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Truque de Mestre 3: O Prestígio do Excesso

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Quase uma década após o segundo capítulo, os "Quatro Cavaleiros" retornam para o que promete ser o ato final de seu show de mágica global. Sob a direção de Ruben Fleischer (Venom, Zumbilândia), a franquia tenta responder a uma pergunta crucial: em um mundo dominado por deepfakes e desinformação digital, ainda existe espaço para o encantamento da mágica de palco? A resposta de "Truque de Mestre 3" é um sonoro e frenético "sim", desde que você não olhe muito de perto para as emendas do roteiro.

Direção e Estilo Visual: A Estética do Videoclipe de Luxo

Ruben Fleischer assume o manto deixado por Jon M. Chu, trazendo sua assinatura de ação cinética e humor rápido. Visualmente, o filme é impecável, operando com uma estética de "luxo corporativo". As locações globais — que desta vez incluem uma sequência vertiginosa em Tóquio e um clímax em uma Londres chuvosa — são filmadas com uma saturação alta e movimentos de câmera que desafiam a gravidade.

O problema técnico recorrente da franquia persiste e se intensifica aqui: a "mágica de CGI". Fleischer abusa dos efeitos visuais para criar ilusões que seriam fisicamente impossíveis. Embora visualmente deslumbrante (cartas que se transformam em enxames de drones, pessoas se liquefazendo em sombras), isso remove a tensão tátil. O público não está vendo um truque de habilidade; está vendo uma renderização gráfica cara. A crítica do IndieWire pontuou corretamente que "o filme pede que aplaudamos os animadores de VFX, não os mágicos".

Roteiro: O Labirinto do "Olho"

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O roteiro tenta desvendar finalmente os mistérios da sociedade secreta "O Olho". A trama coloca os Cavaleiros não como fugitivos, mas como uma equipe de operações especiais da magia, enfrentando uma nova ameaça corporativa encarnada pela personagem de Rosamund Pike.

A narrativa sofre de "excesso de reviravoltas" (plot twist fatigue). O filme parece ter medo de deixar a audiência entediada por um segundo sequer, empilhando traições, revelações de parentesco e mudanças de lealdade a um ritmo alucinante. O terceiro ato é particularmente culpado disso, tentando subverter a realidade tantas vezes que a resolução final perde o impacto emocional, tornando-se apenas um exercício de lógica circular confusa.

Atuação: A Velha Guarda e o Sangue Novo

A química do elenco original continua sendo o maior trunfo da produção. Jesse Eisenberg (J. Daniel Atlas) abraça sua persona arrogante e neurótica com conforto, enquanto Woody Harrelson continua a se divertir mais do que qualquer pessoa em cena. O retorno de Isla Fisher (Henley) restaura a dinâmica original do grupo, corrigindo a ausência sentida no segundo filme.

As novas adições são mistas. Rosamund Pike é uma vilã deliciosa, trazendo uma elegância gélida que contrasta bem com a energia caótica dos mágicos. No entanto, a introdução da "nova geração" de ilusionistas, representada por Ariana Greenblatt e Justice Smith, parece uma tentativa calculada de estúdio para rejuvenescer a franquia para a Gen Z. Embora talentosos, seus personagens são subdesenvolvidos, servindo mais como ferramentas de enredo do que como sucessores espirituais.

Recepção e Veredito

A recepção de "Truque de Mestre 3" tem sido polarizada. O público (score de audiência alto no Rotten Tomatoes) abraçou o filme como um "blockbuster de conforto" — divertido, rápido e nostálgico. A crítica especializada, contudo, tem sido mais dura, acusando o filme de ser artificial e vazio.

O consenso é que o filme funciona melhor como uma caper movie (filme de assalto) do que como um filme sobre mágica. As sequências de roubo são engenhosas e bem montadas, mas a filosofia sobre "ilusão vs. realidade" é rasa.

Conclusão: "Truque de Mestre 3" é um espetáculo de fumaça e espelhos. É cinema de entretenimento em sua forma mais pura e descartável. Não vai mudar a história do cinema, nem explicar convincentemente seus próprios mistérios, mas oferece 2 horas de escapismo elegante com um elenco carismático. É o equivalente cinematográfico a um truque de cartas rápido: você sabe que foi enganado, mas sorri mesmo assim.

Nota: 3/5 estrelas (Diversão competente, substância duvidosa).

Ficha Técnica:

  • Direção: Ruben Fleischer

  • Elenco: Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Isla Fisher, Dave Franco, Mark Ruffalo, Rosamund Pike, Ariana Greenblatt, Justice Smith.

  • Estúdio: Lionsgate

  • Status: Em cartaz (Novembro 2025)

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