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[RESENHA #520] O homem e o mundo natural, de Keith Thomas

 

THOMAS, Keith. “O predomínio humano”. In:  homem e o mundo natural: Companhia das Letras, 1988. p. 21- 60.


Keith Thomas é um historiador, nascido em 2 de janeiro de 1933 na cidade inglesa da América do Norte, mais conhecido por seus livros "Religion and the Decline of Magic" e "Man and the Natural World". Ele é professor da Universidade de Oxford e membro da Academia Britânica. No livro "O Homem e o Mundo Natural", o autor fala sobre a relação do homem com o mundo natural e sua visão natural da natureza. trabalho

"destina-se a expressar ideias, algumas das quais foram habilmente expressas, em favor das ideias, pensamentos e sentimentos britânicos do início da era moderna em relação aos animais." , os pássaros, a vegetação e a natureza que eles deram a eles. muitas vezes em lugares que não podemos imaginar hoje” (p.19).

O capítulo “O Domínio do Homem” está dividido em cinco diferentes seções que visam examinar de diferentes formas as correntes de pensamento em favor da superioridade do homem sobre a natureza e as consideradas inferiores.

Na primeira parte, com o subtítulo “Fundamentos teológicos”, o autor parte da visão tradicional de que o mundo foi criado para servir e satisfazer o homem, e que as outras espécies devem se submeter a ele, princípio fundamentado no cristianismo e no cristianismo. no livro de Gênesis da Bíblia, porém, é justamente esse ponto que demonstra as dificuldades que existem nesse processo de domesticação no que diz respeito à história da criação e do pecado, quando o homem foi feito para mandar nos animais e o homem perdeu esse direito de mandar pelo pecado. Ao se referir ao cristianismo para justificar a destruição do ambiente natural pelo homem, o autor levanta questões sobre outras civilizações, embora não seguindo a visão antropológica do cristianismo ocidental, mas também localizadas na área da destruição ambiental. . Para explicar brevemente ao autor, "os problemas ambientais não são exclusivos do Ocidente, como erosão do solo, desmatamento e extinção de espécies que ocorrem em partes do mundo onde as culturas judaica e cristã não têm efeito". (página 29).

Na segunda parte do capítulo intitulado "A subjugação do mundo natural", o autor explica o uso da ciência como uma contribuição para a domesticação da natureza, uma vez que esta qualidade se fortaleceu desde o fim do mundo. Iluminação. O autor passa para a seção seguinte, "A Unidade do Homem", na qual o homem, para afirmar sua superioridade, quer se separar da natureza, baseado principalmente em questões de lugar como ponto de vista. O método split não faz isso. para satisfazer os princípios desejados pelo homem, passou então a buscar os campos de diferentes distâncias ao longo dos séculos, entre eles, as ideias religiosas, as palavras e os pensamentos. Argumentos que buscam puramente documentar essa distinção entre humanos e animais para justificar a domesticação de animais seriam moralmente indefesos diante deles. Esse mesmo tema será discutido na próxima seção, "Conservando as Fronteiras", mas de forma diferente, já que o discurso atualmente é baseado na manutenção das fronteiras entre humanos e animais, focando nos aspectos culturais contidos nos costumes e leis de comportamento com a finalidade de ocultar as várias características e dimensões físicas que podem levar ao comportamento humano e animal, "pois todas as obras da carne têm uma associação indesejável com os animais, com alguns comentaristas argumentando que o equilíbrio do físico, ainda mais do que o racional, separa o homem do animal” (p. 44). estabelece uma linha divisória em relação ao próprio indivíduo, quando de alguma forma ele viola essas leis morais, argumento que o autor examina na quinta parte do capítulo, "sub-humanas", onde linhas divisórias foram estabelecidas para justificar a criação, agora ajudam a justificá-la também. a escravização do próprio homem, que poderia ser considerado inferior, é agora comparado verbalmente a outras pessoas, neste caso consideradas inferiores, aos animais. Ocorreu então um processo de desumanização, para justificar o abuso e a escravidão.

