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[RESENHA #557] Eugénie Grandet, de Honoré de Balzac

 

Eugénie Grandet é um romance de Honoré de Balzac publicado pela primeira vez em 1833. A obra retrata os tipos da vida provinciana na França de então e é considerada a obra que exibe maior aprimoramento narrativo na vasta produção de Balzac .

A história se passa na primeira metade do século XIX e é sobre a história da personagem que dá nome ao livro, e o cotidiano de sua família abastada, numa província francesa. Eugênia é filha única de um rico comerciante avarento, o sr. Grandet .

O livro é rico em detalhes, tanto na ambientação como nos próprios personagens. Honoré de Balzac escreve de forma poética os hábitos da sociedade do interior da França, bem como seus costumes tipicamente rurais e econômicos .

Balzac foi um dos grandes retratistas da burguesia francesa do século XIX e possuía extrema habilidade para criar personagens . Ele nasceu em 20 de maio de 1799 em Tours, região de França, e morreu em 18 de agosto de 1850 em Paris Ele foi um grande precursor do movimento da novela realista popular no século XIX .

Além de Eugénie Grandet, Balzac escreveu outras obras notáveis como A Comédia Humana e A Mulher de Trinta Anos .


Esta história se passa na cidade de Saumur. É lá que vivem Eugénie e sua família normal. Seu pai é um ex-tanoeiro avarento que esconde sua fortuna de sua esposa e filha e os obriga a morar em uma casa velha e congelada, que ele não quer consertar porque, bem, dinheiro deve ser gasto e é exatamente isso que ele tenta evitar. Ler este romance me fez rir várias vezes porque, convenhamos, todos nós conhecemos um Felix Grandet na vida real, pelo menos uma vez. Uma pessoa que acumula dinheiro simplesmente para ver seu esplendor na mesa. Ele precisa saber que o dinheiro existe para que ele possa se sentir seguro. Ele não tem um casaco para enfrentar uma tarde gelada, mas com certeza se sente seguro ao contemplar uma pilha de dinheiro em algum lugar sob seu teto. A maneira como essas pessoas pensam é verdadeiramente notável. Querem ganhar muito dinheiro, não Não querem gastar um centavo e, antes que percebam, suas vidas acabaram. Eles apenas existiram, pois nunca viveram. Infelizmente, eles não podem levar sua riqueza para o túmulo - ou para onde formos depois que partirmos deste mundo. Se houver tal lugar. Do ponto de vista prático, apenas os herdeiros podem ser gratos por esse tipo de vida.

Bom, não sei exatamente do que eu estava falando, mas me parece um bom momento para dizer que Balzac descrevia lugares, situações e personagens nos mínimos detalhes, escapando habilmente do tédio, na maioria das vezes. Sua escrita vívida me permitiu sentir como se estivesse lá, morando em uma casa antiga, compartilhando momentos com a pobre Eugénie, conversando sobre como todo homem que se aproxima dela tem uma agenda. Pois esse é o outro lado da história: as pessoas estão perto de outras pessoas apenas para ver o lucro que podem obter, já que a vida é uma transação comercial. Alguns jovens foram enviados para visitar Eugénie para transmitir suas propostas de casamento, porque suas famílias sabiam de sua riqueza. Naturalmente, tais manobras pensativas e hipócritas não são algo que aparece apenas na classe alta, assim como a verdadeira amizade pode ser encontrada em todas as esferas sociais.

No final, a bondade e o espírito nobre de Eugénie tiveram que coexistir com a avareza de seu pai, com o materialismo de seu mundo. Independentemente da atmosfera egoísta em que teve que respirar, ela aprendeu que outra fonte de felicidade está no ato de ajudar o próximo.

Este maravilhoso romance revela muitos aspectos interessantes de nossa natureza. O impacto do dinheiro nas pessoas e em seus relacionamentos. A superficialidade que muitas vezes ajuda a atingir. A busca constante pelo amor em um mundo de posses.

Em resumo, Eugénie Grandet é uma obra-prima que retrata com habilidade a sociedade francesa do século XIX e é uma leitura recomendada para aqueles interessados em literatura clássica.


