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[RESENHA #509] Vale tudo - O som e a Fúria de Tim Maia, de Nelson Motta


Nelson Motta, em 2007, editou a biografia "VALE TUDO - O Som e a Fúria de Tim Maia", pela Objetiva, dirigida a todos os amantes da boa música e da história musical brasileira. Nelson Cândido Motta Filho, natural de São Paulo, nasceu em 29 de outubro de 1944. Aos seis anos de idade, mudou-se para o Rio de Janeiro. É um renomado jornalista, compositor, escritor, roteirista, produtor musical e letrista. Ele biografou Tim Maia e Glauber Rocha, além de publicar várias outras obras, como "Noites Tropicais", os romances "Ao Som do Mar e à Luz do Céu Profundo", "O Canto da Sereia" e "Bandidos e Mocinhas", o livro de histórias "Força Estranha" e "Nova York é Aqui", todos pela editora Objetiva. Motta Filho também foi autor de "Memória Musical", pela editora Sulina.


Somente alguém como Nelson Motta, amigo íntimo e que trabalhou ao lado de Tim Maia, poderia retratar na obra toda a paixão deste brasileiro, conhecido como Sebastião Maia, mas que gostava de se intitular Tim Maia. Este livro visa captar os momentos criativos e talentosos da vida de Tim Maia, mas também expõe de forma aberta e sem reservas, as altas e baixas da sua vida pessoal conturbada.

Aos 17 anos, Tim deixou a Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, para iniciar sua aventura nos Estados Unidos. Ele só tinha um endereço de um americano que havia passado pelo restaurante de seu pai e nove dólares no bolso. Após muitas incertezas, Tim encontrou a família americana que procurava e foi acolhido como filho. No entanto, um ano depois ele decidiu abraçar seu sonho de independência e deixou a segurança da casa de seus anfitriões para morar sozinho com amigos durante o frio inverno americano. Essa jornada é narrada em 29 capítulos da obra.

O músico passou algum tempo nos Estados Unidos, percorrendo o país sem destino e tendo a oportunidade de conhecer o Rock and Roll americano, rhythm and blues e soul. No entanto, foi preso e deportado, regressando ao Brasil sem um dólar. Ele então contou uma história para encobrir sua deportação, dizendo que suas malas e presentes para todos sumiram no avião. Esse conhecimento adquirido na América permitiu que ele introduzisse esses estilos musicais no Brasil alguns anos mais tarde.

Ao chegar em São Paulo, ele percebeu que os músicos que havia dispensado de seu grupo quando cantava em bares da Barra da Tijuca, como Roberto Carlos e Erasmo Carlos, estavam sendo sucesso e sacudindo o país com a Jovem Guarda na TV. Decidido a encontrar seu lugar nesta cena, ele deixou sua cidade natal, o Rio de Janeiro, e foi para São Paulo.


Nos relatos de Nelson Motta, Tim Maia era conhecido por ter fama de encrenqueiro e maconheiro, o que geralmente o prejudicava. No entanto, também tinha fama de ser alguém que não tinha medo de expressar sua opinião. Vivendo em São Paulo, procurava trazer o rhythm and blues e o soul para a cena musical brasileira, mas seu esforço era em vão pois muitos músicos não conseguiam entender o que ele queria fazer. Esta luta, para conseguir que as pessoas compreendessem a mistura destes dois gêneros musicais com a batida brasileira, tornou-se um desafio para Tim Maia.

Tim, um gordinho, pobre e desconhecido, morava de favor em São Paulo com um cantor de sucesso da época. Enquanto isso, ele via meninas entrarem e saírem dos quartos do amigo e de seu produtor, várias, diariamente. No entanto, nenhuma delas queria ficar com ele, nem por dinheiro nem por favor. A sorte só mudou quando ele gravou a música "Não vou Ficar" com Roberto Carlos e finalmente alcançou o sucesso.

Tim saiu do sofá, onde ele sofreu por muito tempo, e compartilhou um quarto com seu amigo. Lá, eles encontraram um cartaz grande que trazia uma mulher saindo do mar. Essa imagem inspirou Tim a escrever uma canção que rapidamente se tornou famosa em todo o país. A música, intitulada Azul da Cor do Mar, falava sobre a vida e como é preciso entender que enquanto alguns estão sofrendo, outros estão rindo. A parte mais divertida era que essa parte do hit de Tim se referia a ele sofrendo no sofá e seus amigos rindo nos quartos.

Depois de anos no ostracismo, Tim finalmente se tornou uma estrela. Seus álbuns eram uma mistura inteligente de músicas sofisticadas, românticas e dançantes, que conquistaram o público. Ele ganhava muito dinheiro, mas gastava tudo rapidamente.

Tim Maia fazia uma loucura atrás da outra, xingava a Globo em todas as entrevistas, mas não deixava de frequentar os programas do Chacrinha. Quando a atração passou para o Faustão, foi anunciado como convidado, porém não compareceu. Faustão disse no ar que ainda dava tempo de Tim Maia acordar. Como ele não foi, a Globo resolveu proibir que qualquer programa da emissora chamasse o cantor.



