Obstinado e fatalmente fiel à ciência, o médico não permitirá que nada – nem a população, nem o Estado, nem o senso comum – impeça sua nobre investigação sobre a razão humana.Publicada pela primeira vez em 1882, esta novela curta e sagaz foi uma das obras mais impactantes de Machado de Assis, um marco de sua voz questionadora e irônica e de sua visão tão certeira sobre questões inerentemente humanas. A edição da Antofágica traz 37 ilustrações de um dos maiores expoentes da arte no Brasil, Candido Portinari, que chegam pela primeira vez ao grande público.Complementando o texto de Machado de Assis, o livro traz também notas inéditas e posfácio de Rogério Fernandes dos Santos, especialista na obra machadiana, um posfácio da professora Daniela Lima e apresentação de Luisa Clasen, do canal Lully de Verdade.
[RESENHA. #724] O alienista, de Machado de Assis
RESENHA
O Alienista é uma obra-prima do escritor brasileiro Machado de Assis, publicada em 1882. A história gira em torno de Simão Bacamarte, um médico respeitado que cria um manicômio na cidade de Itaguaí, no Brasil. A obra é uma crítica à ciência e à sociedade da época, que muitas vezes se baseavam em preconceitos e estereótipos para julgar as pessoas. O livro é repleto de humor e ironia, e o narrador onisciente revela a dedicação do Doutor Simão que, na verdade, fica obcecado com seus estudos na área de psiquiatria. Além disso, ele aborda os temas dos interesses políticos, da ambição e do poder na figura de Porfírio. O Alienista é uma leitura obrigatória para quem quer conhecer a literatura brasileira e a obra de Machado de Assis.
O Alienista é uma obra literária humorística do escritor brasileiro Machado de Assis. Muitos o consideram um conto, mas a maioria dos críticos e especialistas consideram-no uma novela por causa da sua estrutura narrativa. Publicado em 1882, quando aparece incorporado ao volume de contos Papéis Avulsos, havia sido publicado previamente em A Estação (Rio de Janeiro), de 15 de outubro de 1881 a 15 de março de 1882.
O livro conta a história do Dr. Bacamarte, um alienista (a designação de psiquiatra na época), que cria a Casa Verde, um local para realizar estudos inéditos sobre a mente humana, mas acaba se perdendo na sua própria loucura.
Depois de conquistar respeito em sua carreira de médico na Europa e no Brasil, o Dr. Simão Bacamarte retorna à sua terra-natal, a vila de Itaguaí, para se dedicar ainda mais a sua profissão. Após um tempo na vila, casa-se com a já viúva D. Evarista, uma mulher por volta dos vinte e cinco anos e que não é nem bonita e nem simpática. O médico a escolheu por julgá-la capaz de lhe gerar bons filhos e de pensar, que apesar de tal não ter acontecido, que ela tinha origem alienista, daí a origem do título, mas ela acaba não tendo algum.
Certo dia, o Dr. Bacamarte resolve dedicar-se aos estudos da psiquiatria e constrói, em Itaguaí, um manicômio chamado Casa Verde para abrigar todos os loucos da cidade e região. Em pouco tempo o local fica cheio, e ele vai ficando cada vez mais obcecado pelo trabalho. No começo os internos eram realmente casos de loucura e a internação aceita pela sociedade, mas em certo momento Dr. Bacamarte passou a enxergar loucura em todos e a internar pessoas que causavam espanto. A primeira delas foi o Costa, homem que perdeu toda sua herança emprestando dinheiro para os outros, mas não conseguia cobrar de seus devedores. A partir daí diversas outras personagens serão internadas pelo alienista.
"O Alienista" é uma obra-prima da literatura brasileira. Machado de Assis, com sua narrativa irônica e humorística, consegue criar personagens complexos e profundos, que nos fazem refletir sobre a natureza humana e a sociedade em que vivemos. O romance é uma crítica contundente à ciência e à medicina do século XIX, que muitas vezes se baseavam em teorias absurdas e sem fundamento. A história é envolvente e emocionante, e os diálogos são brilhantes. O livro é uma leitura obrigatória para quem aprecia a boa literatura.
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