[RESENHA #556] A relíquia, de Eça de Queiroz

 


A Relíquia é um romance realista escrito pelo português Eça de Queiroz e publicado em 1887. A obra é profundamente sarcástica e protagonizada por Teodorico Raposo, um sujeito que decide escrever um relato memorialista para contar as experiências que viveu.

A história é narrada em primeira pessoa e associa à narrativa de viagem um olhar bem-humorado sobre a condição de adaptação humana, em seus interesses de posse e em suas ilusões sociais e afetivas, por meio de negociações íntimas, por vezes conflitivas, entre o sacrifício e a recompensa.

Eça de Queiroz nasceu em 25 de novembro de 1845, em Póvoa do Varzim, Portugal. Seus pais não eram casados, o que, na época, era algo escandaloso. Por isso, foi batizado em outra cidade — Vila do Conde. Seu pai era brasileiro e sua mãe, portuguesa.

Além de A Relíquia, Eça de Queiroz escreveu outras obras notáveis como O Crime do Padre Amaro e Os Maias .


A Relíquia, é uma obra-prima cómica que merece ser redescoberta. (...) um romance de um génio cómico absoluto, uma invenção que provoca o riso estrondoso.

O relato que Teodorico faz da sua busca sublimemente absurda na Terra Santa é ao mesmo tempo uma sátira soberba e uma viagem espiritual perturbadora que transcende tanto as suas expectativas como as nossas. Quem poderia esperar o tocante retrato de Cristo que se impõe na visão de Teodorico?

Teodorico quer, desesperadamente, ser o beneficiário do testamento da rica tia (titi) e ela é uma fanática católica pouco racional. Teodorico é um desavergonhado: delirantemente hipócrita e caçador obsessivo de mulheres, arquétipo do falso devoto, o órfão sempre à espreita de uma oportunidade para subir na vida. Ele é uma invenção deliciosamente cómica, não tanto pelo estilo, mas pela obstinação, o que nos leva a admirá-lo pela sua vitalidade constante. Não consigo resistir-lhe: de cada vez que finge ter devoção para agradar aos fetiches da tia, recompensa-se com mais uma puta.
A titi é um monstro sublime, cuja única queixa de Deus é ter cometido o erro de criar dois sexos. Teodorico vive sobre o seu reinado de terror, porque um único erro o deixaria sem herança.

Teodorico Raposão é um debochado mulherengo que usa a beatice com o único intuito de esmifrar a fortuna à Titi: a severa titi, a esverdeada titi, a fria, sovina, castradora, pudica titi, que não morre nem abre os cordões à bolsa verde; invólucro cobiçado e permissório de todas as ambições de Teodorico. Tarefa árdua, para mais Teodorico tem um rival de peso: Jesus Cristo.
Perante a concorrência, Teodorico parte para Jerusalém numa viagem de peregrinação. De lá irá trazer à titi a mais sagrada de todas as relíquias, irá amaciar a velha, deitar mão à fortuna e viver em plenitude a devassidão apetecida.

Se na primeira parte impera o humor e a caricatura, após a viagem e chegada a Jerusalém, a narrativa entra num plano fantasioso: um sonho, um regresso ao passado e Teodorico vê-se a acompanhar o julgamento, o julgamento, o calvário e a crucificação de Jesus Cristo.
Aqui a leitura quer-se lenta; a habilidade descritiva transporta-nos para a cidade, para as praças, para os templos, desperta os sentidos; envolve-nos em cores e aromas, entramos nos ritos quotidianos e na vivência da história que fundou o cristianismo. O regresso a casa, à saudosa Lisboa pauta-se por uma sucessão de situações caricatas e culmina com o suprassumo da ironia.

De todas as obras que li do Eça, foi nesta que encontrei a crítica mais evidente e parodiada ao catolicismo exacerbado e à hipocrisia social.
Apesar dessa paródia, esta é uma obra madura e filosófica que afirma Eça como grande pensador e grande escritor. Homem de vasta cultura, dono de um forte admirável do qual tirava partido como poucos.

É bem possível que Eça tenha sido vilipendiado pela Igreja, quer pela ridicularização de algumas práticas (pouco) católicas envoltas em cinismo e oportunismo, quer pelo modo como desmistificou a autoridade de Cristo e lançou dúvidas perante os princípios fundadores das crenças religiosas. 

