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CRÍTICA: O Mal não existe (2023)

Imagem: Mubi / Divulgação

O Mal Não Existe (Aku wa Sonzai Shinai, 2023), dirigido pelo aclamado cineasta japonês Ryûsuke Hamaguchi, é uma obra que transcende as expectativas de um drama ecológico, transformando-se em uma meditação profunda sobre a relação entre humanidade, natureza e moralidade. Após o sucesso global de Drive My Car (2021), que conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional, Hamaguchi retorna com um filme que combina contemplação estética, narrativa enigmática e uma crítica sutil, mas contundente, ao capitalismo predatório. Ambientado na vila rural de Mizubiki, próxima a Tóquio, o filme explora as tensões entre uma comunidade local e uma empresa que planeja construir um acampamento de luxo, ou “glamping”, ameaçando o equilíbrio ambiental e social do vilarejo. Esta crítica analisa todos os elementos do filme — narrativa, direção, atuações, fotografia, trilha sonora, design de produção, temas e impacto cultural — em uma exploração detalhada que atende ao pedido de um texto extenso e envolvente.

O Mal Não Existe segue Takumi (Hitoshi Omika), um lenhador e faz-tudo que vive com sua filha, Hana (Ryo Nishikawa), na vila de Mizubiki, uma comunidade rural cercada por florestas e riachos cristalinos. A vida dos moradores é marcada pela simplicidade e pela harmonia com a natureza, com atividades como cortar lenha, coletar água de nascentes e cultivar alimentos definindo o ritmo cotidiano. Esse equilíbrio é ameaçado quando uma empresa de entretenimento de Tóquio anuncia planos para construir um acampamento de luxo na região, um projeto que promete atrair turistas urbanos em busca de uma “fuga” para a natureza, mas que coloca em risco o abastecimento de água e a biodiversidade local. A resistência dos moradores, liderada por Takumi, e as interações com os representantes da empresa, Takahashi (Ryuji Kosaka) e Mayuzumi (Ayaka Shibutani), formam o cerne do conflito, que evolui de uma disputa prática para uma alegoria sobre o impacto humano no meio ambiente.

Lançado no Festival de Veneza de 2023, onde conquistou o Grande Prêmio do Júri (Leão de Prata), O Mal Não Existe é uma colaboração entre Hamaguchi e a compositora Eiko Ishibashi, cuja trilha sonora desempenha um papel central na narrativa. O filme, com 106 minutos de duração, estreou nos cinemas brasileiros em julho de 2024 e foi amplamente discutido por sua abordagem contemplativa e por um desfecho ambíguo que dividiu opiniões. Sua relevância no cenário cinematográfico atual reside na capacidade de abordar questões ambientais sem cair em clichês, enquanto mantém a assinatura estilística de Hamaguchi: um cinema que privilegia a observação, a ambiguidade e a profundidade emocional.

A narrativa de O Mal Não Existe é estruturada em três atos distintos, cada um com aproximadamente 30 minutos, uma precisão quase matemática que contrasta com a aparente fluidez do filme. O primeiro ato é puramente contemplativo, introduzindo o espectador ao universo de Mizubiki através de longos travellings pelas copas das árvores e cenas do cotidiano de Takumi e Hana. Essa abertura, que pode desanimar espectadores menos pacientes, estabelece a conexão visceral entre a comunidade e a natureza, com a câmera de Hamaguchi adotando a perspectiva da floresta, como se a própria natureza observasse os humanos.

O segundo ato apresenta o conflito central, com a chegada dos representantes da empresa para uma reunião com os moradores. A cena da assembleia é um dos pontos altos do filme, combinando humor sutil e tensão crescente. Os moradores, inicialmente receptivos, questionam o projeto com argumentos fundamentados sobre o impacto ambiental, revelando a superficialidade dos planos da empresa. Hamaguchi utiliza diálogos naturais, cheios de hesitações e mal-entendidos, para expor as contradições do discurso corporativo, sem recorrer a vilões caricatos.

O terceiro ato marca uma virada inesperada, transformando o filme em um suspense ecológico com tons místicos. Sem revelar spoilers, o desfecho abandona a contemplação inicial e mergulha em uma narrativa sombria e enigmática, que deixa mais perguntas do que respostas. Essa mudança brusca de tom foi criticada por alguns como desconcertante, mas é precisamente essa ambiguidade que torna o filme memorável, desafiando o espectador a interpretar o que constitui o “mal” do título.

