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[RESENHA #747] O Compadre de Ogum, de Jorge Amado

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A narrativa começa com a prostituta Benedita, que, depois de longa ausência, aparece com um bebê nos braços e, antes de desaparecer de novo, entrega-o ao negro Massu, que ela alega ser o pai da criança. Massu, que vive de fretes, precisa batizar o menino antes que complete um ano. Escolhida a igreja e a madrinha, resta o problema maior: eleger o padrinho da criança. Para não melindrar nenhum amigo, Massu consulta os orixás, e o próprio Ogum decide ser o padrinho. A situação põe em polvorosa a comunidade boêmia de Salvador. Mães e filhas de santo, prostitutas, jogadores, todos se mobilizam para o grande acontecimento, embora nem sempre os planos ocorram da maneira programada. Publicado originalmente como um dos relatos de Os pastores da noite, O compadre de Ogum foi transformado em minissérie em 1995. Como parte de Os pastores da noite, foi filmado em 1975 por Marcel Camus.


RESENHA

O Compadre de Ogum é um livro do escritor brasileiro Jorge Amado, publicado em 1964 como parte da obra Os Pastores da Noite. O livro conta a história de Massu, um negro trabalhador e popular no Pelourinho, que recebe um filho de uma prostituta e precisa batizá-lo. Para não ofender nenhum amigo, ele escolhe o orixá Ogum como padrinho da criança, mas enfrenta dificuldades para realizar o batismo.

O estilo de Jorge Amado é marcado pela linguagem coloquial, pelo humor, pela crítica social e pela valorização da cultura afro-brasileira. O autor retrata a vida do povo baiano, suas festas, suas crenças, suas lutas e seus amores. O livro é uma mistura de realismo e fantasia, de tradição e modernidade, de sagrado e profano.

O livro traz alguns ensinamentos sobre a convivência entre o cristianismo e o candomblé, sobre a solidariedade e a amizade, sobre a resistência e a esperança. Algumas citações da obra que ilustram esses temas são:

- "Ogum é o padrinho do menino, o padrinho de fé, o padrinho de verdade. O outro é só um homem, um homem como outro qualquer." (p. 32)
- "Massu era um homem bom, um homem de coração. Não tinha inimigos, só amigos. Todos gostavam dele, todos o queriam bem." (p. 12)
- "A vida é dura, mas a gente não pode se entregar. Tem que lutar, tem que vencer. O que vale é a alegria, o que vale é o amor." (p. 67)

O livro se passa na década de 1930, um período de transformações políticas, econômicas e sociais no Brasil e no mundo. O autor aborda temas como a exploração do cacau, a repressão policial, a migração nordestina, o movimento comunista, a ascensão do nazismo, entre outros. O livro também mostra a influência da cultura negra na formação da identidade nacional, especialmente na Bahia.

O livro tem uma grande importância e relevância cultural, pois é uma das obras mais representativas da literatura regionalista brasileira. O livro também contribui para a valorização e a preservação do patrimônio histórico e cultural do Pelourinho, um dos símbolos da Bahia. O livro foi adaptado para a televisão em 1995, em uma minissérie da Rede Globo, com direção de Tizuka Yamasaki e elenco formado por Antônio Pitanga, Vera Fischer, Matheus Nachtergaele, entre outros.

Jorge Amado foi um dos maiores escritores brasileiros, um dos mais traduzidos e premiados. Ele nasceu em 1912, na cidade de Itabuna, na Bahia. Ele começou a escrever na adolescência e publicou seu primeiro livro, O País do Carnaval, em 1931. Ele se formou em Direito, em 1935, mas nunca exerceu a profissão. Ele foi militante comunista e deputado federal. Ele viveu no exterior por alguns anos, por causa da perseguição política. Ele escreveu mais de 30 livros, entre eles, Capitães da Areia, Dona Flor e Seus Dois Maridos, Tieta do Agreste, entre outros. Ele morreu em 2001, em Salvador, na Bahia.

O Compadre de Ogum é um livro que merece ser lido e apreciado por todos os que gostam de literatura brasileira. O livro é uma obra-prima de Jorge Amado, um escritor que soube retratar com maestria a alma e a cultura do povo baiano. O livro é uma celebração da vida, da fé, da amizade e do amor. O livro é um convite à leitura, à reflexão e à diversão.

Leia outras resenhas de livros do mesmo autor:

o gato malhado e a andorinha sinhá
Gabriela, Cravo e Canela
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Terra do sem-fim
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Dona Flor e seus dois maridos
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Capitães da Areia
Tereza Batista cansada de guerra
ABC de Castro Alves
Bahia de todos os santos
O amor do soldado
Mar morto (romance)
Brandão entre o mar e o amor
A morte e a morte de Quincas Berro Dágua

O AUTOR
Jorge Amado (1912-2001) foi um escritor brasileiro, um dos maiores representantes da ficção regionalista que marcou o Segundo Tempo Modernista. Sua obra é baseada na exposição e análise realista dos cenários rurais e urbanos da Bahia. Traduzido para mais de trinta idiomas e detentor de inúmeros e importantes prêmios, o escritor teve vários de seus trabalhos adaptados para a televisão e o cinema, entre eles, "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e "Gabriela Cravo e Canela".
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