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Prêmio: Os melhores do ano do mercado editorial

Os melhores do ano chegaram e eles estão imperdíveis. A listagem de vencedores foi elaborada perante uma votação em nossas mídias sociais, e nossos leitores escolheram por categoria. Confira abaixo os vencedores.


1. Melhor poesia: Poesia te escrevo agora, de João Cabral de Melo Neto


Lançada originalmente em 2010, com o título João Cabral de Melo Neto: Poemas para ler na escola, esta antologia ganha agora uma edição ampliada, mostrando sua atualidade e relevância.
João Cabral de Melo Neto, autor de um dos poemas mais conhecidos da nossa literatura – Morte e vida severina –, é dono de uma poesia atemporal, que influenciou gerações de leitores. Ao contemplar diversas fases da trajetória artística do poeta, esta seleção traz também seus temas mais emblemáticos, tornando-se uma perfeita porta de entrada para os que querem ter contato com sua obra, sem desconsiderar aqueles que já estão familiarizados com ela.
A educação pela pedraMuseu de tudo e Uma faca só lâmina são apenas alguns dos livros que emprestaram seus versos para Poesia, te escrevo agora, que se divide em quatro partes: figuras e paisagens; o nordeste, seus heróis e destino; objetos; e, o poeta. Ao fim, é possível vislumbrar com nitidez a engenharia poética e a genialidade deste admirável escritor.


"– Afinal, o que é poesia?
 O que dá taquicardia.
Com essas palavras, João Cabral define seu trabalho.
Sua principal missão?
Não sou político nem creio que literatura mude nada na sociedade; mas achei que devia deixar meu protesto.
Vale ler, reler, decifrar as entrelinhas, debater talvez, mas sobretudo sentir."
Inez Cabral


2. Melhor livro infantil: corpo, corpinho, corpão, de Mey Clerici e Ivanke


Uma garotinha muito animada nos apresenta aos seus amigos e à sua família, nos mostra sua casa e nos explica para que servem algumas partes do corpo – a boca serve para cantar cantigas de dinossauros, os braços para escalar bem alto e o cabelo para proteger a cabeça do frio. Tudo isso para contar um pouquinho sobre quem ela é e mostrar que cada corpo é de um jeito. Aos poucos ele cresce, se transforma e carrega todas as nossas histórias.
Interativa, a obra da dupla argentina Ivanke e Mey Clerici traz abas em suas últimas páginas, para mostrar brincando e na prática o corpo em fase de crescimento.

3. Melhor livro de ficção: VIA ÁPIA, de Geovani Martins


Depois de estrear na literatura com a coletânea de contos O sol na cabeça e alçar de imediato a condição de ponta de lança da ficção brasileira, com forte repercussão internacional, sendo publicado por grandes editoras em mais de dez países, Geovani Martins publica seu primeiro romance – Via Ápia. Nesta engenhosa narrativa sobre os impactos da instalação da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na vida dos moradores da Rocinha, a trama é dividida em três partes: a expectativa com relação à invasão; a ruidosa instalação da UPP; e a silenciosa partida da polícia e a retomada dos bailes funk que fazem o chão da favela tremer. Em capítulos curtos, que trazem perspectivas cruzadas, o narrador nos conduz pelas vidas dos cinco jovens protagonistas – suas paixões, amizades, dramas pessoais, ambições, frustrações, sonhos e pesadelos.
Brilhante nos diálogos e mestre na narrativa, Martins é também certeiro no diagnóstico dos efeitos perversos da guerra às drogas. Ao enviar sua tropa de choque para a Rocinha, o Estado parece apresentar uma única resposta aos problemas do Brasil: a morte. A resposta dos moradores é bem outra: a vida, sempre ela, é o que faz a favela pulsar.

4. Melhor livro de não-ficção: Uma terra prometida, de Barack Obama


No comovente e aguardado primeiro volume de suas memórias presidenciais, Barack Obama narra, nas próprias palavras, a história de sua odisseia improvável, desde quando era um jovem em busca de sua identidade até se tornar líder da maior democracia do mundo. Com detalhes surpreendentes, ele descreve sua formação política e os momentos marcantes do primeiro mandato de sua presidência histórica – época de turbulências e transformações drásticas.
Obama conduz os leitores através de uma jornada cativante, que inclui suas primeiras aspirações políticas, a vitória crucial nas primárias de Iowa, na qual se demonstrou a força do ativismo popular, e a noite decisiva de 4 de novembro de 2008, quando foi eleito 44º presidente dos Estados Unidos, o primeiro afro-americano a ocupar o cargo mais alto do país.
Ao refletir sobre a presidência, ele faz uma análise singular e cuidadosa do alcance e das limitações do Poder Executivo, além de oferecer pontos de vista surpreendentes sobre a dinâmica da política partidária dos Estados Unidos e da diplomacia internacional. Obama leva os leitores para dentro do Salão Oval e da Sala de Situação da Casa Branca, e também em viagens a Moscou, Cairo e Pequim, entre outros lugares.
Acompanhamos de perto seus pensamentos enquanto monta o gabinete, enfrenta uma crise financeira global, avalia a figura de Vladímir Pútin, supera dificuldades que pareciam insuperáveis para aprovar a Lei de Assistência Acessível (Affordable Care Act), bate de frente com generais sobre a estratégia militar dos Estados Unidos no Afeganistão, trata da reforma de Wall Street, reage à devastadora explosão da plataforma petrolífera Deepwater Horizon e autoriza a Operação Lança de Netuno, que culmina com a morte de Osama bin Laden.
Uma terra prometida é extraordinariamente pessoal e introspectivo – o relato da aposta de um homem na história, da fé de um líder comunitário posta à prova no palco mundial. Obama fala com sinceridade sobre os obstáculos de concorrer a um cargo eletivo sendo um americano negro, sobre corresponder às expectativas de uma geração inspirada por mensagens de "esperança e mudança" e sobre lidar com os desafios morais das decisões de alto risco. É honesto sobre as forças que se opuseram a ele dentro e fora do país, franco sobre os efeitos da vida na Casa Branca em sua esposa e em suas filhas e audacioso ao confessar suas dúvidas e desilusões. Jamais duvida, porém, de que no grande e incessante experimento americano o progresso é sempre possível.
Brilhantemente escrito e poderoso, este livro demonstra a convicção de Barack Obama de que a democracia não é uma benção divina, mas algo fundado na empatia e no entendimento comum e construído em conjunto, todos os dias.