A estrutura narrativa reflete a influência do “slow cinema”, com longas tomadas que convidam à imersão, mas também dialoga com o suspense, remetendo ao trabalho de Kiyoshi Kurosawa, mentor de Hamaguchi. A ausência de catarse tradicional e a recusa em oferecer explicações fáceis reforçam a ideia de que a narrativa é menos sobre resolução e mais sobre provocar reflexão.

Ryûsuke Hamaguchi consolida sua reputação como um dos grandes cineastas da atualidade com O Mal Não Existe. Sua direção é marcada por uma sensibilidade única, que combina precisão técnica com uma abordagem intuitiva. Inspirado pela colaboração com Eiko Ishibashi, Hamaguchi concebeu o filme como um diálogo entre imagens e música, com a trilha sonora moldando a narrativa desde a fase de roteiro. Essa inversão do processo criativo — onde as imagens foram criadas para complementar a música, e não o contrário — resulta em uma obra que é tanto visual quanto sensorial.

Hamaguchi faz escolhas ousadas, como os cortes abruptos que interrompem a trilha sonora e as cenas, criando um senso de estranhamento que ecoa o conceito freudiano de Das Unheimliche (o estranho familiar). A transição de um drama realista para um conto alegórico no terceiro ato demonstra sua coragem em desafiar convenções, mesmo que isso custe a acessibilidade do filme. A influência de sua formação em estética e cinema, bem como sua admiração por diretores como Robert Bresson e Eric Rohmer, é evidente na maneira como ele equilibra minimalismo e complexidade emocional.

Apesar de suas qualidades, a direção de Hamaguchi não está isenta de críticas. O ritmo lento do primeiro ato pode alienar espectadores que esperam um conflito mais imediato, e a falta de desenvolvimento profundo para personagens secundários, como Takahashi e Mayuzumi, pode frustrar quem busca maior conexão emocional. No entanto, essas escolhas são consistentes com a proposta do filme, que prioriza a temática ambiental e a alegoria em detrimento de arcos individuais.

O elenco de O Mal Não Existe entrega performances contidas, mas poderosas, que refletem o estilo naturalista de Hamaguchi. Hitoshi Omika, que também trabalhou como assistente de direção em outros filmes de Hamaguchi, é a âncora do filme como Takumi. Sua interpretação é minimalista, com poucas falas e gestos sutis que transmitem uma mistura de estoicismo, ternura e intensidade reprimida. A cena da assembleia, onde Takumi confronta os representantes da empresa com argumentos precisos, destaca a força de Omika, que transforma um homem comum em um símbolo de resistência.

Ryo Nishikawa, como Hana, é uma revelação. Sua presença na tela, marcada por curiosidade infantil e uma conexão intuitiva com a natureza, adiciona leveza ao filme e serve como um fio condutor emocional. A relação entre Takumi e Hana, embora pouco verbalizada, é o coração do filme, com momentos como o passeio na floresta ilustrando a transmissão de valores entre gerações.

Imagem: Mubi / Divulgação

Ryuji Kosaka e Ayaka Shibutani, como os representantes da empresa, trazem humanidade aos seus papéis, evitando estereótipos. Suas performances capturam a ambiguidade moral de pessoas presas em um sistema capitalista, com momentos de dúvida e empatia que complicam a dicotomia entre “heróis” e “vilões”. O elenco secundário, composto por moradores da vila, adiciona autenticidade, com diálogos improvisados que reforçam a sensação de uma comunidade real.

A fotografia de Yoshio Kitagawa é um dos elementos mais impressionantes de O Mal Não Existe. O filme abre com um travelling prolongado pelas copas das árvores, filmado de baixo para cima contra um céu branco, criando uma sensação de imersão na floresta. A paleta de cores, dominada por tons de branco, verde e cinza, reflete a pureza e a fragilidade do ambiente natural, enquanto as tomadas noturnas do terceiro ato, com um azul escuro intenso, evocam mistério e ameaça.

