O romance entre o sírio Nacib e a mulata Gabriela, um dos mais sedutores personagens femininos criados por Jorge Amado, tem como pano de fundo, em meados dos anos 1920, a luta pela modernização de Ilhéus, em desenvolvimento graças às exportações do cacau. Com sua sensualidade inocente, Gabriela não apenas conquista o coração de Nacib como também seduz um sem-número de homens ilheuense, colocando em xeque a lei que exigia que a desonra do adultério feminino fosse lavada com sangue. Publicado em 1958, o livro logo se tornou um sucesso mundial. Na televisão, a história se transformou numa das novelas brasileiras mais aclamadas mundo afora.
No capítulo “Gabriela com pássaro preso”, Nacib presenteia Gabriela com um pássaro sofrê em uma gaiola. Ao ver o passarinho triste, Gabriela o liberta assim que Nacib sai de casa. O espírito livre da sertaneja é como o do pássaro, que gosta da liberdade.
No capítulo “Canção de Gabriela”, Gabriela leva a marmita para Nacib no Bar Vesúvio. Na volta para casa, ela passa pela igreja e pela praça, onde vê crianças cantando cantigas de roda, como “O Cravo e a Rosa” e “Caranguejo não é peixe”. Ela se lembra de quando era criança e brincava e cantava como aquelas crianças.
No capítulo “Gabriela com flor”, Gabriela dança com o Negrinho Tiusca no quintal sob o sol e coloca uma rosa vermelha atrás da orelha, como as espanholas faziam.
No terceiro capítulo, passados três meses dos acontecimentos do capítulo anterior, ocorrem alguns problemas, como o caso amoroso de Malvina-Josué-Glória-Rômulo, confusões relacionadas à política e também o ciúme de Nacib. O capítulo termina na cena da festa de casamento de Nacib e Gabriela. A quarta parte, intitulada “O luar de Gabriela”, apresenta o desfecho da obra, em que todos os problemas que ocorreram durante a narrativa são resolvidos.
A obra é uma verdadeira celebração da cultura baiana, com descrições detalhadas da culinária, da música e das tradições locais. Além disso, Jorge Amado utiliza uma linguagem coloquial e descontraída, que aproxima o leitor dos personagens e da história.
O romance também aborda temas importantes, como a luta das mulheres por igualdade de direitos e a resistência dos trabalhadores contra a exploração dos coronéis. Gabriela é uma personagem forte e cativante, que representa a força e a beleza da mulher brasileira.
Em resumo, “Gabriela, Cravo e Canela” é uma obra-prima da literatura brasileira, que combina humor, romance e crítica social de maneira magistral. É uma leitura obrigatória para todos aqueles que desejam conhecer melhor a cultura e a história do Brasil.
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