade entre irmãos de " Meu Malvado Favorito 3 ", Kevin O Minion e seus amigos de um e dois olhos voltaram ao passado para apoiar a versão de onze anos e três quartos de Gru. Eles o chamam afetuosamente de “mini-chefe”. Quando ele não está se perguntando como seus empregados “conseguiram tanto jeans” para suas roupas, Gru está sonhando em se juntar ao The Vicious 6, um grupo de vilões parecido com os Vingadores criado por Wild Knuckles ( Alan Arkin ).

Vemos Wild Knuckles e sua equipe em ação em um lugar exótico ao estilo Indiana Jones. Eles estão lá para pegar um colar de pedras preciosas chamado Pedras do Zodíaco. Uma vez pegado, dará ao Vicious 6 uma quantidade ilimitada de energia na noite do Ano Novo Chinês. Considerando todas as piadas ruins que acontecem nesta série, eu esperava que as Pedras do Zodíaco fossem acompanhadas por aquela música clássica e cafona “Float On” dos Floaters. Infelizmente, os cineastas não foram tão espertos. É verdade que essa música foi lançada em 1977, mas “Minions 2: A Origem de Gru” usa o sucesso de 1980 da Lipps Inc., “Funkytown”, não uma, mas duas vezes.

Depois de arriscar a vida para pegar as joias, Wild Knuckles é traído pela integrante da equipe Belle Bottom ( Taraji P. Henson ), que explica friamente que a honra entre os ladrões é uma lenda antes de jogá-lo do avião para sua suposta morte. Com seu figurino em constante mudança e um enorme afro (que é animado com uma quantidade incrível de textura), Belle parece com Cleópatra Jones. Os outros quatro integrantes têm nomes igualmente baseados em trocadilhos. Tem Stronghold ( Danny Trejo ), uma freira que usa nunchaku chamada Nun-Chuck ( Lucy Lawless ), o fortão nórdico Svengeance ( Dolph Lundgren ) e um cara com uma enorme garra de lagosta no lugar da mão. Seu nome é Jean-Clawed e ele é dublado por Steven Seagal . Estou brincando! Ele é dublado por Jean-Claude Van Damme . Eu disse que esse filme não era muito inteligente.

Agora que o velhíssimo Wild Knuckles está fora de cena, The Vicious 6 - quer dizer, Five - está procurando um substituto bem mais jovem. Gru se candidata ao cargo e recebe uma resposta contida em uma fita de 8 pistas que se autodestrói. Ele entra na loja de discos que esconde secretamente o esconderijo de Belle Bottom, conhecendo seu futuro colega Dr. Nefario ( Russell Brand ) no processo. Nefario dá a Gru um 45 do cover de “You’re No Good” de Linda Ronstadt , a chave para entrar no esconderijo secreto. Como ele mal saiu da escola primária, Gru é rejeitado, mas não antes de roubar as Pedras do Zodíaco. Belle e sua equipe o perseguem para pegá-las.

Acredite se quiser, há mais duas histórias com enredo complicado em “Minions 2: A Origem de Gru”. Uma delas diz respeito à busca de vingança dos sobreviventes Wild Knuckles, baseados em São Francisco,

Crítica: Minions, 2015

SINOPSE
Livre

Seres amarelos milenares, os minions têm uma missão: servir os maiores vilões. Em depressão desde a morte de seu antigo mestre, eles tentam encontrar um novo chefe. Três voluntários, Kevin, Stuart e Bob, vão até uma convenção de vilões nos Estados Unidos e lá se encantam com Scarlet Overkill (Sandra Bullock), que ambiciona ser a primeira mulher a dominar o mundo.

CRÍTICA

Em 2010, a Illumination Entertainment lançou seu primeiro filme animado, "Meu Malvado Favorito", sobre um gênio do mal chamado Gru que estava lutando para se manter no topo do negócio de vilões, com a ajuda de seus ajudantes em tamanho pequeno conhecidos como minions. Aquele filme arrecadou mais de $250 milhões apenas nos EUA (quase quádruplo do que custou), então, naturalmente, houve uma sequência. Em 2013, "Meu Malvado Favorito 2" arrecadou mais de $368 milhões localmente e foi avaliado pelo público como ainda melhor que o original. Os minions foram uma das grandes razões para isso. Eles foram um sucesso no primeiro filme e tiveram um papel maior no segundo filme, que teve um desempenho ainda melhor que o primeiro, então, naturalmente, eles ganharam um filme próprio.

Os minions são criaturas amarelas em formato de pílula e do tamanho de crianças cujo único propósito na vida é servir um mestre do mal. Alguns são um pouco mais altos que os outros, têm estilos de cabelo (escassos) levemente diferentes, alguns têm dois olhos e outros apenas um, mas todos usam óculos de proteção e falam em uma espécie de balbucio infantil que combina inglês, espanhol, francês e possivelmente pedaços de algumas outras línguas também (é um pouco difícil de identificar). Ah, e mais uma coisa - eles são simplesmente e completamente ADORÁVEIS! Apesar de suas inclinações maléficas, eles são inocentes simples e de mentalidade infantil que apenas querem se divertir e realizar seu potencial como ajudantes. E eles estão bem no centro de "Minions" (PG, 1:31).