Kitagawa utiliza enquadramentos que posicionam a natureza como protagonista, com os personagens frequentemente vistos à distância, como se fossem parte de um ecossistema maior. A transição do travelling inicial, que representa harmonia, para o plano final, com uma floresta envolta em escuridão, é um exemplo magistral de como a fotografia reforça a narrativa. O design de produção é minimalista, com locações reais em Mizubiki que destacam a autenticidade do vilarejo, desde as casas rústicas até os riachos cristalinos.

A trilha sonora de Eiko Ishibashi é um componente essencial do filme, funcionando como um personagem à parte. Composta por cordas sinistras e melodias minimalistas, a música cria uma dualidade de serenidade e aflição, refletindo o equilíbrio precário entre harmonia e conflito. Ishibashi, que colaborou com Hamaguchi em Drive My Car, utiliza silêncios estratégicos e cortes abruptos para intensificar o estranhamento, especialmente nas cenas de transição.

O design de som é igualmente notável, com o ruído da floresta — o canto dos pássaros, o fluxo da água, o vento nas árvores — criando uma paisagem sonora imersiva. Sons ocasionais, como tiros distantes de caçadores, introduzem uma sensação de ameaça sutil, enquanto o silêncio nas cenas noturnas amplifica a tensão. A integração entre trilha e som ambiente é tão orgânica que o espectador é levado a sentir a floresta como um espaço vivo e vulnerável.

O Mal Não Existe é, em sua essência, uma fábula ecológica que questiona a relação da humanidade com a natureza. O título, aparentemente ingênuo, é uma provocação: o “mal” não é uma entidade distinta, mas uma força difusa que emerge das ações humanas, particularmente do capitalismo irresponsável. O projeto de glamping simboliza a exploração predatória, com sua promessa de “conexão com a natureza” mascarando interesses financeiros. Hamaguchi critica a superficialidade do turismo ecológico, que transforma ecossistemas em mercadorias, sem considerar o impacto nas comunidades locais.

O filme também explora a ideia de equilíbrio, um conceito central na filosofia japonesa. Takumi, em uma cena, explica que a chave para a sobrevivência da vila é respeitar os ciclos naturais, uma lição que a empresa ignora. A presença de cervos, descritos como pacíficos, mas perigosos quando feridos, serve como uma metáfora para a natureza: bela e generosa, mas capaz de retaliar quando agredida. Hana, com sua curiosidade infantil, representa o futuro da humanidade, enquanto sua vulnerabilidade no terceiro ato simboliza o custo da negligência ambiental.

A ambiguidade moral é outro tema crucial. Hamaguchi evita maniqueísmos, retratando os representantes da empresa não como vilões, mas como indivíduos presos em um sistema que os desumaniza. A cena em que Takahashi expressa admiração pela vida simples de Takumi ilustra o desejo humano por conexão autêntica, mesmo em meio à alienação corporativa. O desfecho, com sua violência enigmática, sugere que o “mal” pode não ser externo, mas uma força interna desencadeada pelo desequilíbrio.

O Mal Não Existe foi amplamente elogiado pela crítica internacional, com destaque para sua estreia em Veneza, onde recebeu uma ovação de oito minutos. Publicações como The Guardian e Variety destacaram sua complexidade e poder sensorial, enquanto o ScreenDaily o descreveu como “absorvente” e “silenciosamente poderoso”. No Brasil, o filme foi celebrado em plataformas como o AdoroCinema e o CinePOP, que elogiaram sua crítica social e a coragem de Hamaguchi em adotar um desfecho provocador. No entanto, algumas críticas, como as publicadas no AdoroCinema, apontaram o ritmo lento e o final ambíguo como barreiras para o público geral, com espectadores menos familiarizados com o “slow cinema” expressando frustração.

No contexto brasileiro, O Mal Não Existe ressoa com questões locais, como a preservação da Amazônia e os conflitos entre comunidades tradicionais e interesses corporativos. A cena da assembleia, com moradores confrontando forasteiros, ecoa debates sobre megaprojetos em áreas indígenas, tornando o filme relevante para audiências que enfrentam dilemas semelhantes. Sua exibição na 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e a distribuição pela Imovision reforçaram seu impacto no circuito de arte, embora seu apelo comercial seja limitado pelo estilo contemplativo.