"Se eles devem ser tratados como animais, os humanos devem ser tratados dessa forma. O governo humano removeu os animais da esfera de preocupação humana. Mas também permite o maltrato daqueles que têm direito a isso. presumivelmente vivendo em um animal estado." (página 45)
O autor desenvolve linhas de argumentação que foram usadas ao longo do tempo para apoiar os princípios da superioridade humana. Ao longo deste capítulo, porém, ele desenvolve uma ideia dos fatores que contribuíram para o desenvolvimento desse pensamento antropológico e descarta esses mesmos argumentos, característica que torna a obra um tanto confusa em sua opinião.

[RESENHA #519] História da vida privada no Brasil, de Fernando A. Novais

NOVAIS, Fernando As condições da privacidade na colônia. In: MELLO E SOUZA, Laura, org. cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo: companhia das letras, 1997, p13-39. (col. História da vida privada no Brasil, v.1)

Novais sobre a reflexão da vida privada nas estruturas da colónia portuguesa no Novo Mundo, procurando explorar o diálogo entre as estruturas gerais do universo colonial e as manifestações da privacidade no seu quotidiano. As crônicas de Coeval consideraram o primeiro traço revelador do terreno comum da colônia com o mundo urbano; em segundo lugar, talvez algo estivesse errado, já que o quadro de referência de nosso irmão, que evocava sua estranheza, era um país europeu.

Uma das marcas da Idade Moderna, do Renascimento ao Iluminismo, editado por Roger Chartier. Entre a Idade Média, quando o Ocidente cristão se estabeleceu como uma "comunidade divina" e os mundos racionais e capitalistas contemporâneos foram expostos à mudança do Império, a região era incerta e fascinante. Este guia é expansivo, não mais lúdico, ainda não capitalista . , infelizmente chamado de "mudança".

O colonialismo moderno é um fenómeno global, no sentido de que envolve todas as esferas da existência, mas a sua dinâmica encontra-se ao nível político e económico. A colonização do Novo Mundo esteve diretamente relacionada ao processo de formação do Estado e expansão comercial que marcou a abertura da Europa moderna.

A colônia era considerada uma extensão, uma extensão da metrópole, mas ao mesmo tempo estava abandonada. A população de uma colônia na visão urbana é igual à população de um município, mas o município é a região de onde as pessoas vêm e a colônia é a região de onde as pessoas vêm. A forte mobilidade era vista como uma característica demográfica do mundo colonial, contra a relativa estabilidade do Velho Mundo. E primeira face deste movimento e do seu rápido crescimento, a colónia tinha uma população comparável à de Portugal, entre 3 e 4 milhões de pessoas.

Uma economia colonial intensiva em recursos, com baixa taxa de replantio, exibe um padrão de crescimento amplo, tende a ser móvel, e isso suporta a dispersão contínua de pessoas no sentido de expandir a área de domínio colonial, além a capacidade de exploração econômica; que as nações modernas em construção da Europa estavam construindo umas sobre as outras, uma competição para proteger os espaços da exploração colonial.

Mobilidade, dispersão, instabilidade são características de populações em colônias divididas, o quadro no qual as relações-chave são integradas à vida cotidiana. A diversidade de comunidades nessa colônia era necessária, e das interações e relações desse caos, essa classe de imigrantes emergiu no cotidiano, depois vemos que “só os madeireiros brasileiros são brasileiros, depois os imigrantes os encontram paulistas, pernambucanos, mineiros , etc., para se apresentarem como brasileiros.

A diversidade era o principal e mais importante fator entre senhores brancos e escravos negros; e como resultado mestiço nasceu escravo. Das estruturas básicas do colonialismo emergiram as condições de vida características, incluindo as expressões quotidianas e de proximidade das sociedades coloniais, onde se evidenciaram as estruturas básicas e a repetição dos acontecimentos.

Uma colônia que não seja o país-mãe, bem como um condado dependente que não seja um estado soberano; enquanto na Europa houve uma transição da servidão feudal para a classe trabalhadora através do trabalho independente de fazendeiros e artesãos, no mundo colonial o trabalho forçado e, finalmente, a escravidão é enfatizada.

