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[RESENHA #729] Dona flor e seus dois maridos, de Jorge Amado

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Um dos romances mais populares de Jorge Amado, levado com êxito ao cinema, ao teatro e à televisão, Dona Flor e seus dois maridos conta a história de Florípedes Paiva, que conhece em seus dois casamentos a dupla face do amor: com o boêmio Vadinho, Flor vive a paixão avassaladora, o erotismo febril, o ciúme que corrói. Com o farmacêutico Teodoro, com quem se casa depois da morte do primeiro marido, encontra a paz doméstica, a segurança material, o amor metódico. Um dia, porém, Vadinho retorna sob a forma de um fantasma capaz de proporcionar de novo à protagonista o êxtase dos embates eróticos. Por obra da fantasia literária de Jorge Amado e da intervenção das entidades do candomblé, Flor consegue conciliar no amor o fogo e a calmaria, a aventura e a segurança, a paixão e a gentileza. Lançada em 1966, esta narrativa ousada e exuberante, plena de humor e ironia, é uma saborosa crônica de costumes da Bahia da primeira metade do século XX e um retrato inventivo das ambigüidades que marcam o Brasil.

RESENHA


O romance "Dona Flor e Seus Dois Maridos" de Jorge Amado é uma obra que retrata a vida dos moradores da cidade de Ilhéus, na Bahia, durante a década de 1920. A história começa com a morte de Vadinho, um boêmio, jogador e alcoólatra que morre subitamente em pleno carnaval de rua, vestido de baiana. Deixa viúva Dona Flor, a quem explorava e que, apesar da vida desregrada do marido, era apaixonada por ele. Na primeira parte do livro são contados os excessos de Vadinho e de todos os companheiros boêmios que o cercavam.

Em contraste com esse ambiente decadente e de maus costumes contado em detalhes pelo autor, na segunda parte do livro é a vida pacata de Dona Flor que passa a ser retratada. É descrito como ela ganha a vida ensinando culinária na escola de sua propriedade "Sabor & Arte". Intercalando as aulas de culinária, há os suspiros da viúva pelo marido morto, que se lembra, cada vez mais constantemente, das qualidades de ótimo amante de Vadinho e dos poucos momentos de luxo que lhe propiciara, quando ganhava no jogo. Ao mesmo tempo, ela é cortejada por um pretendente, Teodoro, um farmacêutico pacato e religioso. Os dois acabam se casando. Mas, de idade um pouco avançada e bastante conservador, ele não consegue satisfazer Dona Flor, que cada vez mais se lembra de Vadinho.

Na terceira parte, os acontecimentos se atropelam e assumem um estilo do realismo fantástico, quando o espírito de Vadinho (que era filho de Exu) retorna e passa a atormentar Dona Flor. Somente ela vê Vadinho que, quando está com Dona Flor, parece ser capaz de realizar as mesmas coisas que fazia na cama quando estava vivo. Dona Flor hesita entre se manter fiel ao novo marido ou ceder ao espírito do primeiro.

A obra é uma verdadeira celebração da cultura baiana, com descrições detalhadas da culinária, da música e das tradições locais. Além disso, Jorge Amado utiliza uma linguagem coloquial e descontraída, que aproxima o leitor dos personagens e da história. Em resumo, "Dona Flor e Seus Dois Maridos" é uma obra-prima da literatura brasileira, que combina humor, romance e crítica social de maneira magistral. É uma leitura obrigatória para todos aqueles que desejam conhecer melhor a cultura e a história do Brasil.

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O AUTOR
Jorge Amado (1912-2001) foi um escritor brasileiro, um dos maiores representantes da ficção regionalista que marcou o Segundo Tempo Modernista. Sua obra é baseada na exposição e análise realista dos cenários rurais e urbanos da Bahia. Traduzido para mais de trinta idiomas e detentor de inúmeros e importantes prêmios, o escritor teve vários de seus trabalhos adaptados para a televisão e o cinema, entre eles, "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e "Gabriela Cravo e Canela".

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