O filme também dialoga com outras obras que abordam tensões rurais, como Acabe com Eles (Bring Them Down, 2024), que explora rivalidades familiares na Irlanda rural, e As Bestas (2022), que trata de conflitos entre locais e forasteiros na Galícia. Em comparação, O Mal Não Existe se distingue por sua abordagem filosófica e pela integração de elementos místicos, que o aproximam de uma parábola. A influência de Fallen Angels (1995), de Wong Kar-wai, é menos direta, mas a ênfase de Hamaguchi na trilha sonora e na estética sensorial sugere uma conexão com o cinema asiático que privilegia a experiência sobre a narrativa linear.

O Mal Não Existe é uma obra-prima contemplativa que consolida Ryûsuke Hamaguchi como um dos cineastas mais inovadores da atualidade. Com sua narrativa enigmática, fotografia deslumbrante e trilha sonora hipnótica, o filme oferece uma experiência sensorial que provoca reflexão sobre a relação entre humanidade e natureza. Embora seu ritmo lento e desfecho ambíguo possam dividir opiniões, essas escolhas reforçam sua força como uma fábula ecológica que desafia clichês e convida o espectador a questionar o que constitui o “mal”. Para o público brasileiro, a obra ressoa com questões ambientais e sociais urgentes, enquanto sua universalidade a torna um marco do cinema contemporâneo. O Mal Não Existe não é apenas um filme para ser assistido, mas uma jornada para ser sentida, discutida e lembrada.

Crítica: Tempo, 2021

Foto: Reprodução

 SINOPSE

Não recomendado para menores de 14 anos

Neste novo thriller misterioso e arrepiante intitulado de Tempo, acompanhamos um grupo de pessoas durante uma viagem para uma ilha tropical. Quando eles chegam em uma praia deserta, algo estranho começa a acontecer: todos passam a envelhecer rapidamente e anos inteiros passam em questão de minutos. Eles, então, precisam descobrir o que está acontecendo antes que suas vidas sejam encurtadas drasticamente. Estrelado por Gael Garcia Bernal e dirigido por M. Night Shyamalan, mesmo diretor de O Sexto Sentido (1999), Corpo Fechado (2000) e Fragmentado (2016).

Foto: Reprodução

 CRÍTICA

Tempo é um filme de suspense americano de 2021 escrito, dirigido e produzido por M. Night Shyamalan. É baseado na história em quadrinhos suíça de língua francesa Sandcastle, de Pierre Oscar Lévy e Frederik Peeters. O filme apresenta um elenco composto por Gael García Bernal, Vicky Krieps, Rufus Sewell, Alex Wolff, Thomasin McKenzie, Abbey Lee, Nikki Amuka-Bird, Ken Leung, Eliza Scanlen, Aaron Pierre, Embeth Davidtz e Emun Elliott. A trama segue um grupo de pessoas que envelhecem rapidamente em uma praia isolada que é cercada por um mineral estranho contido nas rochas responsável por envelhecer rapidamente as pessoas, chegando a ter apenas um dia de vida.

Guy e Prisca Cappa estão se separando e levam os filhos Maddox e Trent para um resort tropical como última férias em família. Lá, conhecem outros hóspedes e descobrem que a praia está envelhecendo rapidamente quem a frequenta. Conflitos e tragédias acontecem enquanto eles tentam entender e sobreviver a essa situação, com alguns membros das famílias morrendo devido às condições médicas aceleradas pelo envelhecimento rápido.

Ao longo do filme, revelações e eventos trágicos ocorrem, culminando na morte de vários personagens, incluindo os próprios Guy e Prisca. O suspense e a tensão aumentam à medida que os sobreviventes tentam encontrar uma maneira de escapar da praia misteriosa e mortal.

"Tempo" é um filme que consegue prender a atenção do espectador do início ao fim, com uma trama original e cheia de reviravoltas. A atuação do elenco é impecável, especialmente de Gael García Bernal e Vicky Krieps, que conseguem transmitir toda a angústia e desespero de seus personagens diante da situação terrível em que se encontram. A direção de M. Night Shyamalan é brilhante, criando uma atmosfera de suspense e tensão que mantém o público na ponta da cadeira. Além disso, a cinematografia do filme é deslumbrante, capturando a beleza e a imponência da praia isolada onde a história se desenrola. "Tempo" é um filme que instiga a reflexão e deixa o espectador pensando muito tempo após o término da projeção, mostrando que Shyamalan ainda é capaz de surpreender e cativar o público com suas histórias intrigantes e envolventes.