Em resumo, A Relíquia é uma obra-prima que retrata com habilidade a sociedade portuguesa do século XIX e é uma leitura recomendada para aqueles interessados em literatura clássica.


[RESENHA #555] A expedição Fawcett, de Percy Fawcett


Sabiam que entre 1906 e 1924 um coronel britânico famosos explorou o território Amazônico e seu paradeiro é desconhecido até hoje? Da selva amazônica boliviana à caatinga baiana, o explorador britânico Percy Fawcett, estudou a fauna, a flora e a arqueologia locais, conhecendo povos indígenas das mais diversas etnias. Até que, em 1925, partiu em sua mais ousada missão: a busca das ruínas de uma cidade perdida, base de uma civilização complexa e repleta de ouro e riquezas. A vida e o mistério do que aconteceu ao coronel Fawcett inspiraram muitas histórias desde então, sendo a mais famosa delas a série de filmes de Indiana Jones. Reunindo cartas, diários e relatos de dez anos de viagens do explorador por florestas e rios perigosos, encontros com povos hostis e amigáveis, doenças e animais selvagens, “A Expedição Fawcett”, organizado por Brian Fawcett, o filho mais novo do coronel, fala sobre uma era de expedições arriscadas, descobertas sobre

RESENHA

Caso minha viagem não seja bem-sucedida, meu trabalho na América do Sul será considerado um fracasso e serei desacreditado como um visionário em busca apenas do enriquecimento pessoal. Ninguém entenderá que não busco glória ou dinheiro para mim mesmo, mas estou cumprindo essa busca sem recompensa, na esperança de que o benefício final para a humanidade justifique os anos gastos nessa jornada.

O lendário explorador britânico Coronel Percy Harrison Fawcett, conhecido por suas crenças místicas, desapareceu em 1925 nas florestas e rios inexplorados do Mato Grosso do Brasil enquanto procurava por cidades "perdidas". Após 10 anos de exploração, ele acreditou saber a localização de uma dessas cidades e partiu em uma última missão, nunca mais sendo visto ou ouvido. Agora, seu filho compilou sua emocionante história a partir de manuscritos, cartas e diários de bordo, mas o que aconteceu com ele ficou um mistério.

Quando uma pessoa deixa uma casa, ela necessariamente deixa para trás traços de sua personalidade. Da mesma forma, uma cidade deserta tem uma melancolia tão poderosa que até mesmo os visitantes menos afetados são afetados por ela. No entanto, cidades antigas em ruínas perderam muito dessa personalidade e não causam o mesmo impacto emocional.

O livro de Coronel Fawcett, editado por seu filho, fornece uma descrição incrivelmente detalhada de suas explorações na Amazônia, fornecendo informações sobre os índios, seu modo de vida, a flora e fauna, alimentação e doenças. O livro também narra suas aventuras no Brasil, Bolívia e Peru, que precederam sua última exploração, da qual nunca mais voltou. Embora os detalhes da jornada e da exploração sejam interessantes, o que mais chama a atenção são as cenas das flagrantes com relação aos direitos humanos nesses lugares selvagens. O livro revela que escravos, tanto europeus quanto de tribos nativas, eram vendidos de um lado para o outro, barões da borracha matavam milhares de homens para gerar mais lucros, e a indústria de mineração de ouro e prata também não era muito melhor. Fawcett, por sua vez, sempre tratou como tribos nativas com gentileza e respeito e ganhou muitos amigos em suas viagens. No entanto, o tratamento bárbaro que outros exploradores e titãs da indústria impuseram não apenas às tribos nativas, mas também aos povos urbanos do Brasil é surpreendente.

Há três tipos de índios percebidos na obra. O primeiro grupo é composto por pessoas dóceis e miseráveis, facilmente domesticáveis. O segundo grupo é formado por canibais perigosos e repulsivos, chamativos. Já o terceiro grupo é composto por um povo robusto e justo, que deve ter uma origem civilizada. No entanto, esperei é encontrado porque evita a localidade de rios navegáveis.

Então, esta obra vai além de ser apenas mais uma ficção de Indiana Jones - seus personagens são conscientes e compassivos, nenhum deles é bidimensional. Em muitos momentos, o livro chega a defender aspectos fascinantes e compreensíveis das tribos e povos nativos.