A reforma religiosa, a reforma religiosa protestante e a reforma religiosa católica, conduziram este processo em luta, que mostrou a necessidade insuperável de um Estado completo para se sustentar, manter a unidade religiosa. O compromisso da Igreja estava centrado em ganhar os pagãos para o seio da cristandade e manter os colonos presos a doutrinas estritas.

Por outro lado, considera-se que a exploração cristã, a exploração como uma necessidade para alcançar o objetivo da evangelização; por outro lado, nas ações sociais, parece ser o contrário, que a exploração se encarrega de ser normativa.

[RESENHA #518] Os bestializados, de José Murilo /cap 4


O livro é apresentado pelo autor com uma clareza de escrita tornando-o de fácil entendimento. A proposta do autor é contextualizar o leitor com os acontecimentos que anteriores a Revolta da Vacina, embora ele mencione, em vários trechos, que as fontes pesquisadas exigem cuidados especiais, sendo eles os jornais e revistas da época, depoimentos de testemunha ocular e breve relatórios policiais e dos poucos processos criminais.

José Murilo de Carvalho também descreve comparativos da Revoltas populares no Brasil e as Revoltas ocorridas na França, como forma de esclarecer ao leitor as diferenças com relação principalmente à violência.

É perceptível que o objetivo principal do mesmo é mostrar a participação popular e as formas como se deu no período e para isso achou fundamental mostrar o cotidiano na riqueza de detalhes, que realmente te remete ao cenário. Descreve o clima na cidade do Rio de Janeiro antes da Revolta da Vacina que era de insatisfação, principalmente no setor econômico. Rodrigues Alves assume um governo, no qual seu antecessor, Campos Sales, saia sob imensa vaia, pois tinha sido de recessão econômica produzida por uma politica de combate à inflação, sendo assim Rodrigues Alves enveredou por programa intensivo de obras públicas, financiado por recursos externos, que conseguiu dar inicio à recuperação econômica. De imediato promoveu as obras de Saneamento e de reforma urbana da cidade e assim, descreve que o mesmo, “conseguiu poderes quase ditatoriais” para o engenheiro Pereira Passos, nomeado prefeito e para o medico Oswaldo Cruz, nomeado diretor do Serviço de Saúde Pública, com isso a estrutura da cidade passa por transformações, o “bota-abaixo” como José Murilo Carvalho conta em sua comparação que Haussmann fez em Paris, que casas e vários prédios da cidade foram demolidos, bairros inteiros aterrados para dar lugar a praças e para o alargamento de ruas e avenidas, o que facilitaria o trânsito.

Por lado da saúde publica se organiza em três etapas, sendo a primeira no combate a febre amarela, no combate do mosquito, na segunda no combate da peste bubônica, cujo combate exigia a exterminação de ratos e pulgas e a limpeza e desinfecção de ruas e casas, sendo os alvos as áreas mais pobres e de maior densidade demográfica. E para que isso fosse cumprido às brigadas de saúde eram acompanhadas por soldados da policia. Isso tudo já desagradava ao povo, pois muitos tinham que reformar ou abandonar suas casas e as terceira etapa de combate a epidemias, foi à vacinação obrigatória contra a Varíola, no qual causou o desagravo geral, pois a obrigatoriedade da vacina limitava e infligia o direito dos cidadãos. Isso denunciava o domínio do país das oligarquias na qual Rodrigues Alves se incluía, pois para se obter a Modernidade, tratavam e impunham uma vacina como se fossem nas fazendas de gado, mas vacinar pessoas não é a mesma coisa que vacinar gado, pessoas se revoltam, e quando implantaram leis não levaram em conta os fatores psicológicos, sociais e culturais, a vida do cidadão sendo vigiada e controlada, uma vez que atestado da vacina era requerida para todos os atos da vida civil. A vacinação, porem foi o estopim da Revolta e entrou para historia, mas ela foi muito mais que isso.

