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[RESENHA #751] Os Subterrâneos da Liberdade, de Jorge Amado

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O escritor conta detalhes da repressão ao Partido Comunista Brasileiro, das censuras, torturas e prisões (o próprio Jorge Amado foi preso duas vezes no período), fazendo na ficção uma crônica histórica daquele momento conturbado da política brasileira.

RESENHA

Os Subterrâneos da Liberdade é uma trilogia de romances do escritor brasileiro Jorge Amado, publicada em 1954. A obra retrata a luta dos comunistas brasileiros contra a ditadura do Estado Novo, imposta por Getúlio Vargas em 1937. A trilogia é composta pelos volumes Os ásperos tempos, Agonia da noite e A luz no túnel, que narram as histórias de diferentes personagens envolvidos na resistência clandestina ao regime fascista.

O estilo de Jorge Amado é marcado pela linguagem coloquial, pelo humor, pela ironia e pela crítica social. O autor utiliza recursos como o flashback, o monólogo interior e a descrição detalhada para construir os perfis psicológicos e sociais dos personagens. A obra é rica em diálogos, que revelam as ideologias, os conflitos e as emoções dos protagonistas. Alguns exemplos de citações da obra são:


- "A vida é dura, mas é bela, e é preciso vivê-la com coragem e alegria. Não há outra maneira de ser feliz." (Os ásperos tempos, p. 23)

- "A liberdade não se conquista com flores, mas com sangue e sacrifício." (Agonia da noite, p. 156)

- "A esperança é a última que morre. E a primeira que renasce." (A luz no túnel, p. 287)


Os principais personagens da trilogia são:

- João Pedroso: advogado e militante comunista, que lidera a organização clandestina em São Paulo. É um homem íntegro, inteligente e idealista, que enfrenta a perseguição policial e as traições dentro do próprio partido.

- Jofre: operário metalúrgico e dirigente sindical, que participa da greve geral de 1937 e é preso e torturado pela polícia. É um homem simples, honesto e corajoso, que mantém a fé na luta dos trabalhadores.

- Armanda: professora e militante comunista, que se apaixona por João Pedroso e se envolve na resistência. É uma mulher culta, sensível e determinada, que sofre com a violência e a opressão do regime.

- Alberto: jornalista e militante comunista, que atua na imprensa clandestina e na propaganda do partido. É um homem jovem, talentoso e irreverente, que usa a arte e a sátira como armas contra a ditadura.

- Alice: estudante e militante comunista, que se une ao grupo de Alberto e se torna sua amante. É uma mulher bela, audaciosa e rebelde, que desafia as convenções sociais e os preconceitos da época.

- Carlos: médico e militante comunista, que presta assistência aos feridos e aos doentes da organização. É um homem generoso, humanista e solidário, que se dedica à causa dos oprimidos.

- Olga: enfermeira e militante comunista, que trabalha com Carlos e se casa com ele. É uma mulher doce, fiel e maternal, que apoia o marido e cuida dos filhos.

- Pedro: camponês e militante comunista, que lidera a revolta dos lavradores no Nordeste. É um homem forte, valente e carismático, que inspira o povo a lutar pela reforma agrária.

- Maria Rosa: camponesa e militante comunista, que se junta à revolta de Pedro e se torna sua companheira. É uma mulher bonita, corajosa e leal, que segue o amado até a morte.

A obra ensina sobre a história do Brasil no período do Estado Novo, que foi marcado pela censura, pela repressão, pela violação dos direitos humanos e pela aliança com o nazifascismo. A obra também mostra a diversidade e a riqueza da cultura brasileira, expressa nas diferentes regiões, classes, etnias e manifestações artísticas do país. A obra ainda reflete sobre os valores e os ideais do comunismo, que buscava uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna.

Jorge Amado nasceu em 1912, na Bahia, e morreu em 2001, no Rio de Janeiro. Foi um dos maiores e mais populares escritores brasileiros, autor de obras como Jubiabá, Capitães da areia, Gabriela, cravo e canela, Dona Flor e seus dois maridos, Tieta do Agreste, entre outras. Foi também um militante político, que participou do Partido Comunista Brasileiro e foi deputado federal. Foi perseguido e exilado pela ditadura de Vargas e pela ditadura militar. Foi membro da Academia Brasileira de Letras e recebeu diversos prêmios e honrarias nacionais e internacionais.

Os Subterrâneos da Liberdade é uma obra de grande importância e relevância cultural, pois retrata um período histórico fundamental para a compreensão do Brasil contemporâneo. A obra também é uma obra de grande beleza e emoção, pois revela a força e a paixão dos personagens que lutaram por seus sonhos e por sua liberdade. A obra é, enfim, uma obra de grande valor e significado, pois testemunha o compromisso e a coragem de Jorge Amado, que usou sua arte e sua voz para denunciar as injustiças e defender as causas do povo brasileiro.

Leia outras resenhas de livros do mesmo autor:

o gato malhado e a andorinha sinhá
Gabriela, Cravo e Canela
Tenda dos milagres
Terra do sem-fim
Cacau
Dona Flor e seus dois maridos
Tieta do Agreste
Jubiabá
Capitães da Areia
Tereza Batista cansada de guerra
ABC de Castro Alves
Bahia de todos os santos
O amor do soldado
Mar morto (romance)
Brandão entre o mar e o amor
A morte e a morte de Quincas Berro Dágua

O AUTOR
Jorge Amado (1912-2001) foi um escritor brasileiro, um dos maiores representantes da ficção regionalista que marcou o Segundo Tempo Modernista. Sua obra é baseada na exposição e análise realista dos cenários rurais e urbanos da Bahia. Traduzido para mais de trinta idiomas e detentor de inúmeros e importantes prêmios, o escritor teve vários de seus trabalhos adaptados para a televisão e o cinema, entre eles, "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e "Gabriela Cravo e Canela".
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