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Crítica: O auto da compadecida, 2000


SINOPSE
Não recomendado para menores de 12 anos

As aventuras dos nordestinos João Grilo (Matheus Natchergaele), um sertanejo pobre e mentiroso, e Chicó (Selton Mello), o mais covarde dos homens. Ambos lutam pelo pão de cada dia e atravessam por vários episódios enganando a todos do pequeno vilarejo de Taperoá, no sertão da Paraíba. A salvação da dupla acontece com a aparição da Nossa Senhora (Fernanda Montenegro). Adaptação da obra de Ariano Suassuna.

CRÍTICA

"O Auto da Compadecida", filme de 2000 baseado na peça teatral de Ariano Suassuna, é uma comédia dramática que se passa em uma pequena cidade do Nordeste do Brasil. A história gira em torno de dois amigos, Chicó e João Grilo, que se envolvem em diversas confusões enquanto tentam sobreviver e escapar da justiça local. A narrativa é repleta de elementos populares da cultura nordestina, como o humor regional e a religiosidade. 

A trama do filme é cativante e envolvente desde o início. A história é bem desenvolvida, alternando momentos de humor irreverente com um tom mais reflexivo sobre a vida e a morte. As situações vividas pelos personagens principais são engraçadas e ao mesmo tempo trazem questões importantes sobre a moral e o caráter humano. A narrativa é fluida e prende a atenção do espectador até o desfecho, que é inesperado e emocionante.

As atuações no filme são de primeira qualidade. Matheus Nachtergaele, no papel de João Grilo, entrega uma performance excepcional, com uma interpretação convincente e emocionante. Selton Mello, interpretando Chicó, também se destaca com uma atuação bastante natural e carismática. O elenco como um todo apresenta uma ótima química e entrega performances coletivas de alto nível.

A direção de Guel Arraes é muito competente, conseguindo equilibrar com maestria o humor e o drama presentes na história. O roteiro, escrito em parceria com Adriana Falcão e Jorge Furtado, é bem estruturado e utiliza recursos narrativos inteligentes. A cinematografia do filme é bela, retratando a paisagem nordestina de maneira autêntica e cativante. A trilha sonora, composta por Tom Zé, é empolgante e contribui para a atmosfera única do filme. A edição é ágil e consegue manter o ritmo da história.

No que diz respeito à análise estilística, "O Auto da Compadecida" é um filme marcante. A direção de Guel Arraes apresenta uma estética única, com fotografias e enquadramentos que valorizam a cultura nordestina. As escolhas estéticas e autorais do diretor contribuem para uma experiência visual e emocional impactante.

O conteúdo do filme aborda diversos temas relevantes, como a desigualdade social, a moralidade e a religiosidade. "O Auto da Compadecida" provoca reflexões sobre o valor da vida, a busca pela justiça e a importância da solidariedade. Além disso, o filme possui um forte impacto sociocultural ao retratar a cultura nordestina com respeito e autenticidade.

Em comparação com outros filmes do mesmo gênero, "O Auto da Compadecida" se destaca pela sua originalidade e pela forma como retrata a cultura e as tradições do Nordeste brasileiro. O filme consegue mesclar com maestria elementos de comédia e drama, resultando em uma obra única.

Em minha opinião, "O Auto da Compadecida" é um filme que merece ser amplamente assistido. As atuações são brilhantes, a história é envolvente e bem desenvolvida, os aspectos técnicos são excelentes e o filme transmite mensagens relevantes. É uma obra que consegue entreter e fazer refletir ao mesmo tempo, e com certeza recomendaria sua visualização.

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