Crítica: Ritual - Presença maligna, 2020

Imagem: Reprodução
SINOPSE
Não recomendado para menores de 14 anos

Após se mudarem para uma nova casa no interior da Inglaterra, Marianne, seu marido Lionel e sua filha Adelaide acabam percebendo que estranhos e assustadores eventos começam a acontecer, levantando as suspeitas de que as pessoas da cidade escondem um segredo terrível. Com a ajuda de um famoso ocultista, o casal vai testar toda a sua fé, buscando descobrir a aterrorizante verdade sobre a presença maligna que habita sua casa e deseja possuir sua filha Adelaide.

CRÍTICA

Imagem: Reprodução


Com uma premissa interessante, Ritual é uma obra que conta com uma trilha sonora instigante, bem como a atuação dos atores. Nota-se, entretanto, que em ao menos um ponto do filme houve uma tentativa de salvar o roteiro. No desenvolvimento, observa-se a tentativa do roteirista e do diretor de driblar os clichês dos filmes de terror e assombração, uma vez que todo enredo se desenvolve na casa do reverendo. No início do filme somos introduzidos a sons, imagens e descrições das mortes dos antigos moradores do local, mas são apresentadas sem foco e trabalhadas nas cenas seguintes com pouca informação, tornando o enredo um misto de cenas desconexas e sem sentido.

O filme poderia ter sido melhor se estivesse alinhado em uma premissa central que se desenvolvesse de forma satisfatória, mas isso não ocorre. Nota-se diversas nuances estranhas que não se conversam em nenhum instante, como o mistério envolvendo a empregada da casa, a morte dos antigos moradores, o envolvimento da filha que começa a agir como se estivesse possuída, mas isso não fica explícito em nenhum momento. Há também uma forte tendência em alinhar o roteiro com um cenário de guerra, que é falha e mencionada de forma superficial. Além disso, o forte cenário religioso envolvendo não apenas o padre e o bispo na história, mas também monges desnecessários, não contribui para o enredo. Tudo faz-nos acreditar que todo ocorrido era apenas uma forma da mãe e antiga moradora se vingar do ocorrido em relação à sua filha e sua morte, mas essa ideia não é bem desenvolvida.

Imagem: Reprodução


O roteiro claramente tentou trabalhar de forma que todas as histórias e enfoques conversassem entre si, mas isso não ocorre. A ambientação e fotografia merecem cinco estrelas, pois são impecáveis. Toda a atmosfera é altamente densa e poderia funcionar bem em um enredo elaborado com mais afinco e com menos acontecimentos interligados de forma tão confusa.

Enfim, o filme é interessante, mas não o suficiente para prender a atenção. Nota-se que a tentativa de fugir dos filmes de assombração e trazer um roteiro mais robusto foi falha. É uma pena, pois a premissa é interessante, mas a execução deixou a desejar.

Crítica: Meu malvado favorito 3,

SINOPSE

Em Meu Malvado Favorito 3, nos anos 1980, Balthazar Bratt fazia muito sucesso através de sua série de TV, onde interpretava um vilão chamado EvilBratt. Entretanto, o tempo passou, ele cresceu, a voz mudou e a fama se foi. Com a série cancelada, Balthazar tornou-se uma pessoa vingativa que, nas décadas seguintes, planejou seu retorno triunfal como vingança. Gru e Lucy são chamados para enfrentá-lo logo em sua reaparição, mas acabam sendo demitidos por não terem conseguido capturá-lo. Gru então descobre que possui um irmão gêmeo, Dru, e parte com a família para encontrá-lo no país em que vive.

CRÍTICA

Meu Malvado Favorito 3 é uma animação que mantém o charme e a diversão da franquia, trazendo novos personagens e desafios para o ex-vilão Gru e sua família. Desta vez, Gru descobre que tem um irmão gêmeo chamado Dru, que o convida para voltar à vida de crimes. Enquanto isso, ele também precisa enfrentar um novo inimigo, o ex-astro de TV Balthazar Bratt, que quer se vingar do mundo por ter sido esquecido nos anos 80.