5. Melhor autor: Manoel de Barros


MANOEL DE BARROS (1916-2014) nasceu em Cuiabá, mas foi criado numa fazenda próxima a Corumbá. Em 1937, publicou seu primeiro livro de poesia, Poemas concebidos sem pecado. A partir de então, conquistou vários prêmios importantes, nacionais e internacionais, e sua obra foi traduzida para diversos idiomas.

6. Melhor biografia: Freddie Mercury, de Lesley-Ann Jones


Freddie Mercury dispensa apresentações. Mas o que há por trás desse mito do rock? Como ele era nos bastidores? Como foi sua infância e por que ele a escondeu tão bem?

Freddie era uma figura pouco convencional no meio do showbiz. Carente, inseguro, com uma forte personalidade, fã de ópera, mitologia e astrologia, Farrokh Bulsara, também conhecido como Freddie Mercury, é uma figura que merece ser conhecida de perto. Freddie Mercury: A biografia definitiva é uma ótima oportunidade para isso.

De longe, Freddie Mercury era um roqueiro carismático, talentoso, extravagante e performático. De perto, era o oposto: dono de um temperamento infantil e em constante crise com sua aparência e seu passado. Originário da exótica Zanzibar, havia muitos caminhos para Farrokh Bulsara seguir.

Mas quis ele - com a ajuda do destino - se tornar Freddie Mercury, considerado por muitos o maior vocalista da história do rock. À frente do Queen por mais de vinte anos, ele emplacou sucessos, participou de festas homéricas, lotou estádios, se envolveu em romances e marcou a música para sempre.

A verdade é que existem vários “Freddies” entre o Mercury e o Bulsara. Para falar sobre eles, só mesmo quem o conheceu de perto. Amigos, amores, companheiros de banda, empresários e, claro, a jornalista Lesley-Ann Jones, autora deste livro.

Ela foi amiga íntima não só de Freddie, mas também daqueles próximos a ele, o que lhe permitiu ter livre acesso a todos que fizeram parte da trajetória do Queen. Trajetória que é narrada nas páginas e no encarte de fotos deste livro de forma intensa, pessoal e sem pudores.


7. Melhor Editora: Record


A record juntamente com todo conglomerado editorial do Grupo Editorial record está celebrando 80 anos de publicações e recebeu mais de 30.000 votos como a melhor editora do ano.

Livros clássicos gratuitos para downloads


Escritos antigos refletem a cultura de um povo ou um período da história humana. Seus autores são verdadeiros artistas, dedicados a trabalhar a linguagem de forma única e a pensar temas que sempre farão parte de nossas vidas.

Mas mesmo com sua importância percebida, os clássicos são deixados de lado até mesmo por leitores diligentes. Muitas pessoas têm dificuldade de aprender, antes mesmo de entrar em contato com a profissão.

Neste post, vamos quebrar estereótipos sobre a antiguidade e contar os motivos que justificam o estudo dessas obras ultrapassadas, além de mostrar como esse conhecimento pode ser útil para seus alunos e sua trajetória dentro e fora da sala de aula. Confira!

Iracema

Uma das histórias de amor mais aclamadas da literatura brasileira, Iracema apresenta o romance do herói branco com a virgem dos lábios de mel. A bela índia Iracema detém o segredo da Jurema, que lhe cobra virgindade. O valente guerreiro português Martim tem a missão de fiscalizar a costa cearense contra invasões estrangeiras. Desse amor proibido nasce o primeiro mestiço, símbolo do povo brasileiro. Obra mais conhecida da literatura romântica nacionalista de José de Alencar, Iracema é uma aventura épica recheada de lirismo poético.

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Senhora, de José de Alencar

Uma das obras mais românticas da literatura nacional, Senhora, de José de Alencar, apresenta como protagonista Aurélia Camargo, mulher de caráter firme e personalidade imperiosa, que aos dezoito anos já é dona de si.
Filha de uma pobre costureira, Aurélia namora com Fernando, que a rejeita para se casar com uma moça rica. Ao herdar uma grande fortuna do avô, Aurélia passa a ser muito disputada por pretendentes, mas resolve articular um plano para se casar com o ex-namorado.
Dividido em quatro partes que retratam uma transação mercantil - preço, quitação, posse e resgate – o romance se passa numa época em que ganância por posição social e casamentos por interesse eram mais importantes que o amor.

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O cortiço, de Aluísio Azevedo

Pobreza, corrupção, injustiça, traição são elementos integram O cortiço, principal obra do Naturalismo brasileiro. Nela, Aluísio Azevedo denuncia as mazelas sociais enfrentadas pelos moradores de um cortiço no Rio de Janeiro no século XIX. É um romance que convida a analisar por meio da observação crítica do cotidiano das personagens a animalização do ser humano, questão que se mostra, mais do que nunca, atual.

