Inscreva-se na Newsletter para receber livros grátis e atualizações imperdíveis

Junte-se a nós!

Receba o melhor da literatura no seu e-mail.

Meus Favoritos

Link Copiado!

Flores para Algernon é o escolhido do clube do livro no mês 11

Limpem o glitter dos olhos e guardem os vestidos de seda verde. O Mês 10 do Clube do Livro Post Literal, onde vivemos a vida escandalosa de "Os Sete Maridos de Evelyn Hugo", chegou ao fim. E que final. O debate sobre o plot twist envolvendo o pai da jornalista Monique Grant quase derrubou nossos servidores. A comunidade ficou dividida entre o fascínio pela força inabalável de Evelyn e o horror pelas suas escolhas morais. No nosso encontro de encerramento, o consenso foi agridoce: Evelyn Hugo nos ensinou que o carisma é uma arma, e que a verdade, muitas vezes, é o preço que pagamos para sermos lendas. Foi divertido, foi pop, foi intenso.

Mas, como acontece depois de toda grande festa regada a champanhe, veio a ressaca existencial. A comunidade do Post Literal acordou pedindo substância. Chega de fachadas bonitas. Queremos olhar para dentro. Queremos discutir o que significa ser humano quando despimos todas as máscaras sociais.

A Votação: O Triunfo da Emoção sobre a Máquina

A enquete para o Mês 11 foi uma batalha de gigantes da Ficção Científica. De um lado, óperas espaciais cheias de naves e lasers; do outro, a ficção especulativa focada na psicologia ("Soft Sci-Fi"). A comunidade escolheu a dor. Com 72% dos votos, vocês decidiram que é hora de ler o clássico que tem feito leitores soluçarem desde 1966.

Preparem os lenços (muitos lenços). O livro do Mês 11 é: "Flores para Algernon" (Flowers for Algernon), de Daniel Keyes.

A Logística: Bem-vindos ao Experimento Beekman

Para mergulhar na mente de Charlie Gordon, abandonamos a estrutura de "fofoca" do mês anterior e adotamos uma estética de Relatório Científico. Os grupos de WhatsApp foram renomeados para refletir as fases cognitivas do protagonista e o ambiente clínico do livro:

  1. Grupo "A Padaria Donner": Focado na inocência, na inteligência emocional e nas relações de trabalho antes da cirurgia.

  2. Grupo "O Labirinto de Algernon": Para discutir a ética da ciência, testes em animais e o paralelo entre o homem e o rato.

  3. Grupo "QI 185": O grupo dos teóricos, focado em filosofia, na arrogância intelectual e na solidão do gênio.

  4. Grupo "Relatório de Progresso": Focado exclusivamente na análise da evolução (e involução) da escrita e gramática do personagem ao longo do livro.

O ritmo de leitura será peculiar. O livro é escrito em formato de diário (Relatórios de Progresso). A leitura é fluida, mas o impacto emocional obriga a pausas frequentes para respirar. Nossa meta será acompanhar as datas dos relatórios de Charlie, criando uma sincronia temporal com a narrativa.

O Kit "Experimento Cognitivo"

Para os assinantes da caixa física, o glamour hollywoodiano dá lugar a uma estética minimalista e clínica:

  • Caneta Tinteiro "Rorschach": Uma caneta de ponta fina para vocês escreverem seus próprios relatórios, acompanhada de um cartão com uma mancha de tinta para interpretação.

  • Labirinto de Bolso: Um pequeno jogo físico de destreza, simbolizando a corrida de Algernon.

  • Flores Secas Prensadas: Um pequeno arranjo melancólico, protegido em plástico, para marcar as páginas mais tristes.

  • O "Teste de QI": Um livreto com quebra-cabeças lógicos para desafiar o cérebro antes da leitura.

Sinopse: Eu Quero Ser Inteligente

Charlie Gordon é um homem de 32 anos com uma deficiência intelectual grave (QI de 68). Ele trabalha numa padaria fazendo serviços de limpeza, onde acredita que seus colegas riem com ele, e não dele. Charlie tem um desejo puro e doloroso: ele quer ser inteligente. Ele quer ler e escrever como as outras pessoas para ter amigos de verdade. Ele é selecionado para um experimento cirúrgico revolucionário que já aumentou artificialmente a inteligência de um rato de laboratório chamado Algernon. A cirurgia é um sucesso. O livro é narrado inteiramente através dos "Relatórios de Progresso" escritos por Charlie. No início, o texto é cheio de erros ortográficos grosseiros, pontuação inexistente e pensamentos simples. À medida que a cirurgia faz efeito, a escrita de Charlie melhora. O vocabulário expande. Ele aprende línguas mortas, matemática avançada, compõe concertos. Ele se torna um gênio, ultrapassando até mesmo os médicos que o criaram. Mas a inteligência traz uma maldição: a consciência. Charlie percebe que as pessoas que ele amava eram cruéis. Ele entende a sua solidão. E, pior de tudo, ele começa a observar o comportamento errático do rato Algernon, percebendo que a ascensão meteórica pode ter uma queda igualmente vertiginosa.

A Técnica: A Escrita que Sangra

O motivo principal da escolha deste livro para o Post Literal é a forma. Daniel Keyes faz algo magistral: ele nos mostra a evolução do personagem apenas pela maneira como ele escreve. Vocês verão a sintaxe ficar complexa e arrogante, e sentirão na pele o medo quando os primeiros erros de ortografia começarem a reaparecer no final. É um dos usos mais brilhantes da narração em primeira pessoa na história da literatura.

Por Que Ler? O Dilema da Felicidade

O Mês 11 vai nos forçar a debater questões desconfortáveis:

  • A ignorância é uma bênção? Charlie era mais feliz quando não entendia a maldade do mundo?

  • Como tratamos as pessoas neurodivergentes na nossa sociedade?

  • A nossa identidade é definida pela nossa inteligência ou pelo nosso coração? A relação de Charlie com o rato Algernon é, surpreendentemente, o vínculo mais humano do livro. Eles são os únicos dois seres da sua espécie no mundo. Preparem-se para se importar profundamente com o destino de um roedor.

O Convite: Entre no Labirinto

Se você achou que O Pintassilgo foi pesado ou que Evelyn Hugo foi dramático, nada vai prepará-lo para a pureza devastadora de Charlie Gordon. Este é um livro que muda a química do cérebro do leitor. Você nunca mais olhará para a inteligência (e para a falta dela) da mesma forma.

As inscrições abrem sexta-feira. O Grupo "A Padaria Donner" é o lugar para quem quer focar na emoção; o Grupo "QI 185" é para quem quer debater a ciência. Escolham com sabedoria, mas saibam: no final, todos nos encontraremos na mesma página, provavelmente com a visão embaçada pelas lágrimas.

P.S.: Por favor, se tiverem oportunidade, coloquem flores no túmulo do Algernon no quintal.

O experimento começa agora.

Achamos que você poderia gostar de...
Carregando...