O filme tem vários aspectos positivos, como o ritmo, o humor, o visual e a trilha sonora. O ritmo é ágil e dinâmico, sem deixar o espectador entediado. O humor é bem variado e agrada tanto as crianças quanto os adultos, com referências culturais, situações absurdas e os adoráveis Minions. O visual é caprichado e colorido, criando um universo rico e atraente. A trilha sonora é animada e combina com o clima do filme, destacando-se as músicas dos anos 80, que embalam as cenas do vilão Bratt.

O enredo é simples, mas bem construído, com uma boa dose de ação, aventura e emoção. O filme mostra a evolução de Gru, que precisa equilibrar sua relação com seu irmão, sua esposa, suas filhas e seus Minions. O filme também aborda temas como a família, a identidade, o passado e o futuro, de forma leve e divertida.

Meu Malvado Favorito 3 é um filme que vale a pena assistir, pois é uma ótima opção de entretenimento para toda a família. O filme é uma sequência que mantém o mesmo nível das produções anteriores, sem perder a originalidade e a qualidade. Eu recomendo este filme para quem gosta de animação, comédia e aventura. Eu dou 4 estrelas para este filme. 🌟🌟🌟🌟

Crítica: Meu malvado favorito 2, 2013

SINOPSE

Gru (voz de Steve Carell/Leandro Hassum) mudou radicalmente sua vida e agora seu negócio é se dedicar às filhotas Agnes (Elsie Fisher), Edith (Dana Gaier) e Margo (Miranda Cosgrove), deixando de lado os tempos de vilão. Ele só não contava que seu passado de "ladrão da Lua" pudesse falar mais alto e ser responsável pelo seu recrutamento, através da AVL (Liga Anti-Vilões), para salvar o mundo na companhia da agente Lucy (Kristen Wiig/Maria Clara Gueiros). Juntos, eles precisam localizar o criminoso que roubou a fórmula PX41, e Gru desconfia que um antigo "concorrente", chamado El Macho (Beijamin Bratt/Sidney Magal), possa ser o responsável por essa maldade. Para completar os problemas, o parceiro Dr. Nefário (Russell Brand/Luiz Carlos Persy) resolveu abandoná-lo e Margo está vivendo seu primeiro amor.

CRÍTICA

Meu Malvado Favorito 2 é uma animação divertida e cativante, que continua as aventuras do ex-vilão Gru e suas três filhas adotivas. Desta vez, Gru é recrutado por uma agência secreta para combater um novo inimigo, que planeja usar uma arma química para transformar animais e pessoas em monstros. No meio dessa missão, Gru conhece e se apaixona por Lucy, uma agente simpática e atrapalhada, que se torna sua parceira e sua futura esposa.

O filme tem vários pontos positivos, como o humor, os personagens, o visual e a trilha sonora. O humor é bem dosado e agrada tanto as crianças quanto os adultos, com piadas inteligentes e situações engraçadas. Os personagens são carismáticos e bem desenvolvidos, especialmente os Minions, que roubam a cena com suas travessuras e sua linguagem própria. O visual é colorido e detalhado, criando um universo rico e atraente. A trilha sonora é animada e combina com o clima do filme, destacando-se a música Happy, de Pharrell Williams, que foi indicada ao Oscar.

O enredo é simples, mas bem construído, com uma boa dose de ação, romance e emoção. O filme mostra a evolução de Gru, que deixa de ser um malvado favorito para se tornar um pai amoroso, um espião corajoso e um marido feliz. O filme também aborda temas como a família, a amizade, o amor e a redenção, de forma leve e divertida.

Meu Malvado Favorito 2 é um filme que vale a pena assistir, pois é uma ótima opção de entretenimento para toda a família. O filme é uma sequência que supera o original, mantendo o mesmo charme e a mesma qualidade. Eu recomendo este filme para quem gosta de animação, comédia e aventura. Eu dou 4,5 estrelas para este filme. 🌟🌟🌟🌟✨

Crítica: Meu malvado favorito, 2010


SINOPSE

A pirâmide de Gizé foi roubada, sendo substituída por uma imensa réplica a gás. O feito é considerado o roubo do século, o que mexe com o orgulho de Gru (Steve Carell). Desejando realizar algo ainda mais impressionante, ele planeja o roubo da Lua. Para tanto conta com a ajuda dos mínions, seres amarelados que trabalham como seus ajudantes, e do dr. Nefario (Russell Brand), um cientista. Só que para realizar o roubo terá que tomar de Vetor (Jason Segel), o ladrão da pirâmide, um raio que consegue diminuir o tamanho de tudo que atinge. Sem conseguir invadir a fortaleza de Vetor, Gru encontra o plano perfeito quando vê as três órfãs Margo (Miranda Cosgrove), Agnes (Elsie Fisher) e Edith (Dana Gaier) entrarem no local para vender biscoitos. Ele então vai ao orfanato e resolve adotá-las. Só não esperava que, aos poucos, fosse se afeiçoar às irmãs.