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Dom Casmurro, de Machado de Assis

Dom Casmurro, de Machado de Assis, é uma das obras mundialmente célebres da literatura brasileira. O romance trata das memórias do narrador-personagem Bento Santiago, o advogado recluso e calado que recebe e adota o apelido mencionado no título da obra. Com a sutileza que lhe é própria, Machado de Assis explora as incongruências desse personagem, deixando transparecer sua insegurança e ciúme. As ambiguidades de Bentinho moldam o mais famoso “narrador não confiável” da nossa literatura.

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Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis

Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), um dos principais romances da literatura brasileira, inaugura a fase madura de Machado de Assis e concretiza o ideal estético que consagrou o autor e marca sua obra.

Revolucionário e provocativo, o romance rompe com tradições literárias e sintetiza a crítica machadiana à elite brasileira da época. Um dos personagens mais populares da nossa literatura, Brás Cubas é um defunto-autor que dedica sua obra ao verme que primeiro roeu as frias carnes de seu cadáver. O protagonista narra suas memórias, intercalando episódios, delírios, reflexões e teorias, não poupando ninguém do seu olhar crítico e expondo as atitudes mesquinhas que teve em vida.

É definitivamente uma obra imperdível que, com linguagem fluente e coesa, conduz sedutoramente o leitor por uma narrativa que deixa nas entrelinhas muito material para reflexões mais profundas.

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Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto

Sátira impiedosa do Brasil oficial, Triste Fim de Policarpo Quaresma narra o destino tragicômico de um nacionalista ingênuo e idealista, completamente alucinado pela ideia de fazer do Brasil um país grandioso. Para isso, ele bola estratégias amalucadas, prega o retorno do tupi-guarani e insiste em redigir documentos oficiais nessa língua. Com uma narrativa leve e cômica, recheada de críticas a vários aspectos da sociedade, a obra faz uma descrição política do Brasil da Primeira República, enfocando fatos históricos do governo de Floriano (1891 - 1894), e traça um rico painel social e humano dos subúrbios cariocas na virada do século. Considerado expoente do Pré-Modernismo brasileiro, Triste Fim de Policarpo Quaresma é uma história farsesca e extremamente divertida.

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Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida

Único romance de Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias (1854) foi publicado no auge do Romantismo, mas se distanciou dos traços idealizados e sentimentalistas que prevaleciam na época. Com estilo objetivo e realista, semelhante ao das crônicas históricas e de costumes, a obra destaca a população anônima das ruas do Rio de Janeiro nos tempos de D. João VI, sobretudo das zonas pobres da cidade, e ironiza regras, vícios e atitudes amorais da sociedade no início do século XIX. 

Nestas Memórias, um narrador onisciente relata com humor e dinamismo os esforços do personagem Leonardo para sobreviver e driblar as adversidades de sua condição social. Ao se deixar levar pela esperteza, pelas mentiras e pelas confusões e aproveitando-se dos episódios de sorte que tem na vida, o anti-herói Leonardo, “filho de uma pisadela e de um beliscão”, torna-se o primeiro grande malandro da literatura nacional.

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Macunaíma, de Mário de Andrade

Pense em um personagem preguiçoso e sensual, a um só tempo índio, negro e branco. Esse é o nosso herói, Macunaíma, símbolo de um povo em formação. Ele nasce negro, em uma aldeia indígena. Já na infância, manifesta sua principal característica: a preguiça, e desde tenra idade sofre uma pulsão sensual que não conhece limites. Sua saga envolve a busca pela muiraquitã, um amuleto de pedra, que o leva a São Paulo, onde, após banhar-se em águas encantadas, se torna branco, louro e de olhos azuis. Festejada pelo estilo inovador da linguagem e da narrativa, a obra traz uma combinação de espaços, dialetos e elementos populares bem ao gosto do programa modernista. Sua ordem não é cronológica ou racional. Sua trama é surrealista, onde tudo pode acontecer. Com Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, publicado em 1928, Mário de Andrade dá um mergulho na alma nacional. A intenção dele era sair do padrão. Sua ideia era provocar, inquietar, chocar. E conseguiu.

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Ursula, de Maria Firmina dos Reis

A Edições Câmara traz mais um volume da série Prazer de Ler, a coletânea com as obras de Maria Firmina dos Reis, primeira escritora negra de que se tem notícia em nossa literatura e pioneira na denúncia da opressão a negros e mulheres no Brasil do século XIX.


A coletânea inclui o romance Úrsula, seu texto mais publicado, o conto abolicionista A escrava, o indianista Gupeva e a antologia de poesias Cantos à beira-mar, reunidos pela sua inequívoca qualidade literária.
Com o lançamento deste livro, a Edições Câmara busca reafirmar a importância da obra de Firmina, mulher, negra, educada, maranhense e uma voz da resistência feminina. A força de sua literatura é um convite à reflexão sobre temas como a escravidão, o sexismo e o lugar da mulher na sociedade paternalista e escravocrata da qual foi contemporânea.

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Pássaros sem ninho, de Clorinda Matto de Turner

Com Pássaros sem ninho, Clorinda Matto de Turner elevou a figura do índio a protagonista na literatura da América Latina. Também foi ela quem reivindicou o reconhecimento do quéchua como uma língua portadora de cultura. Defensora radical da tradição andina, a escritora sempre trabalhou para as principais publicações culturais do Peru. Acreditava que o quéchua deveria ter um papel constitutivo na vida da nação peruana e que os povos andinos tivessem uma posição central em um projeto político-nacional.