TIM MAIA, do BRASIL, era conhecido por sua fúria e talento. Ele não se envergonhava de sua dependência de maconha, uísque e cocaína. Deu entrevistas fumando maconha, e quando a revista VEJA publicou que ele fumou durante toda a entrevista, ele não hesitou em brigar com ela. Infelizmente, isso o levou a acumular processos judiciais, brigas e escândalos.

A saúde e as finanças de Tim Maia começaram a decair e, em 15 de Março de 1998, aos 56 anos, ele partiu deixando saudades. Seu amigo Jorge Bem descreveu seu lado protetor e cuidadoso cantando sobre ele na música W/Brasil, de 1991, e o considerava como um síndico. Segundo Nelson Motta, Tim Maia viveu seu personagem até o último momento, sem conseguir se separar dele.

VALE TUDO O Som e a Fúria de Tim Maia, de Nelson Motta, é uma biografia completa que descreve o processo criativo do artista e a maneira como ele trouxe o rhythm and blues e o soul americanos à música popular brasileira. Além disso, é também uma narrativa rica e engraçada sobre a vida cheia de drogas, brigas e polêmicas de Tim Maia. O livro é, portanto, indispensável para entender a música popular brasileira dos anos 80 e 90, pois é descrita com muitos detalhes, e é também muito divertido de ler. Eu adorei o livro 'Vale Tudo, o Som e a Fúria de Tim Maia'. É uma leitura fascinante que conta a história de um dos maiores artistas de todos os tempos. O livro é bem escrito e abrange todos os principais aspectos da vida e carreira de Tim Maia, desde sua infância no Rio de Janeiro, até suas incríveis conquistas na música, passando por todos os altos e baixos de sua vida tumultuada. É um livro leal, franco e emocionante que certamente agradará aos fãs do cantor. Recomendo vivamente!

Editora Record inicia pré-venda do box comemorativo Umberto Eco


O nome da rosaO cemitério de Praga e O pêndulo de Foucault, três dos maiores romances de Umberto Eco em edições de luxo nesse box digno de um dos mais importantes autores do século XX, com conteúdo inédito no Brasil.

O livro já está em pré-venda e pode ser adquirido no site Amazon, com data para inicio dos envios para 13 de março de 2022.

É impossível negar a importância de Umberto Eco nos mais variados campos das ciências humanas no século XX. Mas também inegável é sua contribuição na literatura. O italiano sempre reuniu com maestria seu conhecimento teórico à habilidade de escrita, criando assim romances que alcançaram não só aclamação da crítica como sucesso de vendas. E nesse box essas obras encontram edições que fazem jus à sua grandiosidade. Além do projeto gráfico primoroso, também conta com um livreto escrito por Raphael Salomão Khède, professor de língua e literatura italiana da UERJ, e ilustrações inéditas no Brasil do próprio Umberto Eco no preparo para O nome da rosa. Um item imprescindível para amantes da literatura.


O nome da rosa (616 páginas)

Em seu primeiro romance, Eco cria um roteiro policial que se desenrola no século XIV em um mosteiro franciscano da Itália. Neste mosteiro, paira a suspeita de heresia, e para a investigação é enviado o frei Guilherme de Baskerville. Porém, a delicada missão é interrompida por sete excêntricos assassinatos. A morte, em circunstâncias insólitas, de sete monges em sete dias e sete noites conduz uma narrativa violenta, que encanta pelo humor e pela crueldade, pela malícia e pela sedição erótica. Esses crimes fazem frei Guilherme atuar como detetive. Ele busca provas, decifra símbolos secretos e manuscritos codificados e trabalha arduamente no misterioso labirinto que é o mosteiro onde eventos extraordinários ocorrem durante a madrugada.

O cemitério de Praga (424 páginas)

Um tratado sobre o mecanismo do ódio e uma espécie de síntese da história do preconceito, esse livro causou desconforto em setores conservadores da sociedade italiana por misturar personagens históricos a um anti-herói fictício, cínico e maquiavélico, capaz de tudo para se vingar de padres, jesuítas, comunistas e, principalmente, judeus. O odioso Simonini, definido por Eco como um dos mais repulsivos personagens literários já criados, é mestre do disfarce e da conspiração. Do nordeste italiano à Sicília, das favelas de Paris às tabernas alemãs, passando pelo bombardeio a Napoleão III, pela Comuna de Paris e pelo caso Dreyfus, Simonini é todas as revoluções, as más escolhas, os erros do século XIX, que Eco reconstrói com rigor histórico.

O pêndulo de Foucault (680 páginas)

Entediados de tanto ler e reler manuscritos de ciências ocultas, Casaubon, Belbo e Diatallevi, três editores da Garamond, na Milão do início da década de 1980, inventam uma farsa que conecta cavaleiros templários medievais a grupos ocultistas ao longo dos séculos. Obcecados com a própria criação, eles produzem um mapa indicando a localização de onde todos os poderes da Terra podem ser controlados ― localizado em Paris, no pêndulo de Foucault. Entretanto, por uma fatalidade, a piada se torna real demais. Quando grupos ocultistas, incluindo satanistas, ouvem falar do Plano, a busca pelo controle de Terra não encontra limites.


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