CRÍTICA

Meu Malvado Favorito é um filme de animação muito divertido e sincero sobre um personagem extremamente vil transformado pelo amor de três meninas. Não foi projetado para ser uma comédia engraçada, mas sim uma aventura de desenho animado que termina de forma otimista.

O filme começa com o roubo da grande pirâmide de Gizé. O mundo está preocupado com quem roubou a pirâmide. O vilão Gru está chateado porque há outro vilão por aí que é mais covarde do que ele. Ele reúne centenas de pequenos ajudantes para realizar o maior assalto de todos os tempos: roubar a lua! Gru acredita que o Evil Bank financiará seu ato covarde.

Enquanto isso, três meninas órfãs vendem biscoitos para o orfanato. O cruel Gru manda Agnes, Marge e Edith embora, então elas vão visitar o nerd que se tornou vilão, Vector, que na verdade compra seus biscoitos.

Gru descobre que Vector roubou a Grande Pirâmide e tenta roubá-la dele, mas tudo o que ele faz falha. O presidente do Evil Bank, que costumava ser chamado de Lehman Bros., diz a Gru que não vai lhe dar mais dinheiro até que mostre ao banqueiro a máquina de raios que encolhe. Infelizmente, Vector rouba a máquina de encolhimento de Gru.

Gru adota as três crianças para poder contrabandear biscoitos robóticos para o esconderijo de Vector e roubar a arma de raios encolhida. O que Gru não espera é que as três meninas roubem seu coração e o transformem através de seu amor inocente, bondade e gentileza. Vector ou Gru irão roubar a lua? Quem será o maior ladrão de todos? O que acontecerá com as três meninas? O filme se torna uma corrida até o final, mas a corrida termina de uma forma que ninguém espera.

Raramente um filme é inteligente o suficiente para realmente surpreender o público. Em muitos aspectos, MEU MALVADO FAVORITO faz exatamente isso. Desde o início, cada uma das três meninas faz uma oração sincera para serem adotadas. Claramente, suas orações foram atendidas. O filme mostra o egoísmo e as qualidades desprezíveis do coração de cada pessoa, mas também mostra o poder transformador do amor, especialmente o amor das três meninas. Portanto, o cerne da história é uma história de redenção.

Existem muitos momentos divertidos em MEU MALVADO FAVORITO e algumas cenas engraçadas. No entanto, o filme é mais ação e aventura do que engraçado. Há muita violência nos desenhos animados. Algumas dessas cenas podem ser questionáveis para pais exigentes, como o uso de armas de lula, armas de raios, armas de piranha, golpes, empurrões, lutas e assim por diante. Também há algum humor escatológico. A maioria da violência, se não toda, é voltada para a ação e não é muito assustadora. No entanto, pesquisas mostram que, quando a violência parece divertida e não assustadora, as crianças têm mais probabilidade de imitá-la se forem propensas a isso, então os pais devem ter cautela.

Dito isso, o final é tão inspirador e redentor que supera as falhas do filme.

CRÍTICA: A vida é bela (1997)



A Vida é Bela (1997): Uma obra-prima que mescla humor e tragédia para transmitir ensinamentos poderosos

"A Vida é Bela" (La vita è bella, 1997), dirigido por Roberto Benigni, é um filme italiano que se destaca pela sua habilidade única de mesclar humor e tragédia para transmitir ensinamentos poderosos. Ambientado durante a Segunda Guerra Mundial, o filme conta a história de Guido, um homem judeu que usa sua imaginação e amor inabalável para proteger seu filho dos horrores do Holocausto. Ao abordar temas tão complexos, "A Vida é Bela" nos lembra da importância da esperança, do amor e da resiliência mesmo nos momentos mais sombrios.