A Revolta da Vacina se deu, segundo o autor, por uma serie de fatores e uma das maiores características foram as atuações da imprensa da época, em especial caricaturas, pois atingia a população analfabeta. A imprensa propagava ideias, através de boatos, contra a lei e a politica da vacinação, dizendo que o poder público não podia invadir as casas da população e impor a vacina uma vez que a mesma transmitia doença. O autor explica as articulações contra a lei da vacina dos operários, uma vez que boatos contra a honra dos chefes de família foram espalhados, “por haver aí penetrado desconhecido amparado pela proclamação da lei da violação do lar e da brutalização aos corpos de suas filhas e de sua esposa”. Foi quando tudo começou. No dia 10 de novembro de 1904 uma pequena manifestação de estudantes pregava a resistência à vacina. O líder estudantil foi preso a assim iniciou-se a revolta violenta. José Murilo Carvalho, narra detalhadamente os diversos conflitos da revolta, a tomada das ruas do Rio de Janeiro, com ataque e queima de bondes, tomadas de fabricas, delegacias, bem como a sua cada vez mais violenta repressão, inclusive o decreto de Estado de Sítio e a vinda de reforços militares de outros Estados. Nessa parte do texto ele mostra a dificuldade dos historiadores brasileiros em encontrar fontes, pois diferente das revoltas na França, a maioria dos presos não foram processados, só os lideres, muitas vezes elementos da elite, sendo assim ficou difícil à identificação e a ideologia desses revoltosos. As fontes exigiam cuidado especial, na ausência de processo, restam os jornais e revistas da época, esses emitiam opiniões diversas sobre os revoltosos. Mas mostrou, através de tabelas, o perfil dos presos com os boletins dos chefes de policia que no seu entender, por terem uma precisão numérica eram mais “fidedignas”, visto isso aponta que muitos dos presos e mortos eram operários, comerciantes, estudantes, militares, isso destaca que os motivos morais da Revolta, tantas da elite como às classes populares se incomodaram com a ação invasiva do governo, os primeiros lutavam pelos seus direitos sob a doutrina do liberalismo, os mais simples lutavam achar uma violação a privacidade do lar e a honra.

Existiu uma presença significativa de operários entre as vitimas, apesar das divergências internas dentro do movimento operário e do conflito de interesses ente os operários do Centro das Classes Operárias, mais ligado ao governo, e os operários de tendência mais anarquista, eles permaneceram mais ou menos coesos durante a revolta, e José Murilo de Carvalho defende que foi o Centro o grande responsável por traduzir o movimento de oposição dos jornais para as ruas.

[RESENHA #517] As barbas do imperador, de Lilia Moritz Schwarcz


As barbas do imperador nos apresenta uma mistura de ensaio expositivo e biografia de d. Pedro II, este livro apresenta o mito da monarquia ao descrever, por exemplo, a construção de palácios, a mistura de festas francesas e tradições brasileiras, como uma boa sociedade executa belamente a arte do auto aperfeiçoamento, criando medalhas, emblemas, compostos frases. e brasão, o envolvimento do rei e a utilização da sua imagem nas cerimónias populares. Com suas penas de rouxinol, Pedro II legitimou a aceitação da cultura tropical; então, ao trocar as vestes reais pelas roupas de um cidadão, ele de alguma forma anunciará o declínio do Império. Promovendo um rico diálogo entre sua argumentação e o rico imaginário apresentado, o autor mostra que a monarquia brasileira não é apenas um mito poderoso, mas muito unificado. 1999 Prêmio Jabuti de Melhor Redação e Biografia

Schwarcz apresenta seu texto considerando o "mito do Aukê", que, segundo ele, ajuda "a entender a monarquia brasileira como uma experiência compartilhada por diferentes pontos de vista e passível de muitos restauros".

Discutirá, a partir desta lenda, a relação do Imperador e todas as reivindicações a favor ou contra ele, ele ainda questionará, com muita precisão, algum equívoco ou direção conflitante que a história A História ofereceu neste contexto, “afinal”. explicar para sempre, quase sessenta anos, de monarquia rodeada de repúblicas? Ou melhor, "como fazer isso?" negros e mestiços?”.