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Conto de crianças chinesas, de Sui Sin Far

Este segundo volume de Sra. Fragrância Primaveril foi pensado pela autora como um adendo de contos destinados aos chamados "celestiais" ou seja, as crianças chinesas. Em contraste com os contos adultos, estes têm como pilares crianças protagonistas e temas infantis. A moral e a ética chinesas se apresentam já na tenra idade, seja pelo exemplo dos mais velhos, seja pela inocência e honestidade dos pequenos.

De todo modo, as questões temáticas mais profundas da obra de Sui Sin Far continuam a ser abordadas: o preconceito para com os imigrantes, as mazelas sociais que um mestiço precisa enfrentar, o machismo, o respeito às tradições, a adaptação a um país completamente diferente, a preservação dos costumes por meio da vida em uma comunidade quase fechada, as Chinatowns. Como preservar sua cultura original e ao mesmo tempo se integrar a uma nova sociedade? É possível a uma criança chinesa nascida na América abraçar duas realidades tão diferentes: dentro e fora de casa?

Edith Maude Eaton (1867-1914) foi uma das precursoras do multiculturalismo com sua obra Sra. Fragrância Primaveril, sob o pseudônimo de Sui Sin Far. Ela mesma era filha de pai americano e mãe chinesa, é considerada a primeira descendente a escrever sobre a condição sociocultural dos imigrantes chineses na América. Nessa coleção de contos publicados originalmente em dezenas de revistas e compilados em 1912, Sui Sin Far analisa de maneira delicada e real as mazelas da convergência de dois povos tão diferentes na região da Califórnia.

Título original: Mrs. Spring Fragrance (1912)

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A voz da esperança, de Castro Alves

A Edições Câmara traz mais um volume da Série Prazer de Ler: a antologia poética A Voz da Esperança, de Castro Alves, com seleção, organização e apresentação do poeta, contista, ensaísta, professor e imortal da Academia Brasileira de Letras Antônio Carlos Secchin.
A obra apresenta os principais poemas do autor divididos em seis núcleos temáticos: o amor, a liberdade, a morte, a natureza, a saudade e a própria poesia. Em seus poemas de caráter épico-social, dos quais o mais famoso é “O navio negreiro”, constata-se a marca vigorosa da oratória e a denúncia das mazelas da escravidão.
Antônio Frederico de Castro Alves, intitulado o “poeta dos escravos”, é poeta e dramaturgo. Entre suas obras mais conhecidas estão: Espumas Flutuantes (1870), A cachoeira de Paulo Afonso (1876), Os escravos (1883) e Hinos do Equador (1921).

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Cartas de um defunto rico, de Lima Barreto

O livro não acabou. O livro não acabará. Telefones, tablets e eReaders só aumentam nossa paixão por livros porque ampliam possibilidades, criam novos caminhos.

Isso é que o motiva a coleção Para Ler em Pé, lançada pela Mórula Editorial. É uma coleção com textos de autores brasileiros para levar para qualquer lugar. Não pesa nas costas, não dá trabalho para carregar. São textos curtos, para nós, viciados em leitura que queremos ler na fila, no avião, no metrô ou no ônibus.

A cada quinze dias um texto novo. Sempre às quartas-feiras, gratuito, na loja virtual da livraria Cultura e da Kobo. É só baixar e curtir em doses suaves o vício de ler.

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A espera, de Lygia Fagundes Teles

Publicado pela primeira vez em livro, "A espera" é a história do fugaz reencontro de um casal de namorados dez anos após uma abrupta separação. Nikos, o grego, saíra para dar uma volta antes de buscar Marghí para, juntos, assistirem à Missa do Galo. Ele não voltou. Em vez disso, decidiu sair pelo mundo. Um conto que retoma um tema caro à autora: amor versus liberdade.

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Leviatã, de Joseph Roth

Nissen Piczenik, um judeu do distante vilarejo de Progrody, vive como vendedor de colares e adornos feitos de corais. Homem honesto e comprometido com seu ofício — criar e comercializar suas belas "joias vivas" —, Piczenik nunca ousou sair de sua vizinhança. Porém, seduzido pelo antigo desejo de conhecer o mar, ele mergulha em uma aventura ao desafiar sua rotina e deixar para trás tudo aquilo que cultivou até então: sua freguesia e seu impecável artesanato. A breve ausência coincide com a chegada de um novo comerciante, um húngaro que milagrosamente vende corais mais belos e baratos. Assim, toda uma vida de comedimento se transforma em tragédia: ao deixar o lar para saciar o desejo pelo desconhecido e abandonar uma rotina sufocante, Piczenik é tomado pela inebriante vida de Odessa, uma grande cidade portuária com incontáveis navios; ao retornar, o analfabeto vendedor de colares de corais rende-se à chegada ao novo representado por seu concorrente poliglota de Budapeste.

Até a fatídica viagem, o personagem judeu Nissen Piczenik é o avesso do autor judeu Joseph Roth. A vida repetitiva, simples e completamente íntegra do Piczenik das primeiras páginas do texto é o inverso exato da de Roth, um típico outsider: judeu, exilado, altamente individualista, profundamente cosmopolita, que adorava a controvérsia e que viveu em hotéis durante boa parte de sua vida. Piczenik, em sua busca pelo desconhecido e sua paixão pelo mar, supera a sensação de não pertencimento àquela rotina de artesão e vendedor de joias feitas de corais para aproximar-se de seu criador. Sua busca é a mesma de Roth, ele procura o novo, o diverso e o desconhecido.