Um livro convincente, e atrevo à dizer que é um dos melhores do gênero, o Editorial Record acertou na escolha da publicação. Essencial para os fãs de grandes aventuras.

[RESENHA #554]Oliver Twist, de Charles Dickens

Tentar escrever uma 'resenha', para uma obra clássica da literatura, é até certo ponto uma audácia. É ainda mais, especialmente se for uma crítica de romance de Oliver Twist. O livro – 'Oliver Twist' de Charles Dickens tem um enredo interessante e um apelo atemporal. A história gira em torno de um órfão chamado Oliver Twist, cuja mãe morreu ao dar à luz a ele.

A resenha do livro trata do enredo, personagens e narrativa de Charles Dickens. Também lança luz sobre como o autor desafia as discrepâncias da sociedade no romance. A história se passa na Inglaterra do século XIX durante a Revolução Industrial.

Sendo um reformador social, Charles Dickens lançou luz sobre as questões sociais predominantes. As questões incluem diferenças de classe, exploração dos pobres e do trabalho infantil. Os ricos permaneceram ricos e esnobes, enquanto os pobres sofreram. A sociedade determinaria o destino das pessoas. Não havia espaço para os pobres crescerem e prosperarem.

Eles tinham que ficar do jeito que eram quando eram menosprezados. Os pobres continuaram miseráveis, mas os ricos continuariam prosperando. A escritora também enfocou uma sociedade patriarcal, onde a mulher era oprimida e, em muitos casos, tratada como objeto. No livro, o personagem do jovem Oliver representa as lutas na vida negligenciada de crianças que não têm família, são órfãs e pobres em uma sociedade imperfeita.

O escritor ainda chamou a atenção para a vida sórdida dos criminosos e a prática criminosa da Era Vitoriana. Esta resenha do livro de Oliver Twist contém um resumo da trama, bem como pensamentos sobre o romance em geral.

Oliver Twist nasceu em uma casa de trabalho onde sua mãe morreu deixando-o órfão. O jovem cresceu em um orfanato de onde tirou seu nome. O Sr. Bumble o tirou do orfanato e o colocou para trabalhar.

Na casa de trabalho, seu trabalho era colher e tecer carvalho. O trabalho infantil não era incomum naquela época, então não foi muito surpreendente ver ele e outros órfãos trabalhando o dia todo para o benefício da classe dominante recebendo pouco ou nenhum pagamento, extorquidos, sobrecarregados e morrendo de fome. Oliver tinha nove anos na época.

Ele foi vendido a um fabricante de caixões chamado Sr. Sowerberry como aprendiz do Sr. Bumble mais tarde. A Sra. Sowerberry tinha uma personalidade dominadora e manipuladora e Oliver não demonstrava afeto ou cuidado por ela, embora fosse uma mera criança, ele era visto apenas como ajudante de casa.

Ele fugiu de lá depois que o Sr. Sowerberry o atingiu e o puniu por entrar em uma briga com Noah. Ele viajou até Londres a pé, na esperança de fugir da vida miserável que levava até então.

Depois de chegar a Londres, ele conheceu o 'Artful Dodger'. Acontece que ele faz parte de uma gangue de batedores de carteira de meninos liderada por Fagin, um criminoso idoso. A natureza confiante e inocente de Oliver não considerou nenhuma de suas ações desonesta. Ele foi levado para Fagin pelo batedor de carteira. Fagin é um personagem complexo; mesmo sendo um criminoso, ele simpatiza e nutre as crianças enquanto as treina para se tornarem batedores de carteira experientes. Ele não foi retratado como abusivo com as crianças e tinha um canto suave para o menino, Oliver.

Oliver ficou com a gangue de batedores de carteira em seu covil, acreditando que eles faziam carteiras e lenços sem saber de sua linha criminosa de trabalho. Ele soube que a verdadeira missão deles era roubar lenços quando saiu com o 'Artful Dodger' e Charley Bates. De um velho chamado Sr. Bronlow, Bates e Dodger roubam um lenço. Quando ele percebeu, no entanto, o jovem Oliver chamou sua atenção e ele suspeitou de roubo. Tentando fugir de susto, foi pego e levado ao desembargador.