O autor também menciona o conflito estrutural ainda enraizado na cultura e na cultura do Império, “longe das opulentas cortes da Europa, capital da monarquia brasileira, que em 1838 contava com cerca de 37 mil escravos de uma população total de 97.000 habitantes, e em 1849, com uma população de -206.000, 79.000 foram capturados.” Ele também disse que "neste lugar, a corte e os palácios representam as ilhas hipócritas da Europa cercadas por mares tropicais".

Sobre "a relação Brasil-África", Schwarcz descreve "um intercâmbio mais amplo do que se pode imaginar à primeira vista". João José Reis, o escritor citado por Schwarcz, defende que "havia uma atitude régia, circulando entre os negros, que parecia ser a recriação de ideias de liderança africana, reforçadas experimentadas na colónia, e depois no país O príncipe herdeiro A popularidade de d. Pedro II entre os negros do Rio [...] A ideia do rei como fonte de justiça [...] ] também estiveram presentes na América, inclusive escravos".

A combinação de uma compreensão da cultura europeia com outras ideias locais, criadas na época colonial, é um dos pontos mais relevantes para compreender como os símbolos se arranjam para se adequarem à cultura, onde "o chapéu real conviveu com o chapéu divino e o ideia de realeza". O final está completo. catolicismo estrito brasileiro", e as relações forjadas nesse contexto, incluem "um amplo leque de expressões populares, como o carnaval", que, segundo o autor, "foi alimentado por cenas régias".

"Na verdade, em pleno continente americano, o Brasil era desprezado por outras repúblicas" (...). "Cercada de repúblicas, a monarquia brasileira tem mais obstáculos ao reconhecimento: de um lado, o ostracismo de outras nações americanas; de outro, difíceis relações com os países das Américas. País da Europa".

"Entre continuidade dinástica, persistência e modificação cultural, valores seculares e obscenos se misturam: as origens européias não expiram, mas se combinam com um ambiente único".

Schwarcz ainda observa que, "se do lado dos eleitos, o uso quase irônico da 'imagem do rei' (...) ".

"Governador de 1840 a 1889, d. A vida de Pedro II é contada em episódios dramáticos e ele é marcado a partir deles. Primeiro rei nascido no Brasil, Pedro de Alcântara é comparado a Deus. Criança na tradição portuguesa, considerado Imperador de os deuses na liturgia brasileira, entendida como d. Sebastião foi o último fiel às previsões de Vieira Filho de Bragança, Habsburgo e sobrenome Descendente direto dos Bourbons, d. Pedro é reconhecido como um deus europeu menor, cercado de mestiços. Mãe órfã em um ano, órfão de pai aos dez, governador aos catorze, mutilado, exilado aos 64, no seu caminho é difícil ver onde começa o discurso mitológico da memória, onde termina o discurso sobre política e ideologia ; onde a história começa, onde existem as metáforas”.

“Por isso não importa saber se o rei é educado ou não, muito inteligente ou não tem talento. É melhor encontrar uma maneira de construir a lenda deste Reino, o rei destes trópicos, por conta própria.”

Ao examinar Schwarcz, percebe-se que seu objetivo é encontrar as histórias e expressões que compõem a imagem de Pedro de Alcântara, muitas vezes motivada pelos interesses de um segmento da sociedade que tem O valor mais importante é o dinheiro, e reproduz o melhor contexto para uma nova interpretação.

[RESENHA #516] O homem cordial, de Sérgio Buarque de Holanda


O homem cordial”. In: HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

O Homem Cordial, escrito por Sérgio Buarque de Holanda, é um livro que aborda a cultura brasileira e sua relação com o tratamento entre as pessoas. O livro traz reflexões profundas sobre a forma como os brasileiros interagem e se relacionam entre si. Ele também explora o que significa ser cordial e o que significa ser rude.

O primeiro tema do livro é o "Cordialismo", ou seja, o tratamento amigável e afetuoso entre as pessoas. O autor explica que o cordialismo é um meio de estabelecer um relacionamento que gere reciprocidade de sentimentos e respeito entre as partes. Ele mostra que este tipo de relacionamento está presente no Brasil desde as épocas coloniais.