Assim como muitas das obras de Joseph Roth, O Leviatã combina culturas diversas. A história se passa em um vilarejo fictício da Europa Oriental, onde comerciantes judeus — com suas sinagogas, vestes de reza, jejuns e festas — convivem com camponesas e camponeses russos. Mas além da estética, as ideias judaicas estão presentes na transformação do protagonista, na citação do monstro marinho do Velho Testamento e na tentação do diabo representada pelo cosmopolita húngaro.

O texto é recheado de encontros interculturais. A história se passa em uma região do interior russo em algum momento entre a Guerra Russo-Japonesa (1904-1905) e a primeira Guerra Mundial (1914-1918). Nela, o reino czarista se apresenta nos cenários da viagem e na figura do marinheiro Komrower, que leva à província o aroma de São Petersburgo ao contar as histórias fantasiosas das forças navais russas. No trem para Odessa, Piczenik tem contato com um comerciante de pérolas da realeza, faz escala em Kiev, conhece o Mar Negro e até visita uma fragata em companhia de um oficial da marinha russa. Finalmente, a história também está calcada na cultura alemã, pois foi escrita nessa língua por um autor austro-húngaro.

Essa parábola aborda um problema moral bastante claro. O motivo da tentação leva um homem honesto a revelar seus valores e ideais. No caso de Piczenik, além do seu amor pelos corais, há também a sua identidade judaica.

A tentação é representada pelo negociante húngaro Jeno Lakatos, cuja aparência se assemelha à concepção cristã do demônio: cabelos negros, olhos escuros, magro e o odor e a fumaça característicos quando seus corais são queimados. Mas o demônio mais proeminente é o próprio Leviatã da mitologia do Velho Testamento, que repousa no fundo do oceano, invencível senão perante o próprio Deus. Na narrativa, ele é o senhor do mar que cativa Piczenik quando este decide deixar sua terra natal e suas raízes judias.

Título original: Der Leviathan (1938)

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As roupas fazem as pessoas, de Gottfried Keller

Gottfried Keller narra, de maneira brilhante e bem-humorada, as desventuras de Wenzel Strapinski, um alfaiate desempregado e faminto que vaga sem destino e cuja única posse são suas roupas, distintas e elegantes, feitas por ele mesmo. Exatamente por usar roupas bem acabadas e por ser um jovem esguio e belo, Strapinski é carregado por uma sequência de enganos — arquitetados ou não — sobre sua pessoa. Confundido com um conde polaco, se hospeda na cidade de Goldach, onde inadvertidamente cai nas graças de seus habitantes. Entre matar sua fome e o medo de revelar a verdade, tenta fugir, mas se apaixona por uma bela nobre da região. O texto mostra como uma pequena brincadeira e alguns enganos podem levar a consequências extraordinárias e fora de controle.

Até que ponto somos responsáveis pelo nosso destino? Até onde nossas escolhas nos levam? As roupas fazem as pessoas, em um estilo que já foi chamado de "comédia confusa" e "poesia realista", levanta tais questões e faz uma análise crítica e atemporal da superficialidade da sociedade. Não são os valores intrínsecos que servem como base para a avaliação de alguém, mas um mero sinal externo de prosperidade. Ainda assim, propõe uma resposta harmoniosa e conciliadora. Keller sugere que, em última análise, o ser é mais importante do que o (aparentar) ter.

Três lugares e culturas se confundem na narrativa: Suíça, Alemanha e Polônia, compondo uma história fascinante sobre a natureza rica e sutil da sociedade europeia no começo do século 19, mostrando como aspectos medievais se estendem, muitas vezes imperceptivelmente, até os dias atuais. No entanto, a reflexão que o livro propõe ultrapassa características meramente socioculturais e adentra campos psicológicos universais. A forma como nos apresentamos aos outros é um reflexo de nossa cultura e sistema de crenças. A aparência é também uma forma de interculturalidade, mesmo quando construída habilmente para enganar.

Trata-se de um texto atemporal, especialmente ao tratar de uma questão universal ao navegar no tema das pessoas que empregam — conscientemente ou não — esforços para projetar uma imagem maior e mais próspera de si, a qual muita vez contradiz diretamente a imagem real.

Título original: Kleider machen Leute (1874)

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As viagens de Gulliver, de Jonathan Swift

Obra mais famosa de Jonathan Swift, Viagens de Gulliver é um genial tratado de filosofia política. Em suas viagens, o personagem conhece diferentes regimes políticos e os analisa profundamente. Tudo isso é feito "com a pena da galhofa" e é exatamente essa capacidade que tornou Gulliver um personagem polêmico e um sucesso imediato.

Em Viagens de Gulliver, Swift dispara sua fúria satírica contra a ciência, a sociedade, a economia, o comércio e a política de seu tempo. Até mesmo a decisão de escrever em formato de relato de viagem é uma resposta sarcástica ao sucesso que a obra Robinson Crusoé conquistava na época em que Swift começou a produzir o texto.

Tudo em Gulliver é polêmico, inclusive o fato de um livro que foi descrito por Thackeray (1811-1863) como "imundo em palavras, imundo em pensamentos, furioso, violento e obsceno" ter se tornado ao longo do tempo uma história de caráter infantil.

Swift influenciou autores como George Orwell (1903-1950) e os brasileiros Machado de Assis (1839-1908) e Monteiro Lobato (1882-1948). A visão de um estrangeiro em situações insólitas nos remete aos contrastes culturais enfrentados pelos fluxos migratórios que chegaram ao Brasil desde sua tomada pelos europeus e, depois, por outros povos imigrantes de toda sorte, como japoneses, italianos, alemães, africanos, judeus, sírios, armênios e árabes. Tornar Gulliver acessível gratuitamente é uma conquista para todos os leitores em língua portuguesa.