Mas vendo seu rosto e natureza inocentes, o Sr. Brownlow duvidou do fato de que era ele o ladrão. O dono da livraria onde ocorreu o roubo, esclareceu a confusão ao explicar que não era Oliver quem era o ladrão. O Sr. Brownlow levou a criança para sua casa e ficou sob os cuidados da Sra. Bedwin quando ele adoeceu no tribunal. Oliver floresce e se recupera rapidamente da gentileza inesperada deles.

Fagin, temendo que Oliver revelasse seus erros à polícia, queria Oliver de volta em seu covil. Então, quando Oliver foi enviado para pagar os livros, Nancy e Bill Sikes - ambos trabalhando ao lado de Fagin, fizeram um ato de sucesso para capturá-lo e trazê-lo de volta. Os ladrões levaram os livros, a nota de cinco libras e tiraram suas roupas novas. Oliver tentou fugir novamente chamando a polícia. No entanto, Dodger e Fagin o pegaram. Nancy era a única personagem feminina com um senso de retidão diferente que simpatizava com Oliver.

Para envolver novamente Oliver em atividades criminosas, Sikes planejou um roubo e ameaçou tirar sua vida a menos que ele cooperasse. Ele foi então levado para uma casa, solicitado a abrir a fechadura da porta principal antes de ser empurrado por uma pequena janela para entrar na casa. Eles foram ouvidos e o roubo deu errado. Os habitantes da casa atiraram em Oliver por engano e o deixaram ferido. As pessoas da casa, Mrs. Maylie e Miss Rose, levaram-no para cuidar dele.

Os leitores têm uma ideia sobre a identidade de Oliver quando um homem misterioso chamado Monks aparece. Mais tarde, ele foi revelado como meio-irmão de Oliver. Os monges conspiraram com Fagin para destruir a reputação de Oliver para herdar a riqueza de seu pai. Nancy ouviu quando Monks estava explicando como ele rastreou a identidade de Oliver e decidiu informar os benfeitores de Oliver sobre isso. No dia seguinte, o Sr. Brownlow voltou a Londres de uma viagem quando Oliver o viu e o levou para conhecer os Maylies.

Uma obra clássica que promete arrebatar até mesmo os leitores mais exigentes.

[RESENHA #553]O falecido Mattia Pascal, de Luigi Pirandello

 

Nas primeiras páginas, o autor conta-nos que esta é a história de um homem que "morreu duas vezes". Ele ganha uma pequena fortuna trabalhando como contador em uma remota cidade italiana. Ele vive com filhos barulhentos, uma esposa que não se importa mais com ele e uma sogra malvada que o odeia. Enquanto estava fora da cidade por alguns dias, ele soube pela imprensa que o cadáver em decomposição de um homem que cometeu suicídio no sistema de distribuição de água de sua cidade natal foi confundido com o dele. Você é livre! Você embarca em um navio de jogo e realmente ganha dinheiro e constrói uma nova vida para si mesmo em uma cidade distante. Mas viver uma segunda vida não é fácil, e a estrutura vira uma novela grotesca (ou ópera de verdade, já que a obra é traduzida do italiano).

Reconhecido como um dos fundadores do drama e do teatro modernos, o Prêmio Nobel Luigi Pirandello não é muito conhecido na língua inglesa como romancista e contista, mas é o caso. Este humor escrito em 1904 mostra que ele poderia fazer maravilhas em ambos Campos. . Ele aborda uma série de temas recorrentes ao longo de sua carreira de dramaturgo: o irreal e o real e os mistérios da identidade.

O narrador aqui (provavelmente Mattia Pascal) é um excêntrico, um personagem feito de uma divertida comédia, ele é o filho pobre de uma família rica, mas acabou arruinado por um bandido corrupto. Ele vive uma vida miserável como oficial de registros com um casamento conturbado, torturado por sua ex-sogra e atormentado por credores, então ele foge para Monte Carlo, onde a sorte e a fortuna o encontraram. Enquanto está desaparecido em casa, ele é identificado erroneamente como morto (um pouco rebuscado, mas ei, todo mundo comete erros) e vê uma chance de começar uma segunda vida como um mestre criminoso com uma nova identidade e um novo nome. Mas eventualmente ele percebeu que poderia ser apenas Matia Pascal.