Essa sequência dos filmes "Meu Malvado Favorito" é realmente um spin-off e também uma prequela, que nos leva de volta ao início da história dos minions - ATÉ o começo mesmo. Nós vemos como os minions surgiram e, através de uma série curta de vinhetas, nós observamos suas bem-intencionadas, porém hilariantemente fracassadas tentativas de servir uma grande variedade de mestres mal-humorados ao longo da história. Finalmente, eles são expulsos para o exílio em uma caverna de gelo na Antártida. Eles constroem uma civilização e fazem o seu melhor para se divertirem, mas sem um mestre para servirem, eles ficam insuportavelmente entediados. Então, em 1968, Kevin (dublado pelo co-diretor Pierre Coffin, que faz todas as vozes dos minions), um minion alto, informa à sua tribo que ele vai em uma busca para encontrar um novo mestre para eles. Com apenas o minion extremamente infantil (até os padrões dos minions) chamado Bob e um "voluntário" chamado Stuart para ajudar, Kevin começa sua jornada.

Os três minions acabam na Villain Con, uma convenção secreta de super vilões e seus fãs, onde os minions conhecem e são contratados por Scarlet Overkill (Sandra Bullock), a primeira super vilã feminina. Scarlet está levando seu típico sonho infantil de ser uma princesa um pouco a sério demais. Ela quer que seus recém-contratados ajudantes roubem as joias da coroa britânica para que ela possa se tornar a Rainha da Inglaterra. O marido de Scarlet, Herb (John Hamm), fornece a Kevin, Stuart e Bob uma variedade de suas invenções do mal e eles embarcam em sua missão. Claro, sendo minions, nada sai como planejado, uma coisa leva a outra, Scarlet sente que os minions a traíram e ela sai em busca de vingança contra Kevin, Stuart e Bob, enquanto ainda tenta alcançar seu objetivo. Enquanto isso, o resto dos minions recebe a notícia de que Kevin encontrou um novo mestre para eles no Reino Unido e toda a tribo está trabalhando para chegar lá o mais rápido possível.

"Minions" tem um público-alvo um pouco diferente dos filmes "Meu Malvado Favorito" e parece ser um pouco demais da mesma coisa. Não me entenda mal - EU AMO os minions, mas o humor deles pode se tornar cansativo. Mesmo a fofura poderosa dos minions não consegue sustentar um filme inteiro. Além disso, enquanto os filmes "Meu Malvado Favorito" pareciam agradar quase igualmente crianças, adolescentes e adultos, o spin-off dos minions é mais voltado para crianças. A animação, dublagem e história são tão boas quanto nos filmes anteriores em que os minions apareceram, mas o humor deste filme é um pouco mais rasteiro. Os adultos vão gostar da trilha sonora e há muitos momentos fofos, inteligentes e engraçados. "Minions" funciona bem como um filme para toda a família, mas acho que os pequenos amarelinhos deveriam continuar sendo divertidos ajudantes malvados. É o que eles fazem melhor. "B+"

Crítica: Vem brincar, 2020


Desesperado para ter um amigo, Oliver (Azhy Robertson), um garoto solitário que se sente diferente de todos os outros, busca consolo e refúgio em seu sempre presente telefone celular e tablet. Quando uma criatura misteriosa usa os dispositivos de Oliver contra ele para invadir nosso mundo, os pais de Oliver (Gillian Jacobs e John Gallagher Jr.) devem lutar para salvar seu filho do monstro além da tela.


“Vem brincar” é um filme de terror lançado em 2020, dirigido por Jacob Chase. A trama gira em torno de Oliver, um jovem autista que se vê aterrorizado por um monstro sobrenatural que se manifesta através de dispositivos eletrônicos. O filme é uma adaptação do curta-metragem “Larry” também dirigido por Chase.

Inspirado em clássicos do terror como “Poltergeist” e “A Hora do Pesadelo”, “Vem brincar” traz uma abordagem moderna ao explorar o medo do desconhecido e a dependência excessiva da tecnologia. A história é habilmente construída com tensão crescente, criando um clima de suspense ao longo do filme.

Um dos pontos fortes do filme é a atuação impressionante de Azhy Robertson como Oliver. Ele entrega uma performance convincente e emocionalmente impactante, retratando o medo e a vulnerabilidade do personagem de forma cativante. Gillian Jacobs, como a mãe de Oliver, também oferece uma atuação sólida, trazendo autenticidade e empatia à narrativa.

