Casablanca (1942) ► (Resenha)


O enredo de “Casablanca” se baseia na relação conturbada de Richard Blane e Ilsa Lund Laszlo, personagens centrais da trama interpretados por Ingrid Bergman e Humprey Bogart. O filme é ambientado na cidade de Casablanca, Marrocos, no período da Segunda Guerra Mundial, onde aliados e nazistas têm como ponto de encontro comum o Rick’s Café Bar. A cidade abriga refugiados do nazismo que sonham com a possibilidade de fugir para os Estados Unidos.

Rick e Ilsa vivem um ardente caso de amor em Paris anos antes, até o dia em que, misteriosamente, ela o abandona, deixando Rick à sua espera na estação de trem, onde pretendiam fugir da ocupação alemã na França. O conflito da narrativa começa com o reencontro do casal no bar de Rick, que faz resurgir ressentimentos e amarguras da relação mal resolvida. Ilsa é casada com Victor Laszlo, refugiado político que está na mira dos alemães por suspeita de liderar um grupo contra os nazistas.
A narrativa explora, além da relação amorosa dos protagonistas, a situação da Europa durante a guerra, o domínio nazista e a busca pela liberdade. Há um certo apelo patriótico americano, onde os Estados Unidos aparece como éden, a terra prometida.

A construção dos personagens é rica, com um protagonista extramamente definido, com características e personalidade evidentes, com problemas e motivações que fogem aos padrões “mocinho e bandido”. A trama é emoldurada pela canção “As time goes by”, tema do casal Rick e Ilsa e que se tornou atemporal pela qualidade e sintonia com o filme. A frase “Estou de olho em você, garota” é outro marco entre os protagonistas.
O gênero do filme é o romance dramático, com doses de sarcasmos, ironia, suspense, humor entre outros elementos da narrativa cinematográfica.
E apesar da linda história de amor entre os protagonistas, a trama não tem um happy end para eles, pois Rick abre mão da sua amada e a deixa fugir com o marido, contribuindo com a causa da vitória sobre os nazistas.
Sobre os aspectos técnicos de Casablanca, destaque para a bela fotografia, como na cena em que Rick espera por Ilsa na estação de trem, uma cena memorável, com uma atmosfera incrível. A montagem é clássica, com cortes que favorecem os planos e que deixam a narrativa ágil.
Os efeitos dados à base da linguagem cinematográfica nos movimentos de câmera, como quando é apresentada a cidade de Casablanca, ou ainda, o enquadramento close up em Ilsa, quando o músico Sam, começa a cantar “As time goes by”, são momentos marcantes e de destaque. Destaque também para a cena determinante onde Victor Laszlo entoa o hino francês e contagia os demais clientes do bar de Rick, encobrindo os alemães presentes que cantavam o hino nazista.
Outros elementos como os cenários são sumptuosos, como o bar do Rick. Um excelente trabalho da direção de arte que, detalhadamente, focou em todas as cenas e ambientes. Os figurinos caracterizam-se bem à época e aos perfis dos personagens.
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