Para a frustração e confusão de todos os outros personagens, este romance se tornou um clichê, com um cenário sombrio, misterioso e bem-humorado com um tom áspero. Esta é a morte na bandeja de prata sem a distração da morte! Com uma cópia criada por Mattia - Adriano Meis, Pirandello nos lembra como começou a enfrentar o debate que chama de "uma metáfora estranha e inadequada para nós" e sobre todos os momentos engraçados que este romance oferece, quando penso profundamente e achá-lo tocante. Mattia Pascal começa a perceber lentamente que sua liberdade é parte de uma ilusão e tem um custo, pois ele perde sua identidade e o controle de seu destino, tornando-se cada vez mais cativo.

A obra célebre do autor é o novo lançamento do catálogo da editora Unesp, e promete cativar até os leitores mais exigentes.

[RESENHA #552] La Maison :: minha história na prostituição, de Emma Becker

Neste romance autoficcional instigante, acompanhamos uma jovem que encontra na prostituição uma fonte de prazer e de poder. La Maison apresenta a realidade dos bordéis e das mulheres que trabalham neles, mas desmonta todos os estereótipos relacionados ao assunto.

 

Intrigada com as mulheres que têm como profissão a comercialização do próprio corpo, e tendo a intenção de escrever um romance, a escritora e estudante parisiense Emma Becker se mudou, aos 25 anos, para Berlim, onde a prostituição é legalizada. Sob o nome de Justine, personagem de Marquês de Sade, começou a trabalhar na Maison, um bordel que dava especial liberdade às suas funcionárias. Nos dois anos em que trabalhou como prostituta, na Maison e no Manège ? sendo aquele o paraíso e este, o inferno ?, Emma conviveu com mulheres que eram mães, estudantes e até esposas que escondiam dos maridos sua ocupação.


Fascinada por elas, entre o prazer e a admiração que sentia ao observá-las, Emma narrou sua própria experiência e o afeto por suas “irmãs” – frequentemente acompanhado de amor e desejo. O resultado é esta autoficção audaciosa, considerada por alguns como feminista à sua maneira, repleta de encantamento e realidade. Das melhores às piores experiências, acabamos por nos aprofundar na motivação dessas mulheres e no poder que exercem sobre si mesmas e sobre os homens.


La Maison é um romance que não apenas dispensa estereótipos ligados à prostituição, mas os desafia, apresentando de forma multifacetada quem escolhe essa profissão – no caso de Emma e de outras, não por estrita necessidade, mas por vontade. A partir de uma perspectiva inusitada, e por vezes apaixonada, adentramos as portas daquele bordel berlinense e conhecemos a história das mulheres que trabalharam ali.


“Não consigo reler meus livros sem perceber que sempre escrevi sobre mulheres. Sobre o fato de ser mulher e sobre como isso assume milhares de formas. E esta sem dúvida será a obra de minha vida: matar-me querendo descrever esse fenômeno e aceitar a impressão de ter, em algumas centenas de páginas, avançado meio centímetro. E me esforçar para ficar satisfeita com esse meio centímetro, como se fosse uma grande descoberta. Escrever sobre as putas, que são uma caricatura das mulheres, a nudez esquemática desse estado, ser uma mulher e nada além disso, ser paga por isso, é como examinar meu sexo em um microscópio. E sinto a mesma fascinação que um técnico de laboratório ao observar as células essenciais a toda forma de vida se multiplicarem entre duas lâminas de vidro.” – Emma Becker)



RESENHA


Emma Becker optou por passar dois anos como prostituta em bordéis de Berlim - este livro é fruto de seu relato e experiências. A obra causou um alvoroço em seu lançamento na França, onde a profissão é regulamentada, mas persistente na inflexibilidade. A autora não enxerga, a contrapartida, as profissionais como sendo vítimas e seus clientes como agressores - embora em algumas partes ela narre alguns episódios de tortura psicológica e agressões, o que a fez mudar de um ambiente para outro.


