Na beira do cais de Salvador, entrelaçam-se várias histórias de pescadores, marinheiros, prostitutas e malandros. No centro desse mundo que parece parado no tempo, isolado da história, comandado pelo mito de Iemanjá, desenvolve-se a trajetória de Guma, jovem mestre de saveiro.
Nenhum outro livro sintetizou tão bem quanto Mar morto o mundo pulsante do cais de Salvador, com a rica mitologia em torno de Iemanjá, a rainha do mar. Personagens como o jovem mestre de saveiro Guma parecem prisioneiros de um destino traçado há muitas gerações: o dos homens que saem para o mar e que um dia serão levados por Iemanjá, deixando mulher e filhos a esperar, resignados.
Mas nesse mundo aparentemente parado no tempo há forças transformadoras em gestação. O médico Rodrigo e a professora Dulce, não por acaso dois forasteiros, procuram despertar a consciência da gente do cais contra o marasmo e a opressão.
Esse contraste entre o tempo do mito e o da história move Mar morto, envolvendo-nos desde a primeira página na escrita calorosa de Jorge Amado.
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