Desenvolvimento:
O enredo de "A Vida é Bela" se desenrola em duas partes distintas. Na primeira parte, somos apresentados ao protagonista Guido, interpretado brilhantemente por Roberto Benigni, um homem carismático e cheio de imaginação, que conquista o coração de Dora, interpretado por Nicoletta Braschi. Através de seu humor e criatividade, Guido conquista não apenas o amor de Dora, mas também a propriedade de todos ao seu redor.

No entanto, a alegria é interrompida com o início da Segunda Guerra Mundial. Guido e seu filho Giosué, interpretado por Giorgio Cantarini, são enviados para um campo de concentração nazista. Mesmo diante da brutalidade e desumanidade do cenário, Guido decide proteger seu filho da realidade tolerante, conviveu a situação em um jogo imaginário. Com habilidade e amor inabalável, ele faz com que Giosué acredite que está participando de uma competição para ganhar um tanque de guerra.

"A Vida é Bela" nos ensina a importância da esperança e da resiliência mesmo em tempos de adversidade. Guido, com sua atitude positiva e humor, enfrenta as circunstâncias mais difíceis com coragem e experiência. Ele nos mostra que, mesmo nos momentos mais difíceis, podemos encontrar beleza e alegria se mantivermos viva a chama da esperança.

Outro ensinamento fundamental presente no filme é o poder do amor e do apetite. Guido faz tudo o que está ao seu alcance para proteger seu filho, arriscando sua própria vida para mantê-lo seguro. Sua dedicação e amor incondicional nos lembram da importância de proteger e proteger aqueles que amam, mesmo diante das circunstâncias mais cruéis.

Recepção do público:
"A Vida é Bela" foi amplamente aclamado tanto pela crítica quanto pelo público. A obra recebeu vários prêmios, incluindo três Oscars, nas categorias de Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Ator (Roberto Benigni) e Melhor Trilha Sonora Original. A interpretação de Benigni foi especialmente elogiada, pois ele conseguiu equilibrar perfeitamente os momentos de comédia e drama, transmitindo de forma genuína a mensagem do filme.

"A Vida é Bela" é uma obra-prima cinematográfica que nos emociona e nos ensina importantes lições de vida. Ao retratar a Segunda Guerra Mundial através dos olhos de Guido e Giosué, o filme nos lembra da importância da esperança, do amor e da resiliência mesmo diante das maiores adversidades. A habilidade de Roberto Benigni em mesclar humor e tragédia de forma tão delicada e poderosa é o que torna essa obra tão marcante e inesquecível. "A Vida é Bela" é um seguido de que, mesmo nos momentos mais sombrios, a vida pode ser bela se soubermos encontrar a luz dentro de nós.

CRÍTICA: Wall Street – Poder e Cobiça, 1987

Wall Street: Poder e Cobiça (1987), dirigido por Oliver Stone, é um filme que retrata o mundo dos negócios em Wall Street durante os anos 1980. O filme, estrelado por Michael Douglas como o icônico Gordon Gekko, é uma crítica contundente ao capitalismo desenfreado e à busca pelo poder e pelo dinheiro.

A narrativa segue a história de Bud Fox (Charlie Sheen), um jovem corretor de valores que sonha em se tornar um dos grandes nomes de Wall Street. Fox se aproxima de Gekko, um poderoso investidor conhecido por sua ganância e falta de escrúpulos. Fox acaba se envolvendo em atividades ilegais e manipuladoras para alcançar o sucesso financeiro.

O filme expõe o lado sombrio do mundo dos negócios, retratando a cultura de ganância, corrupção e excessos que permeiam Wall Street na época. O personagem de Gordon Gekko é um ícone do capitalismo desenfreado, representando a busca pelo lucro a qualquer custo, mesmo que isso signifique prejudicar outras pessoas e destruir vidas.

Wall Street: Poder e Cobiça é um filme importante e relevante, mesmo décadas após seu lançamento. O filme nos ensina sobre a importância da ética e dos valores em um mundo movido pela ambição. Bud Fox é seduzido pela promessa de riqueza e poder, mas acaba descobrindo que o preço a ser pago por suas escolhas é alto demais. O filme nos alerta para as consequências de nossas ações e nos lembra que o verdadeiro sucesso não está apenas na retenção de riquezas, mas também na integridade e nas relações humanas.

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