E aqui está a dinâmica do ataque: Becker aponta para as mulheres que escolhem a prostituição, que até gostam dela, e a questão se isso é possível (muito menos aceito sobre isso), ainda é controversa não só na sociedade, mas também entre as mulheres. Becker agora se concentra em mulheres que tomam essa decisão mesmo que pudessem fazer outra coisa se quisessem, ou que consideram outro trabalho seu trabalho principal e apenas querem ganhar mais dinheiro. A exposição da autora sobre os vagos traz a tona uma série de questionamentos, mas abandona muitas outras. A narrativa da autora parece-se bastante com um estudo social, algo como um experimento para sentir na pele o ocorrido, mas se distancia da realidade experimentada pelos veículos de comunicação que expõe mortes dentro do meio, tráfico de humanos, espancamentos e ausência de fiscalização neste meio de trabalho, ainda que legal em diversos países, no Brasil ainda enfrenta resistência, um projeto de lei do deputado Jean Willys propôs a legalização da profissão, das casas de prostituição e da fiscalização, afim de diminuir a taxa de incidentes na profissão, bem como mortes,  ainda assim, a profissão foi regulamentada pelo Ministério do Trabalho, em 2022, mas ainda é vista com maus olhos e estigma pela sociedade, e algumas feministas. Porém, não sei se de fato foi proposital a linha tomada pela autora ao analisar apenas a vida de mulheres com status e a busca por desejos [ao que parece].



E as mulheres que representam são diversas em origem, status familiar, idade, cor, etnia - e o que oferecem a seus clientes. Ela descreve suas personalidades, status de casa, clientes, atividade sexual [conteúdo informativo]. Muitas vezes se assemelha a um estudo social, examinando as percepções e expectativas da sociedade, bem como o que Becker vê como a realidade do trabalho dentro do contexto específico da La Maison.


A autora experimenta na pele o abandono, o tédio, as preocupações e as rotinas que se delineiam em altos e baixos, ela demora à se sentir motivada com suas anotações, tudo parece clichê e previsível, mas logo ela adquire uma nova identidade e mergulha-se profundamente na rotina e nos relatos de sua observância, a obra é, se não, um emaranhado e anotações de sua experiência como prostituta e sua visão estereotipada das mulheres no meio. 


A obra tem muitas facetas, e pode causar reações diversas em leitores distintos, como a negação dos relatos, o absurdo descrito e experienciado, o preconceito do leitor com o tema ou a busca por uma temática não explorada pela autora, porém, devemos nos atentar à primazia de excelência ao qual a autora se submeteu neste relato-experiência.


Um livro bastante perturbador e interessante.

[RESENHA #551] Urupês, de Monteiro Lobato


Urupês é uma coletânea de contos e crônicas do escritor brasileiro Monteiro Lobato, considerada sua obra-prima e publicada originalmente em 1918. Inaugura na literatura brasileira um regionalismo crítico e mais realista do que o praticado anteriormente, durante o romantismo.

RESENHA

Monteiro Lobato (1882/1948) é uma das formas mais marcantes da nossa literatura. Bravo autor, crítico de arte e editor (foi a única pessoa no Brasil a publicar o livro Lima Barreto quando quase ninguém acreditava nele), seu nome é quase que automaticamente associado ao livro infantil, principalmente no ciclo de histórias associado a " Sítio do Pica". - Pau Amarelo" foi adaptado para outras mídias sem literatura e com grande sucesso. No entanto, Monteiro Lobato, como é conhecido o autor, tem um produto que vai além das contribuições impossíveis. fora da web".

"Urupês" é uma das quatro coletâneas de contos que Monteiro Lobato publicou em vida, e seus contos chamam a atenção pelo bom uso do vernáculo e um estilo claro que garante "suas histórias". um recurso que permite uma leitura envolvente do início ao fim, sejam histórias de "ficção realista" ou reflexões de cariz social ou político, económico e/ou filosófico da criação intelectual. escritor.