O segundo tema é a relação entre o cordialismo e a educação. O autor acredita que o comportamento cordial é uma forma de educação que deve ser ensinada desde cedo. Ele argumenta que a educação deve ensinar as crianças a lidar com o outro de maneira respeitosa e afetuosa.

O terceiro tema é o significado do cordialismo no Brasil. O autor afirma que o cordialismo é uma forma importante de expressão cultural. Ele acredita que o cordialismo é um meio de unir as pessoas e desenvolver o sentimento de comunidade entre elas.

Por fim, o autor discute a relação entre a educação e o cordialismo. Ele acredita que a educação deve ser usada para ensinar as pessoas a serem mais cordiais. O autor argumenta que a educação deve ensinar as pessoas a serem mais tolerantes e a aceitar as diferenças entre elas.

O Reino de Deus não é uma extensão do círculo familiar, no qual não há integração de determinados grupos e desejos como se realiza na família. O que existe entre o Estado e a família é a descontinuidade e a oposição. Eles diferem no contexto, a cidade, o Estado não existe, não tem personalidade, a família tem uma realidade tangível e palpável. A common law ocupa certo lugar, portanto, o Estado, não tendo personalidade, leva vantagem sobre a família.

Só quando o comando da família for ultrapassado é que nascerá o Estado, quando a pessoa se tornar cidadã, se tornar contribuinte, eleitor e prestar contas às leis da cidade, quando o todo for ganho alguma coisa.

A estrutura familiar que dominava a antiga relação de trabalho, nas antigas empresas construídas em família (com igual conforto e necessidades para todos) foi substituída pelo sistema industrial, sistema que separa os trabalhadores dos empregadores. Este extinguiu o espírito de intimidade e reavivou as tensões de classe, o trabalhador, nessa nova forma de se relacionar, torna-se um número, não mais uma relação humana.

Hoje, a educação familiar, segundo os psicólogos, deveria ser uma espécie de período preparatório, uma introdução à vida em sociedade. As pessoas cada vez mais se distinguem pelas “qualidades” de suas famílias, daí a importância de estimular a aplicação da individualidade na infância, pois a sociedade do ponto de vista atual já possui algumas características.

Não é fácil para os detentores de cargos públicos, moldados por origens familiares e patriarcais, entender a diferença entre a esfera privada e o domínio público. Existem dois tipos de funcionários, os funcionários patriarcais e os burocratas, este é o primeiro tipo de funcionário que existe no Brasil, em seu corpo político de governo se manifestam seus interesses específicos. Portanto, é definitivamente um reflexo da família na sociedade.

O Brasil oferece ao mundo o "Homem Amigo", a hospitalidade e a generosidade que caracterizam o caráter brasileiro, a influência ancestral no padrão de vida rural e patriarcal. Eles não significam bom comportamento ou respeito, porque no comportamento há algo atraente e um "homem bom" tem elementos de fundo emocional. No Brasil, não há compulsão em realizar um ritual, "pessoa gentil" é naturalmente transformada em receita. Com isso, pretende-se estabelecer proximidade, fato que pode ser constatado no campo das línguas, como o acréscimo do sufixo "inho" à abreviatura, de forma a torná-la mais acessível a outras línguas, sentidos e emoções.

A vida do brasileiro é definida por uma emoção de base moral, aspecto que vai além das relações pessoais e vai para o comércio (onde é preciso ser amigo do cliente para chegar lá)), religião (relacionado a relacionamentos íntimos como os que os santos travam ) entre outros.

* Festivais brasileiros confortáveis ​​e personalizados.

Em suma, O Homem Cordial é um excelente livro que traz reflexões profundas sobre a cultura brasileira e sua relação com o tratamento entre as pessoas. O autor explora os temas do cordialismo, da educação e do significado do cordialismo no Brasil. É um livro interessante e importante para quem deseja entender melhor a cultura brasileira e o tratamento entre as pessoas.

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