Título original: Gulliver's Travels (1726)

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A porta no muro, de H.G Wells

Escrito por H. G. Wells, conhecido como pai da ficção científica moderna, e publicado pela primeira vez em 1906, “A porta no muro” nos levará ao mundo de lembranças do nosso protagonista, que certa vez encontrou uma misteriosa porta verde numa parede branca. Cada decisão tomada por ele em diferentes momentos da vida é uma porta que se abre. E cabe a nós confiar no narrador enquanto ele nos guia através dessa jornada cheia de alegorias sobre o conflito da humanidade, entre atender ao chamado dos nossos sonhos ou a expectativa da sociedade.

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Os sertões, de Euclides da Cunha

Considerada uma das obras-primas da literatura brasileira, descreve as batalhas entre os homens liderados por Antonio Conselheiro e o exército brasileiro, de acordo com a visão de Euclides da Cunha. Com seu apurado estilo jornalístico-épico, traça um retrato dos elementos que compõem a guerra de Canudos: a Terra, o Homem e a Guerra. Euclides da Cunha foi o único jornalista que atentou para a valentia dos jagunços.

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Quetzal publica vencedor do Prêmio Goncourt



 – É com enorme prazer e muita alegria que a Quetzal anun-cia que acaba de adquirir os direitos de publicação do vencedor do prestigiado Prémio Gon-court 2021, Mohamed Mbougar Sarr. A Mais Secreta Memória dos Homens é o título do romance galardoado, já vendido para trinta países e cuja edição portuguesa chega às livrarias em 2022, com a elegante tradução de Cristina Rodriguez e Artur Guerra. 

Considerado pelo júri francês como um «hino à literatura», este é o terceiro livro de Mohamed Mbougar Sarr, nascido em 1990, no Senegal, o que o torna no mais jovem vencedor do Prémio Goncourt desde Patrick Grainville, em 1976. A Mais Secreta Memória dos Homens é um romance magistral, inspirado no destino nefasto do escritor maliano Yambo Oulologuem. A sua ação centra-se em torno do senegalês T.C. Elimane e do seu livro O Labirinto do Inumano. Elimane desapareceu sem deixar rasto, do mesmo modo que parece não haver provas físicas da existên-cia da obra. Décadas volvidas, outro jovem do Senegal aspirante a escritor, Diégane Latyr Fa-ye, deambulando por Paris, encontra o livro. Estão lançados os primeiros passos numa epopeia extraordinária, que cruza geografias e gerações, as grandes tragédias da História, a vida e a obra dos escritores, na demanda, justamente, da mais secreta memória dos homens.

10 livros sobre tragédias reais


 

10. Omayra Sanchez

 Omaira Sánchez era uma vítima de 13 anos da erupção de 1985 do vulcão Nevado del Ruiz, que entrou em erupção em 13 de novembro de 1985, em Armero, Colômbia, causando enormes lahars que mataram quase 25.000. Presa por três dias em água, concreto e outros detritos antes de morrer, Omayra chamou a atenção da mídia quando voluntários contaram sobre uma menina que não conseguiram salvar. Vídeos dela se comunicando com os trabalhadores, sorrindo e fazendo gestos para as câmeras de vídeo circularam pela mídia. Sua "coragem e dignidade" tocou Frank Fournier e muitos outros trabalhadores humanitários que se reuniram ao seu redor para orar e estar com ela.


9. Vozes do Joelma: Os gritos que não foram ouvidos


Marcos DeBrito, Rodrigo de Oliveira, Marcus Barcelos e Victor Bonini são autores reconhecidos pela crueldade de seus personagens e grandes reviravoltas nas narrativas. As mentes doentias por trás dos livros A Casa dos Pesadelos, O Escravo de Capela, Dança da Escuridão, Horror na Colina de Darrington, Quando ela desaparecer, O Casamento, Colega de Quarto, e da série As Crônicas dos Mortos, se uniram para criar versões perturbadoras sobre as tragédias que ocorreram em um terreno amaldiçoado, e convidaram o igualmente perverso Tiago Toy para se juntar na tarefa de despir os homicídios, acidentes e assombrações que permeiam um dos principais desastres brasileiros: o incêndio do edifício Joelma. O trágico acontecimento deixou quase 200 mortos e mais de 300 feridos, além de ganhar as manchetes da época e selar o local com uma aura de maldição. Esse fato até hoje ecoa em boatos fantasmagóricos que envolvem a presença de espíritos inquietos nos corredores do prédio e lendas sobre lamúrias vindas dos túmulos onde corpos carbonizados foram enterrados sem identificação. Algo que nem todos sabem, é que muito antes do Joelma arder em chamas no centro de São Paulo, o terreno já havia sido palco de um crime hediondo, no qual um homem matou a mãe e as irmãs e as enterrou no próprio jardim. Devido às recorrentes tragédias que marcaram o local, há quem diga que ele é assombrado por ter servido como pelourinho, onde escravos eram torturados e executados. E sua maldição já fora identificada pelos índios, que deram-lhe o nome de Anhangabaú: águas do mal. Se as histórias são verdadeiras não se sabe... A única certeza é que a região onde ocorreu o incêndio tornou-se uma mina inesgotável de mistérios. E, neste livro, alguns deles estão expostos à loucura de autores que buscaram uma explicação.