Lobato era um nacionalista de "quatro caras" e seu nacionalismo o colocou em conflito com tendências atuais, como o modernismo. O cisma desenvolvido pelos estudiosos modernos em relação a Lobato popularizou-se após duras críticas à exposição de Anita Malfatti. Além disso, o nacionalismo do escritor o levou a expressar uma visão bastante negativa e um tanto pessimista do Brasil em que vive. Em suas histórias e em seus pensamentos, o pessimismo, a tristeza e a decepção de Lobato são vistos na relação contrastante entre a riqueza e a beleza de sua terra natal e a imoralidade, hábitos terríveis, pura ignorância e sabedoria tanto da elite quanto das celebridades e esta. O seu sentimento de desilusão com o país que lhe é caro, habitado maioritariamente por gente pouco inteligente, está patente em vários momentos do livro, como no final do livro do maravilhoso conto "Bucólica":


"Luz solar. Depressão, depressão crônica."...

É difícil contar uma história ou outra em uma antologia notável, mas dupla atenção é dada a "A vendetta da peroba" (amarga e perturbadora), "Tortura moderna" (um conto sombrio de desigualdade, elitismo, indiferença e crueldade) , "verso policial" (uma estranha combinação de sátira, raiva e crítica), "O mata-pau" (uma reflexão cruel e pessimista sobre a natureza cruel do homem), "Bocatorta" (uma história maravilhosa com final feliz Edgar Allan Poe), "O Comprador da Fazenda" (uma parte bem simples do livro com fundo humorístico, quase escondendo outra manifestação da grandeza que a ignorância pode ter na natureza humana), "Oh mancha" (que o dono não deve fazer nada; Guy de Maupassant), "Velha Praga" e "Urupês" onde Lobato grita impiedosamente alheio ao caboclo, vulgo "Jeca tatu", conforme o trecho em que fala:


"Nada o acorda. Nenhuma picada o faz ficar de pé. Socialmente, como os indivíduos, em todos os atos da vida, Jeca, antes de fazer movimento, agacha."

Ou:

"Ele não só fala, não canta, não ri, não ama.

Ele é o único, entre tantas vidas, que não vive."

Em defesa do autor, eu diria que ele tentou justificar sua antipatia por "caboclice" com base em sua nacionalidade; ou seja: o "caboclice" é o responsável final pela destruição do meio ambiente e pela falta de progresso tecnológico no século XX, fatores que alimentaram a decadência do Brasil que o escritor tanto amou. Mas, por outro lado, é notável que o autor culpou o caboclo como se suas ações e atitudes fossem inerentemente más e ignorantes, sem levar em conta a desigualdade que existe entre o caboclo e até mesmo os trabalhadores brasileiros. de grandes vítimas.

O próprio autor buscará, então, redimir-se da face do caboclo, defendendo a educação e a higiene pública como formas de melhorar a vida dos pobres no Brasil.

Mas a verdade é que, ainda hoje, Lobato é visto por muitos como um elitista, racista e preconceituoso.

Polêmicas à parte, "Urupês" é um livro de primeira e leitura obrigatória para conhecer, entreter e evocar emoções do nosso país Brasil, que ainda não teve igual.

Lançamentos do Grupo Editorial Record :: Fevereiro

O grupo editorial Record é o maior conglomerado editorial da América Latina, sendo um conjunto editorial de 16 editoras:Record; Verus; Bertrando Brasil; José Olympio, BestSeller, Galera; Junior; Galerinha; Rosa dos tempos; Civilização brasileira; Paz e terra; Difel; Best Business. BestBolso; Viva Livros e Nova Era.  Confira abaixo os títulos recém lançados do grupo para o mês de Fevereiro.












Lançamentos do Grupo Editorial Record :: Janeiro

 O grupo editorial Record é o maior conglomerado editorial da América Latina, sendo um conjunto editorial de 16 editoras:Record; Verus; Bertrando Brasil; José Olympio, BestSeller, Galera; Junior; Galerinha; Rosa dos tempos; Civilização brasileira; Paz e terra; Difel; Best Business. BestBolso; Viva Livros e Nova Era.  Confira abaixo os títulos recém lançados do grupo para o mês de Janeiro.








Lançamentos do Grupo Editorial Record :: Março

O grupo editorial Record é o maior conglomerado editorial da América Latina, sendo um conjunto editorial de 16 editoras:Record; Verus; Bertrando Brasil; José Olympio, BestSeller, Galera; Junior; Galerinha; Rosa dos tempos; Civilização brasileira; Paz e terra; Difel; Best Business. BestBolso; Viva Livros e Nova Era.  Confira abaixo os títulos recém lançados do grupo para o mês de Março.














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