No entanto, apesar de sua premissa interessante, “vem brincar” pode ser considerado por alguns como um filme de terror mais convencional. A história segue uma fórmula familiar, com alguns clichês do gênero. Além disso, a construção do monstro poderia ter sido mais aprofundada, com uma exploração mais detalhada de sua origem e motivações.

No que diz respeito à recepção crítica, “Vem brincar” recebeu críticas mistas. Alguns elogiaram a atmosfera assustadora e a atuação do elenco, enquanto outros sentiram que o filme não conseguiu explorar todo o seu potencial. Ainda assim, é um filme que certamente agradará aos fãs de terror que apreciam uma história de suspense bem executada.

Além do filme, também foi produzido um curta-metragem inspirado no personagem Larry. Assista:



Em conclusão, “Vem brincar” é um filme de terror competente que utiliza elementos familiares do gênero para criar uma experiência cinematográfica assustadora. Embora não seja inovador, o filme é capaz de entreter e proporcionar alguns bons sustos ao longo de sua narrativa. Se você é fã de filmes de terror com uma pitada de suspense e uma abordagem moderna, "Vem brincar" certamente vale a pena conferir.

CRÍTICA: Capitão América 2 – O Soldado Invernal

Após os eventos que aconteceram em Nova York, com a passagem de Os Vingadores, Steve Rogers — aka Capitão América — vive tranquilo em Washington, DC, tentando se adaptar ao mundo moderno. Ao saber que um agente da S.H.I.E.L.D. está sob ataque, Steve decide agir e acaba se envolvendo em uma rede de intrigas que ameaça acabar com o mundo. Após unir forças com Viúva Negra, Capitão América inicia uma batalha para expor toda a conspiração, enfrentando assassinos profissionais enviados para silenciá-lo. Enquanto o plano do vilão vai sendo revelado, a dupla encontra um novo aliado, Falcão." "Quando menos espera, eles se veem lutando contra um inesperado e formidável inimigo, o Soldado Invernal.

RESENHA


Capitão América 2: Soldado Invernal (2014) - Uma aventura repleta de ação e questionamentos éticos

"Capitão América 2: Soldado Invernal" (Capitão América: O Soldado Invernal, 2014) é um filme de super-herói dirigido pelos irmãos Russo que traz uma emocionante continuação das aventuras do icônico Capitão América, interpretado por Chris Evans. Com uma trama repleta de ação e reviravoltas, o filme explora questões éticas e políticas, enquanto o Capitão América luta para descobrir a verdade por trás da misteriosa figura do Soldado Invernal. Com uma narrativa envolvente e personagens cativantes, "Capitão América 2: Soldado Invernal" oferece não apenas entretenimento, mas também ensinamentos profundos sobre lealdade, confiança e preço da liberdade.

No enredo de "Capitão América 2: Soldado Invernal", Steve Rogers, o Capitão América, se vê em um mundo contemporâneo cheio de desconfiança e segredos. Ele se une à Viúva Negra (Scarlett Johansson) e ao Falcão (Anthony Mackie) para combater uma conspiração dentro da agência SHIELD e desmascarar a verdade por trás do misterioso Soldado Invernal, que se revela uma figura de seu passado.

O filme aborda questões éticas e políticas, levantando questões sobre o papel do governo e a responsabilidade dos super-heróis. O Capitão América vê diante de um dilema moral ao descobrir que a SHIELD foi infiltrada por agentes corruptos e que a liberdade individual está ameaçada. Ele precisa decidir em quem confiar e até onde está disposto a ir para proteger a verdade e os ideais pelos quais luta.

Além da ação eletrizante, "Capitão América 2: Soldado Invernal" nos ensina sobre a importância da lealdade e da confiança. O Capitão América enfrenta desafios que testam sua fé nas instituições em que acreditava, mas ele se mantém firme em seus valores e não desiste de lutar pelo que é certo. O filme nos lembra que a verdadeira força de um herói está em sua integridade e na sua capacidade de confiar nos outros.

Recepção do público:
"Capitão América 2: Soldado Invernal" foi amplamente elogiado pelo público e pela crítica. A ação empolgante, os efeitos visuais de alta qualidade e trama política complexa foram destacados como pontos fortes do filme. A atuação de Chris Evans como o Capitão América foi elogiada por trazer carisma e profundidade ao personagem, enquanto a introdução do Soldado Invernal, interpretada por Sebastian Stan, incluiu emoções à narrativa.

"Capitão América 2: Soldado Invernal" é uma aventura emocionante que vai além das cenas de ação e mergulha em questões éticas e políticas. O filme nos ensina sobre lealdade, confiança e preço da liberdade, enquanto o Capitão América enfrenta desafios morais e luta contra a corrupção dentro da SHIELD Com uma narrativa envolvente e personagens cativantes, "Capitão América 2: Soldado Invernal" se destaca como uma obra que nos faz refletir sobre os ideais pelos quais lutamos e a importância de permanecer fiel a eles, mesmo diante das adversidades.

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