8. Holocausto Brasileiro: Genocídio: 60 mil mortos no maior hospício do Brasil


Em reportagem consagrada, Daniela Arbex denuncia um dos maiores genocídios do Brasil, no hospital Colônia, em Minas Gerais.

No Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, conhecido apenas por Colônia, ocorreu uma das maiores barbáries da história do Brasil. O centro recebia diariamente, além de pacientes com diagnóstico de doença mental, homossexuais, prostitutas, epiléticos, mães solteiras, meninas problemáticas, mulheres engravidadas pelos patrões, moças que haviam perdido a virgindade antes do casamento, mendigos, alcoólatras, melancólicos, tímidos e todo tipo de gente considerada fora dos padrões sociais.

Essas pessoas foram maltratadas e mortas com o consentimento do Estado, médicos, funcionários e sociedade. Apesar das denúncias feitas a partir da década de 1960, mais de 60 mil internos morreram e um número incontável de vidas foi marcado de maneira irreversível.

Daniela Arbex entrevistou ex-funcionários e sobreviventes para resgatar de maneira detalhada e emocionante as histórias de quem viveu de perto o horror perpetrado por uma instituição com um propósito de limpeza social comparável aos regimes mais abomináveis do século XX. Um relato essencial e um marco do jornalismo investigativo no país, relançado pela Intrínseca com novo projeto gráfico e posfácio inédito da autora.


7. Todo Dia a Mesma Noite: A História Não Contada da Boate Kiss


Reportagem definitiva sobre a tragédia que abateu a cidade de Santa Maria em 2013 relembra e homenageia os 242 mortos no incêndio da Boate Kiss.


Daniela Arbex reafirma seu lugar como uma das jornalistas mais relevantes do país, veterana em reportagens de fôlego ― premiada por duas vezes com o prêmio Jabuti ― ao reconstituir de maneira sensível e inédita os eventos da madrugada de 27 de janeiro de 2013, quando a cidade de Santa Maria perdeu de uma só vez 242 vidas.

Foram necessárias centenas de horas dos depoimentos de sobreviventes, familiares das vítimas, equipes de resgate e profissionais da área da saúde ― ouvidos pela primeira vez neste livro ―, para sentir e entender a verdadeira dimensão de uma tragédia sobre a qual já se pensava saber quase tudo.


A autora construiu um memorial contra o esquecimento dessa noite tenebrosa, que nos transporta até o momento em que as pessoas se amontoaram nos banheiros da Kiss em busca de ar, ao ginásio onde pais foram buscar seus filhos mortos, aos hospitais onde se tentava desesperadamente salvar as vidas que se esvaíam. Foi também em busca dos que continuam vivos, dos dias seguintes, das consequências de descuidos banalizados por empresários, políticos e cidadãos.


A leitura de Todo dia a mesma noite é uma dolorosa e necessária tomada de consciência, um despertar de empatia pelos jovens que tiveram seus futuros barbaramente arrancados. Enxergá-los vividamente no livro é um exercício que afasta qualquer apaziguamento que possamos sentir em relação ao crime, ainda impune.


6.Arrastados: Os Bastidores do Rompimento da Barragem de Brumadinho, o Maior Desastre Humanitário do Brasil


Autora do best-seller Holocausto brasileiro lança o relato mais completo e emocionante sobre a tragédia em Brumadinho ocorrida em 2019

No dia 25 de janeiro de 2019, às 12h28, a B1, barragem desativada da Mina do Córrego do Feijão, explorada pela mineradora Vale na cidade de Brumadinho, Minas Gerais, rompeu. Seu rastro de lama, rejeitos de minério e destruição se estendeu por mais de 300 quilômetros, levando torres de transmissão, trens de carga, pontes, casas, árvores, animais e, na contagem oficial da tragédia, a vida de 270 pessoas (ou 272, considerando as duas gestantes entre os mortos).

Jornalista investigativa premiada, a mineira Daniela Arbex foi a campo para reconstituir em detalhes as primeiras 96 horas após o colapso. Ela entrevistou sobreviventes, familiares das vítimas, bombeiros, médicos-legistas, policiais e moradores das áreas atingidas. Arbex retornou à região para acompanhar o impacto das indenizações e contrapartidas institucionais para a reparação dos danos materiais.

Além da escrita precisa da autora – que reconstitui a trajetória das vítimas e dos trabalhos de resgate de forma detalhada e impactante, mas com extrema delicadeza –, o livro apresenta ainda fotografias que ajudam a dimensionar e humanizar a tragédia. Mais uma vez, Daniela Arbex constrói memória e impede que mais uma catástrofe brasileira se perca em meio à banalidade do noticiário cotidiano.


5.Por que crianças matam – A história de Mary Bell


Em 1968, Mary Bell, de 11 anos, foi julgada e condenada pelo assassinato de dois garotinhos em Newcastle upon Tyne, Inglaterra. Antes mesmo de ir ao tribunal, Mary Bell foi apresentada como a encarnação do mal, a “semente ruim”. Mas a jornalista Gitta Sereny, que cobriu o julgamento sensacionalista, nunca aceitou essa explicação. Ao longo dos anos, Sereny se deu conta de que, se quisermos entender as pressões que levam crianças a cometer crimes hediondos, precisamos voltar nosso olhar para os adultos que elas se tornaram.


Passados 27 anos de sua condenação, Mary Bell concordou em falar com Sereny sobre a sua infância angustiante, os dois terríveis atos cometidos no intervalo de nove semanas, o seu julgamento público e os doze anos de detenção. Em Por que crianças matam, Bell e Sereny discutem o que ela fez e o que foi feito a ela, bem como a criança que era e a pessoa que se tornou.


