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[RESENHA #730] Cacau, de Jorge Amado

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Segundo livro de Jorge Amado, Cacau é narrado em primeira pessoa por um lavrador, filho de industrial decaído, que trabalhara brevemente como operário fabril. O pequeno romance é a saga de uma tomada de consciência social e política. Atesta o clima de polarização ideológica da época em que foi escrito e o entusiasmo revolucionário de seu jovem autor. Cacau inaugura também um dos veios mais ricos da literatura de Jorge Amado, o dos livros dedicados à rica e sangrenta história da região cacaueira da Bahia, imortalizada em obras como Terras do sem-fim; São Jorge dos Ilhéus; Gabriela, cravo e canela e Tocaia Grande. Neste apaixonado livro de juventude, com um vigor e uma urgência que o tornam encantador, encontramos alguns dos méritos mais louvados do autor, como o apurado ouvido para a fala popular; o trânsito pelos vários registros do discurso, do mais formal ao mais coloquial; o caloroso afeto por suas criaturas. Livro de denúncia e esperança, anuncia o grande romancista que conquistaria os leitores do Brasil e do mundo nas décadas seguintes.

RESENHA

O livro “Cacau” de Jorge Amado, publicado em 1933, é um romance que narra a história dos trabalhadores em fazendas de cacau do sul da Bahia na década de 1930. O livro é um exemplo de regionalismo socializante e de injustiças sociais, e está integrado no surto do Neo-Realismo português. A história segue a vida de José Cordeiro, um sergipano que se vê obrigado a trabalhar numa fazenda de cacau no sul da Bahia após perder sua herança em um golpe de seu tio. O autor usa a caracterização dos trabalhadores com um cunho apegado às questões sociais, transformando um livro que ele mesmo se questiona "Será um romance proletário?". Os trabalhadores retratados no livro sofrem tratamentos de semi-servidão, com relações de trabalho próximas ao escravismo. Com uma linguagem extremamente coloquial, com gírias regionais e palavras pronunciadas erradas pelos trabalhadores, porém com muita sensibilidade e tons de crítica, Jorge Amado consegue reproduzir em seu livro, cenas cinematográficas dos trabalhadores nas fazendas de cacau, cada personagem com suas particularidades e histórias para contar. O livro é uma obra-prima que retrata de forma poética e sensível as relações sociais e culturais da Bahia e do Brasil durante a primeira metade do século XX. 

Na Fazenda Fraternidade, o Sergipano é mais um dos trabalhadores explorados por "Mané Trajeto", como os empregados costumavam chamar às escondidas o rei do cacau. No entanto, ao sofrer as humilhações da filha orgulhosa do patrão que se interessou por ele, mas sentia-se no direito de tratá-lo com desprezo por sua condição financeira inferior, o Sergipano aprende rapidamente a se defender para não ser esmagado pelos ricos. Cansado dos caprichos de Mária, ele decide revidar as provocações e aos poucos vai se rebelando cada vez mais e firmando uma identidade altiva de líder, ganhando o respeito de outros empregados. Ele almeja sair daquele local, mesmo tendo a chance de vir a ter riqueza se aceitasse a união com Mária, mas resiste porque percebe na jovem a mesma arrogância do pai, Sr. Manoel Misael.

Um romance que narra a história dos trabalhadores em fazendas de cacau do sul da Bahia na década de 1930. O livro é um exemplo de regionalismo socializante e de injustiças sociais, e está integrado no surto do Neo-Realismo português. A história segue a vida de José Cordeiro, um sergipano que se vê obrigado a trabalhar numa fazenda de cacau no sul da Bahia após perder sua herança em um golpe de seu tio. O autor usa a caracterização dos trabalhadores com um cunho apegado às questões sociais, transformando um livro que ele mesmo se questiona “Será um romance proletário?”. Os trabalhadores retratados no livro sofrem tratamentos de semi-servidão, com relações de trabalho próximas ao escravismo. Com uma linguagem extremamente coloquial, com gírias regionais e palavras pronunciadas erradas pelos trabalhadores, porém com muita sensibilidade e tons de crítica, Jorge Amado consegue reproduzir em seu livro, cenas cinematográficas dos trabalhadores nas fazendas de cacau, cada personagem com suas particularidades e histórias para contar. O livro é uma obra-prima que retrata de forma poética e sensível às relações sociais e culturais da Bahia e do Brasil durante a primeira metade do século XX. Espero que mais pessoas possam ler e apreciar essa obra-prima da literatura brasileira.

Leia outras resenhas de livros do mesmo autor:

o gato malhado e a andorinha sinhá
Gabriela, Cravo e Canela
Tenda dos milagres
Terra do sem-fim
Cacau
Dona Flor e seus dois maridos
Tieta do Agreste
Jubiabá
Capitães da Areia
Tereza Batista cansada de guerra


O AUTOR
Jorge Amado (1912-2001) foi um escritor brasileiro, um dos maiores representantes da ficção regionalista que marcou o Segundo Tempo Modernista. Sua obra é baseada na exposição e análise realista dos cenários rurais e urbanos da Bahia. Traduzido para mais de trinta idiomas e detentor de inúmeros e importantes prêmios, o escritor teve vários de seus trabalhos adaptados para a televisão e o cinema, entre eles, "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e "Gabriela Cravo e Canela".

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