Nada do que Mary Bell disse nos cinco meses de conversas intensas serve como desculpa para seus crimes: ela mesma rejeita qualquer atenuação nesse sentido. Mas sua história devastadora nos força a pensar na responsabilidade da sociedade sobre crianças que são levadas ao limite.


4. O pior dia de todos


O PIOR DIA DE TODOS é um romance terno e perturbador, uma ficção criada a partir de um dia trágico, que realmente aconteceu – o Massacre de Realengo, como ficou conhecido o atentado a uma escola do subúrbio do Rio, em que um ex-aluno matou 12 estudantes, a maioria meninas, em abril de 2011. Não é um livro sobre o massacre, mas sobre a amizade. Escrito por uma jornalista que cobriu o episódio, O PIOR DIA DE TODOS é uma narrativa comovente e original sobre a difícil experiência de crescer menina no Brasil, especialmente quando são poucos os recursos, e a imprevisibilidade da vida nos atropela.


3. Holocausto Brasileiro


Em reportagem consagrada, Daniela Arbex denuncia um dos maiores genocídios do Brasil, no hospital Colônia, em Minas Gerais. No Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, conhecido apenas por Colônia, ocorreu uma das maiores barbáries da história do Brasil. O centro recebia diariamente, além de pacientes com diagnóstico de doença mental, homossexuais, prostitutas, epiléticos, mães solteiras, meninas problemáticas, mulheres engravidadas pelos patrões, moças que haviam perdido a virgindade antes do casamento, mendigos, alcoólatras, melancólicos, tímidos e todo tipo de gente considerada fora dos padrões sociais. Essas pessoas foram maltratadas e mortas com o consentimento do Estado, médicos, funcionários e sociedade. Apesar das denúncias feitas a partir da década de 1960, mais de 60 mil internos morreram e um número incontável de vidas foi marcado de maneira irreversível. Daniela Arbex entrevistou ex-funcionários e sobreviventes para resgatar de maneira detalhada e emocionante as histórias de quem viveu de perto o horror perpetrado por uma instituição com um propósito de limpeza social comparável aos regimes mais abomináveis do século XX. Um relato essencial e um marco do jornalismo investigativo no país, relançado pela Intrínseca com novo projeto gráfico e posfácio inédito da autora.


2. A sangue frio


O americano Truman Capote foi um escritor versátil: produziu textos de qualidade em vários gêneros (contos, peças, reportagens, adaptações para TV e roteiros para filmes). Mas sua grande obra foi o romance-reportagem A sangue frio, que conta a história da morte de toda a família Clutter, em Holcomb, Kansas, e dos autores da chacina. Capote decidiu escrever sobre o assunto ao ler no jornal a notícia do assassinato da família, em 1959. Quase seis anos depois, em 1965, a história foi publicada em quatro partes na revista The New Yorker. Além de narrar o extermínio do fazendeiro Herbert Clutter, de sua esposa Bonnie e dos filhos Nancy e Kenyon - uma típica família americana dos anos 50, pacata e integrada à comunidade -, o livro reconstitui a trajetória dos assassinos. Perry Smith e Dick Hikcock planejaram o crime acreditando que se apropriariam de uma fortuna, mas não encontraram praticamente nada. Perry era um sonhador. Teve criação conturbada e violenta, e achava que a vida lhe tinha dado golpes injustos. Dick, considerado o cérebro da dupla, queria apenas arrebatar o dinheiro e desaparecer. Presos e condenados, ambos morreram na forca em 1965. Publicado no mesmo ano da execução dos assassinos, A sangue frio rapidamente se tornou um sucesso de crítica e vendas, rendendo alguns milhões de dólares ao autor. A intensa relação que Capote estabeleceu com suas fontes foi determinante para o êxito da obra. Além de passar mais de um ano na região de Holcomb, investigando e conversando com moradores, ele se aproximou dos criminosos e conquistou sua confiança. Traçou um perfil humano e eloqüente dos dois "meninos", como costumava chamá-los. Por seu estilo que combina a precisão factual com a força emotiva da criação artística - um romance de não-ficção, nas palavras do próprio autor -, A sangue frio é um marco na história do jornalismo e da literatura dos Estados Unidos. Reflexão sutil sobre as ambigüidades do sistema judicial do país, o texto desvenda o lado obscuro do sonho americano.


1. O crime da galeria de cristal


A partir de uma extensa pesquisa, o historiador Boris Fausto transporta o leitor à São Paulo do início do século XX e reconstitui três crimes que abalaram a sociedade da época.

Um homem é assassinado num quarto de um hotel do centro da cidade. Um cadáver é encontrado numa mala quando um passageiro do navio tentava jogá-la ao mar. Um corpo de uma mulher é descoberto ao se içarem as bagagens de uma embarcação.

Neste livro, Boris Fausto reconstitui três crimes que abalaram a São Paulo do início do século XX, transportando o leitor a uma cidade que fervilhava com a modernização e a chegada de imigrantes — e se tornava palco de incidentes curiosos que alimentavam tanto as manchetes dos jornais quanto o imaginário da população. A partir de pesquisas em documentos da época, o historiador compõe uma narrativa envolvente, que se entrelaça a uma arguta reflexão sobre a repercussão dos episódios na imprensa, os julgamentos morais e as questões de gênero.

"O crime da Galeria de Cristal não é descrição histórica, nem jornalismo literário, tampouco romance de não ficção. É a exposição objetiva (ora distanciada, ora irônica, sempre brilhante) de terríveis e inexplicáveis paixões, que preferimos esconder numa mala." — Tony Bellotto


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